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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

As mentiras de Sarkozy

As mentiras de Sarkozy

Data: 15 novembro 2011 | Seção : Artigos

http://www.pletz.com/blog/as-mentiras-de-sarkozy/

por Deborah Srour –

No final da reunião dos G20, o presidente francês Nicolas Sarkozy e o presidente americano Barak Obama foram pegos desabafando um com outro. Suas opiniões sobre Israel e Netanyahu revelam a verdade repugnante atrás dos seus discursos políticos mentirosos destinados somente a acharcar os eleitores judeus.

Pensando que ninguém os estava ouvindo, Sarkozy atacou Netanyahu dizendo: “eu não o suporto mais, ele é um mentiroso”. Obama respondeu também reclamando: “você está cheio dele, mas eu, tenho que lidar com ele todos os dias”.

Estas duas declarações são importantes porque mostram o caráter destes dois presidentes e também como Israel[bb] é visto no ocidente.

Para entendermos estas declarações, precisamos perguntar quando Netanyahu mentiu para Sarkozy e Obama[bb]. Nesta semana, a Agência Internacional de Energia Atomica da ONU emitiu seu relatório sobre o programa de armas nucleares do Irã e deixou claro que Israel – incluindo Netanyahu – tem dito a verdade sobre as ambições nucleares dos mullas este tempo todo. Em contraste, os líderes do mundo continuam a mentir sobre o problema e enterram suas cabeças na terra.

Desde 2004 Israel tem avisado, reclamado e demonstrado para os Sarkozys, Obamas e a ONU as intenções do Irã[bb]. E o mundo inteiro com indignação contra Israel diz não haver provas definitivas. Obama perdeu os primeiros 2 anos de sua presidência mandando cartinhas ao Irã ignorando as evidências do programa nuclear e a repressão do movimento democrático do país.

Talvez Obama estivesse se baseando no relatório mentiroso da Agência Americana de Inteligência de 2007 que disse que o Irã havia abandonado seu programa de armas nucleares em 2003. A verdade é que Netanyahu nunca mentiu sobre o Irã. Então que mentira é essa que tanto desgostou Sarkozy? Será que tem algo a ver com a menina dos olhos dele, o chamado “processo de paz” com os palestinos[bb]?

O fato é que as únicas ocasiões nas quais Netanyahu falou menos do que a verdade sobre os palestinos, foi quando ele foi obrigado a apaziguar os tipos como Sarkozy e Obama. Foi só quando Netanyahu falou de uma possibilidade de alcançar a paz através do estabelecimento de um estado palestino independente do lado oeste do Jordão, é que ele mentiu.

Isto porque a verdade é que Israel nunca teve uma chance de alcançar a paz com os palestinos e por razões que não tinham nada a ver com Israel ou Netanyahu. Os palestinos não têm qualquer interesse numa paz com Israel. Há três semanas atrás, Mahmoud Abbas disse claramente que ele nunca reconhecerá o caráter judaico do estado de Israel. Em outras palavras: Abbas nunca fará a paz com Israel.

Em resposta, nesta terça-feira, Netanyahu teria dito ao seu gabinete, que com suas ações, os palestinos repudiaram os princípios do processo de paz. Ao boicotarem as negociações e submeterem seu pedido de estado direto à ONU[bb], os palestinos rejeitaram o pilar central do processo de paz criado em Oslo que é a “terra por paz”. E ao faze-lo, os palestinos mostraram que estavam mentindo quando assinaram os acordos. Eles embolsaram as concessões e não cumpriram nem uma só obrigação que lhes cabia.

Mas vejamos o que o próprio Sarkozy diz. Em 23 de junho de 2008, na Knesset em Jerusalem, ele não poderia ter sido mais claro:

“Eu vim vos dizer que o povo françês estará sempre ao lado do Estado de Israel quando sua existência estiver ameaçada. Pois não podemos aceitar uma ameaça à existência do Estado de Israel. E aqueles que chamam de maneira escandalosa, pela destruição de Israel encontrarão sempre à sua frente a França, para lhes barrar o caminho. Para que as coisas fiquem claras e não haja ambiguidade, eu quero dizer que o programa nuclear militar do Irã pede uma reação de firmeza extrema de toda a comunidade internacional. Israel deve saber que Israel não está só. Mas eu quero dize-lo com força : um Irã dotado de arma nuclear é inaceitável para o meu país!”

Mas domingo passado, depois das recentes ameaças de um ataque de Israel ao Irã, o ministro das relações exteriores da França Alain Juppé, afirmou que “era preciso fazer de tudo para evitar o irreparável: uma intervenção militar contra o Irã”, O irreparável para ele não é que o Irã possa ter a bomba nuclear, mas que Israel ameace intervir militarmente.

E são os israelenses os mentirosos.

No mesmo discurso em 2008, Sarkozy disse que a “França[bb] quer dizer ao povo palestino a verdade. E a verdade é que ninguém pode esperar restabelecer os direitos do povo palestino negando os do povo israelense e pregando a destruição de Israel. A verdade, ele disse, é que a violência tem que acabar pois não pode haver paz com a ameaça do terrorismo. Não pode haver reconhecimento mútuo quando mísseis caem todos os dias sobre vítimas inocentes. Não pode haver paz se os palestinos não combaterem eles próprios, o terrorismo.”

Será que além de mentiroso, Bibi Netanyahu poderia ser também surdo e cego para não ver que os palestinos cumpriram com suas obrigações de paz? Israel mente sobre os mísseis diários enviados de Gaza e até sobre o massacre da família Fogel em Itamar. A mãe e as crianças degoladas que também tinham a nacionalidade francesa. É provavelmente devido à esta paz que Bibi mente não existir que a França votou a favor da inclusão da Palestina como membro da Unesco há 2 semanas.

Sarkozy em 2008 terminou dizendo que “nenhum povo pode viver baixo a ameaça do terrorismo. O terrorismo não se explica. O terrorismo não se justifica. O terrorismo se combate!” Realmente… e é por isso que a França condena Israel repetidamente quando promove retaliações em Gaza. Quem está mentindo então?

Do mesmo modo, Obama quando ainda estava em campanha e depois como presidente, perante audiências judaicas, repete que ele e sua administração fizeram da segurança de Israel sua prioridade.

Apesar das palavras cuidadosamente escolhidas, Israel sabe que as promessas de Sarkozy e Obama são mentiras. Israel confia somente em si para garantir a segurança, as liberdades, a democracia e o caráter judaico dos seus cidadãos. Ninguém irá ditar quais as concessões que Israel deverá fazer para satisfazer o Sr. Sarkozy ou o Sr. Obama. E talvez esta seja a razão de sua irritação. Porque ele não tem como esconder que os especialistas da mentira e decepção são os árabes e muçulmanos[bb]. E ela tem um nome: a Taqqiya. A Taqqiya diz que os muçulmanos só devem respeitar acordos que são vantajosos ao avanço do Islão. E os muçulmanos no ocidente sabem bem usa-la. Eles fazem apelos às instituições democráticas e aos direitos humanos sabendo bem que se eles subirem ao poder, aboliriam estas instituições imediatamente e recusariam estes direitos aos outros.

A mídia levou 3 dias para reportar esta conversa tornando-se cúmplice nesta demonstração de desdém para com Israel. Se Sarkozy e Obama tivessem emitido opiniões similares sobre Angela Merkel da Alemanha[bb] ou se tivessem pego Netanyahu falando algo parecido de Sarkozy ou Obama, protestos internacionais teriam sido ouvidos por todos os cantos. Mas não. Ninguém ficou escandalizado. E esta é a mensagem real da troca entre os dois chefes de estado: que culpar os judeus e o estado de Israel pelo comportamento de seus inimigos, hoje passa como conversa educada entre as elites ocidentais.

Sarkozy não pode mais ver Netanyahu, pois ele é um mentiroso. Mas não teve qualquer problema em acolher Kadhafi visitando-o na ridícula tenda que o ditador eregeu no páteo do Hotel de Marigny, em Paris[bb]. Ou a receber Ben Ali da Tunísia, Moubarak do Egito, Bouteflika da Algéria e tantos outros corruptos, tiranos, açougueiros como Bashar Assad. Não é grave se eles massacram suas populações. Eles não mentem.

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