Comentário nº 72– 01 de setembro de 2010
Assuntos:Rondônia, uma Amazônia diferente
Situada nas bordas da Grande Floresta, com sete milhões de cabeças de gado, habitada por povo gentil; com a economia vivificada por produtivos sulistas com usinas hidrelétricas em construção jogando dezenas de bilhões na economia local e com a maior jazida de diamantes do mundo, imensas reservas de ouro e estanho. Rondônia tinha tudo para ser um dos mais importantes Estados da Federação. Talvez ainda venha a ser se conseguir livrar-se das restrições impostas por ambientalistas a serviço do estrangeiro.
Terá a enfrentar alguns problemas: a rota de tóxicos da vizinha Bolívia e a corrupção generalizada na esfera política, mas o que trava seu progresso é o pessoal do meio ambiente e seus aliados do Ministério Público. Apesar de tudo, Rondônia, além de ser uma terra de oportunidades, é um paraíso para quem tem espírito aventureiro.
Confusões não faltam em Rondônia. Talvez seja o único lugar do País com uma guerrilha de fato: a da Liga dos Camponeses Pobres, com mais guerrilheiros do que tinha a guerrilha do Araguaia e já matou dezenas entre fazendeiros e peões. As autoridades? Poderíamos dizer que não fazem nada, mas fazem sim: ao perseguir toda a atividade econômica no sertão, seja madeireira, garimpeira ou agropastoril jogam as populações do interior nos braços da guerrilha, que com o apoio da população tende a se transformar de embrionária em uma força significativa, difícil de combater.
Só não vê quem não quer. Principalmente o Ibama, que acabou de multar em 14 milhões por queimadas, quem não consegue reunir cinco mil reais. Isto aconteceu no município de Extrema, na fronteira, um fim de mundo que provavelmente você nunca ouviu falar, e nem acharia no guia “Quatro Rodas”. É muita cegueira e corrupção, se não for proposital, não adianta dizerem que não sabiam.
Dos jornais da Inglaterra (a dona das principais ONGs), mais uma acusação para Rondônia: de ter restaurantes de carne humana. Felizmente esta é falsa.
Manobra para inviabilizar o Brasil como Nação? -Desnacionalização de Empresas - Venda de terras - Secessão de grupos étnicos - Desmanche do espírito nacional
Desnacionalização das Empresas - Com altos e baixos desde o governo Dutra, a política econômica do Brasil foi o instrumento da destruição das empresas nacionais. Eleito JK viajou para atrair investimentos estrangeiros. Alavancou a indústria, mas entregou de bandeja o mercado nacional. Talvez tenha sido necessário, mas houve um preço a pagar. O desenvolvimento redundou em desequilíbrios no comércio exterior e em inflação crescente. Isso Com a estrutura de produção e mercados, cada vez mais controlada por capitais estrangeiros, a crise social só poderia progredir.
Em 1964 a Revolução, ao encontrar desenfreada corrupção entre os empresários, ensaiou corrigir facilitando o avanço das multinacionais. Foi orientado pelos EUA a nomeação do notório Roberto Campos, com poderes totais sobre a política econômica. Estas intenções não refletiam as inclinações do Exército, como se viu nos governos de Costa e Silva, de Médici e no de Geisel.
Depois o conturbado período Collor retomou o ensaio de desnacionalização, mas foi nos anos 90 que FHC possibilitou as maiores negociatas de toda a história: com o nome de privatizações foram feitas desnacionalizações. Patrimônios incalculáveis das estatais foram passados, grátis, a grupos econômicos estrangeiros. Estava claro que o Bacen era obediente às diretivas do FMI e indiferente ao destino das empresas e dos trabalhadores brasileiros. Provavelmente participava conscientemente da política da destruição das empresas de capital nacional.
No governo Lula o ritmo das desnacionalizações diminuiu, mas não cessou. Aparentemente não mais impulsionado por uma ideologia desnacionalizante, mas por dois outros fatores igualmente perigosos: as negociatas dos “cumpanheiros” como no caso Varig e TAM/LAN, e principalmente, em função da provável queda do dólar, a estratégia internacional de transformar aquela moeda em ativos sólidos como empresas e terras no nosso País.
- Venda de Terras à Firmas estrangeiras - O mapa das terras em mãos estrangeiras do INCRA deveria identificá-las, mas as informações são incompletas, pois o cadastro é declaratório. As empresas não precisam informar a origem do proprietário. Em uma estimativa das terras brasileiras compradas por estrangeiros teríamos 4,3 milhões de hectares.
Ao contrário do que muitos imaginam, o maior interesse não está na Amazônia, mas no Centro-Oeste e Sudeste, principalmente na produção de grãos, cana-de-açúcar e algodão, além de eucalipto para a indústria de celulose. Só no Mato Grosso, 844 mil hectares estão nas mãos de corporações transnacionais. São empresas da China, do Japão, da Europa, dos Estados Unidos, da Coréia e de países árabes.. Não há regulamentação que imponha limites, nem informações precisas no governo brasileiro.
Uma coisa um imigrante vir e comprar uma fazenda ou montar uma fábrica. Outra coisa é a compra de extensões de terras, de fábricas nacionais, de usinas e de jazidas minerais
- Secessão de Grupos Étnicos Minoritários - A divisão do País em etnias hostis, abrindo caminho para a secessão das minoritárias representa o perigo maior, e sem dúvida o mais grave erro do atual presidente. Iniciou com Collor. Como tudo de pernicioso se expandiu com o FHC, mas a insensibilidade do Lula no caso da Raposa-Serra do Sol ultrapassa qualquer erro de governos anteriores. Ainda dará muita dor de cabeça, se não sérios conflitos.
- Desmanche do Espírito Nacional – Todo estrategista sabe que “Potencial” em si próprio não é “Poder”. Que Poder é o Potencial multiplicado pela “Vontade”. Isto significa que, se o “Espírito Nacional” for nulo, será também nulo o Poder, resultado de um Potencial, se multiplicado por zero.
Talvez seja impossível destruir o potencial do nosso País, em qualquer campo, mas dá para anulá-lo, quebrando-lhe a Vontade, ou seja, o Espírito Nacional. Desde a proclamação da República que somos treinados para acharmos os EUA o melhor país do mundo, e quanto mais alta a classe social, maior o desejo de se assimilar àquele país.
Pior ainda, para justificar tão estranha atitude, inexistente em outros povos, esquecemos nossa História e nossos he róis, zombamos se nossas características e nos consideramos piores do que somos.
Estamos sendo comidos pelas beiradas e estamos deixando. Urge interromper esse processo sob pena de condenarmos nossos jovens a trabalhar somente para as empresas estrangeiras ou para um governo que apenas garante os privilégios delas.
Enquanto isto, entre os melhores de nós, ficamos discutindo qual é o pior candidato, e os mais alienados se preocupando com as mentiras de aquecimento global
Que Deus guarde a todos vocês
Gelio Fregapani
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