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terça-feira, 17 de agosto de 2010

RESERVA IANOMAMI

Por Iracema Pedrosa

RESERVA IANOMAMI reúne hoje em torno de 10 milhões de hectares por força de decreto presidencial, assinado pelo então presidente Fernando Collor de Mello, em 15 de novembro de 1991.

Esse território indígena abriga no lado brasileiro 11.700 indivíduos tidos como ianomami (na Venezuela eles se somam a 15.193 índios).

Inicialmente, a área foi criada com 2,4 milhões hectares, tão logo se tornaram conhecidos os resultados do levantamento sobre as ricas jazidas minerais ali existentes, realizado pelo Projeto Radam-Brasil em 1975.

Há denúncias, contudo, de dúvidas quanto à veracidade ou não da existência dessa propalada etnia e de que ela teria origem no Palácio de Buckingham (Inglaterra), que criou a organização não governamental denominada Survival International (1969), cujo objetivo principal era a criação do Parque Ianomami, com recursos da World Wildlife Fund (WWF), da Sociedade para a Preservação da Fauna e da Flora (inglesa) e dos magnatas J ames Goldsmith e seus primos da família Rothschild, um dos principais grupos capitalistas do mundo.

Segundo o coronel Gelio Fregapani, que serviu ao Exército brasileiro durante quatro décadas, quase sempre ligado à Amazônia, a grita dos ambientalistas serve a interesses estrangeiros e que a criação da etnia ianomami foi forjada pelos ingleses.

A reserva atual é a maior e a mais rica província mineral do planeta, na tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana.

"Nela, nem as Forças Armadas e a Polícia Federal têm jurisdição por força de lei e já existe na Organização das Nações Unidas (ONU) a idéia de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário", diz o oficial.

Gelio Fregapani fundou e comandou o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, além de ser autor do livro "Amazônia – A Grande Cobiça Internacional" (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas), obra polêmica e nacionalista.

Segundo o coronel Rubem Moura J ardim, a Biblioteca do Exército distribuiu aos seus associados um livro de autoria do coronel Carlos Alberto Menna Barreto, que denuncia a inexistência, em todo o território brasileiro, de tribo indígena com a denominação "ianomami".

Menna Barreto (já falecido) era oficial pára-quedista com o curso de Comando e Estado-Maior do Exército.

Comandou o 26º Batalhão de Infantaria Pára-quedista e o 2º Batalhão Especial de Fronteira, sendo, a seguir, titular do Comando de Fronteira de Roraima (em território abrangido pela Reserva Ianomami, durante os anos de 1969, 1970, 1971).
Depois foi secretário de Segurança Pública do atual Estado de Roraima, entre os anos de 1985 a 1988, portanto, tendo larga e prolongada vivência nos assuntos daquela região amazônica.

A obra diz que o autor percorreu seguidamente o território da chamada Reserva Ianomami, fazendo pesquisas "in loco", onde constatou não haver nenhuma tribo com esse nome dentre as 18 relacionadas no Estado.
Evocando o fato, concluiu o militar que a "tribo ianomami não passa de história de ficção ou de uma farsa", o que o levou a dar o título ao seu citado livro de "A Farsa Yanomami".

A obra ainda esclarece que nas investigações feitas pelo autor e em estudos realizados por antropólogos e indianistas que percorreram a área em questão, jamais apareceu qualquer referência à tribo ianomami, inclusive na publicação intitulada "Índios do Brasil" (II volume), de autoria do Marechal Cândido Mariano Rondon.

O coronel Menna Barreto manifesta, em "A Farsa Yanomami", o seu espanto pela omissão histórica dessa etnia nas obras de Manoel da Gama Lobo D ' Almada, Alexandre Rodrigues Ferreira, os irmãos Richard e Robert Schomburgk, Philip von Martius, Alexander von Humboldt, J oão Barbosa Rodrigues, Henri Coudreau, J ahn Chaffanjon, Francisco Xavier de Araújo, Walter Brett, Theodor Koch-Grünberg, Hamilton Rice, J acques Ourique, Cândido Rondon e centenas de exploradores anônimos que cruzaram, antes disso, os vales do Uraricoera e do Orinoco, sem identificarem quaisquer índios com esse nome.

Para Menna Barreto, a fotógrafa romena Claudia Andujar, segundo a qual grande parte das terras de Roraima seriam posse "imemorial dos ianomami", conseguiu a proeza de dar foro de verdade à ficção na imprensa internacional.
Assim, os ianomamis passaram a "existir".

O militar garante que a romena é a responsável pela "ianomamização" de uma babel de tribos que pouco ou nada têm entre si, a não ser a vasta região onde vivem.
São várias etnias, com costumes e línguas diferentes, cujas culturas nem sequer registram o vocábulo "ianomami", ou algo semelhante.

"E quando Brasília se deu conta de que o reconhecimento de grupos indígenas requeria capacitação em antropologia, o mal já estava feito: a fotógrafa havia criado uma nação", afirma Menna Barreto.

A própria Comissão Pró-Yanomami (CCPY) reconhece que o etnônimo ianomami foi criado pelos antropólogos a partir da palavra ianomami que, na expressão ianomami thepe, significa "seres humanos", expressão oposta à iaro (animais de caça) e iai (seres invisíveis ou sem nome), bem com a nape (inimigo, estrangeiro, "branco").

Apesar da polêmica, o fato está consumado e, para todos os efeitos, não faltou quem não quisesse dar a sua mãozinha para justificar essa causa ambientalista e humanitária dessa pretensa etnia brasileira, a partir dos conflitos dos indígenas de Roraima com garimpeiros, cujo ápice ocorreu no final da década de 1980, quando houve uma verdadeira corrida do ouro neste então Território Federal. Logo surgiu a construção do etnônimo, da história e até do lendário ianomami, sob as bênçãos do presidente Collor de Mello, que procurava tão somente satisfazer os interesses da oligarquia britânica e do presidente americano George Bush (pai), que lhes acenavam com a ilusória possibilidade do ingresso do Brasil no clube das nações do chamado Primeiro Mundo.

Postado por Resistência Democrática

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