Por Augusto Nunes
Até ser promovida a candidata, Dilma Rousseff só fez de conta que nunca foi contrária ao Plano Real.
Há dois meses, começou a insinuar que o governo Lula pôde reconstruir o Brasil por ter, primeiro, liquidado a inflação.
Na entrevista ao Jornal Nacional, dispensou-se de pudores: para justificar as anêmicas taxas de crescimento registradas nestes sete anos e meio, garantiu que o chefe herdou um país flagelado pela inflação sem controle.
Está claro que é a cabeça de Dilma que não tem controle, mas é improvável que tenha esquecido o que testemunhou já perto dos 50 anos.
Como recordam até os feirantes amnésicos, a inflação selvagem se aproximava do índice mensal de 40% quando foi domada em meados de 1994 pelo Plano Real, concebido no governo Itamar Franco por uma equipe de economistas liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Comandado por Lula, e amparado em argumentos emprestados pela professora Maria da Conceição Tavares ao aluno Aloízio Mercadante, o melhor da turma dos piores, o PT se opôs com virulência à aprovação do plano.
Comandado por Leonel Brizola, o PDT endossou a ideia de matar no berço as medidas que erradicaram a praga inflacionária.
Dilma Rousseff endossou sem ressalvas a posição do partido a que foi filiada até ser atraída por uma proposta de emprego do PT.
Enjaulado abaixo de 1% ao mês durante oito anos, o monstro ameaçou acordar em novembro de 2002, contagiado pela excitação dos investidores internacionais com a vitória de Lula.
O próprio Fernando Henrique Cardoso cuidou de tranquilizar os amedrontados, o presidente eleito reafirmou publicamente que manteria as diretrizes da política econômica e já em dezembro o índice caiu. Lula assumiu um país em ordem.
Com um sorriso de aeromoça, Dilma fuzilou a verdade diante de milhões de espectadores.
Com a naturalidade de quem nunca viu nada de errado na expropriação do patrimônio alheio, protagonizou a tentativa de assalto, transmitida ao vivo, que tem por alvo a maior façanha de Fernando Henrique Cardoso.
Cabe à oposição impedir a consumação do roubo.
E cumpre a José Serra ordenar à adversária, com todas as letras e sem rapapés, que pare imediatamente de contar mentiras.
Direto ao Ponto
10/08/2010
Postado por Blog da Resistência Democrática no Resistência Democrática em 8/10/2010 08:33:00 PM
terça-feira, 10 de agosto de 2010
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