Augusto Nunes
A imensa maioria dos eleitores de Taquaritinga não estudou em Harvard, não fala como personagem de livro de Machado de Assis, não é fluente em outros idiomas ─ não apresenta, enfim, nenhum dos sintomas que permitem à companheirada identificar integrantes da elite.
Mas nem os doidos de pedra da cidade onde nasci votam em quem não diz coisa com coisa.
Não chegaria a 100 votos, por exemplo, um candidato a prefeito que prometesse melhorar o sistema de atendimento à saúde com a seguinte discurseira:
“É necessário tê clínica especializada.
Porque as pessoas não podem recorrê ao… o hospital quando se trata de… de fazê exames especializados.
Não pode i pro hospital porque lá no hospital a média e alta complexidade… uma pessoa que precisa de tratamento de urgência.
Então eu acredito que todas as experiências de policlínicas especializadas são fundamentais.
Por que?
Porque u.. aí na policlínica ocê teria toda a possibilidade do tratamento especializado… de estômago, de pulmão, enfim… é…da…da… de todas as chamadas… tratamento de ouvido, garganta, e etc…
laringe, enfim, cê teria um tratamento especializado pá avaliá se seu caso é de… né?… é… é… ocê vai tê uma medicação, vai ficá em casa, vai tê um acompanhamento médico, aí seria a policlínica especializada”.
Parece mentira?
Pois é exatamente isso o que diz Dilma Rousseff em seu site oficial.
Pela pergunta que abre o palavrório, pode-se deduzir que ela está querendo dizer que a salvação da saúde está em algo que chama de “clínica especializada”.
Mas não consegue explicar o que é isso.
Só consegue ampliar a montanha de evidências de que a candidata que não tem ideias próprias não consegue sequer declamar as que lhe são sopradas.
Como todo sinal de alarme, o som de um neurônio em ebulição é perturbador, mas muito útil.
Quem tem juízo entenderá que Dilma Rousseff não é uma candidata em campanha.
É uma ameaça a caminho.
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Postado por Blog da Resistência Democrática no Resistência Democrática em 7/20/2010 05:50:00 PM
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terça-feira, 20 de julho de 2010
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