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domingo, 18 de julho de 2010

“A gente não pode ficar a vida inteira esperando a vontade de um burocrata que tá com a bunda na cadeira”.

É Lula pensando as instituições e dando aula de decoro

Lula e Sérgio Cabral organizaram um comício para Dilma no Rio, que acontece hoje. O chefão deve estar presente. Se ele não se contém nem na presença do presidente do TSE, imaginem no seu ambiente natural, que é deitando falação para a massa, num comício organizado por duas máquinas poderosas — o governo e o PT. Vai sobrar generalização e irresponsabilidade para todo lado.

Como eu sei? Bem, a história de Lula é minha melhor testemunha. Mas se o passado lhes parecer um lugar longe demais, fiquem com a fala de hoje. Lula foi a Diadema, no ABC paulista, administrada pelo PT, para inaugurar 252 apartamentos. E não teve dúvida: acusou o governo de São Paulo de retardar as licenças ambientais para obras do PAC:

“Não é apenas em Diadema que as licenças não saem. Em vários lugares deste Estado me parece que tem uma pessoa que não sei quem é, que cria dificuldades para dar as licenças ambientais para a gente fazer as coisas. É importante que os prefeitos partam para a briga”.

O presidente que fala é aquele que deixou que se passassem longos três anos sem que se tenha movido uma palha para as obras da Copa do Mundo. O atraso não se deve a “causas ambientais”, não! Trata-se de incompetência mesmo. E o PAC, como demonstram os números, não passa de uma fantasia de marketing, como é o “trem-fantasma”, também apelidado de “trem-bala”.

Mas isso não é tudo. Se um pouco de decoro restava a Lula — conceitualmente impossível de provar; só mesmo um empirista empedernido conseguiria demonstrar algum resquício —, o Babalorixá anuncia que acabou; decidiu ser indecoroso sem medo de ser feliz. Se o crime eleitoral compensa, ele aposta que a baixaria também. Leiam:
“Nossa passagem pela Terra é curta. E a gente não pode ficar a vida inteira esperando a vontade de um burocrata que tá com a bunda na cadeira, com ar-condicionado, sentado, sem se preocupar como é que o povo está vivendo (…). Eu já estou quase deixando de ser presidente e vou voltar a falar do jeito que sempre falei neste país”.

Lula antecipa em Diadema o tom e o vocabulário que pretende usar nos comícios em favor de Dilma. E está sendo explícito: o que impede o Brasil de ser bem-governado são as leis. É um debochado!

Por Reinaldo Azevedo

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