Brasil - Um País do Futuro ou do Passado?

O Brasil sempre foi o país do futuro. Já o era na época da colonização. Passou pelo Império, pela República Velha, pelo Estado Novo. Sempre olhando para o futuro sem enxergar o presente. "Paz no futuro e glória no passado", já dizia o auriverde pendão de nossa flâmula. Não havia esta glória toda no passado, mas podia-se sonhar com o futuro.

Chegou, então, um visionário chamado Juscelino Kubitschek que trouxe o futuro para o presente. 50 anos em 5. E vimos desenvolvimento. Brasília foi construída e inaugurada. Chegou a industrialização. E o futuro, enfim, chegou. E o brasileiro podia cantar orgulhoso: "Fulguras, oh Brasil, florão da América; és belo, és forte, impávido colosso.” Bons tempos aqueles.

Depois, o futuro virou passado. Logo voltamos a comprar bilhetes corridos de outras culturas falidas. Lentamente, e como um câncer maldito, vêm se infiltrando, em nossa sociedade, as idéias doentias de Mao Tse Tung, de Fidel Castro, de Che Guevara. O Brasil foi se inclinando para a esquerda e foi empobrecendo.

Parecia que o barco estava perdido. Então o Exército veio em socorro da Pátria amada, idolatrada. Salve! Salve! Mas tivermos de enfrentar um regime forte onde as liberdades essenciais ficaram limitadas cerceando o bom desempenho do cidadão e a expressão da dignidade humana.

De novo vem o Brasil lutar por suas liberdades. Diretas já. "E o sol da liberdade em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante." Voltamos a escolher nossos governantes, mas o monstro canhoto estava apenas adormecido.

Enquanto isso, elegemos FHC, homem sério, culto, competente que começou solucionando o nosso maior problema que era a inflação descontrolada. Realizou outra grande proeza que foi a privatização de algumas estatais, elefantes pesados e inúteis que carregávamos, alimentados com o nosso sangue e suor.

FHC foi também o iniciador da solução mais estapafúrdia para o problema da miséria sempre crescente neste país. Em vez de ações que viessem a criar empregos e dar condições de subsistência decente ao povo, partiu para o assistencialismo. Solução mais fácil e bem mais cara. Um custo bem maior para quem paga impostos e sustenta o país.

Surgiu a bolsa-escola, o vale-gás, o PETI e criamos a cultura da fila. O pobre entra na fila para receber a esmola e volta para casa feliz. Quando a esmola acabar, seja o que Deus quiser.

Ao mesmo tempo, o MST cresceu. Invasões nos campos e destruição nas lavouras. Violência, mortes, vergonha!

O monstro, agora totalmente desperto, com sede de vingança e fome de poder, conseguiu ascender aos postos de comando da nação. E o projeto de poder entra na ordem do dia. Para mantê-lo vale tudo: roubo, corrupção, desordem social, divisão da sociedade jogando classe contra classe, desmoralização das instituições, descrédito do legislativo e do judiciário, aparelhamento das estatais, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha. Tudo pela perenização do poder.

Mas, é preciso garantir que não vai haver reação popular. Aumenta-se o assistencialismo sem necessidade de contrapartida. É a bolsa esmola. O povão está feliz. Não precisa trabalhar. Não precisa produzir. O país pode sobreviver sustentado milhões de pessoas que não produzem nada? Isto não importa. O que importa é garantir seu apoio.

A classe média, que já está acostumada a sustentar o barco, vai se achatando a cada dia, vai empobrecendo. Quem sabe, um dia entrará também na fila da esmola.

Teremos, afinal, alcançado a igualdade social tão almejada.

E o Brasil, país do passado, “verás que um filho teu não foge à luta”?

Ester J. Azoubel