EIS UM TEXTO PERFEITO E VERDADEIRO, DE FERNANDO BIHARI, SUSCITADO POR UMA PERGUNTA DE DELTA-JC MACLUF, SOBRE O TEMA: Direito à mentira ou seria Direito à verdade?!
MACLUF ESCREVEU, PERGUNTANDO:
Aqui existe o velho dilema: “O que nasceu primeiro.... O ovo ou a galinha” ?
Será que quem começou não foram os líderes da “REVOLUÇÃO SALVADORA” que derrubaram um governo democraticamente eleito?
Só para pôr otema em discussão !!!!
FERNANDO BIHARI RESPONDE CIRCUSTANCIADA, CORRETA E DEFINITIVAMENTEMENTE, COM OS FATOS HISTÓRICOS RICA E PERFEITAMENTE NARRADOS (APC):
Boa pergunta... então vamos à história:
Quem foi que iniciou a "Intentona Comunista de 35"? Foi o governo do Estado Novo (do ditador ou caudilho populista Getúlio Vargas) ou foi a vontade de tomada do poder pelos seguidores da Revolução Russa de 1917" (ou comunistas brasileiros)?
As raizes do Movimento de "Redemocratização popular no Brasil" vêm desde a criação da Internacional Comunista (ou Socialista). Esta foi criada em 1864 pela a AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores) cujo o mentor era Karl Marx. Cerca de 45 anos depois, durante a III Internacional Comunista (Kominter) a idéia de difusão das idéias marxistas, agora associadas a Vladimir Ilyitch Ulianov, vulgo Lenin, tomarão mais força com a arregimentação de arautos pelo mundo afora.
No Brasil, um dos participantes do Movimento conhecido como Tenentismo (Luís Carlos Prestes - Porto Alegre, 3 de janeiro de 1898 — Rio de Janeiro, 7 de março de 1990) foi um militar e político comunista brasileiro. ...) , após mostrar liderança durante a conhecida Marcha Miguel Costa-Prestes, foi atraído e instruído pela Komintern e retornou ao Brasil iniciando os preparativos da Intentona Comunista de 1935, bem longe dos objetivos básicos que proclamara antes durante o "Tenentismo", mas sim com a meta de instituir regime comunista semelhante, no Brasil, àquele em vigor na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, de conotação marxita-leninista e já com as aberrações, "mui democráticas" de liberdade de expressão (censura férrea), impostas por Josef Stalin.
Após o fracasso de 1935, Prestes, que se refugiou uma vez mais na ex-URSS, continuou na sua "luta" de instituir o "socialismo democrático popular" que existia em seu lugar de exílio. Com o término da II Guerra Mundial, novas lideranças surgiram no Brasil, algumas nem tão novas, outras mais "jovens", entre estas de um jovem gaucho, que lutava por idéias de fortalecimento do movimento socialista, chamado João Belchior Marques Goulart.
Por indicação de seu mentor, o ex-ditador Getúlio Vargas, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul e mais tarde, quando da eleição do ex-ditador à Presidência da República, nomeado Ministro do Trabalho. Envolvido com o movimento sindicalista e apoiado pelos partidos Comunista Brasileiro (Luis Carlos Prestes - o mesmo da Intentona Comunista de 1935) e o Partido Socialista Brasileiro, além, lògicamente, pelo Partido Trabalhista Brasileiro e o Partido Social-Democrático, tentou, quando assumiu a Presidência do Brasil após a renúncia de Janio Quadros em 1961, instituir diversas mudanças na legislação brasileira.
Tais mudanças foram duramente repudiadas pela parte da população brasileira mais conservadora. Até se ver derrotado no Congresso, quando do lançamento do Plano Trienal que previa entre outras coisas a reforma agrária comunista (propriedades com extensão acima de 600 hectares seriam desapropriadas e distribuídas a população rural) e a reforma urbana comunista (quem possuisse mais de uma residência perderia as "excedentes").
Tudo isto fêz com que após seu decreto 53.700 (13 de março de 1964) coloca-se em choque as correntes políticas mais conservadoras e as mais "socializantes", terminando por ser destituído da Presidência pela Revolução Redentora, iniciada pelo General Olimpio Mourão Filho como reação a "Revolta dos Marinheiros", insuflada pelo presidente João (Jango) Goulart e seu cunhado Leonal de Moura Brizolla, que causara uma quebra na hierarquia militar na Marinha Brasileira.
Tudo isto fêz com que após seu decreto 53.700 (13 de março de 1964) coloca-se em choque as correntes políticas mais conservadoras e as mais "socializantes", terminando por ser destituído da Presidência pela Revolução Redentora, iniciada pelo General Olimpio Mourão Filho como reação a "Revolta dos Marinheiros", insuflada pelo presidente João (Jango) Goulart e seu cunhado Leonal de Moura Brizolla, que causara uma quebra na hierarquia militar na Marinha Brasileira.
Os movimentos da extrema esquerda, que vinham se desenvolvendo, se viram em um momento "ótimo" de re-iniciarem a tomada do poder. Ainda tendo Luís Carlos Prestes como mentor, atrás das cortinas, novos lideres, principalmente estudantis e sindicalistas, unidos a alguns militares, sob orientação e instruídos na prática da guerrilha - vitoriosa em diversas regiões do mundo -, iniciaram seus ataques ao então poder constituido no Brasil.
Como você pode ver, o ovo e a galinha estiveram juntos por todo êste tempo. O que se discute é que ambos os lados fizeram atos desumanos, como tortura e assassinatos, não foram sòmente alguns elementos das Forças Armadas ou das Forças de Segurança do Estado que empregaram tais metodos... e nem foram êstes últimos que isto iniciaram. Era do pensamento dos lideres da "Revolução Redentora" (Contra-revolução), tendo na Presidência da República o preclaro Gen. Carlos de Alencar Castello-Branco, devolver o poder aos civis ao cabo de 6 meses, porém, devido a ataques violentos iniciados, já na aurora do Movimento de 1964, contra esta restituição de poder, o regime implementado foi se tornando mais "duro" - a tal lei de ação e reação de Newton -, até chegarmos à decretação do Ato Institucional Nº 5, que endureceu de vez as coisas no Brasil.
Agora... sem discutirmos as idéias socializantes de Jango e Brizolla, entre outros, os discursos contra o "imperialismo" americano... todo êste movimento, contra o qual qual a luta armada era a "solução", foi e é ungida de ações popularizadas pelos movimentos liderados por Lenin, Stalin, Mao, Fidel, etc... onde os "fins justificam os meios", nos quais nunca as promessas foram inteiramente cumpridas, a democracia passa a ser simplesmente um figura de retórica, a liberdade de expressão se perde no primeiro balido de tais movimentos, a igualdade é nivelada para baixo e a fraternidade só é vista entre os grupos no poder.
Agora... sem discutirmos as idéias socializantes de Jango e Brizolla, entre outros, os discursos contra o "imperialismo" americano... todo êste movimento, contra o qual qual a luta armada era a "solução", foi e é ungida de ações popularizadas pelos movimentos liderados por Lenin, Stalin, Mao, Fidel, etc... onde os "fins justificam os meios", nos quais nunca as promessas foram inteiramente cumpridas, a democracia passa a ser simplesmente um figura de retórica, a liberdade de expressão se perde no primeiro balido de tais movimentos, a igualdade é nivelada para baixo e a fraternidade só é vista entre os grupos no poder.
E a pergunta de quem deu o primeiro tiro fica completamente enevoada, causando mais injustiças, em nome de uma suposta "justiça". Ambos os lados em uma guerra cometem atos terrivéis. Se querem realmente constituir um "Comitê da Verdade", que a verdade seja dita ou procurada e que a seja sem subterfúgios ou parcialidades.
Ambos são pecadores e portanto nenhum merece qualquer recompensa por crimes que cometeram. Isto de darem indenizações "às vitimas" do então poder constituido não tem cabimento, pois então também deveriam "distribuir" tão lautas indenizações às "vitimas" dos movimentos da tal "redemocratização" e a toda população brasileira - em geral - que foi vitima de ambos os lados e é quem hoje paga a salgada conta!
Ambos são pecadores e portanto nenhum merece qualquer recompensa por crimes que cometeram. Isto de darem indenizações "às vitimas" do então poder constituido não tem cabimento, pois então também deveriam "distribuir" tão lautas indenizações às "vitimas" dos movimentos da tal "redemocratização" e a toda população brasileira - em geral - que foi vitima de ambos os lados e é quem hoje paga a salgada conta!
Fernando Bihari. Revisão e edição de Álvaro P. de Cerqueira. 29.12.2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário