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domingo, 12 de dezembro de 2010

Menos uma frente de batalha... Diogo Mainardi apenas uma vez ao mês...

Postado por José Eduardo C. Santarelli Manno em 12 dezembro 2010 às 16:30

.“VEJA é uma Ferrari. Para poder me livrar do dilmismo, estou pronto a ceder minha vaga na escuderia. O que eu quero, neste momento, é pilotar um kart. De agora em diante, escreverei apenas um artigo mensal para VEJA”

Esta é minha última coluna.

Eu passei oito anos zombando do lulismo. Se agora eu passasse a zombar do dilmismo, que é uma mera pantomima do lulismo, eu me tornaria uma mera pantomima de mim mesmo.

— Diogo é um Arlecchino! Diogo é um Pantalone! Diogo é uma Colombina!

O lulismo queria que eu fosse embora do Brasil. Eu fui. O lulismo queria que eu me desinteressasse do presidente da República. Eu me desinteressei. O lulismo queria que eu renunciasse à minha coluna. Eu renunciei. Eu sou igual a um marido que, para poder se livrar da mulher amarga e rancorosa, cede todos os seus bens e vai morar num flat. Eu fui morar num flat mental. Eu fui morar numa kitchenette existencial. Eu sei que o lulismo está feliz de se separar de mim, mas garanto que eu estou incomparavelmente mais feliz de me separar dele.

Rubens Barrichello compreendeu a natureza do dilmismo. Quando lhe perguntaram o nome da presidente eleita, ele respondeu sabiamente:

— Como é que se chama a mulher?

A partir de hoje, esse é meu lema. Eu posso falar sobre Bartolomeo Bon. Eu posso falar sobre Anco Marcio. Eu posso falar sobre Cosmè Tura. Quem mais? Eu posso falar sobre Sexto Empirico. Eu posso falar sobre Pavel Chichikov. Eu posso falar sobre Pepe Le Pew. Só a presidente eleita está proibida de entrar em meu flat mental. Sobre ela, minha resposta será sempre a mesma:

— Como é que se chama a mulher?

Além de compreender a natureza do dilmismo, Rubens Barrichello compreendeu também a natureza do automobilismo. Ele demonstrou que, se é para guiar devagar, ninguém precisa de uma Ferrari. VEJA é uma Ferrari. Para poder me livrar do dilmismo, estou pronto a ceder minha vaga na escuderia. O que eu quero, neste momento, é pilotar um kart. De agora em diante, escreverei apenas um artigo mensal para VEJA. Renuncio à coluna, portanto, mas continuo aqui, em marcha lenta. Milan Kundera disse que quem anda devagar contempla as “janelas de Deus”. Rubens Barrichello anda devagar e contempla as janelas de Deus. Sou bem mais modesto do que ele. Para mim, basta poder contemplar as janelas da minha kitchenette existencial.

O primeiro ato de um espetáculo grotesco, como aquele encenado pelo lulismo até 2006, pode despertar algum interesse. O segundo ato é inevitavelmente mais sonolento. Mas é o terceiro e último ato, repetindo as mesmas galhofas dos anteriores, que realmente entedia e aporrinha o espectador. Foi para poupar o público desse constrangimento que resolvi sair do palco.

— Onde está o Arlecchino? Onde está o Pantalone? Onde está a Colombina?

(Um espectador aplaude. Outro atira um tomate. Outro ronca. Luzes.)

Por Diogo Mainardi

Um comentário:

"Política sem medo" disse...

Que Pena que o Diogo esta saindo mas ele tem razao, nao ha mais o que falar dessa gentalha. Agora so nos resta a irritacao de receber comentarios maldosos de ANONIMOS do petismo que continuam a nao fazer nada e recebendo salario que nos pagamos. Tem um anonimo que vai alem e diz que no seu local de trabalho os colegas passam o dia todo rindo de tanta besteira que eu falo no meu blog e que isto se tornou um point para "tirar sarrao". Isso mostra como os petistas "trabalham": LENDO OS BLOGS QUE OS CRITICAM.