A UPEC se propõe a ser uma voz firme e forte em defesa da ética na política e na vida nacional e em defesa da cidadania. Pretendemos levar a consciência de cidadania além dos limites do virtual, através de ações decisivas e responsáveis.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

O cárcere como mecanismo de libertação

Alejandro Peña Esclusa | 19 Julho 2010
Notícias Faltantes - Denúncias

Do cárcere, Alejandro Peña Esclusa envia uma mensagem de incentivo a seus amigos e apoiadores; uma comovente lição de vida, na qual se faz notória sua coragem e seu compromisso com os mais altos valores transcendentes.

Desde há dois anos tenho esperado meu encarceramento, devido ao trabalho tão efetivo que venho realizando contra o Senhor Chávez e seus aliados do Foro de São Paulo.

Nos próximos dias e semanas, se irá divulgando o alcance de tal trabalho.

Amigos e conhecidos, e inclusive meus companheiros de UnoAmérica em todo o continente, insistiram comigo em que devia sair da Venezuela e trabalhar desde fora.

"No exterior você poderá ser mais útil à causa; na prisão estará anulado", me diziam.

Entretanto, eu lhes respondia: "A Venezuela necessita de líderes dispostos a se sacrificar por sua pátria. Há tanto desencanto, tanto descrédito, que devemos proporcionar ao país dirigentes que dêem testemunho de seu amor pela Venezuela. É a única forma de levantar o moral do povo", disse-lhes.

Também reiterei a meus companheiros que esta luta não é só política, senão primordialmente espiritual.

Um modelo materialista e ateu não se vence com receitas políticas, senão com valores e princípios transcendentes, encarnados em líderes que, com seu exemplo, infundam otimismo e esperança.

Foi João Paulo II quem derrotou o comunismo na Polônia e não a atuação política, embora a colaboração do Solidarnost tenha sido fundamental.

Aqui aproveito para ressaltar que Fuerza Solidaria, a organização que presido, é inspirada naquela mesma luta, daí seu nome.

Pelo que foi dito anteriormente, meu encarceramento não só poderia contribuir para a libertação da Venezuela das garras do Castro-comunismo, senão que paradoxalmente, também me ajuda a libertar-me a mim mesmo.

Sinto que minha vida cobra um significado especial porque não vivo para meu próprio benefício, senão para uma causa que é superior a mim.

Se com o cárcere meus adversários pensavam em me manter prisioneiro, conseguiram justamente o contrário: libertaram sentimentos e emoções indescritíveis, daquelas que inflam o coração de amor pela pátria.

Aos meus queridos compatriotas lhes reitero:


Não tenham medo!


Ânimo, tenham esperança!


Alejandro Peña Esclusa

Desde o Irmão Cárcere

Caracas, 17 de julho de 2010.

Tradução: Graça Salgueiro

Nenhum comentário: