Jovem, preso há dois anos, teria confessado o 'crime' após ter sido torturado
Jamil Chade, enviado especial a Genebra
GENEBRA - O Irã condenou mais uma pessoa à morte neste fim de semana. Segundo o advogado Mohammad Mostafaei, um de seus clientes, Ebrahim Hamidi, de 18 anos, foi sentenciado por ser homossexual. A condenação, segundo o ativista, foi anunciada no domingo, mesmo sem ter na Corte um advogado para o defender.
Hamidi insistiu perante os juízes por meses que não era gay e sua defesa alertou que simplesmente não haveria prova que indicasse sua orientação sexual. Mas os juízes se utilizaram de uma brecha na lei que permite à corte interpretar atitudes e fatos em uma condenação.
O jovem não tem mais direito de apresentar uma apelação, ainda que ativistas na
Europa voltem a se mobilizar para tentar evitar a execução, que seria iminente.
Hamidi foi preso há dois anos em Tabriz, depois de uma briga entre sua família e vizinhos. Ele e mais três amigos que estiveram envolvidos na disputa acabaram sendo julgados e condenados por serem homossexuais e por terem assediado um homem.
Segundo Mostafaei, Hamidi confessou o crime depois de ter sido torturado. Já a suposta vítima admitiu que havia mentido. Mas mesmo assim a corte optou por condena-lo a morte.
No Irã, a lei estabelece que homossexualismo é passível de chibatadas, enforcamento ou apedrejamento. Segundo Mostafaei, se os juízes acreditarem que um menor teve prazer em uma relação sexual com um adulto, também pode ser condenado a chibatadas, ainda que se trate de um estupro.
Com seu escritório tomado pela polícia, Mostafaei alerta que casos como o de Hamidi e da iraniana condenada por adultério, Sakine Asthiani, podem seguir seu caminho na justiça sem qualquer defesa.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
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