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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

FRANCISCO VIANNA

ONU DIZ QUE A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA DO EXTERIOR FAZ COM QUE O IRÃ ESTEJA À BEIRA DE CONSEGUIR A BOMBA ATÔMICA

:: FRANCISCO VIANNA (com base nas publicações de inteligência ocidentais)

Segunda feira, 7 de novembro de 2011


Os aiatolás prestes a terem seus próprios 'brinquedinhos' para varrerem países do mapa...

As informações obtidas pela inteligência internacional e da própria ONU, forneceram às autoridades nucleares da ONU (da AIEA, Agência Internacional de Energia Atômica) dados que demonstram que o governo do Irã tem conseguido desenvolver os passos críticos necessários para construir uma arma nuclear, devido à assistência que recebe de cientistas estrangeiros que superam obstáculos técnicos, conforme informe de diplomatas ocidentais e especialistas em energia nuclear que foram ouvidos sobre tais fatos.

Documentos e gravações forneceram novos detalhes sobre o papel exercido por um ex-cientista soviético especialistas em armas nucleares que supostamente tutorou os iranianos ao longo de diversos anos na construção de detonadores de alta precisão do tipo usado para disparar uma reação em cadeia nuclear, disseram tais autoridades e especialistas da ONU.

A tecnologia crucial mostra a ligação com especialistas no Paquistão e na Coréia do Norte, que também ajudaram o governo islamo-fascista do Irã a atingir o limiar do desenvolvimento da bomba nuclear, acrescentaram.

As autoridades da ONU, citando a inteligência secreta fornecida ao longo de diversos anos à AIEA, disseram que diversas gravações reforçam as preocupações de que o Irã continua a conduzir suas pesquisas relacionadas com a produção de ogivas nucleares após 2003 — quando, acreditam as agências de inteligência dos EUA, os líderes iranianos teriam suspendido tais experimentos por força de pressões internacionais e domésticas.

Os vigilantes nucleares da ONU têm programado a divulgação de um relatório, nesta semana, trazendo à luz seus achados sobre os esforços iranianos em obter ‘tecnologia nuclear sensitiva’. Temores de que o Irã possa rapidamente construir uma bomba atômica caso assim decida tem alimentado a ‘retórica anti-iraniana de ataques militares’. Alguns grupos americanos que apóiam o controle de armas têm advertido para o que temem possa vir a ser uma reação exagerada ao relatório, dizendo que ainda há tempo para ‘persuadir o Irã’ a mudar o seu comportamento.

As autoridades iranianas expressaram sua indiferença com relação ao relatório da ONU. “Deixe-os publicar para ver o que acontece”, disse Ali Akbar Salehi, um alto funcionário do ministério das relações exteriores do Irã, segundo reportou a semi-oficial Agência de Notícias Mehr, no sábado último. Salehi disse que a controvérsia sobre o programa nuclear iraniano é “100 por cento política”, e que a AIEA está “sob pressão de potências estrangeiras ocidentais”.

‘NA VERDADE A PESQUISA NUNCA PAROU’

Muito embora a AIEA tenha enérgica e veementemente censurado o Irã por anos a fio para que o país dê transparência e se livre de um número de projetos aparentemente direcionados à construção de um arsenal nuclear, as novas descobertas da inteligência da entidade internacional preencheram os contornos de um aparente programa secreto de pesquisas que provou ser mais ambicioso, mais organizado, e mais bem sucedido do que se suspeitava. Tendo iniciado nos primeiros anos da década passada e aparentemente reassumido — embora num ritmo mais comedido — após a pausa de 2003, os cientistas iranianos trabalharam assiduamente em múltiplas disciplinas para obter capacitações chaves necessárias para fazer e testar uma arma nuclear que pudesse caber dentro das ogivas de seus mísseis de longo alcance, conforme relatou David Albright, ex-inspetor da AIEA que revisou os citados arquivos da inteligência da ONU.

“Na verdade, o programa de Teerã nunca parou”, disse Albright, que é presidente do Instituto para a Ciência e Segurança Internacional, com base em Washington. Tal instituto publica análises largamente respeitadas e independentes sobre programas nucleares de todos os países do mundo, inclusive dos EUA, frequentemente com base em dados da própria AIEA. “Após 2003, os recursos financeiros foram disponibilizados para tais pesquisas (em áreas que não deixam dúvidas estarem relacionadas com a produção de armas nucleares), mas se mantiveram ocultos por constarem de orçamentos de “instituições civis”, disse Albright.

As autoridades da inteligência americana sustentam que os líderes do Irã não decidiram se constroem armas nucleares ou não, mas têm a intenção de reunir todos os componentes e habilidades para tal, de modo que possam montar uma bomba caso decidam fazê-lo. O Irã tem consistentemente sustentado que suas atividades nucleares têm fins pacíficos e tencionam apenas gerar eletricidade. Parece óbvio que, em vista de tudo isso, pouca gente, no Ocidente, acredita nessa estória...

A AIEA tem se negado a comentar sobre seus achados de inteligência e os que têm recebido de seus estados membros, incluindo os dos EUA, pendentes da prevista divulgação de seu relatório. Mas, alguns dos seus títulos foram descritos numa apresentação, por Albright, numa conferência privativa de profissionais da inteligência mundial, na semana passada. Alguns quadros de PowerPoint dessa apresentação foram distribuídos à mídia americana, e detalham o sumário de Albright conforme confirmado por dois diplomatas europeus cujos nomes foram mantidos longe das citações do relatório da AIEA. Tais diplomatas falaram sob a condição de anonimidade, para manter o protocolo diplomático.

Albright disse que as autoridades da AIEA, com base na totalidade das evidências que a inteligência mundial e própria da entidade lhe forneceu, chegaram à conclusão de que o Irã “tem suficiente informação para projetar e produzir um mecanismo de implosão nuclear factível” usando urânio altamente enriquecido em seu núcleo físsil. Na apresentação, ele descreve que a inteligência aponta como um processo formalizado e rigoroso para obter toda a capacitação necessária para a construção de armas nucleares, usando talentos nativos e também a generosa ajuda de especialistas estrangeiros. “Aponta – a inteligência – para um projeto abrangente cuja estrutura e hierarquia evidenciam responsabilidades claras e definidas, agendas e produções”, disse Albright, conforme as notas da apresentação.

ASSISTÊNCIA EXTERNA CHAVE

Segundo Albright, um feito chave, que não foi publicado ou descrito, foi o sucesso do Irã em conseguir informação de ‘design’ para um mecanismo conhecido como Gerador-R265. Tal mecanismo é uma concha de alumínio hemisférica com um intrincado arranjo altamente explosivo que detona com uma precisão da ordem de fração de segundo. Tais cargas comprimem instantaneamente uma mini esfera de urânio enriquecido (ou plutônio) para desencadear uma reação em cadeia, o que resulta numa explosão nuclear. Criar tal mecanismo representa um desafio técnico formidável, e o Irã precisou, para isso, de uma assistência externa para desenhar o gerador e testá-lo, disse Albright.

Ainda segundo os dados da inteligência transferidos à AIEA, tal assistência chave em ambas as áreas foi fornecida por Vyacheslav Danilenko, um cientista nuclear da ex-União Soviética, contratado por Teerã em meados da década de 1990 e que passou a comandar o Centro de Pesquisas Físicas do Irã, em instalações ligadas ao programa nuclear persa.

Os documentos passados às autoridades da ONU mostram que Danilenko ofereceu assistência aos iranianos pelo menos ao longo de cinco anos, dando palestras e compartilhando papeis de pesquisas soviéticas sobre o desenvolvimento e teste de um pacote de explosivos que os iranianos aparentemente incorporaram aos seus projetos de ogivas nucleares, de acordo com as citadas duas autoridades diplomáticas que concordaram em falar sobre o seu acesso aos arquivos confidenciais da AIEA de forma anônima.

O papel de Danilenko foi julgado ser tão crítico que os investigadores da AIEA devotaram considerável esforço para obter sua cooperação, disseram os dois diplomatas. O cientista russo reconheceu o seu papel, mas disse que achava que seu trabalho foi limitado a assistir a projetos de ‘engenharia civil’, disseram as fontes. Não há evidência de que o governo russo soubesse das atividades de Danilenko no Irã. ­E-mails solicitando que autoridades russas comentassem foram enviados por Washington, mas Moscou não se deu ao trabalho de respondê-los. Esforços de se chegar até Danilenko através da empresa para a qual trabalhava foram infrutíferos.

O Irã contou com especialistas estrangeiros para o fornecimento de fórmulas matemáticas e códigos para o trabalho teórico de concepção do projeto — algumas das quais parecem ter sido originadas da Coréia do Norte, disseram diplomatas e especialistas em armas.

Ajuda adicional parece ter vindo do ‘pai’ do programa nuclear do Paquistão, Abdul Qadeer Khan, cujo ‘design’ de um dispositivo conhecido como ‘iniciador neutrônico’ foi encontrado no Irã, disseram as mesmas fontes. Khan é conhecido como tendo fornecido projetos nucleares à Líbia que incluem um ‘iniciador neutrônico’, um dispositivo que atira uma torrente de partículas atômicas contra um núcleo físsil dentro de uma arma nuclear para dar início à uma reação nuclear em cadeia.

Um documento iraniano deu à AIEA um quadro de como os cientistas iranianos discutem planos para levar adiante um estudo de quatro anos sobre iniciadores neutrônicos iniciado em 2007, quatro anos após o Irã ter afirmado que havia interrompido tal pesquisa. “Não se sabe se eles recomeçaram ou se simplesmente continuaram como planejado antes”, afirmou Albright. O que veio à tona agora vem de encontro ao pano de fundo de novas ameaças de ataques militares no Irã. Os jornais israelenses relataram na semana passada que há um apoio dos altos níveis de governo em Israel com relação a ataques militares cirúrgicos destinados a destruir as instalações nucleares do Irã.

“Um dos problemas de tais ameaças abertas de ação militar é que elas tornam incertas mais adiante a execução de um conflito militar e dificulta cada vez mais qualquer negociação que vise reduzir tensões”, disse Peter Crail, um analista da ‘não proliferação nuclear’ da Associação de Controle de Armas, um grupo de advocacia de Washington. “Também há o risco de se criar uma pressuposição de que possamos por um fim no programa nuclear iraniano mediante uns poucos ataques aéreos caso nada mais funcione em termos de negociação e de sanções impostas para isso. O que não é simplesmente o caso”.

Francisco Vianna

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