A UPEC se propõe a ser uma voz firme e forte em defesa da ética na política e na vida nacional e em defesa da cidadania. Pretendemos levar a consciência de cidadania além dos limites do virtual, através de ações decisivas e responsáveis.


quarta-feira, 30 de junho de 2010

A BUSCA DA RENOVAÇÃO. E A CAMPANHA BARRA-PESADA JÁ COMEÇOU

Por: Reinaldo Azevedo

É consenso que não é o candidato a vice que decide uma eleição. Mas pode atrapalhar bastante. Nesse particular, parece que o deputado Índio da Costa (DEM-RJ) vai muito bem. Não atrapalha e até pode ajudar bastante. Há dados evidentes que podem ser explorados na campanha. Aos 39 anos, confere juventude à chapa, agregando à reconhecida experiência do titular um ar de renovação. Articulado, bonitão, bem-falante, não é um pára-quedista, que aparece do nada, só para resolver uma crise — embora, efetivamente, seu nome surja como resposta a uma crise feia, depois de uma trapalhada fabulosa.

Em seu primeiro mandato como deputado federal — já tinha sido vereador no Rio — , destacou-se na Câmara em pelo menos dois momentos: como relator do projeto Ficha Limpa e como membro da CPMI dos Cartões Corporativos. Considerados os seus protagonistas da disputa — os três principais candidatos e seus respectivos vices —, quem está mais ligado a um projeto recente que teve inequívoco apoio popular é justamente o jovem Índio da Costa, de um partido considerado “conservador”: o DEM.

Há mais a se considerar: a imagem do DEM sofreu um intenso desgaste por causa das lambanças do bando do Distrito Federal — que foi suprapartidário, é bom destacar. Os envolvidos nessa em outras tramóias ou pediram para sair do partido, diante da expulsão certa, ou foram expulsos. Para certa imprensa, isso não fez muita diferença. Nesse particular, convenham, o DEM é mais duro do que outras legendas. Imaginem se o PT tivesse expulsado todos os seus mensaleiros… No PT, José Dirceu, por exemplo, ainda é general. Os petistas negam até mesmo que o mensalão tenha existido.

Relator do projeto Ficha Limpa, Índio da Costa certamente enfrentará o lado barra-pesada da campanha. Os blogs que servem ao lulo-petismo já estão tentando transformar em escândalo o fato de ELE SER EX-GENRO DO BANQUEIRO SALVARORE CACCIOLA. Já faz tempo! E, ainda que fosse, não há o menor sinal de que tenha qualquer relação com o ex-banqueiro. Mas a cachorrada já está salivando e vai tentar transformar num “ficha suja” simbólico o relator do projeto Ficha Limpa. Certo como dois e dois são quatro.

Por Reinaldo Azevedo
30/06/2010

A Noruega tropical de Lula

O Estado de S.Paulo

Convidado pelo Financial Times (FT)de Londres a fazer uma avaliação do seu governo e a antecipar o que pretende fazer depois de deixar o Planalto, no primeiro dia de 2011, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com um artigo de 700 palavras, publicado ontem em um suplemento especial sobre o Brasil.

Trata-se de uma versão comparativamente austera, como convém aos textos do mais influente diário econômico do mundo, da exuberante teoria do "nunca antes na história deste País", complementada pela promessa de "continuar a contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas" ? desta vez no mundo inteiro.

Mas a megalomania se livra dos arreios quando, para justificar o seu intento de fazer pelos latino-americanos, caribenhos e africanos o que se vangloria de ter feito pelos brasileiros, Lula não deixa por menos: "Não podemos ser uma ilha de prosperidade cercada por um mar de pobreza e injustiça social."

Sejam quais forem as evidências que ele queira enfileirar sobre os progressos dos últimos anos da economia brasileira e das condições de vida da população ? e seria pueril, ou desonesto, negá-los ?, Lula fala do Brasil, 75.º colocado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como se fosse uma Noruega.

O país nórdico lidera o ranking criado pelas Nações Unidas e gasta proporcionalmente mais do que qualquer outro país em ajuda externa. Na realidade, já descontados os Estados Unidos e o Canadá, 16 países do Hemisfério têm um IDH melhor que o brasileiro.

Como era de esperar, Lula credita exclusivamente ao seu governo o fato de o Brasil sangrar em saúde. O que veio antes foi como se não tivesse existido, ou, quando existiu, foi contraproducente.

"Devolvemos o crescimento a uma economia de há muito estagnada", alardeia, "e o fizemos mantendo a inflação sob controle, reduzindo a relação entre a dívida e o PIB e reconstruindo as funções reguladoras do Estado brasileiro."

O papel, como se diz, aceita tudo. Nem a conjuntura internacional excepcionalmente favorável a exportadores de produtos primários e insumos, como é o Brasil, nem, muito menos, a decisão de Lula de se apropriar da "herança maldita" do governo Fernando Henrique, na esfera macroeconômica, precisam ser reconhecidas ? o que não há de ter escapado àquela parcela dos leitores do Financial Times que sabe que a história do País não começou quando o atual presidente chegou ao Planalto.

Além de se atribuir a paternidade pelo "novo Brasil", título do caderno especial do FT, Lula fez pelo menos 2 gols em impedimento, na esperança de que os árbitros estivessem olhando para o outro lado. A afirmação sobre a reconstrução das funções reguladoras do Estado nacional é mais do que falsa.

O que o lulismo tem feito com as agências reguladoras é privá-las de sua autonomia e manipular a sua composição para atender aos interesses do governo e seus aliados políticos e politiqueiros. A isso se chama destruir e não reconstruir.

O leitor distraído pode tomar pelo valor de face o que Lula escolheu dizer sobre a transformação material do País, mas os investidores sabem perfeitamente quanto há de embromação nas seguintes palavras:

"Pusemos em marcha um processo poderoso de melhorar nossa infraestrutura (?). Como parte disso, estamos eliminando os gargalos que afetavam nossa competitividade no passado ? o que costuma ser chamado "custo Brasil"."

Lula reconhece "os enormes desafios pela frente", a começar da pobreza ainda significativa, a insuficiência do sistema de educação, além da droga e da violência. E menciona em seguida a necessidade das reformas tributária e político-eleitoral.

Estas últimas "não podem esperar mais", sob pena de "comprometer a continuidade dos avanços de que desfrutamos nos anos recentes".

O presidente fala como se tivesse dado o melhor de si, ao longo desses 7 anos, para mudar as regras do jogo político.

Não apenas não o fez ? e ao não fazê-lo permitiu que prevalecessem no Congresso os interesses dos que querem que tudo permaneça como está ?, como ainda tirou proveito da fragmentada e reduzida representatividade do sistema de partidos para formar a sua enxundiosa base parlamentar, vitaminada pelo mensalão.

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Postado por Blog da Resistência Democrática no Resistência Democrática em 6/30/2010 01:04:00 PM

terça-feira, 29 de junho de 2010

Os homens criaram este Haiti aqui

ARNALDO JABOR


Não adianta mais analisar p... nenhuma no Brasil de hoje. Tudo voltará ao início como cobra mordendo o próprio rabo, tudo continuará sob anestesia, mas sem cirurgia, como disse uma vez Mário Henrique Simonsen.

Tudo era previsível neste súbito Haiti que brotou no Nordeste, variando do deserto para o tsunami de lama, das "vidas secas" para o afogamento, sempre atingindo os mesmos pobres diabos sem voz, sem rosto, sem destino, que vagam nas cidades desgraçadas que o subfeudalismo dos barões nordestinos cultiva.

A análise tradicional não serve; só resta oferecer-me como testemunha inútil desse crime secular sem autores visíveis.

O autor não é Deus, não é a natureza; os homens teceram essa desgraça de agora, não por seus atos malignos apenas, mas por uma distribuição de causalidades inexplicáveis que cria o crime sem sujeito - uma difusa culpa que acaba inocentando todos.
No entanto, a verdade brasileira aparece nessas tragédias visíveis - soterramentos, alagamentos, bebês morrendo em berçários de hospitais assaltados.
Por outro lado, a verdade sempre esteve ali, silenciosa, dissimulada nos miseráveis vilarejos de Alagoas e Pernambuco, na paz trágica do nada, na mansidão da ignorância, no silêncio da miséria seca, aquela paz vazia que tranquiliza ladrões e demagogos, a paz da ignorância de vassalos toscos e obedientes.

Mas, de repente, jorrou a verdade com as águas das represas e açudes arrebentados. Tudo que não queríamos ver bate em nossos olhos grudados na TV, vendo o Maradona de terninho ou o Dunga com sua cara espessa e dura. A verdade aponta os responsáveis pela tragédia que certamente vão esconder que 57% das verbas para prevenção de catástrofes desse tipo foram gastos na Bahia, para favorecer o candidato do governo para governador.

Também não vão explicar por que só 14% das verbas preventivas (R$ 71 milhões apenas) foram destinados aos Estados de Alagoas e Pernambuco.
Agora, com Lula e sua clone correndo para aparecer no teatro de lama, para impedir a perda de votos, o governo vai gastar mais de R$ 2 bilhões para consertar o que era evitável (ah... e que bons negócios se farão...).

A catástrofe estava encravada nas fazendas fantasmas, nos municípios controlados por barões, na indústria da seca - não só a seca do solo, mas a seca mental -, na qual a estupidez e a miséria são cultivadas para criar bons serviçais para a burguesia boçal.

A catástrofe estava se armando enquanto soavam as doces camaradagens corruptas em halls de hotel, os almoços gordurosos, as cervejadas de bermudão, as gargalhadas, as "carteiradas" autoritárias, os subornos e as chaves de galão.

As catástrofes estavam se armando durante os jantares domingueiros, na humilhação das esposas de botox, no respeito cretino dos filhos psicopatas, na obediência dos peões, dos capatazes analfabetos. A catástrofe se armava no sarapatel de ideias que vão desde um leninismo tardio até este "revival" de um sindicalismo getulista a que assistimos.

Os indícios desse desastre se veem na recente frase irada que Lula lançou: "Os impostos no Brasil têm de ser altos sim, do contrário não temos Estado".

Esqueceu-se de dizer que os impostos que recolhe são gastos para pagar a folha de milhares de pelegos empregados, nos desvios de verbas públicas. Esqueceu de dizer que a catástrofe se armava nos últimos sete anos quando gastaram R$ 8 bilhões em propaganda oficial, sem contar os gastos de empresas estatais.

A catástrofe também se armou aos poucos com a frente unida da utopia, que permite que todos os erros sejam cobertos por um manto de "fins justificados" - a frente unida dos três tipos de radicais: os radicais de cervejaria, os radicais de enfermaria e os radicais de estrebaria. Os frívolos, os loucos e os burros. Uns bebem e falam em revolução, outros alucinam e os terceiros zurram, todos atacando o "capitalismo do mal", quando justamente esse mal (que também existe) é a única bomba capaz de arrebentar nosso estamento patrimonialista de pedra.

A catástrofe se arma para futuras tragédias, com a má utilização dos bilhões de dólares que entram em nossa economia, canalizados para países emergentes, pois estão sendo sugados pelo Estado inchado e inchando.
A realidade (se é que isso ainda existe no país) é que a tragédia fixa, silenciosa e invisível se transformou numa tragédia bruta e retumbante. Só isso aconteceu no Nordeste.

E para nós restam o horror e a pena, porque os fatos estão muito além da piedade. Ninguém tem palavras para exprimir indignação, ou melhor, ninguém tem mais indignação para exprimir em palavras.

Resta-nos a impotência diante do fato consumado e um sentimento nobre, mas que chega sempre depois da desgraça: a solidariedade.
O que é a solidariedade? Como sentir a dor dos outros? Sou solidário aqui ou apenas faço meu artigo semanal? Por que me comovo? Será que me comovo mesmo, será que me imagino ali na lama, procurando pedaços de comida no lixo e aí me purifico com minha indignação impotente?
Como posso saber o que sente um homem-gabiru, faminto, analfabeto, que só é procurado pelos poderosos sacanas para ser "laranja" em roubalheiras para a cumbuca das oligarquias?
Como posso saber da alma de um desgraçado limpando um pedaço de pão no lodo para dar para o filho bebê, com seu sofrimento mudo, enquanto os culpados dizem "que horror" nos prédios de luxo nas praias de Pajuçara e Boa Viagem ou se escondem nos cabides de emprego de Brasília?

Como se sentem os homens sofridos que vemos chorando na TV, sob o som de gritos da Copa do Mundo, uivos de vuvuzelas e patetas pulando de alegria patriótica?
Os diques e os açudes que se romperam são os diques rompidos da mentira política sistemática. Então, pode ser que a história se mova um pouco e que a consciência de nosso absurdo aumente. Mas, isso... só por um tempo... Depois, novas catástrofes voltarão a se armar...

Palhaço das perdidas ilusões!

Por : Carlos Vereza

Que melancólico, a degeneração de um caráter... Na convenção que confirmou o nome de Dilma como candidata à presidência da republica, presenciamos patéticas figuras, sorrisos caninos, esgares sonambúlicos... Suplicy (o puro...) o bigode canalha do Mercadante e seus dossiês... crachás em pescoços curvados... nenhum questionamento, a servil aceitação de uma marionete enfiada goela abaixo dos dignos militantes...

Mortos também falam, sorriem, e até tiram fotografias... Cumplices de um rasteiro momento da nossa pobre estória, ausente de indignação, a rapinagem rateada em cargos comissionados, gerações anestesiadas, a convivência pastosa com ditadores, o poder como "ideal", como projeto de uma existência... E até tiram fotografias.

"O homem mau dorme bem", e mais grave:sonham! Imaginam-se mudando a ordem do mundo,
em seu proveito,claro... 50 por cento do país sem esgoto,que importa? A divida interna na estratosfera, e daí? 20 milhões de analfabetos... O nióbio, na reserva Raposa do Sol, demarcada pelo sociopata, sem a necessária militarização da fronteira...Para quê?

Os indios "tomam conta...", com seus óculos paraguaios, febre amarela, utilitários importados, a gigantesca fronteira eternamente adormecida e desguarnecida, por onde passam monstruosas quantidades das mais variadas espécies de drogas,que destruirão a curto prazo, mentes e ideais jovens, sinistro parceiro da lavagem cerebral em doses cavalares,"nunca visto antes em toda a história do país!"

Pobre e precário povo, que se une apenas em copas mundiais, em escolas de samba e esperam, ansiosamente, pelas tardes de domingo, pelo resultado da loteria (a falta de outra coisa...)

Estudar, para quê? Futuros lupens, manobrados pela mais covarde e invasiva propaganda "vendendo" um Brasil virtual, desprestigiado internacionalmente, mercê de uma ridícula politica externa,"palhaços das perdidas ilusões..."

Que triste a degeneração do caráter...


Carlos Vereza (Blog Nas Veredas do Vereza)
http://carlosverezablog.blogspot.com/

segunda-feira, 28 de junho de 2010

OBRIGADO, IARA LEE

A verdade sobre as enchentes nos Estados de Alagoas e Pernambuco.

Publicado a 25 de junho de 2010 por Evandro DeLemos

Fico aqui pensando, será que o nosso Presidente Lula já esqueceu suas origens? O Estado de Pernambuco está debaixo d’água e ele continua omisso à verdade sobre o real motivo das enchentes. Em Alagoas a situação é pior e o máximo que o nosso Presidente fez foi “sobrevoar” as regiões alagadas.

Cadê aquele homem do povo?

Mais do que aporte financeiro o povo também precisa recuperar a moralidade, precisa de apoio psicológico, estão enfrentando uma tragédia. E no momento não faltam no Nordeste políticos interessados em tirar proveito da tragédia. A meu ver, esse é o pior tipo de político. É o chamado político “messias”, o salvador que só aparece nas horas em que o povo está na pior. E os comerciantes mercenários estão cobrando 15 reais por um galão de água de 20 litros e 5 reais por um maço de velas, pelo visto a população continuará rezando a São Pedro sem o auxílio das velas!

Houve sim o rompimento da Barragem de Bom Conselho na divisa entre Alagoas e Pernambuco. De fato, o excesso de chuva contribuiu, o Rio Mundaú transbordou e causou esta tragédia no Nordeste. Mas querem culpar São Pedro. Governo omisso e corrupto! Os Senhores Eduardo Campos do (PSB) e Teotônio Vilela Filho do (PSDB), governadores de Pernambuco e Alagoas, respectivamente, devem solicitar uma severa investigação sobre esse caso para que os danos materiais dos atingidos pela enchente sejam ressarcidos pela União.

Enquanto isso a mídia televisionada e o Governo tratam o assunto como catástrofe ambiental. O que na verdade é uma mentira de caráter eleitoreiro! Acredito que o pior de todos os pecados seja a mentira, mentir é pior do que roubar, pois quando se mente, rouba-se o direito do outro de saber a verdade. O povo do Nordeste merece saber a verdade sobre o rompimento do Açude da Nação, como é conhecida a Barragem de Bom Conselho. A Barragem foi construída em 1950 e é de propriedade da União, mas não recebia manutenção há anos.

Com as fortes chuvas, 40 metros da parede da Barragem de Bom Conselho romperam-se. A água escorreu pelo Rio Paraíba, ganhou força em mais dez afluentes ao longo do curso e chegou aos municípios alagoanos.

A Barragem de Bom Conselho fica no Rio Papacacinha, que corta Bom Conselho e se transforma no Rio Paraíba, próximo ao limite da cidade alagoana de Quebrangulo. De acordo com o secretário de Agricultura de Bom Conselho, Washington Azevedo, o que fez com que a cidade alagoana fosse mais atingida que a pernambucana foi o fato de que o rio tem apenas 5 metros de largura em Bom Conselho e 30 metros em Quebrangulo. E Lula declarou que a suposta ”catástrofe ambiental” no Nordeste é semelhante a do Haiti, no entanto, o Haiti foi vítima de violentos terremotos e não de irresponsabilidade de um Governo.

Um fato interessante me chama atenção; dutos de petróleo se rompem em alto mar, rios transbordam do dia pra noite varrendo cidades inteiras, um casal atira uma criança pela janela de um prédio e chamam isso de “sinais do fim dos tempos”! Querem antecipar o apocalipse de qualquer maneira! Nesse caso, as “bestas” do apocalipse somos nós, pagadores de impostos. Quanta hipocrisia culpar Deus e até mesmo o diabo pela irresponsabilidade humana.

Acontece que no Brasil o povo é tratado desde o batismo para ser tratado como as ovelhas do rebanho de Deus e, o pior de tudo, os pastores estão tocando esse imenso de rebanho de 190 milhões de ovelhas, cada vez mais pra boca dos lobos. Marcha pra Jesus ou comício político?

Está chegando à hora do povo acordar. Não obstante do prazo limite para o fim das convenções político-partidárias que se encerram no dia 30 de junho deste ano de 2010, as igrejas estarão lotadas de candidatos pedindo votos dos fieis. Por direito, todos os grupos que representam a sociedade possuem a necessidade de constituírem representações parlamentares. Mas adotar uma fé de quatro em quatro anos pra pedir votos é flertar com a capacidade mental das pessoas. Não sejamos tolos a tal ponto, sejamos fieis aos nossos direitos e deveres como cidadãos, exigindo que nossos parlamentares nos representem de maneira constitucional e democrática, e não esperando que eles apareçam uma vez a cada quatro anos nas igrejas para pedirem a Deus que abençoe o povo brasileiro.

Chega de hipocrisia!

E que Deus nos abençoe em nossas preces, concedendo Sua graça no mais íntimo de nosso anseio, quando a Ele clamarmos em silêncio no aconchego de nossos lares, pra que Ele nos abra os olhos e nos dê discernimento nas próximas eleições.

sábado, 26 de junho de 2010

Apoiar Israel é apoiar o Ocidente

Os amigos de Israel se uniram numa nova iniciativa internacional com base nas seguintes convicções:

1. Israel é um país ocidental.

Com um sistema político democrático liberal que é regido por um Estado de Direito, uma economia capitalista de mercado próspera e que produz inovação e avanço tecnológico em benefício de todo o mundo, e uma população tão educada e cultivada como qualquer outra da Europa ou da América do Norte, Israel é um país ocidental normal com o direito de ser tratado como tal na comunidade de nações.

2. O direito de Israel em existir não deve ser questionado.

Enfrentando uma campanha sem precedente de deslegitimização, lembramos a todos os homens jutos e de boa vontade, o verdadeiro contexto histórico n qual o Estado de Israel foi restabelecido seguindo a Resolução 181 das ONU de 1947.

Afirmamos, enfaticamente, que essa decisão de reconhecer o direito do povo judeu à autodeterminação nacional, não foi simplesmente um gesto de compaixão que se seguiu aos horrores suportados pelo povo judeu durante o Holocausto promovido pelo socialismo nazista. Foi, sobretudo, um reconhecimento do direito do povo judeu a estabelecer um estado soberano na terra onde haviam tido uma presença histórica duradoura e pela qual reclamaram durante milhares de anos.

3. Israel, como país soberano, tem o direito à autodefesa.

Israel é, na realidade, um país ocidental normal, mas que enfrenta ameaças e desafios únicos. Israel é o único estado no mundo que é obrigado a lutar uma guerra após outra para assegurar a sua própria existência. Enfrentando alguns dos mais violentos e bem equipados grupos terroristas do mundo, é também o único país cujo direito à autodefesa é consistente e amplamente questionado.

Hoje em dia, Israel se vê obrigado a lutar em duas frentes: uma para defender suas fronteiras e outra para defender a sua legitimidade. Estamos com Israel, e exigimos que se lhe conceda a mesma legitimidade e o mesmo direito a se defender como é concedido a qualquer outro país ocidental.

Os estatutos dos direitos humanos e os organismos internacionais criados para garantir a justiça, que foram concebidos para defender a dignidade das pessoas em todos os lugares, com uma legislação de jurisdição universal, que foi redigida para ser cumprida por todos os países e para ser utilizados contra criminosos e tiranos, estão sendo subvertida. Seus princípios básicos têm sido distorcidos, para dar à guerra contra a democracia israelense uma legitimidade inexistente e absurda. A campanha contra Israel está corroendo o sistema internacional de dentro para fora.

4. Israel está do nosso lado.

É preciso que tenhamos isso em mente, e devemos ser claros ao reconhecer que a luta de Israel é também a luta de todo o Ocidente. A democracia ocidental não prevalecerá a menos que reconheçamos e admitamos que a herança cultural e moral judaico-cristã tenha sido a que, desde o início dos tempos, deu origem a todas essas instituições e aos valores civilizacionais que inicialmente as inspiraram, e que as fortaleceram. O ataque contra Israel é, em si, um ataque aos valores judaico-cristãos.

Israel se encontra na primeira linha, mas nós estamos nas linhas seguintes. Caso o direito de Israel à autodefesa seja questionado no Oriente Médio, nosso direito à autodefesa será subsequentemente questionado quando tivermos que combater nossos eventuais inimigos, terroristas similares ao Talibã no Afeganistão, ou as FARC, na Colômbia, e eles chegarão às portas de sua casa. Caso os princípios dos direitos humanos e da jurisdição universal venham a ser utilizados como armas contra a democracia israelense, o que nos assegurará de que não serão num futuro próximo usados contra as democracias da Europa e da América? O futuro de Israel faz parte do nosso destino e não podemos simplesmente enviar a cabeça na areia, pois nem sequer os avestruzes fazem isto.

5. Cremos na paz, mas a paz no Oriente Médio não depende apenas de israelenses e palestinos.

Aspirar a uma paz duradoura no Oriente Médio é um sentimento e uma causa nobre, e é o que devemos compartilhar e tentar obter. Mas os interesses dos antissemitas vêem o conflito com os olhos da utilidade, e estimulam o ódio palestino para torná-los ‘buchas de canhão’ contra as forças israelenses, numa atitude covarde de quem não se envolve diretamente, mas não têm escrúpulos de usar os pobres árabes da Palestina para seus propósitos. Assim, não se pode conseguir muito em termos de paz, como afinal desejam essas odiosas forças anti-judáicas.

As próprias partes envolvidas deveriam saber como chegar a uma solução satisfatória, mas os palestinos estão sendo manipulados em Gaza para que isso não ocorra. As tentativas de impor soluções engendradas de fora do conflito fracassam e provavelmente fracassarão. A chave para se acabar com este conflito está na condição sine qua non de os palestinos reconhecerem inequivocamente Israel como a pátria nacional e legítima do povo judeu. Uma vez que tal passo seja dado, as negociações de boa fé poderão ter uma oportunidade de obter êxito.

Todos sabem que os palestinos não têm ainda condições mínimas para estabelecer e manter um estado nacional de direito, pois não produzem quase nada, não tem um setor primário, secundário e, muito menos, terciário. Seu PIB é desprezível e o arremedo de estado que se criou – pelo esforço bem intencionado dos EUA e aliados, a “Autoridade Palestina” – não tem recursos tributários e financeiros para custear sequer a si própria e, por conseguinte, está dividida. O Hamas controla a Faixa de Gaza e o Fatah a Cisjordânia e suas diferenças estão se aprofundando cada vez mais, levando para cada vez mais longe a factibilidade de criação de um estado nacional palestino.

6. Compartilhamos as mesmas ameaças e desafios.

Há duas ameaças relacionadas que também põem em perigo a região e o resto do mundo: a propagação do ‘fundamentalismo islâmico’ – do ‘jihadismo’ – e a perspectiva de um Irã nuclear. Estas ameaças são tão existenciais para o Estado de Israel como para o resto de nos: a ‘jihad’ não respeita fronteiras e um Irã nuclear representa uma revolução estratégica de dimensões globais. Israel não pode, e não deve, enfrentar essas ameaças sozinho. Para a jihad global, Israel pode ser o primeiro objetivo. Mas não será o último.

Acreditando que a continuada deslegitimização de Israel tem uma grande responsabilidade no crescimento de um agressivo e perigoso antissemitismo, e com espírito de solidariedade para com o Estado de Israel, além de reconhecer que nos, as nações ocidentais, devemos permanecer unidas para que não caiamos juntas, é que, para isso, lançamos a Iniciativa ‘Amigos de Israel’ para realizar o seguinte:

a) Combater a deslegitimização do Estado de Israel em nossos países, no exterior e dentro das instituições da comunidade internacional.

b) Mostrar publicamente nossa solidariedade para com as instituições democráticas de Israel – a legítima expressão da aspiração milenar do povo judeu de viver em paz e liberdade em sua pátria nacional.

c) Apoiar o direito inalienável de Israel de proteger suas fronteiras, sem ser acusado por terroristas ou regimes tirânicos, de modo que seus cidadãos possam continuar vivendo com as mesmas garantias que desfrutam nossas próprias sociedades.

d) Opor-nos, consistente e firmemente, à perspectiva de um Irã com armas nucleares.

e) Trabalhar para assegurar que Israel seja plenamente aceito como um país ocidental normal, uma parte essencial e indivisível da civilização ocidental a qual pertencemos.

f) Reafirmar o valor da herança religiosa, moral e cultural judaico-cristã como a principal fonte de valores civilizacionais das sociedades ocidentais livres, capitalistas, e democráticas.

Estas convicções inspiram esta ‘Iniciativa Amigos de Israel’. Convidamos a todos os homens e mulheres de boa vontade a se unir a nos.


Membros Fundadores:
José María Aznar – Foi Primeiro Ministro da Espanha de 1996 a 2004. Presidiu a ‘think tank’ FAES, que está associada ao PP, e, atualmente, está no conselho de administração da empresa ‘News Corporation’.

George Weigel - membro Distinguido Veterano, Centro de Ética e Política Pública, de Washington.

Presidente Alejandro Toledo - Político e economista peruano. Foi presidente do Peru de 2001 a 2006.

Marcello Pera - Filósofo e político italiano. Foi presidente do Senado italiano de 2001 a 2006.

David Trimble – Um político da Irlanda do Norte que liderou o Partido Unionista do Ulster (UUP) e foi primeiro ministro da Irlanda do Norte. Compartilhou o Prêmio Nobel da Paz de 1998 com John Hume do Partido Social Democrata e Trabalhista.

Andrew Roberts - Historiador e escritor britânico.

Embajador John R. Bolton - Representante Permanente dos EUA na ONU de agosto de 2005 a dezembro de 2006, atualmente é Decano do instituto Empresarial Americano (AEI).

Carlos Bustelo – Foi Ministro da Indústria de 1977 a 1980, quando o presidente da Espanha era Adolfo Suárez.

Roberto F. Agostinelli - Diretor Gerente do Grupo Rhone.

Francisco Vianna - Jacareí - Brasil

Sueli Bessa Guerra da Silva - Rio de Janeiro-Brasil

Ester Jaqueline Azoubel - Recife - Brasil

Déborah Azoubel - Recife = Brasil

Malká Israel Azoubel - Recife - Brasil

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Uma tragédia anunciada

Por Roberto Freire
Presidente do PPS

É imoral a situação que leva nossos irmãos brasileiros do Nordeste - como já ocorreu também com os do Sul - ao desespero de perder família, casa, enfim, tudo o que tinham.

Esse tudo na maioria das vezes era muito pouco, porque a tragédia das enchentes, como a da seca, golpeia aqueles que menos têm, a quem sobra os espaços mais insalubres e perigosos nas periferias das cidades.

O caráter perverso do drama que estão enfrentando alagoanos e pernambucanos é que dinheiro não deveria faltar para evitar que desastres como o que enfrentam com a chegada das chuvas ocorressem.

Nem para acudi-los com presteza e garantindo-lhes dignidade e agilidade no socorro. No entanto, lá estão eles em meio a escombros de cidades devastadas.

Os últimos números dão conta de que 600 pessoas estão desaparecidas, 44 já morreram!

Mas, em vez de aumentar, os recursos destinados "Prevenção e Preparação para Desastres" minguam expressivamente todos os anos. Um levantamento da Secretaria de Defesa Civil do governo federal mostra que, neste ano, apenas R$ 99 milhões dessa rubrica, segundo dados do Siaf, figuravam no Orçamento.

Pior é que até o dia de hoje nenhum centavo havia sido gasto, apesar de todos os desastres que o país teve de enfrentar. Municípios de Santa Catarina ainda esperam recursos da tragédia do ano passado.

Em 2008, esse orçamento foi de R$ 722 milhões aprovados pelo Congresso. Absurdamente, apenas R$ 54 milhões foram usados. O restante engordou o caixa do superávit primário.

No ano de 2009, o diapasão continuou o mesmo. Dos R$ 369 milhões previstos para situações de "desastres, flagelos e inundações", menos de 6% foram utilizados!

Esse é o país das iniqüidades. Mas na televisão existe outro, muito diferente... Aquele com o qual o governo não tem medida para gastar.

O Brasil perfeito, que sai das agências de propaganda para consumo de eleitores. Neste ano eleitoral, os gastos com propaganda subiram 63%.

Só nos primeiros quatro meses de 2010, o governo gastou nada menos que R$ 240 milhões! A previsão orçamentária é de uma despesa de R$ 700 milhões para o ano todo.

Aqueles comerciais de casinhas coloridas que sequer saíram do papel, de estradas e outros equipamentos de infra-estrutura perfeitos que só existem no computador e que todos os dias estão na TV, no rádio, jornais e revistas é nossa colaboração, como contribuintes, para a campanha eleitoral da candidata do governo. Involuntária, obviamente, mas compulsória.

Enquanto esse Brasil desfila na mídia, o Brasil de verdade está à espera do governo nas enchentes, nos barrancos desabados, nos escombros de sua própria vida.

Razão tinha Celso Furtado, que defendia com tanto afinco uma política de desenvolvimento para o Nordeste. Se o país tivesse apostado nessa proposta, não estariam os nordestinos zanzando sem casa, comida, remédios...

Mais uma vez dependendo da caridade e daqueles políticos que apenas se utilizam do voto deles, como que comprados com os serviços que o Estado lhes deve.

O coronel apenas mudou. Passou a ser o Estado. A perversidade continua a mesma.

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Roberto Freire é presidente do PPS

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Governo do Sr. da Silva

- Peter Rosenfeld

Estamos a apenas seis meses do término do governo do Sr. da Silva. Penso que já se possa fazer uma apreciação inicial das realizações, das não-realizações e de uma apreciação geral do que o governo fez, desfez ou não fez nesses quase oito anos decorridos desde a posse.

Claro que não é possível dizer-se que o governo nada fez nesse período. Fez, e muito, só que uma grande parte do que foi feito foi ou será altamente prejudicial ao País em um futuro bem próximo.

Essa sim, uma verdadeira herança maldita.

Certamente o maior mal feito ao País foi a banalização da corrupção.

Verdade que o Brasil nunca se notabilizou pela honestidade e seriedade de seus políticos. Desde tempos imemoriais, em nossos governos sempre houve corrupção.
Mas era razoavelmente moderada e, o que é mais importante, localizada.

Não mais.
Agora é generalizada, nos três níveis de governo e nos três poderes.

A corrupção é uma praga que, como erva daninha, se alastra, se infiltra, de forma quase imperceptível, mas permanente em nossos governos.

A honestidade, que deve ser algo normal e natural, passou a ser virtude, a ponto de ser mencionada quando se analisa o perfil das pessoas.

Penso ser totalmente desnecessário citar casos, evidências e exemplos. São completa e amplamente notórios, com seu marco de início no “mensalão”.

O mais triste, porém, talvez a mola mestra para a disseminação dessa praga, foi a posição do Presidente da República, sempre negando ter qualquer conhecimento do que estava ocorrendo. E isso que havia evidências claras de que tinha sido publicamente alertado para o fato por um parlamentar que integrava a base de apoio a seu governo.

Aliás, o fato de o Sr. da Silva sempre alegar desconhecimento de fatos negativos que vinham ocorrendo tornou-se motivo de chacota no País.

Essa atitude presidencial, somada à total e absoluta falta de penalização dos corruptos e dos agentes da corrupção foram os responsáveis pela ampla disseminação do mal (dos quarenta membros do Congresso indiciados pelo Ministério Publico apenas dois sofreram a pena de cassação de seus mandatos; a nenhum dos outros trinta e oito foi aplicada qualquer sanção !).

Bem, mas chega de corrupção. Vamos a outros tópicos desta rápida análise.

A segunda malfeitoria do governo do Sr. da Silva foi o absurdo aparelhamento da máquina governamental.

Com uma única exceção, o Banco Central, em todos os cargos do governo, desde Ministros e abarcando todas as esferas inferiores, foram nomeados integrantes do PT ou pessoas estreitamente ligadas ao partido, sem qualquer avaliação de mérito.

Nenhum dos fatores que deveriam ser levados em consideração antes da admissão de um funcionário foram aplicados. O QI requerido foi o famoso “quem indicou”.

E não foi pouca a gente admitida. O número que vem sendo citado é da ordem de 200 mil, e com certeza não se estará nada distante do número real. A seriedade desse problema só será sentida e avaliada em sua plenitude no futuro.

O terceiro e sério problema é o da não-realização de quantidade enorme de obras, por várias razões. Em geral, por falta de planejamento correto. Os dois Planos de Aceleração do Crescimento serviram exclusivamente para que o governo trombeteasse o que pretendia fazer, em sua imaginação ou, por vezes, realmente pretendia. Mas muito pouco foi feito e, igualmente, muito pouco está realmente em execução.

A maioria das obras elencadas ainda está em processo de análise; algumas estão em processo de licitação. O resto todo está no papel, quando realmente está.

O quarto grande problema está na dívida pública. O governo cita como uma de suas grandes realizações a de ter pago toda a dívida externa e de ter acumulado uma vultosa reserva em moeda estrangeira, mas não se refere, em momento algum, à fantástica dívida interna (com brutal aumento no governo atual).

O alinhamento do Brasil com países governados por regimes não-democráticos se constitui em outro fato triste. Além disso, o Brasil não conseguiu emplacar um único brasileiro em organizações internacionais de porte, sendo derrotado por candidatos de outros países.

Ademais, a doentia obsessão de conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU fez com que fossem criadas embaixadas em grande número de países sem qualquer interesse maior para o País.

Pode ser afirmado que esses anos foram um período negro para o Itamarati, antes conhecido pela excelência de seus diplomatas. Ademais, política exterior é um assunto sério para ser conduzido como o foi, por um trio (Celso Amorim, Samuel Pinheiro Guimarães e Marco Aurélio Garcia); e que trio !

Encerro esse texto, sem ter esgotado a matéria. Claro que se perguntará “Se o governo foi tão ruim assim, como se explica o grande prestígio do Sr. da Silva ?

Respondo: por sua demagogia e por suas incoerências, além de por seu apelo pessoal. Sem dúvida, o Sr. da Silva é figura muito popular, um operário que conseguiu ascender à Presidência da República !

Mas não estava (e continua sem estar) preparado para o cargo.

Prosa e Política

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Postado por Blog da Resistência Democrática no Resistência Democrática em 6/24/2010 02:59:00 PM

A coragem moral de Aldo Rebelo

KÁTIA ABREU

Na defesa do novo Código Florestal, o deputado Aldo Rebelo se assemelha à figura de Sobral Pinto, o advogado de Luiz C. Prestes

Há conceitos que não se prestam a manipulações ideológicas: o certo, o lógico, o adequado e o equilibrado não são nem de direita nem de esquerda. Nem são monopólio de grupos ou entidades. São expressões da realidade, acessíveis à percepção humana.

Certas circunstâncias, porém, a embotam: o sectarismo ideológico, por exemplo. Nesse caso, em particular, deriva frequentemente para o surrealismo. O agronegócio, responsável pelos sucessivos êxitos do país na balança comercial e um dos segmentos que mais gera emprego e renda, é tratado por alguns como inimigo público número um.

Essa distorção se dá atualmente nas discussões em torno do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, em debate na Câmara dos Deputados. Reedita-se um conflito em essência artificial: o de meio ambiente versus produção. Felizmente, seu relator, o deputado Aldo Rebelo (PC do B - SP), coloco u-se acima de interesses, dogmas e mesquinharias, munindo-se das ferramentas da lógica, do bom senso e, sobretudo, do interesse público para legislar.

Não se trata, pois, de um relatório, como alguns quiseram insinuar, ao feitio dos produtores rurais. Estes terão que se adaptar às novas regras e cortar na própria carne. Mas, sem dúvida, concilia visões antagônicas entre produção e equilíbrio ambiental. A discussão e votação desse projeto não pode se reduzir a uma queda de braço entre tendências ideológicas. A hora é de bom senso, não de paranoia ideológica.

Ao analisar a ousada defesa do novo código feita no Congresso pelo deputado comunista Aldo Rebelo, me ocorreu a saga de Heráclito Fontoura Sobral Pinto -que passou à história como Sobral Pinto. Um país que teve um Sobral Pinto não precisa invocar o universal Dom Quixote para qualificar cidadãos que desafiam o estabelecido e, em nome das suas convicções, pouco se importam com a onda de infâmias, deboche e p erseguições.

Todos conhecem, ao menos por ouvir falar, o advogado, católico fervoroso e, consequentemente, anticomunista (pelo menos nos anos 30 do século 20 era assim), que defendeu Luiz Carlos Prestes e sua mulher Olga Benário, presos sem qualquer respeito aos direitos humanos logo após a chamada Intentona Comunista.

Ninguém queria assumir a defesa de Prestes, e a OAB designou o único destemido que se dispunha à ousadia. O deputado Aldo Rebelo, no desafio que lhe foi posto, também lida com a defesa de valores essenciais à atividade humana.

Questiona, de peito aberto e sem meias palavras, a barreira de preconceitos, hipocrisias, lugares-comuns e, principalmente, a pusilanimidade antidemocrática e o conformismo. Com sua autoridade moral e sua incorruptibilidade, Aldo Rebelo transformou um desastre anunciado em uma agenda nova na discussão de questões do meio ambiente e da agropecuária.

Como nacionalista, posição que os patriotas envergonhados procuram desdenhar; com sua biografia de filho de vaqueiro, quando experimentou a desproteção das populações rurais; com sua carreira política, desde o movimento estudantil, em bases populares, que lhe permitiram conhecer a fome; com os próprios instrumentos da sua formação filosófica, o deputado Aldo Rebelo não é um aliado conquistado pela agropecuária.

É um testemunho de coragem e racionalidade, que assume, como árbitro independente, um jogo em que o desenvolvimento nacional estava ameaçado por fantasias generosas e interesses escusos. Aldo Rebelo me lembra Sobral Pinto, defendendo com desassombro os direitos humanos do revolucionário Luiz Carlos Prestes, não por ser comunista, mas pela sua fé e por suas convicções democráticas.

KÁTIA ABREU é senadora pelo DEM/TO e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

DILMA E A DEGRADAÇÃO DA POLÍTICA: O TERRORISMO AGORA EM PALAVRAS

Posted: 23 Jun 2010 04:50 AM PDT

Por Reinaldo Azevedo - Veja Online

Mantive no alto da página aquele post escrito no fim da tarde de ontem sobre a pressão petralha, que tem recorrido ao espaço de comentários nos portais para defender abertamente a censura ao meu blog. E os portais, ora, ora, publicam. Dão curso ao pedido de censura em nome da liberdade de expressão! Se essa gente faz esse clamor publicamente, imaginem o que seus poderosos chefões não tentam nos bastidores. Pois é. O problema vai ser arranjar uma desculpa para isso enquanto a Constituição existir. Quando e se eles a rasgarem, aí a gente vê o que faz.

Por que querem tirar esta página do ar? Ora, em razão de coisas como a que vou escrever em seguida. A favor unicamente dos fatos. Se vou votar em A ou B, não é problema dos policiais de consciência. A questão é saber se o que aponto é ou não verdade, está ou não ancorado no que se conhece da história e da política. Se quiserem brigar, vai ter de ser nesse terreno. E, claro!, vão ter de se alfabetizar também. Adiante.

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, esteve ontem em Minas Gerais, concedeu uma entrevista à rádio Educadora Jovem Pan, de Uberlândia, e acusou José Serra, o candidato do PSDB, de “torcer contra o Brasil”. Falou outras barbaridades também, de que trato abaixo. Mas quero me fixar um pouco nessa questão. Terei de voltar ao passado de Dilma e tentarei entender que futuro ela vislumbra.

Passado e terrorismo

Dilma, é um fato, integrou dois grupos terroristas. Chamo “terrorismo” a ação política que busca se impor — as causas, acreditem, quase sempre têm a sua raiz numa noção de justiça, embora torta — pela sabotagem e que considera que o eventual prejuízo causado a inocentes é parte do jogo. O Colina e a VAR-Palmares, grupos dos quais ela fez parte, mataram pessoas inocentes sob o pretexto de combater a ditadura. Ela e seus “companheiros” eram, de fato, contra aquela ditadura; queriam outra: a comunista. E lutaram, mataram e morreram para tentar implementá-la. Como vocês sabem, pode-se morrer também pelas piores causas.

Dilma diz que nunca pegou em armas e que não foi processada por isso. Evidentemente, uma organização criminosa compreende muitos papéis e níveis hierárquicos, inclusive o de planejamento das ações. Acredito que ela não tenha reclamado com o jornal espanhol El País, que, em entrevista publicada recentemente, quando ela estava na Espanha, a chamou de “Joana D’Arc” das esquerdas. Que importa que tenham sido apenas os comandados de Dilma a terem partido para a ação direta? Uma coisa é certa: aqueles grupos nunca quiseram democracia. A candidata diz que mudou “com o Brasil”. Ocorre que “o Brasil não mudou” por inércia. Alguém se encarregou de operar as transformações. E AS OPERARAM JUSTAMENTE AQUELAS PESSOAS QUE EMPREENDERAM A LUTA PACÍFICA, POLÍTICA. Em suma, MUDOU O BRASIL QUEM APOSTOU NA DEMOCRACIA, NÃO QUEM APOSTOU NA LUTA ARMADA E NO TERRORISMO. Mudou o país quem ENTENDEU E ACEITOU a democracia. Será o caso de Dilma?

Sua entrevista demonstra que não! Ela ainda não entendeu AS REGRAS DO JOGO. Naquele texto em que tratei do gol ilegítimo de Luís Fabiano, disse por que é importante, no futebol e na política, respeitar tais regras. Escrevi mais: os adversários são protagonistas do espetáculo, e um dá legitimidade ao outro. A e B têm a obrigação de tentar vencer porque isso é vital para o sistema. E essa vitalidade está também no fato de que A e B devem se reconhecer como elementos constitutivos de um conjunto: o regime que garante a alternância no poder, ainda que o eleitor decida não fazer a troca. O importante é que essa possibilidade exista e que possa haver o embate sob o império de uma lei que garanta igualdade na disputa.

Ora, o que devemos fazer com pessoas que “torcem contra o Brasil”? Eliminá-las certamente. Orientada por marqueteiros — já que tem se mostrado incapaz de dar uma entrevista de 30 segundos sem tartamudear —, ela não emprega o verbo “torcer” por acaso. A exemplo de seu chefe, já recorre a um vocabulário que demonstra que eles tentarão, sim, se apropriar da conquista da Copa de 2010 caso a Seleção Brasileira venha a ser bem-sucedida na África do Sul.

Se existe um político que “torce contra o Brasil”, então é um sabotador. Dilma está recorrendo ao paradigma Colina e VAR-Palmares para fazer política. Só que, agora, não dá para pegar em armas, mas dá para desferir um pé do traseiro da democracia com a mesma sem-cerimônia própria aos terroristas. Num debate esganiçado qualquer sobre este ou aquele assunto, um adversário até pode dizer ao outro: “Mas não pode ser assim! Você está torcendo contra o Brasil!” Vá lá… Na disputa eleitoral, a inferência de que a oposição “torce contra o Brasil” corresponde a jogar a democracia no lixo. Nesse regime, reitero, os contendores se legitimam no combate. Se Dilma deslegitima o seu oponente, está mandando o regime democrático às favas.

“Oposição a qualquer custo”

Dilma, a candidata do partido que votou contra o Plano Real, contra o Proer e contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, para ficar em três coisinhas simples, acusou os tucanos de “fazer oposição a qualquer custo” (!!!) e de não reconhecer “as vitórias do Brasil”. Entenderam? Eventuais críticas ao governo Lula — e todos sabemos quão lhana foi a oposição — correspondem a ignorar conquistas do país. E isso quer dizer, então, que Lula É o país. Luís 14 se achava apenas o estado. Lula acha o Rei Sol um modesto…

Leio no Globo Online este trecho:

“A ex-ministra rebateu as acusações de Serra que, no programa Roda Viva, acusou o governo de maquiar dados do crescimento do PIB em cima de uma estagnação econômica no ano passado.”
O texto está errado. O Roda Viva está em arquivo. O tucano não acusou maquiagem nenhuma. Afirmou que o país não está crescendo a 9% ao ano porque o ritmo já desacelerou (aquela era uma comparação de trimestre de um ano contra trimestre de outro). E não está mesmo, como todo mundo sabe. Não falou em maquiagem.

E então ela sacou e atirou:

“É absolutamente incontroverso que o Brasil cresce. Querer dizer que o Brasil não está crescendo é (coisa) daquelas pessoas que torcem contra o país. Pode ser oposição, mas não precisa torcer contra o país”.
Como se vê, acusou o outro de dizer o que o outro não disse e ainda soltou a sua pérola autoritária.

“Desculpas”
Não parou aí, não! Dilma também quer que Serra lhe peça desculpas por causa dos… dossiês com os quais se meteram pessoas da sua campanha:

“É interessante que nós, que não somos responsáveis, que não fizemos e que não temos nada a ver com isso sejamos instados a pedir desculpas. É ele (Serra) que tem de nos pedir, porque está levantando contra nós uma coisa que sabe que não foi produzida por nós. Não sei por que motivos são levantados sistematicamente contra nós esses argumentos.”
Ela não sabe! Talvez os aloprados de 2006 e de agora refresquem a sua memória. Talvez o dossiê preparado na Casa Civil contra FHC e Ruth Cardoso quando ela própria era ministra da Casa Civil possa ajudar.

FHC e baixaria

E Dilma não seria Dilma, ocupando o papel que ocupa, sendo um nome a preencher um buraco numa cédula, se não tivesse dispensado a FHC uma daquelas grosserias bem típicas de quem ainda não aprendeu a lidar com as armas do regime democrático, que são os argumentos. Leiam:
“Sempre que puder vou me aconselhar com ele (Lula). Muitos dizem que a atividade de um presidente é muito solitária. Acho que, se for eleita, serei uma presidente pouco solitária. Porque eu terei um (ex) presidente que, ao invés de ficar criticando pelos cantos igual certos (ex) presidentes no Brasil infelizmente fazem”.

Muitas pessoas me perguntam se não são exageradas as minhas reservas a essa gente. A fala de Dilma, acima transcrita, serve de resposta. Numa democracia, um presidente com os serviços que FHC prestou ao Brasil não pode ser tratado desse modo asqueroso, vagabundo, mentiroso, sem que se degrade a política e história. Isso é coisa das tiranias revolucionárias ou golpistas, que precisam satanizar o passado para se justificar. Além de ter sido o líder que fundou as bases da estabilidade econômica do país — o que é uma questão de fato, não de gosto —, FHC não é do tipo que “reclama pelos cantos”. Ao contrário até: quando fala, ele o faz com bastante clareza. Dilma gosta mesmo é de beijar a mão de outro ex, o Sarney. A proximidade é tal que houve uma intervenção no diretório do PT do Maranhão para impor a aliança com Roseana Sarney.

“Ah, tá vendo? Ele escreveu um texto a favor do Serra!!!” Estou pouco me lixando para esse tipo de estupidez. Escrevi um texto demonstrando, com os fatos, que Dilma não gostava da democracia quando pertencia a um grupo que fazia terrorismo com armas e que não gosta ainda, quando pertence a um grupo que faz terrorismo com palavras. Ou nao diria o que diz.

Foram as suas palavras a me obrigar a cotejar a sua biografia com a biografia daqueles a quem ela ataca, segundo parâmetros que são inaceitáveis numa disputa civilizada. Já basta a incivilidade dos aloprados a serviço dos que, mesmo tendo amplas condições de vencer em eleições limpas, não abrem mão dos expedientes sujos e ilegais e da vocação golpista,

Serrista? Acho que não! Eu sou é visceralmente antiterrorista. Aqui, em qualquer tempo e em qualquer lugar do mundo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O novo ataque da República dos Aloprados

Por Guilherme Fiuza - Revista Época

A crise do dossiê que levou o pandemônio à campanha de Dilma Rousseff está sendo mal avaliada. O teor dos papéis que supostamente tentam incriminar a família de José Serra é o de menos. Como nos filmes de faroeste, o que importa nesse caso, mais do que o enredo, é a paisagem.


O cenário é conhecido. Como se sabe, Dilma não é Lula. Dilma é Dirceu. Foi ungida à Casa Civil por seu antecessor, acusado pela Procuradoria-Geral da República de chefiar o mensalão. Flagrado, cassado, proscrito, José Dirceu caiu em desgraça por causa daquela que o PT sempre considerou sua maior virtude: a gana de tomar o poder, e depois conquistar mais poder. A qualquer preço.


Trata-se de uma escola. E Dilma é discípula aplicada. Entranhar companheiros na máquina pública, torpedear adversários, conspirar - são suas especialidades. Não à toa, sua chefe de gabinete no ministério, apontada por testemunhas como a operadora do dossiê contra Fernando Henrique e Ruth Cardoso (o famoso “banco de dados”), é hoje ministra-chefe da Casa Civil.


O Brasil que assiste placidamente à afirmação dessa obscura cadeia de comando não pode estranhar mais um dossiê. Ou dois, ou três. A secretária da Receita Federal vem a público dizer que sofreu interferência de Dilma - a quem não era subordinada - em processo fiscal contra a família Sarney, e fica assim. O país esquece, e volta a ver a candidata de Lula como a “gestora” que precisa superar a falta de experiência política.


Experiência política é o que não falta a Dilma Rousseff. Se há uma coisa que ela passou a vida fazendo, é política. E o eleitorado não tem direito de dizer que não conhece seus métodos. O que mais seria preciso saber sobre uma pessoa que se faz passar por Norma Benguell, contrabandeando uma foto da atriz para seu site oficial? Se Dilma vira Norma numa passeata contra a ditadura, pode-se imaginar do que seja capaz para virar Lula.

Fonte: MOVCC

As três faces de um canalha

Posted: 22 Jun 2010 06:43 AM PDT

Por Paulo Carvalho Espíndola (*)

A primeira delas é o seu nome de batismo, José Dirceu de Oliveira e Silva, nome pomposo que bem poderia nomear um herói. Muito menos que isso, nomeia um nefando terrorista e um dos maiores criminosos da História recente do Brasil.

A segunda é a do "companheiro" Daniel, desde cedo traidor da pátria e fiel seguidor do facínora Carlos Marighela, aquele mesmo que Lula, muito recentemente, rotulou de herói. Daniel logo descambou para a subversão, até ser preso em um congresso estudantil ilegal. Recuperou a liberdade ao ser banido do território nacional na troca por um embaixador norte-americano, seqüestrado por terroristas. O terror era a sua causa e o crime a sua vocação. Por eles fez cursos de guerrilha em Cuba, onde estabeleceu fortes laços de cumplicidade com o assassino Fidel Castro e formou nova quadrilha de malfeitores políticos, o Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), de curta duração e de triste destino.

A terceira é de Carlos Henrique Gouveia de Melo - o mesmo "companheiro" Daniel - na sua volta clandestina ao Brasil. Sob essa face, estabeleceu-se em Cruzeiro do Oeste/PR, iludiu uma pobre-rica mulher e com ela se casou, assim aumentando um pouco mais a sua extensa folha-corrida criminal.

A tão falada anistia, que a esquerda hoje tanto tenta invalidar para o lado que a venceu na luta armada, libertou Carlos Henrique da sua máscara e do seu casamento ilegal, com o quê ressurgiu das cinzas a pior face de um canalha.

Voltou à cena José Dirceu.

Curiosamente livre de um passado sujo, José Dirceu enveredou pela política legal e tornou-se expoente do Partido dos Trabalhadores e, muito mais, eminência parda daquele que acabou por eleger-se presidente do Brasil.

O circo tornou-se seu. Fazia e desfazia com o beneplácito de Lula, que tinha e ainda tem muito medo dele, por razões que a própria razão desconhece. Acredito que seja porque ele saiba de muita sujeira.

Foi o mandatário de fato e, assim, tinha toda a liberdade de ação. Ágil, voltou ao crime, aliando-se ao colarinho branco e a uma nova quadrilha. Daí vieram os mensalões e uma incontável série de malfeitos, capazes, em um país sério, de implodir toda a estrutura governamental. Não foi o caso do Brasil.

José Dirceu foi defenestrado do governo e teve cassado o seu mandato parlamentar.

Agora é lobista e prossegue nas suas articulações de bastidores, com Lula e seus parceiros como as suas marionetes.

A memória nacional é cada vez mais curta e disso ele se vale.

Anteontem mesmo, um grande jornal brasileiro abriu espaço para José Dirceu para ele vomitar o seu canto de sereia e afrontar a Marinha do Brasil.

Críticas são sempre bem-vindas na democracia - tenho por hábito grafar essa palavra com inicial maiúscula. Ler a matéria de José Dirceu, entretanto me causou asco e, sobretudo, a certeza de que ele continua o mesmo, ao exaltar o assassino João Cândido, o "almirante negro". Misturou alhos com bugalhos, perversa e maldosamente, à guisa de defender um anti-racismo muito mais presente nas mal encobertas intenções de "movimentos sociais" do que na realidade de um país miscigenado como o Brasil.

É emblemática a parcialidade do articulista José Dirceu no seu agravo à Marinha do Brasil: A Marinha não condena a chibata, os castigos físicos e nem os métodos de alistamento militar utilizados então, quando os conscritos negros eram caçados a laço – contra os quais Cândido liderou o movimento – mas condena a revolta por causa das vítimas entre os oficiais (quatro) e a população civil (duas crianças) do Rio de Janeiro, bombardeado. Pior, a Marinha não condena a prisão de João Cândido, sua expulsão da Marinha, sua vida na miséria e nem o assassinato de seus 16 companheiros.
É subliminar a diferença que faz entre "vítimas" (as da Marinha) e o "assassinato" dos companheiros de José Cândido.

Não sou psicólogo e, muito menos, psiquiatra para interpretar o que diz esse homem, mas me parece desigual a relação entre os mortos de cada lado. Para mim é bem nítida a tendência para deturpar a História: danem-se as vítimas da Marinha e glória aos companheiros de um assassino frio que urinou no cadáver de seu comandante. Nessa redação comprometida, duas crianças e quatro oficiais não significam nada; os rebeldes, sim.

José Dirceu continua o mesmo, fiel à traição e ao derramamento de sangue, desde que assim seja para os seus desígnios.

Vários dos seus vinte e oito companheiros da MOLIPO tombaram em confronto com os órgãos de segurança. Com certeza, foram delatados e "deletados" por um companheiro em Cuba. Isso pode ter sido obra de Fidel Castro ou de algum amigo "revolucionário" brasileiro. Não me atrevo a apontar culpados, no entanto, tenho convicção de que Daniel conhece muito bem essa estória macabra.

Antes de redescobrir e de reinterpretar os arquivos da História da Marinha, "companheiro" Daniel, abra os seus. Os companheiros da MOLIPO descansarão em paz ou não.

Interessante em tudo isso é que um órgão da grande imprensa ainda abre espaço para essa gente.

E o contraditório?

Ah! Ele virá, certamente, em outro bostejo de José Dirceu...

Paulo Carvalho Espíndola é Coronel do Exército Brasileiro

Fonte: MOVCC

segunda-feira, 21 de junho de 2010

MORRENDO DE INVEJA

Por Francisco Vianna

No domingo de ontem, enquanto os colombianos elegiam democraticamente seu próximo presidente, milhões de seus vizinhos morriam de inveja. E com razão.

Inveja, por exemplo, de um país onde um presidente, com enorme apoio popular e evidente vontade de continuar governando, aceita tranquilamente deixar o poder e ir para casa ao final do seu mandato porque assim o decidiu a justiça eleitoral da Colômbia. É algo inimaginável em vários países da América latina, principalmente aqueles que estão infectados pela “doença socialista”, onde os juízes são uma espécie de propriedade do presidente e do partido governante.

Também inveja por uma disputa eleitoral na qual todos os candidatos têm credenciais sérias, reputações ilibadas, ampla experiência, e propostas válidas, além da declarada vontade de não cair na esparrela de imitar o populismo demagógico tão em voga na região.

A Colômbia causa inveja não apenas pela qualidade de sua democracia, mas também pelos seus milagres. E, nos últimos anos a Colômbia tem vivido vários milagres. Talvez o menos reconhecido internacionalmente seja o seu progresso econômico. Em 2002, quando Álvaro Uribe começou seu mandato presidencial, a Colômbia só exportava 6,6 bilhões de dólares em produtos que não são tradicionais, como petróleo e café. No ano passado, as exportações desses e de outros produtos alcançaram os 15 bilhões de dólares, apesar da recessão mundial e do bloqueio comercial imposto pela Venezuela. Durante a presidência de Uribe, a economia colombiana se expandiu todos os anos. O investimento privado, tanto nacional como estrangeiro, aumentou substancialmente e a inflação caiu de 7%/ano em 2002 para um insignificante 2%/ano em 2009.

Para situar tais cifras no contexto regional, bastam compará-las com o que aconteceu com a Venezuela nesse mesmo período. A diferença é tão odiosa quanto reveladora: o desabastecimento e a carestia são habituais e crescentes no vizinho do norte; a destruição de empregos no setor privado venezuelano tem sido maciça; a inflação é atualmente a mais alta do mundo; a economia se contraiu em mais de 3,3% em 2009 e em mais de 5,8% no ano em curso, e é, de longe, o pior desempenho de toda a América, depois do advento do famigerado “socialismo do século XXI” do demagogo e populista Hugo Chávez Frías. E tudo isso apesar de, durante a década governada (?) por Hugo Chávez, ter a Venezuela desfrutado as maiores rendas provenientes do petróleo de sua historia; rendas às quais, ademais, se somaram empréstimos internacionais e que, agora, lhe impõem uma dívida externa quatro vezes maior do que a arcada pelo país em 1999.

TRANFORMAÇÕES

Ainda que fosse só por isso, a inveja dos venezuelanos em relação à Colômbia estaria mais do que justificada. Mas não se trata apenas da economia. A Colômbia também tem experimentado milagrosas transformações quanto à segurança de seus cidadãos. Bogotá, Medellín, ou Cali eram sinônimos de assassinatos, sequestros e crime generalizado. Hoje em dia, esse trágico reconhecimento foi transferido para Caracas e para algumas cidades do México e da América Central.

E logo nos vêm à mente as FARC (“Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia”), esses sanguinários mercenários que, disfarçados de ‘lutadores sociais’, sobrevivem graças ao narcotráfico e o sequestro. Esta guerrilha cruel e impiedosa aterrorizou durante décadas os colombianos, sobretudo os mais pobres e vulneráveis. Durante muito tempo, professores, políticos e jornalistas nos explicaram que o dinheiro da droga, a inóspita selva colombiana, a debilidade do exército e da polícia, a venalidade dos políticos e a pobreza do país faziam das FARC uma maldição com a qual os colombianos teriam que conviver para sempre. Todos se equivocaram redondamente.

Na imprensa internacional hoje lemos títulos como este: "A guerrilha já não é o grande problema da Colômbia". Mais ainda, a mídia informa que as FARC estão diminuídas, desmoralizadas, isoladas, agonizantes e sem a influência que tinham no início. As FARC já não aterrorizam os colombianos, e caso isto não seja um milagre, pelo menos se parece muito com um.

Obviamente, a Colômbia está ainda longe de ser um paraíso. Quase a metade dos colombianos continua imensamente pobre, e as diferenças de situação econômica entre seus habitantes, as injustiças sociais que ainda são vistas, a violência, a corrupção e o narcotráfico continuam sendo pragas ainda longe de extinção e continuam como realidades quotidianas. Mas, tudo já é muito menos do que antes. Não é pouca coisa, não, num subcontinente onde o progresso é tão pouco freqüente que, quando ocorre, parece um milagre.

Os avanços conseguidos pela Colômbia durante a presidência de Álvaro Uribe são inegáveis, para o desespero da esquerda socialista latino-americana. E que, por trás desse progresso está o apoio norte-americano. Seus êxitos não apenas causam a inveja de seus vizinhos, mas também servem de exemplo, de modelo, e de esperança para outros países que seguem atolados no autoritarismo, no populismo demagógico socialista e nos maus governos. Mesmo o Brasil, que vem tendo resultados econômicos e sociais melhores, continua sendo um gigante moroso que parece impedido por suas elites dirigentes de, finalmente, emergir como a primeira grande potência latino-americana da América.

Os colombianos demonstraram ao mundo que os povos podem reverter maléficas tendências e evitar destinos tão inaceitáveis como os que atrasaram e vitimaram os países que caíram na esparrela socialista, seja ela de que nuance for, comunista, nazista, fascista, ou qualquer outra. Por isso eles podem se sentir orgulhosos e admirados.

E até invejados.

E nós aqui, podemos?

Saudações,

Francisco Vianna

Carisma? Que carisma?

Posted: 20 Jun 2010 04:21 PM PDT
PROF.ª AILEDA DE MATTOS OLIVEIRA

Não consigo ver o tal carisma neste senhor Lula, destituído de qualquer traço de civilidade, já que lhe faltam valores essenciais. Por esta razão, seu governo é dionisíaco, de carnavalização total.

• Tenho lido muitas referências ao carisma de Lula e, agregado a este dom cósmico, o tal índice de aprovação de seu 'governo'. Talvez, a minha repugnância por esta ínfima criatura não me permita enxergar nada além de uma esperteza vulpina a substituir a sua ignorância asinina.

Pelo que sei desta palavra, além do seu sentido estrito de 'dom de inspiração divina', o seu sentido amplo e figurado indica alguém 'que tem fascínio pessoal e que influencia outras pessoas'. Não consta nos anais de seus oito anos de rapina dos tributos saídos do bolso do contribuinte, que o senhor presidente haja conquistado alguém sem o auxílio do dinheiro público, portanto, o fascínio não reside no doador, mas nas cédulas facilitadoras da arregimentação política, em todos os níveis.

Constato, então, que o carisma do homem não é real, porém, conquistado graças aos reais que saem da cornucópia republicana direto para as contas bancárias dos beneficiários, para as mãos sujas dos tiranos latinos, para as bolsas dos indolentes de nível um, para as bolsas dos indolentes de nível dois, estas últimas como indenizações de perseguidos pelas suas próprias sombras devido aos crimes que cometeram.

Como sou perquiridora, não consigo ver as coisas no seu todo sem antes analisar as partes que o compõem, e se as partes nada valem (ausência de caráter, de moral, de ética, etc.) o todo, formado por estas partes ausentes, por uma questão de lógica, recebe o mesmo julgamento. Por esta razão, não consigo ver o tal carisma neste senhor Lula, destituído de qualquer traço de civilidade, já que lhe faltam os valores essenciais citados. Por esta razão, seu governo é dionisíaco, de carnavalização total.

Concluo, então, que a palavra 'carisma', tenha definhado e sofrido a perda de seu conteúdo, sobrados apenas a pele de suas vogais e os ossos de suas consoantes por obra da desvalorização semântica do termo, numa conspurcação gramatical de caráter ideológico, a fim de ajustar ao desmoralizado indivíduo algum qualificativo, já que nada lhe sobressai de positivo.

Como estes oito anos de estagnação equivalem a outros tantos de distorção, de desvirtuamento das normas, inclusive a do bem-falar, foi a tal palavra sucateada no seu significado, ficando a casca, o rótulo, a fazer crer que o peregrino do espaço, o estadista de "araque", o "cara" que mete a cara em tudo o que não lhe diz respeito, o demagogo dos demagogos, tem a envolvê-lo a aura divina. Como é impossível admitir a existência de atributos demiúrgicos num indivíduo pernicioso, atesto que o homem é, na verdade, um grande debochado, um grande mentiroso, um grande cínico, um grande mentecapto.

É a este conglomerado de mercenarismo, de incompetência e de iniquidade que se dá o nome de carisma?

Fonte - Mídia Sem Máscara

domingo, 20 de junho de 2010

O realismo do absurdo

por Percival Puggina*

A reportagem especial de ZH na edição da última segunda-feira me deixou preocupado. Tudo indica que o novo Código de Processo Penal, inibindo a colocação de algemas, jogará a polícia ao desabrigo, dará mais regalias aos réus, dificultará a vida do Ministério Público, ampliará para oito o número de jurados e o placar para condenação subirá de 4 a 3 para 5 a 3. Por aí vai. Mais dia, menos dia, vamos colocar tornozeleira na polícia, algemar os promotores e estabelecer quota máxima de sentenças condenatórias por magistrado. Excedo-me na ironia? Saí da casinha? No Brasil, nada é mais realista do que o completo absurdo, caro leitor. Lembra-se do caso da professora de Viamão? Ela quis educar seus alunos, fez o rapazinho repintar o que escrevera nas paredes da escola e, em duas semanas, estava diante das instituições, obrigada a engolir as próprias palavras e a penitenciar-se. Por um triz, não a obrigaram a escrever cem vezes no quadro-negro: “Não devo disciplinar meus alunos”. Estivesse vendendo droga na escola, tudo seria mais frouxo, mais vagaroso e ela contaria com maior proteção. Nesta terra, disparate é a sensatez!

Uma coisa é ampliar o leque das penas alternativas às de prisão (desde que restritas a delitos de pequena lesividade, cometidos por réus não reincidentes). Não creio que alguém discorde disso. Outra, bem diferente, é favorecer a pachorra dos processos, como pretende a idéia de criar um recurso ordinário já na apresentação da denúncia, ou inibir ainda mais as possibilidades de prisão antes da condenação, ou inventar a necessidade de dois juízes para cada processo penal. Nossa jurisprudência manuseia as garantias constitucionais sempre em detrimento das que se referem à segurança pública.

Toda vez que passo na rua por um desses pobres carroceiros que, como se fossem animais de tração, puxam as próprias cargas para os locais de reciclagem, me vem à mente a questão da criminalidade. A mesa do carroceiro não é farta, o agasalho é pouco, a habitação é precária, a vila não é salubre e o trabalho é duríssimo. Ao lado, bem perto, operam traficantes e suas redes. Têm do bom e do melhor. Mas o carroceiro segue puxando seus fardos e contando centavos porque prefere ganhar a vida trabalhando. Combater a criminalidade, agilizar os processos, eliminar a impunidade e endurecer as penas é sinal de respeito a essa referência moral emergente no país! É por ele, pelo carroceiro, que escrevo este artigo. E também porque sou portador de uma anomalia que me faz ser a favor da sociedade e contra a bandidagem.

No entanto, a cada dia, aumenta o número daqueles que estendem o dedo duro para nós, o povo, indigitando-nos como principais culpados pelos males que a insegurança nos impõe. Nós, você e eu, leitor, seríamos vítimas da nossa própria perversidade e os grandes responsáveis, tanto pela situação do papeleiro quanto pela opção do traficante, do ladrão, do assaltante e do homicida. Por isso, falando em nome de muitos, de poucos ou apenas no meu próprio, gostaria de conhecer a natureza do delito que nos imputam, dado que já estamos devidamente desarmados pelas exigências que cercam a posse de qualquer arma, encarcerados por grades de proteção e temos as mãos contidas pelas algemas da impotência cívica. Nós só queremos que nos permitam progressão para o semi-aberto, puxa vida!

puggina@puggina.org
*ESCRITOR
JORNAL ZERO HORA, DE PORTO ALEGRE

HAVANA – DISFARÇANDO A MISÉRIA

Por: FRANCISCO VIANNA

(com base na visita recente de um amigo à ilha-cárcere dos Castros)
Domingo, 30 de maio de 2010

A ditadura Castro dá uma lavada na cara de partes do centro histórico da cidade, promove música ao vivo, noites shows e outras maquiagens, criando uma cidade para turista ver, onde os próprios cubanos estão impedidos de freqüentar como usuários. Mas, para cada fachada repintada e recuperada, é fácil encontrar dezenas de outras que revelam a miséria a que o regime comunista submete o seu povo.

Os chamados ‘coco-taxis’, são motoca com uma carenagem de fiberglass. Tomar um deles é se submeter a fortes emoções no trânsito caótico da cidade. Da antiga jóia do Caribe, pouca coisa resta digna de nota.

Alina tem pouco mais de 30 anos, a pele curtida pelo sol caribenho, os olhos estranhamente claros, o sorriso fácil e amigável. Começou a dirigir um coco-taxi por volta de 2006, quando decidiu sair de seu emprego num posto de saúde – onde além de ganha uma miséria ainda tinha que conviver com a miséria da medicina cubana que, apesar de tudo, é cantada em prosa e verso pelos comunistas – e candidatar-se a obter uma carteira de motorista, algo extremamente difícil na ilha-cárcere de Cuba. "Tive que esperar dois anos até conseguir uma e depois ainda esperei uns meses mais enquanto fazia cursos para ‘aprender’ o que deveria dizer aos poucos turistas estrangeiros que se aventuram a visitar a cidade", conta a moça motorista antes de vestir seu capacete e seus óculos escuros.

Qualquer taxista em Havana é um pouco de guia turístico preparado pelo estado comunista, e neste tipo de capacitação que recebem para conseguir a carteira, aprende exatamente o que deve dizer ao turista estrangeiro, uma vez que o turismo interno é uma atividade inexistente. Os locais não têm o direito de ir e vir como nas democracias. E uma denúncia de que um desses motoristas tenha dito algo diferente do script fornecido poderá lhe custar sua carteira e até algum tempo na cadeia. Os coco-taxis, esses pequenos triciclos com carroçaria arredondada que se assemelha a um coco, apesar de pouco seguros, acabam sendo um dos poucos meios de transporte com agilidade suficiente para desviar da buraqueira das ruas e capaz de percorrer suas vielas sujas e decadentes. Como tudo, no regime, é ruim, mas é barato. Mesmo assim, eles custam caro para o padrão de vida dos habitantes e são quase que exclusivamente utilizados por quem visita a ilha. É também fresco em face do calor natural que impera na cidade, porém seus ocupantes devem estar preparados para saírem dele ensopados caso caia uma chuva mais forte no caminho... Nos carros velhos que circulam nas ruas, o ar condicionado é um acessório destinado provavelmente apenas aos que pertencem ao politburo cubano.



A frota dos carros na rua, mostra o atraso imposto aos cubanos pelo regime comunista de Fidel Castro...

Mesmo assim, Alina diz que não trabalha todos os dias, porque há mais motoristas do que coco-taxis e há uma espécie de rodízio semanal entre os condutores. Mesmo assim, argumenta, "ganho muito mais com o coco-taxi do que ganhava antes no posto de saúde; alem disso, estou em contato frequente com pessoas de todo o mundo e posso conhecer um pouco da cultura delas, sua forma de pensar. Quase todos parecem estar cientes de que o que lhes digo é uma cantilena padronizada, exigida e fiscalizada pelo governo, mas, ao que parece, não se importam com isso", explica ela com um tom de resignação em suas palavras.

Enquanto a motoca triciclo avança em direção à ‘cidade-velha’ pelo famoso bairro Malecón, a nossa conversa com ela fica difícil e desagradável pelo barulho intenso do seu pequeno motor. Conta ela que, apesar de não comparável a qualquer outra capital latino-americana, a situação na ilha já esteve muito pior, há poucos anos atrás. Em que pese ainda muitas dificuldades e privações, ela garante que os cubanos confiam em que tudo ainda irá melhorar... "Claro que há muita coisa que tem que mudar, como em qualquer lugar. Mas há coisas que não queremos que se modifiquem... Todos falam em uma ‘abertura’ e todos nós esperamos uma ‘abertura’. Mas não queremos que essa ‘abertura’ acabe com as muitas coisas boas que temos aqui"... Quando pedi a ela que desse alguns exemplos dessas “coisas boas”, ela simplesmente desconversou e começou a descrever o local por onde passávamos. Insisti e ela me disse que a nossa conversa “estaba empezando a quedarse peligrosa”...

Apesar do comunismo, o povo cubano segue com sua forte religiosidade, única reduto de esperança em meio a tanta pobreza.

Ao entrar no bairro ‘El Vedado’, uma estranha praça surge em meio a um calçadão ladeado por dezenas de mastros negros e bandeiras negras que formam um obstáculo enorme para quem passa por ali não poder ter uma visão direta de um grande e moderno edifício, o qual, assim, fica quase que completamente vedado aos olhares do público. Aí ela me diz toda a cantilena que o governo exige que seja dita: "Esta é uma tribuna antiimperialista. Está em frente aos Escritórios de Interesses dos Estados Unidos – uma espécie de ‘embaixada extra-oficial’ americana em Cuba – porque de lá eles costumavam exibir cartazes e a passar gravações luminosas que nos atacavam (ao regime castrista), e assim os mastros e bandeiras em negro foram ali postos para dificultar ao máximo a visão direta pelos cubanos de toda essa propaganda anti-socialista e, assim, foi armada esta tribuna".

Painel eletrônico nos escritórios da representação comercial americana em Havana.

Ao cruzar o Monumento às Vítimas do Maine, o Malecón adquire outro aspecto. A ‘cidade velha’ começa a mostrar certa beleza ‘cultural e arquitetônica’ numa espécie de ‘decadência encantadora’. De frente para o mar, os edifícios recém recuperados externamente e pintados formam um conjunto de diversos estilos arquitetônicos do início do século XIX, quando Havana ganhou a alcunha de “pérola do Caribe”. "Muitos edifícios estão sendo restaurados por toda a cidade, graças à ajuda de países amigos, como o Brasil" – disse a nossa motorista de ‘coco-taxi’.

O castelo de São Salvador marca a entrada da Cidade Velha de Havana, uma área que se assemelha ao Pelourinho de Salvador na Bahia. Ali, Aline estaciona o veículo que dirige para nos deixar, pois estava terminada a sua corrida. Após dar-me algumas indicações aonde ir a pé, ela retorna à sua base.

Havana Velha conta uma história em cada canto, não apenas porque é uma das cidades mais antigas da América, mas porque é uma das que menos modificaram seu legado arquitetônico (a UNESCO, é claro, declarou-a como Patrimônio da Humanidade em 1982).

Fundada em 1519, rapidamente se converteu num porto importante para o comércio entre América e Europa e, também, num ponto estratégico militar. Daqui os espanhóis, ante o avanço de ingleses e holandeses, decidiram cercá-la de muralhas a partir do inicio da década de 1670 e, posteriormente, entre os séculos XVII e XVIII, protegê-la com três enormes fortalezas encravadas na entrada da cidade. Da primeira restam apenas vestígios na orla sul, enquanto as outras duas (os castelos de San Salvador com o Forte do Morro, e a fortaleza de San Carlos) estão lá como se o tempo não tivesse passado.

Seguindo as indicações de Alina, entramos a pé nessa parte da cidade e pudemos contemplar a antiga – porém carcomida – magnificência da cidade, antes conhecida como a ‘Jóia do Caribe’: as várias dezenas de mansões que compõem a principal área turística da cidade, onde se sucede uma carreira infindável de edifícios levantados entre meados do século XVII e inícios do século XVIII, apresentando estilos que vão do barroco ao neoclássico, passando pelo mourisco e o gótico. A vinda de famílias abastadas ficou plasmada no mármore que abunda nos pisos e nas colunas, nas madeiras nobres dos tetos e das escadarias, nos vestíbulos e nos assoalhos... Tudo lembra um remoto esplendor perdido pela ideologia comunista e que agora, com a ajuda externa de alguns países, o governo tenta promover uma pálida recuperação.

Abandonadas à própria sorte durante décadas, vastas áreas exibem, no entanto, as marcas da profunda deterioração provocada pela umidade, pelo salitre, mas, principalmente, pelo maior dos males: a falta de manutenção. "Nas piores épocas da escassez comunista, a última coisa que se pensava era em recuperar e pintar estes edifícios. Além do mais, não havia como fazê-lo; faltava cimento, cal, tinta", explica Vladimir, um músico de profissão que conhecemos no lugar. Ele se entrega rapidamente – e com visível necessidade de desabafar – ao nosso bate-papo e externa seu ponto de vista sobre a cidade.

Explica que Havana está sendo submetida há cerca de duas décadas a um profundo processo de restauração urbana e de recuperação de prédios antigos, num trabalho quase titânico ao custo de milhões de dólares por ano, muitos dos quais provêm de verbas da própria UNESCO, mas principalmente de ajuda de países amigos, como o Brasil, a Argentina, e outros. Essas propriedades, que hoje são do estado comunista, estão sendo renovadas e usadas como museus, centros culturais e até hotéis e butiques ao quais apenas os turistas têm acesso. Ou seja, nada que promova a geração de trabalho e riqueza. Nesses lugares, o cubano só entra para trabalhar...

Uma Havana que está sendo ‘maquiada’ para turista ver...

Para se ter um parâmetro mais nítido desse trabalho de recuperação de edifícios da cidade, basta se afastar uns quarteirões dos tradicionais circuitos turísticos e enveredar por ruas aonde ninguém quer ir. Ou seja, todo o trabalho está sendo feito apenas para “turista ver”, uma maquiagem da tradicional miséria socialista. As condições habitacionais em Havana continuam a mostrar quão grande é o atraso imposto a população pelo regime castrista.
Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento... É a farsa socialista.

Quer ir lá você também para ver?

Não precisa! Para ver pobreza e violência basta dar uma volta na periferia de nossas principais cidades, aqui no Brasil mesmo, e rezar para sobreviver a tal aventura...
Saudações,

Francisco Vianna

Tel-Aviv mudou e tornou-se um dos grandes polos empreendedores do mundo.

Do Blog De David Bor

David Brooks - 13/1/2010 -

Os judeus formam um grupo admiravelmente capacitado. Eles significam apenas 0,2% da população mundial, mas têm 54% dos campeões mundiais de xadrez, 27% dos ganhadores do Nobel de Física e 31% dos de Medicina.

Os judeus representam 2% da população dos EUA, mas são 21% dos alunos da Ivy League, 26% dos homenageados pelo Kennedy Center, 37% dos diretores ganhadores de Oscar, 38% de uma lista recente da Business Week com os principais filantropos, 51% do vencedores do Prêmio Pullitzer na categoria de não-ficção.

Em seu livro The Golden Age of Jewish Achievement (em português, A Era Dourada das Realizações Judaicas), Steven L. Pease apresenta um lista de explicações dadas para esse recorde de realizações.

A fé judaica encoraja a crença no progresso e na responsabilidade pessoal. Ela é baseada no aprendizado, não no ritual. A maioria dos judeus desistiu ou foi forçada a desistir da agricultura na Idade Média; desde então, seus descendentes têm vivido de suas habilidades. Migraram frequentemente, com ambição e perseverança de emigrantes.

Eles se agruparam em centros importantes no mundo todo e se beneficiaram da endêmica tensão criativa de tais lugares.

Só uma explicação não consegue justificar o recorde de realizações dos judeus. O curioso é que Israel não tem sido geralmente mais forte em áreas nas quais, durante a Diáspora, os judeus eram os mais fortes.

Em vez de pesquisa e comércio, os israelenses se viram forçados a dedicar suas energias para a guerra e para a política.

Milton Friedman costumava dizer, brincando, que Israel desmentiu todos os estereótipos do judeu. As pessoas pensavam, por exemplo, que os judeus eram bons cozinheiros, bons administradores e péssimos soldados. Israel provou que elas estavam erradas.

Mas isso mudou.

As reformas econômicas de Benjamin Netanyahu, a chegada de um milhão de imigrantes russos e a estagnação do processo de paz provocaram uma grande mudança histórica. Os israelenses mais capazes estão indo para a tecnologia, não para a política. Isso teve um efeito prejudicial na vida pública do país, mas foi um tonificante para a economia.

Tel-Aviv se tornou um dos principais polos empreendedores do mundo. Israel tem, per capita, bem mais, lançamentos de empresas de tecnologia de ponta do que qualquer outro país. É campeão em gastos com pesquisas e desenvolvimento civís. Está em segundo lugar, atrás dos EUA, em número de empresas listadas na Nasdaq. Israel, com 7 milhões de habitantes, atrai tanto capital de risco quanto a França e a Alemanha juntas.

Como Dan Senor e Saul Singer escreveram em Start-Up Nation:

The Story of Israel's Economic Miracle (em português, Um País de Lançamentos de Empresas: A História do Milagre Econômico de Israel), o país agora possui um cluster de inovação clássico, um local onde obsecados por tecnologia trabalham bem próximos e se alimentam das ideias uns dos outros.

Por causa da força da economia, Israel aguentou a recessão global razoavelmente bem. O governo não teve de ajudar seus bancos ou desencadear um explosão de gastos a curto prazo. Em vez disso, usou a crise para solidificar o futuro da economia a longo prazo, ao investir em pesquisa e desenvolvimento e em infraestrutura, aumentou alguns impostos de consumo e promete cortar outros a médio e longo prazos. Analistas da Barclay's escreveram que Israel é"o caso de recuperação mais forte" na Europa, Oriente Médio e África.

O sucesso tecnológico de Israel é fruto do sonho sionista.

O país não foi fundado para que colonos errantes pudessem ficar entre milhares de palestinos zangados em Hebron. Ele foi fundado para que os judeus pudessem ter um local seguro para ficar juntos e criar coisas para o mundo. Essa mudança na identidade israelense tem implicações duradouras. Netanyahu prega a visão otimista: a de que Israel vai se tornar o Hong Kong do Oriente Médio, com benefícios econômicos transbordando para o mundo árabe. De fato, há várias evidências apoiando essa visão, em locais como Cisjordânia e Jordânia.

Mas é mais provável que o salto econômico de Israel vá ampliar a diferença entre ele e seus vizinhos. Todos os países da região falam em promover a inovação. Alguns países ricos em petróleo gastam milhões de dólares tentando montar centros de ciência. Contudo, locais como o Vale do Silício e Tel-Aviv são criados por uma confluência de forças culturais, e não por dinheiro. Os países vizinhos não têm a tradição de troca intelectual livre nem de criatividade técnica. Por exemplo, entre 1980 e 2000, os egípcios registraram 77 patentes nos EUA; os sauditas, 171; e os israelenses, 7.652.

O boom tecnológico também cria uma nova vulnerabilidade. Como Jeffrey Goldberg, do The Atlantic, argumentou, esses inovadores são as pessoas mais móveis do planeta. Para destruir a economia de Israel, o Irã não precisa mesmo jogar uma bomba nuclear no país. Ele só precisa provocar instabilidade suficiente para que os empresários decidam que é melhor se transferirem para Palo Alto, onde muitos deles já tem contatos e casas.

Os judeus norte-americanos costumavam manter um pé em Israel caso as coisas ficassem ruins por aqui. Agora os israelenses estão mantendo um pé nos EUA. Durante uma década de pressentimentos cinzas, Israel se tornou um sucesso impressionante, mas também um sucesso altamente móvel.

David Brooks é jornalista, colunista do New York Times e autor de A Sociedade na Era da Informação e Bubos No Paraíso - Burgueses Boêmios Tradução: Rodrigo Garcia


Postado por David às 18:15 0

Extravagâncias de Brasília

SUELY CALDAS

- O Estado de S.Paulo

No Brasil os pobres são a parcela da população que mais paga impostos para sustentar um Estado caro e garantir os altos salários de funcionários públicos ricos. Segundo pesquisa da Fiesp, baseada em números da Receita Federal, as famílias pobres que vivem com até dois salários mínimos consomem 48,9% de sua renda em pagamento de impostos. Já os funcionários da Câmara dos Deputados, que na quarta-feira tiveram salários reajustados em 15% e passaram a ganhar entre R$ 4,3 mil e R$ 22 mil, pagam carga tributária bem menor, entre 31,8% e 26,3% de sua renda.

Essa transferência de renda perversa, que tira do pobre para dar ao rico, explica em grande parte a concentração da renda no Brasil. Só que é uma realidade camuflada, escondida, não é divulgada por órgãos públicos nem trabalhada e detalhada por instituições de pesquisa. E por quê? Simplesmente porque não interessa aos sucessivos governos.

Pesquisar, cruzar e expor os números para mostrar quem ganha e quem perde no rateio da renda do País vai tornar claro justamente o que interessa ao governo esconder: além de se apropriar de boa parte do dinheiro dos impostos pagos por todo o resto da população, o setor público tira proveito da atribuição legal de aprovar e executar leis e regras de governança do País, elevando seus próprios salários acima do suportável para a população que o sustenta. Afinal, são deputados e senadores que fazem as leis, definem o reajuste de seus salários, legislam em causa própria e, depois, remetem para o presidente da República aprovar e sancionar. E Lula confirmou e assinou o reajuste do Legislativo: não quer perder votos de servidores públicos para sua candidata. E, como em ano eleitoral deputados e senadores costumam aprovar privilégios públicos para ganhar votos com dinheiro privado dos contribuintes, já estão em curso:

Aumento salarial médio de 56% para os funcionários do Judiciário (impacto de R$ 6,4 bilhões/ano em gastos);

Novo Plano de Cargos e Salários para o Senado (mais R$ 380 milhões);

Piso nacional de R$ 3,5 mil para policiais civis, militares e bombeiros (R$ 20 bilhões);

Criação de 5.365 vagas de agentes de combate a endemias (R$ 2,4 bilhões).

"Virou uma gandaia", interpretou o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao referir-se ao oportunismo irresponsável dos parlamentares em abusar do dinheiro público para favorecê-los em campanha eleitoral. Mas é uma "gandaia" a que o próprio presidente Lula aderiu nos episódios dos reajustes salariais dos servidores da Câmara e dos aposentados que ganham acima do salário mínimo. Na quinta-feira ele disse que vai parar por aí, chamou de "sandice" o comportamento dos parlamentares, mas deixou uma brecha para nova "sandice": "Vamos cumprir as parcelas de aumento que tínhamos acordado em 2008", decerto referindo-se ao reajuste dos funcionários do Executivo, que Paulo Bernardo descartou há dias, na expectativa de adiar para o novo presidente.

Com seus salários privilegiados na comparação com a remuneração dos trabalhadores privados, os funcionários públicos fazem de Brasília a cidade com maior renda per capita do Brasil - R$ 34,7 mil/ano, o dobro da média do País e sete vezes mais do que a do Piauí. O salário médio do Poder Judiciário (do motorista ao juiz), por exemplo, ultrapassa os R$ 7 mil e, se depender do Congresso, vai aumentar em mais 56%, produzindo uma conta de R$ 6,4 bilhões a ser paga pelo contribuinte - menos o rico e mais o pobre que ganha até dois salários mínimos e compromete metade de sua renda com impostos.

No Brasil a população paga impostos - às vezes sem perceber - e quer ser retribuída pelos governos com ações de progresso social e econômico que melhorem as condições de vida do País. As retribuições mais esperadas e aprovadas pela população são os programas sociais dirigidos a exterminar a miséria e a pobreza, eficiência nos serviços públicos de saúde, educação e segurança e investimentos direcionados ao progresso econômico. É para isso que serve o Estado, não para conceder privilégios aos que nele trabalham.

DILMA RECUSA MAIS UM CONFRONTO COM SERRA E MARINA, AGORA NA CNA. EXPLICA-SE: ELA PRECISA NÃO EXISTIR PARA SER ELEITA

Blog

Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 18 de junho de 2010 | 18:16

A candidata petista a Presidente, Dilma Rousseff, havia topado participar de uma sabatina promovida pelo portal UOL e pela Folha Online. Cancelou. Alegou problema de agenda — essa viagem que ela faz à Europa, sempre notando que a viagem é que se sobrepôs à sabatina, não o contrário. No dia 1º de julho, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) realiza também o seu encontro com os presidenciáveis, a exemplo do que fez a CNI, da Indústria. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) vão participar. A petista está, de novo, com problema de agenda.

Publiquei no blog o filme de duas curtas intervenções de Dilma na sua viagem à Europa. Fica evidenciada ali a sua dificuldade de se expressar com clareza — e não se sabe até onde isso é conseqüência da dificuldade de pensar com clareza. Os embates públicos, na primeiríssima fase da campanha, não lhe foram, com efeito, satisfatório. E o PT decidiu que Dilma falará sem opositores até quando for possível. E, no melhor dos mundos, assim seguirá até o fim.

Dilma quer evitar o efeito comparação. O maior temor, evidentemente, é Serra, com quem aparece empatada nas pesquisas. Mas o embate com Marina também não lhe é confortável. Num caso, teme a confrontação técnica; no outro, a, como posso dizer?, mitológica.

Serra não é exatamente um adversário a quem se possa responder com a tradicional chicana petista, que mistura supervalorização dos feitos de Lula — até setores do Ministério do Planejamento evidenciam a patacoada da fala oficial (ver abaixo) — com mistificação ideológica. Com o tucano, a velha saída à esquerda do petismo não funciona. De modo curioso até, os petistas insistem em afirmar, ainda que por vias tortas, que esquerdista mesmo é… Serra!!! Dilma fica sem discurso.

Com Marina, a coisa se opera em outro nível. Ainda que pouca gente entenda direito o que a candidata verde diz — ela goza de uma espécie de licença para ser genericamente boa, genericamente bem-intencionada e espantosamente contraditória —, o fato inegável é que a senadora tem a simpatia da audiência. Parece que Marina não mata nem barata antes de um diálogo produtivo sobre todas as implicações éticas de tal ato. Até acho que, no embate das duas, Dilma acaba sendo prejudicada mais por suas eventuais virtudes do que por seus defeitos. Mas e daí? Numa disputa eleitoral, esses discursos não-verbais, próprios das esferas de sentimentos, de sensações, contam muito.

Os analistas abduzidos pelo petismo tendem a afirmar que falta aos adversários de Dilma uma plataforma. Eu diria que, no confronto direto, quem, dos três, realmente não tem plataforma nenhuma que não seja a continuidade é Dilma Rousseff. Tirem-lhe Lula, e vamos ver o que sobra.

O confronto direto evidencia aquilo que o próprio Lula já revelou: há um buraco na cédula, onde “deveria” estar o nome dele. Como a legislação não permite, então vai o nome de Dilma mesmo…

Horário político, horário eleitoral, viagem ao exterior sem opositores para encher o saco… É o único caminho possível para a candidata do PT. Não exibi o filme em que José Eduardo Cardozo leva a mão à cabeça quando Dilma fala só para ser ranheta. Trata-se de um símbolo de uma candidatura.

A chance de Dilma ser eleita está em Dilma não existir. Lembremo-nos fala de Lula:


Vai ser a primeira eleição, desde que voltou (sic) as eleições diretas para presidente, que o meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio naquela cédula.

Dilma está no lugar do vazio. Lula quer eleger o vazio. E o vazio não quer o confronto porque não tem o que dizer. Nem mesmo pode ser socorrida pelas utopias de Marina.

GOVERNO LULA CENSURA PORTAL NA INTERNET QUE TRAZIA DADOS DO PAÍS REAL, NÃO DAQUELE VENDIDO PELA PROPAGANDA

Blog

Reinaldo Azevedo

sábado, 19 de junho de 2010 | 5:55

O decálogo de problemas que segue abaixo poderia se um roteiro utilizado pelos candidatos de oposição José Serra (PSDB) ou Marina Silva (PV). Mas não é — ou NÃO ERA. Ribamar Oliveira, do jornal Valor Econômico, colheu essas avaliações num portal oficial, do próprio governo (ver post de ontem). Antes que prossiga, uma síntese:

1 - a política de reforma agrária do governo Lula não alterou a estrutura fundiária do país nem assegurou aos assentamentos assistência técnica, qualificação, infra-estrutura, crédito e educação;
2 - a qualidade dos assentamentos é baixa;
3 - os programas oficiais não elevam a renda dos agricultores, que ficam dependendo do Bolsa Família;
4 - imposições da legislação trabalhista no campo acabam provocando fluxo migratório para as cidades;
5 - a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda não definiu uma política de curto ou médio prazo para a formação de um estoque estratégico e regulador de produtos agrícolas.
6 - em futuro próximo, a produção de biodiesel não será economicamente viável;
7 - a reconstrução de uma indústria nacional de defesa voltada para o mercado interno, prevista na Estratégia Nacional de Defesa, não se justifica;
8 - a educação brasileira avançou muito pouco e apresenta os mesmos índices de 2003 em várias áreas:
9 - é baixa a qualidade da educação em todos os níveis; os que concluem os cursos não têm o domínio dos conteúdos, e as comparações com indicadores internacionais mostram deficiências graves no Brasil;
10 - O analfabetismo funcional, entre jovens e adultos, está em 21% na PNAD de 2008, uma redução pequena com relação à PNAD de 2003, que era de 24,8%. O número absoluto de analfabetos reduziu-se, no mesmo período, de 14,8 para 14,2 milhões, o que aponta a manutenção do problema.

Essas informações todas estavam no “Portal do Planejamento”, criado pela Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico (SPI), tarefa que durou um ano e meio. E QUE SUMIU EM UM DIA. Bastaram uma ordem e um clique. É isto mesmo: o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) mandou tirar o site do ar. Eram cerca de 3 mil páginas abordando 52 temas.

Bernardo justificou assim a censura em entrevista à rádio CBN:
“Vários ministros me ligaram para dizer: ‘Olha, estão fazendo críticas às políticas desenvolvidas pelo meu ministério, mas nós não fomos chamados a discutir’. Ficamos numa posição um pouco delicada de explicar que aquilo não era posição fechada do Planejamento; são técnicos fazendo debate.”

Entendo… o ministro convocou uma reunião para segunda-feira com os responsáveis pelo Portal:
“Me parece que um site para discutir políticas de governo deve ter um nível de acesso para quem é gestor, outro para quem é jornalista e outro para o público em geral”.
Deixe-me adivinhar como seria essa gradação e o produto oferecido a cada um:
- ao gestor, a verdade;
- ao jornalista, uma quase verdade;
- ao público, o de sempre…

Vamos compreender
É evidente que nenhum governo gosta de ser criticado pelo… próprio governo. Não me atrevo a dizer que este ou aquele não agiriam assim. Aliás, acho curioso que um portal dessa importância vá ao ar sem o conhecimento do chefe da pasta. A questão aí não é matéria de gosto, não.

O que o portal revela é que existem dois Brasis: aquele real, conhecido pelos técnicos do governo, que veio a público por um breve instante, e o outro, o de propaganda, este de novas auroras permanentemente anunciadas pelo governo, ancorado numa verba bilionária de propaganda.

Como se nota, Paulo Bernardo acha que é preciso trabalhar com “níveis” de acesso, como se aqueles informações não fossem dados sobre políticas públicas, mas matéria de “segurança nacional”. Informações relevantes, pois, para orientar tais políticas passariam a ser privilégio de uma espécie de casta.

Nunca antes na história destepaiz!!!

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