A UPEC se propõe a ser uma voz firme e forte em defesa da ética na política e na vida nacional e em defesa da cidadania. Pretendemos levar a consciência de cidadania além dos limites do virtual, através de ações decisivas e responsáveis.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A sombra da morte!

Carlos Vereza

http://carlosverezablog.blogspot.com/2010/11/sombra-da-morte.html

Como, exaustivamente, venho postando neste espaço, um dia ,a Lei de Causa e Efeito, revelaría o assassinato de Celso Daniel, pondo à luz um dos mais sórdidos esquemas de corrupção já instalados no país, acompanhado de uma série de eliminações de testemunhas, que de uma forma ou de outra, estavam ligadas à morte do prefeito.

Uma quadrilha, ligada ao PT, cobrava propinas em Santo André, com o conhecimento do prefeito Daniel, dinheiro que era destinado à campanha eleitoral de Lula, em 2002. Como em determinado momento, a partilha foi ficando "mal dividida", em prejuizo da campanhado Grande Timoneiro, Celso Daniel, resolveu interromper a "cobrança..."

Segundo Sombra, secretário de Celso à época, após um jantar com o ex-prefeito, saíram, tendo Sombra, tomado a direção de um utilitário no qual transportava Celso Daniel.

Ainda pela versão do ex- secretário, o carro, em uma estrada deserta, foi albaroado por outros veículos e alvejado por um tempo que naõ soube avaliar; a acreditar no relato do auxiliar, Celso, não conseguiu abrir a porta do utilitário e terminou sendo assassinado, por "assaltantes comuns..."

Corolário: mais sete pessoas foram eliminadas, ao longo do tempo, culminando com o "extranho" suicídio do médico legista, que afirmara, que o prefeito fora torturado antes de ser eliminado. Detalhe mórbido: Daniel foi encontrado, nú, apenas de cueca virada do lado do avesso; marca conhecida no submundo, para estigmatizar o morto, como traidor.

CORTE

Esta em geral, é a estratégia do PT ! Fiz questão de relatar o caso em estilo de boletim de ocorrência, tentando reproduzir o que os poucos noticiários honestos o fizeram !

Concluam!

RECIBO DO FRACASSO

Por Maria Lucia Victor Barbosa

O Rio de Janeiro é o cartão postal do Brasil, sonho de turistas estrangeiros. E não faltam belezas naturais em todo Estado do Rio.

No entanto, o que se vê nestes tristes dias é a explosão descomunal de um processo de violência vinculada ao narcotráfico, se bem que tiroteios, assaltos, assassinatos faz tempo atemorizam a população carioca.

Segundo consta, começou com Leonel Brizola o que hoje é o Estado paralelo do crime. Para se eleger, Brizola fez acordo com bicheiros e a polícia não podia subir os morros para não incomodá-los.

Dos bicheiros aos narcotraficantes foi tramado o enredo tenebroso que se alastrou pelo tempo sustentado pela corrupção das autoridades, pela impunidade, pela indiferença social.

Se esse câncer social não é de agora, é preciso lembrar que Lula da Silva iniciou seu primeiro mandato prometendo que tudo iria mudar.

Foram prometidos doze presídios de segurança máxima, mas só um foi construído em Cantanduvas – PR.

Uma ideia megalomaníaca acenava com a regularização de todas as favelas do Brasil e, claro, nada foi feito nesse sentido.

Alçado ao posto de redentor dos pobres, pela propaganda e pelo culto da personalidade, Lula da Silva vive se gabando que praticamente acabou com miséria no País.

Mas, se o Brasil é um paraíso sem pobreza e desemprego, o que leva jovens favelados a se unirem aos narcotraficantes como única opção para uma breve e bestial vida?

Na verdade, a explosão do terrorismo nunca antes vista no Rio de Janeiro e nesse país é o recibo do fracasso dos governos Federal e Estadual na área da Segurança Pública.

E quando os criminosos continuam a por fogo em ônibus e outros veículos, mesmo diante de todo aparato policial e do apoio das FFAA, o recado está dado para as autoridades: vocês não valem nada, somos nós que mandamos.

Dirá o governador Sérgio Cabral, eleito com espetacular votação, que as Unidades de Polícia Preventiva asseguraram a paz em algumas favelas cariocas e, que por isso, bandidos de lá fugiram para por fogo nas ruas.

De fato, não deixa de ser interessante a presença da policia junto à população, mas as UPPs, que valeram votos para a candidata do presidente, não são suficientes.

Há que ter no governo um sistema de inteligência capaz de rastrear com antecedência as manobras dos traficantes e das milícias, prisões sem trégua para retirar os marginais do meio social, juízes que não soltem os bandidos facilmente, ação constante de confisco de armas e drogas, uma polícia bem paga e bem armada que não dê trégua aos criminosos.

No tocante à remuneração dos policiais, o estabelecimento de um piso salarial nacional, projeto que tramita no Congresso, já foi detonado por Lula da Silva.

Ele quer mesmo o trem-bala, desperdício não menos faraônico do que seria a construção de uma ONG em forma de pirâmide, que serviria unicamente para cultuar o presidente da República e facilitar seus negócios.

Sobre a ação da Polícia Militar e Civil, especialmente do Bope, é justo louvar a coragem e o heroísmo dos policiais que arriscam suas vidas numa guerra sem fim. E se a magnitude da violência ultrapassou a violência cotidiana e demandou o apoio das FFAA, esse apoio devia ser habitual para que não se chegasse ao que se presencia agora.

Portanto, apesar dos discursos e poses de autoridades federais e estaduais para TVs é lógico afirmar que governos fracassaram redondamente quanto à Segurança da população.

Relembre-se que, se o problema é mais acentuado no Rio, existe em todo país.

Não basta, então, dizer que os acontecimentos derivam da fuga de bandidos das favelas por causa das UPPs.

O problema é muito mais profundo e estrutural.

Seria também necessário maior controle das fronteiras por onde entram drogas e armas, especialmente na Tríplice Fronteira e nas fronteiras com a Colômbia e a Bolívia.

No tocante às sanguinárias Farc, é conhecido seu intercâmbio com traficantes brasileiros, mas, lamentavelmente, o presidente Lula da Silva recusou o pedido do então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, para classificar as Farc como terroristas.

Além disso, existe liderança das Farc morando no Brasil com o privilégio de ter sua mulher nomeada para cargo governamental.

Sem falar que altas autoridades do governo Lula, que continuarão no governo Rousseff, frequentam o Foro de São Paulo onde se reúnem as esquerdas latino-americanas, incluindo, as Farc, das quais são muito amigas.

Resumindo, o espetáculo da guerra do tráfico no Rio de Janeiro é o retrato do final de oito anos do governo Lula que passa recibo do fracasso na Segurança Pública.

É também um dos aspectos da herança maldita que Dilma Rousseff vai receber.

Outras maldições continuarão na Saúde, na Educação, na infraestrutura, na gastança, na dívida pública, no descontrole da inflação que o reconduzido ministro Mantega quer camuflar.

O povo quis.

O povo terá.

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

APLAUSOS E CONDICIONANTES

Inicialmente, palmas para o governador do Rio de Janeiro por ter sido o único governante, até hoje, embora tardiamente, a evidenciar coragem e determinação para atacar a grave questão da violência e do narcotráfico. Longe de se imaginar que o problema acabou, pois o que está acontecendo é apenas o sucesso de uma batalha, parte de uma longa e difícil guerra: território conquistado, traficantes presos e alguns mortos, mais de uma tonelada de droga e cerca de trezentas motos apreendidas assim como boa quantidade de armamento constituem um bonito troféu! É preciso, agora, que haja “capacidade de durar” na ação, ou seja, continuidade nas operações para a eliminação das muitas ameaças e vulnerabilidades ainda existentes.

Não se pense que os êxitos obtidos na Favela do Cruzeiro e no Complexo do Alemão serão suficientes para assegurar a Lei e a Ordem tão desafiadas nos dias atuais.
Louve-se, hoje, o excelente desempenho do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) carioca, fruto insofismável de instrução, adestramento e ação de comando, aspectos que têm de se estender a um universo maior de policiais militares e civis em todo o País. É imperativa a existência de Instituições brasileiras, mormente militares e policiais, aptas ao cumprimento de suas destinações constitucionais e não apenas uma pequena parcela disposta até ao sacrifício da própria vida. Para tanto, os Poderes Constituídos deverão ser também atores e não só espectadores.

Se os agentes externos membros da logística do crime, tais como as FARC colombianas e os produtores de coca bolivianos, não forem repelidos e, ao contrário, continuarem a ser tratados como “companheiros”, a ameaça persistirá.

Se a estrutura das forças policiais for capaz tão somente de formar e adestrar adequadamente o reduzido efetivo de um BOPE, o sucesso será momentâneo, localizado e circunstancial.

Se as Forças Armadas, garantidoras em última instância da Lei e da Ordem, não dispuserem dos meios indispensáveis às suas missões constitucionais que vão além das citadas, não lhes bastarão o ardor combatente e a disposição para a luta, pois o sacrifício juramentado da própria vida há de claudicar.

Se o pensamento oficial for o remendo e não a busca de solução, como a criação de uma ineficaz e demagógica “Força Nacional de Segurança”, as ameaças subsistirão juntamente com a cidadania vulnerada.

Se a impunidade ou o arremedo de condenação dos criminosos não for substituído por um castigo eficaz e intimidador, as raízes do mal farão ressurgir outras ameaças.
Se as entidades, hipócritas ou sinceras, ditas defensoras dos direitos humanos visarem mais a projeção de seus membros do que o afastamento dos marginais da sociedade, sua ação em nada contribuirá para o bem comum.

Se os políticos em geral continuarem a discursar e a se preocupar mais com as próximas eleições, enxergando-as como possíveis fontes de enriquecimento pessoal e não como geradoras de personagens capazes e dispostos ao valoroso trabalho legislativo, não haverá melhoria na qualidade de vida do povo brasileiro.

E como eu sou brasileiro e não dono da verdade nem derrotista, aplaudirei com mais entusiasmo aqueles que nos trouxeram alegrias com os acontecimentos recentes do Rio de Janeiro e continuarei refletindo, sonhando com um Brasil melhor e acreditando que “a esperança é a última que morre”.

Gen Ex José Carlos Leite Filho

Postado por Resistência Democrática

Zumbi, um escravocrata

Princesa Isabel, a Libertadora

Dom Bertrand de Orleans e Bragança
http://www.paznocampo.org.br/Blog/Blog_db.asp


Nessa semana em que se fala tanto em quilombolas é importante restaurar a verdade histórica: Zumbi foi um escravocrata e um tirano que mandava matar os negros que fugissem do quilombo.

As ONGs procuram mitificar a história do Quilombo dos Palmares, apresentando-o como um refúgio de liberdade do negro perseguido. A realidade histórica, entretanto, difere bastante dessa criação mítica. Na verdade, o referido quilombo mantinha a escravidão e espalhava terror, mesmo entre muitos negros.

Libertadora dos escravos, a Princesa Isabel era uma alma cristã e bondosa que aceitou sacrificar o trono em troca da libertação dos escravos. Após ter ela assinado a Lei Áurea, o Barão de Cotegipe vaticinou: “Vossa Alteza libertou uma raça, mas perdeu o trono”. Um ano e meio depois, o golpe militar de Deodoro derrubava a Monarquia. Ao seguir com sua família para o exílio, lembrando-se da profecia de Cotegipe, a Princesa declarou: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”.

Segundo os atuais movimentos quilombolas, essa harmonia, a miscigenação e a bondade de trato do brasileiro devem acabar. Seria o conflito de raças acrescentado à luta de classes marxista. Para isso, cumpre alterar a História: a bondosa Princesa Isabel, que acabou com a escravidão pelas vias legais e com o sacrifício do próprio trono, deve ser substituída por Zumbi, o líder guerreiro negro, tirano e escravocrata. Fonte: Livro 'A Revolução Quilombola'.

publicado por D. Bertrand

CAPITALISMO X SOCIALISMO

Francisco Vianna

(TEXTO PARA ARQUIVAR E DIVULGAR AMPLAMENTE - APC)

"O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual da riqueza; o do socialismo é a distribuição, por igual, da miséria." Sir WINSTON CHURCHILL

Apesar da frase atribuida a Sir Winston Churchill espelhar uma realidade social (econômica e política) para a qual não existe exceção a ser citada, o erro maior que observo nela é a palavra DISTRIBUIÇÃO, associada ao maniqueísmo da igualdade e desigualdade.

Riqueza (e pobreza) não é algo que se "distuibua", mas sim que se crie, se conquiste e se acumule. Da mesma forma que não existe igualdade na natureza. Tudo é díspar, desigual, e o valor real a ser apreciado é o da 'semelhança'. Os males residem nas diversas maneiras espúrias de se "criar" e de se "acumular" riqueza, o que acaba contribuindo para o aprofundamento da pobreza e da miséria, como nas grandes fortunas construídas ilicitamente.

Quando o estado tenta "distribuir" riqueza, pratica, de fato, o uso de uma espécie de 'propinagem' (bolsas) com a finalidade de comprar o apoio político e eleitoral dos menos favorecidos, e, como no caso do Brasil, o clientelismo dos mais favorecidos, principalmente, e isso acaba financiando todo o 'perverso sistema'.

Espremida entre esses opostos "comprados" pelo estado, fica a sofrida classe média, a que realmente paga a maior parte da conta. A cooptação da classe média é o sonho dourado dos caudilhos e autoritários, dos que só sabem viver bem participando de gangues conhecidas como "politburos".

A segunda metade do século XX serviu para nos ensinar essas e muitas outras coisas sobre os regimes socialistas, sejam eles de que natureza forem (comunista, nazista, fascista, maoista, polpotista, peronista, bolivariana, etc.).

O Brasil, hoje, é uma país onde há um enorme contingente de pessoas que não trabalham, não geram riqueza ou renda, e que vivem à custa de um contingente menor que trabalha e gera riqueza, com tudo isso sendo mediado pelo estado, que aufere grandes ganhos em cima de toda essa distorção.

Algumas nações, a duras penas, conseguiram se livrar desses sistemas mas sofreram um atraso de quase um século em relação aos povos que nunca de deixaram enganar por essas ideologias. Mas, como no caso de algumas nações hegemônicas européias e asiáticas, à medida que contornavam ou se livravam das mazelas do socialismo e começavam a crescer politica e economicamente (socialmente, pois), continuaram a achar um "bom negócio" exportar esses regimes para a América latina, com a finalidade precípua de evitar que alguns países da região - como é o caso do Brasil ou do México, por exemplos - emergissem como as primeiras grandes potências capitalistas e democráticas latino-americanas do planeta.

Assim, por mais de duas décadas, esses países têm, de forma constante e nefasta, apoiado e financiado as esquerdas latinoamericanas, pois sabem muito bem - até por experiência própria - que o socialismo promove apenas o atraso e a estagnação.

E´ contra essa situação que devemos manter o foco de nossa luta. E, para isso, temos que codificar um ideário para servir de base a um partido político novo, destituído dos vícios comuns dessa república de fancaria em que vivemos, capaz de reunir os cidadãos de bem, principalmente da classe média, para que promova as reformas necessárias capazes de fortalecer a nossa ainda frágil democracia, tornando-a progressivamente MERITOCRÁTICA.

Um partido que lute por uma república onde o cidadão e eleitor tenha, pelo menos, o segundo grau da educação e do ensino básico de humanidades (o mínimo exigido, sarcasticamente, pelo próprio governo para ingresso no serviço público) e o estabelecimento de um CÓDIGO DE QUALIFICAÇÃO DOS CANDIDATOS A CARGOS ELETIVOS E DE CONFIANÇA, redigido por uma comissão de notáveis dos mais diversos setores da sociedade, e apenso à nossa Carta Magna como cláusula pétrea, além da exigência implícita de uma reputação social de pessoa de bem.

A reunião e defesa dessas idéias numa doutrina democrática meritocrática, e em defesa do capitalismo marcadamente privado, deve ser o nosso escopo, na minha humilde opinião, se quisermos seguir adiante em nossa vocação de BRASIL-POTÊNCIA.

São fundamentos que tornam a democracia muito mais robusta, representativa, e justa, além de instar o cidadão e o próprio estado a acelerar e aperfeiçoar o ensino profissionalizante e a educação não-tendenciosa e livre de lavagens cerebrais de seus dependentes, com o objetivo de torná-los cidadãos qualificados para o mercado de trabalho o mais rapidamente possível, para que participem, quer com seu bolso, quer com sua ação política, da manutençao e aprimoramento da nação, como nos ensina muito bem Thomas Jefferson.

Só imagino um governo rico quando o povo governado é rico, fora dessa condição, o que existe é autoritarismo e capitalismo-de-estado, este sim, o mais selvagem de todos, e o país caminha para eventualmente se tornar talvez grande, mas um gigante com pés de barro, como foi o caso da antiga e implodida de dentro para fora URSS e é ainda o caso da China.

MST tenta politizar traficantes da Rocinha! Não só o MST, as Farc, o PT etc etc...

http://alertabrasil.blogspot.com/2010/11/mst-tenta-politizar-traficantes-da.html

| author: Gusta
Terra

A deputada federal Marina Magessi (PPS-RJ) afirmou hoje à CPI das Milícias da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro que integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estão tentando politizar os traficantes que dominam a favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. Segundo Magessi, cerca de 20 membros do MST apóiam candidatos da comunidade e convencem os criminosos a realizarem uma revolução social.

A parlamentar disse que na posse do presidente da associação de moradores da Rocinha, Claudinho da Academia (que é candidato a vereador pelo PSDC e, segundo investigação da polícia civil, seria apoiado por traficantes da comunidade), havia bandeiras do MST e a presença do ex-coordenador nacional do movimento José Rainha.

"Eu me preocupo com a presença do MST na Rocinha, com o convencimento nos traficantes que mandam ali de que eles podem virar salvadores da pátria. Nós já tivemos isso antes com o Marcinho VP. O MST tem uma força política muito grande", alertou.

As FARC e o cerco aos traficantes cariocas

Para: resistencia-democratica@yahoogrupos.com.br
Texto de NOTALATINA
Posted: 27 Nov 2010 12:19 PM PST

Eu havia prometido na última edição que hoje falaria das últimas medidas que o “grande líder democrático”, Hugo Chávez, está tomando para implantar definitivamente um regime ditatorial castro-comunista na Venezuela mas um assunto mais grave e urgente surgiu no cenário nacional ao qual vou dar prioridade. Refiro-me à situação do Rio de Janeiro e da “caça” aos narcotraficantes encastelados nos morros e favelas daquela Cidade Maravilhosa.

Antes, porém, quero dar um aviso e fazer um agradecimento. O aviso é de que o Notalatina já dispõe de PayPal, e as doações por este meio já podem ser feitas clicando no botão ao lado direito. Não sei como esta coisa funciona - para doar ou receber - mas resolvi aceitar a sugestão que vários leitores me fizeram e aí está.

O agradecimento é ao leitor Maximiano Henrique, proprietário do blog “Fazendo o que é certo”, pela indicação ao “Selo Sunshine Award” (na foto) que, segundo ele, é “um prêmio que reconhece os melhores sites e blogs da Internet”. Sinto-me honrada com a indicação, entretanto, gostaria de me eximir da responsabilidade de fazer 12 indicações, por dois motivos: o primeiro, por experiências muito desagradáveis em selos anteriores; e segundo, porque não quero impor a ninguém essa responsabilidade de fazer indicações que às vezes acabam se repetindo. Cito, entretanto, alguns sites e blogs que têm sempre meu respeito, admiração e me servem como fonte de consultas pela seriedade, apenas como referência para meus leitores. São eles (não está em ordem de preferência): Os blogs brasileiros “Julio Severo”, “Vera Dextra”, “ViVerdeNovo” e os sites “Mídia Sem Máscara” e “Papéis Avulsos”, sem contar com os do Olavo de Carvalho, meu mestre a amigo. Os outros que recomendo pela excelência e seriedade do trabalho apresentado são todos sites colombianos: “Yo creo en Plazas”, organizado pela família do Cel Plazas Vega, “Periodismo sin Fronteras”, de propriedade do brilhante jornalista Ricardo Puentes Melo de quem tenho feito incontáveis traduções, “Conflicto colombiano”, do meu dileto amigo e mestre, Cel Luis Alberto Villamarín Pulido e “La Hora de la Verdad”, do magnífico Fernando Londoño.

Há quase oito anos o tema recorrente do Notalatina é o movimento terrorista na América Latina, onde as FARC ocupam papel de destaque sempre, não só pelas suas ações criminosas mas porque estão intimamente ligadas às 50.000 mortes de brasileiros anualmente e por seus laços com o partido governante através do Foro de São Paulo. E apesar de sempre ter tido o cuidado de apresentar as provas do que denuncio, a repercussão sempre foi pífia, quando não o escárnio, o deboche, as ameaças nem sempre veladas e a célebre - mas ignorante - frase que “as FARC são problema da Colômbia”. Hoje passo a demonstrar que as FARC são um problema nosso, sim.

Em fins de abril do ano passado Lula declarou à imprensa em Rio Branco (AC), que as FARC deveriam se transformar em partido político se quisessem chegar ao poder, citando como exemplo ele mesmo e o índio cocalero Evo Morales, seguindo ditames do Foro de São Paulo. Em maio deste ano, foi preso em Manaus um terrorista das FARC de cognome “Tatareto” que vivia no Brasil há mais de 4 anos e que, muito provavelmente, substituiu o “Negro Acacio”, abatido em dezembro de 2008 e que era o elo desta organização narco-terrorista com “Fernandinho Beira-Mar”. A Colômbia pediu a extradição de “Tatareto” que não só não foi concedida como o destino dele permanece no mais absoluto sigilo. Pesquisando no “Google”, tudo que se encontra sobre este elemento é a notícia de sua detenção e o pedido de extradição, tudo datado de maio deste ano. De lá para cá, “Tatareto” permanece como a Conceição da música de Cauby Peixoto: “ninguém sabe, ninguém viu”.

E então, quarta-feira passada eu recebo do amigo José Roldão um panfleto escrito em conjunto pelos bandos narco-traficantes do Rio (e terroristas também, sim!) CV (Comando Vermelho), ADA (Amigo dos Amigos) e TCP (este eu desconheço o significado), onde eles se auto-denominam “Partidos”, conclamando a população habitante das favelas a pegar em armas contra os policiais que estão reprimindo o tráfico, e a atacar os “ricos”. Transcrevo literalmente (com todos os erros gramaticais) o que diz o tal panfleto, para que vocês vejam a que grau de ousadia e certeza de impunidade chegaram esses comparsas das FARC:

“Foi decretada pela união dos partidos CV, ADA e TCP todos os partidos que tenha respeito e lealdade, força, humildade e amor no coração e muita dignidade a favor de todas as comunidades, por favor se unam a nós.

Foi decretado pela união dos partidos, que quando tiver repressão da polícia em qualquer favela fazendo covardia, derramando o sangue, todas as comunidades pegarão seus fuzis e atiraram em prédios, em carros importados e no que tem de mais rico e próximo a sua favela, saqueando empresas, lojas, mercados!

Foi decretado pela união dos partidos, que cada morador inocente pobre que a polícia matar, morrerá duas pessoas ricas.

Foi decretado pela união dos partidos, que cada integrante do partido que a polícia matar morrerá dois policiais e seus familiares, pela união das comunidades que se cansou da covardia dos policiais e do sistema, porque são eles que trazem as drogas e as armas, o empresário financia e a polícia facilita, ficam os políticos roubando bilhões, matando muita gente só com uma caneta, depois quer mandar quem trás as drogas e as armas para o partido vir aqui na comunidade e matar inocente pobre não dá lucro para a boca de fumo, quem compra todas drogas são as classes médias e os ricos.

Irmão, pode piar em qualquer favela olhando na bola dos olhos, mostrar que esse modo de agir é retrólogo, a revolução verbal é aterrorizadora, junta seus pedaços e vem pra arena, nosso irmão do PCC falou que o inimigo está de terno e gravata em nome da paz e a favor de todas as favelas, que é a hora da união, da revolução. Definitivamente, sem união não dá, então vamos todos juntos”.


Os grifos são meus. Perceberam o velho marxismo da luta de classes escancarado no texto? Esse é o mesmo “argumento” que as FARC usam quando querem praticar algum atentado terrorista, mesmo que as vítimas sejam pobres camponeses sem eira nem beira ou mesmo pequenos agricultores. Agora, se o presidente do Brasil afirma que as FARC não são terroristas e que devem se tornar “partidos políticos” para chegar ao poder, por que os bandidos tupinikins também não podem? Teriam o aval de Lula para tal empreendimento? Não duvido muito, até porque, no primeiro turno das eleições presidenciais a terrorista teve 65% dos votos válidos dos presidiários!

A população está esmagadoramente apoiando o cerco policial com ajuda dos militares da Marinha e Fuzileiros Navais mas me pergunto: quantas dessas pessoas sabem que são as FARC, com apoio do governo nacional, de políticos, empresários e até juízes, que proporcionam as armas e drogas para os traficantes desses bandos? Tenho certeza que a massa, o grosso da população brasileira não sabe nada disso porque, se soubesse, não teriam eleito a terrorista nem nenhum de seus camaradas.

Com a proibição da posse e porte de armas para as pessoas decentes, desarmou-se os brasileiros da legítima defesa enquanto os bandidos continuaram comprando armas das FARC. Também desarmou-os moral e intelectualmente quando se sonegou informações sobre o Foro de São Paulo e suas alianças com as FARC, essas que abastecem o mercado do tráfico e que hoje apavora os habitantes dos morros e favelas cariocas. Além disso, esta imprensa que hoje faz uma cobertura espetaculosa com fingido horror, é responsável pelas coisas terem chegado a esse termo, pois silenciaram cúmplices sobre o Foro de São Paulo e mantiveram o tráfico, eles mesmos e as classes artística e a dita “intelectual”, se abastecendo desta droga que hoje dizem repudiar.

E, confesso, não sou nem um pouco otimista quanto a esta operação, pois os capos estão sendo preservados e vão continuar impunes acobertados por este governo amigo de terroristas. O que fizeram com “Tatareto”? Por onde anda - e como vive - Fernandinho Beira-Mar? E Marcola? E Elias Maluco? De que maneira estão sendo “tratados” estes amigos das FARC? Não se iludam com este fogo de palha. Lembro que o Plano Colômbia, protagonizado por Bill Clinton, teve como objetivo encoberto eliminar os narcos pequenos para fortalecer as FARC, resultado obtido com o maior sucesso. E aqui, quem são os protegidos que sairão deste embate fortalecidos? Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários: G. Salgueiro
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Postado por LILICARABINA no LILICARABINA em 11/29/2010 07:08:00 PM

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O PMDB é coisa nossa, muito nossa...

ARNALDO JABOR

"Sem nós, ela não faz nada! Não pensem vocês que estamos de brincadeira. Demos um tempo no ‘blocão’ para não assustar a madame ainda, mas qualquer coisa a gente volta a ter 202 deputados, no mínimo, na Câmara. Estes soviéticos não aprendem... Tentaram enrolar o PTB, logo com quem - o cobra-criada Jefferson, que os botou para correr.

E, agora, acham que vamos topar outro petebista mandando na Comissão Mista do Orçamento, como quer d. Dilma? Aquele Gim Argello, que não foi nem eleito, lugar tenente do Roriz? Sei que o plano da presidente (a) é combater nosso excesso de poder; sei que ela quer, ‘homeopaticamente’, desfazer nossos esquemas (que chamam de ‘corrupção’...) com mais ‘corrupção’ (‘similia similibus curantur’ - sei latim, meu filho). Não adianta... a gente coopta quem aparecer, principalmente esse aí que nem foi eleito, lá do buraco do Roriz...) e, se bobear, fazemos novo ‘blocão’, pois, além dos ‘nanicos’, nós temos os grandes mestres, os faixas-pretas do país: Sarney, o eterno, Renan, Jucá, o impalpável Eduardo Cunha, tantos... Eles sabem nos comandar, eles sabem o que querem... E tem mais: agora, estamos no Executivo...


Nosso comandante Temer conquistou a posição ideal que sempre almejamos: a vice-presidência. O vice é tudo. O presidente é alvo, o vice pula de lado e escapa das flechas. O presidente é culpado e o vice, observador isento. E o Temer não é o tipo de vice que ‘não aporrinha’, como quis o Serra; nós aporrinharemos, sim.

Esses comunas pensam que a gente é babaca. São séculos de aprendizado. O PMDB é uma das mais belas florações de nossa história.

Temos interesses, claro. Queremos cargos, muitos cargos e, no mínimo, seis ministérios importantes porque, sem nós, não tem comuna que se dê bem.

Não é assim que essa tigrada do PT fala: os fins justificam os meios? Pois é, nós somos os meios. No entanto, meu caro, os fins são deformados pelos meios e de ‘meios’ acabaremos sendo ‘fins’. Viu como sou profundo? Não há casamento sem interesse. É belo e progressista o interesse. O desprendimento, a honestidade alardeada, é hipocrisia de teóricos.

E nossos fins são sábios, experientes; são frutos de uma grande tradição brasileira que os maldosos chamam de ‘corrupção’, quando são hábitos incrustados em nossa vida como a cana, o forró, a obediência dos filhos que seguem nosso exemplo, nossos bigodes, que chamam de bregas, as ancas das amantes risonhas com joias de ouro tilintando em pescoços e pulsos, diante da palidez infeliz de nossas esposas... Vocês não entendem que isso é a cara do país? Vocês reclamam de nossa voracidade. E os milhares de famintos que invadiram o batatal do poder para comer tudo, os ex-pelegos hoje de gravata?

O PMDB é um exército de amigos unidos - qual o mal? Admire a beleza superior desse imenso patrimônio espiritual que nós possuímos, tanto em nosso partido como nas alas aliadas. É uma beleza feita de amizades, famílias amplas, burocratas cooperativos. E tem mais: nós do PMDB temos um projeto, sim, para este país... Um projeto muito mais pragmático, mais progressista que esses dogmas de 1917 do Dirceu e outros - abstrações ridículas como ‘igualdade’, ‘controle social’ , ‘comitês centrais’, ‘palavras de ordem’.

Nosso projeto é mais Brasil... ‘São coisas nossas, muito nossas...’, como cantou o Noel. Nosso projeto é uma girândola de malandragens, de negociatas que deixam cair pelas brechas, pelas frestas das maracutaias, migalhas de progresso. É isso: tudo que houve de bom no país foi fruto de malandragens no encontro entre o privado e o público.

Não, cara, não há corrupção no PMDB - trata-se apenas da continuação de um processo histórico. O dinheiro que arrecadamos em emendas do orçamento, em gorjetas justas de empresas e burocratas, esse dinheiro sempre foi a mola do crescimento do país.

Haveria Brasília sem ela? Onde estaríamos nós - na roça de um país agropastoril? Essa é a eterna verdade desde a Colônia, tão eterna quanto a miséria que sempre haverá. Querem o quê? Que fiquemos magros também, que dividamos nossas conquistas com os que nada têm, querem socializar a miséria? Quando eu faço uma piscina azul em meio à seca, não é crueldade, porque é preciso que alguém tenha piscina na caatinga para que a dor dos miseráveis seja suportável. A vida do pobre ganha um sentido hierárquico: ele está embaixo, mas se consola porque alguém vive feliz em cima.

De modo que não nos venham com papos de inclusão social. Ademais, é impossível salvá-los (como alguns poucos ainda pensam no PT). São 40 milhões de pobres chocados em quatro séculos de tradição patrimonialista da boa. Vocês verão que isso é natural, a natural ‘survival for the fittest’ (‘sobrevivência do mais forte’, como bem traduziu meu filho do MIT)...

Vamos olhar para a outra face da beleza: a alegria de ver a grande arte dos lucros fabulosos, as mandíbulas salivando a cada grande negócio fechado, o encanto dos shoppings de luxo, as velozes paixões dos cartões de crédito, o eufórico alarido dos restaurantes, os roncos de jetskis à beira mar, os gemidos das amantes no cetim, a euforia dos almoços de conchavos... Tudo isso doura o nosso progresso.

A classe dominante deste país é uma grande família, unida por laços de amizade total, mesmo que definhe sob nossos pés a massa de escravos em seus escuros mundos.

Nós somos muito mais o Brasil profundo do que esse bando de comunas que chegaram aí, com um sarapatel de ideias feitas por um leninismo mal lido e um getulismo tardio...

No entanto, sou otimista - acho, sim, que a aliança PT-PMDB poderá ser doce e linda. Mas, do nosso jeito. Tudo bem que censurem a imprensa e coisas menores (é até prático para nós...), mas, na infraestrutura de nosso passado de donatários, ninguém toca. Temos no peito o orgulho de proteger a sobrevivência da linda tradição de nossa colonização portuguesa.

O PMDB é a salvação da democracia; suja, mas muito nossa".

DILMA SERÁ A GRANDE E VERDADEIRA MÃE DOS POBRES E PAI DOS RICOS

Por: Hugo Studart

Conheci Dilma o suficiente para arriscar algumas previsões sobre seu governo. Se o câncer não a pegar, vai trair Lula em menos de dois anos. Logo-logo os ministros com espinha-dorsal vão cair fora por não aguentarem humilhações e maus-tratos; e seu governo será integrado exclusivamente por invertebrados com interesses pessoais não-republicanos. Seu lado bom é que na economia vai tentar crescer mais do que Lula ousou. Contudo, Dilma vai aprofundar uma economia baseada nos oligopólios setoriais, no qual cerca de 30 mega-corporações vão receber todo apoio do Estado para criar o sub-imperialismo sul-americano. Vejam por quê:

Getúlio Vargas gostava de se apresentar como “Pai dos Pobres”. A velha UDN , sempre corrosiva, acusava-o de ser também “Mãe dos Ricos”. Nada mais pertinente para aquele que foi, simultaneamente, o pai do populismo e a mãe do desenvolvimentismo brasileiro. Como Getúlio, Lula fez dois governos populistas, distribuindo, à moda de César, pão e circo aos plebeus. E ajudou tanto os banqueiros, os grandes empresários e os muito ricos, que Getúlio, se vivo estivesse, ficaria constrangido de rubor. Mas o crescimento económico na Era Lula foi absolutamente medíocre. Se as previsões de que Dilma Roussef vai dar continuidade ao lulismo, como promete, tudo leva a crer que venha a ser, como Getúlio e Lula tentaram, a primeira e verdadeira “mãe dos pobres e pai dos ricos”.

Quem conhece bem Dilma Roussef garante que seria uma doida de pedra, caso de camisa de força, um misto de Nero com Stalin, grosseira como o primeiro e totalitária como o segundo. Talvez seja exagero da oposição, talvez… Como um acadêmico, devo evitar usar certos adjetivos fortes. De qualquer forma, relato aos senhores, prezados leitores, que eu a conheci pessoalmente, eu jornalista, ela autoridade do governo Lula. Primeiro como ministra das Minas e Energia, depois como chefe da Casa Civil.

Tivemos algumas entrevistas, nas quais só ela respondia e eu pouco perguntava. Fiz parte da regra, não sou exceção. Nossa primeira entrevista começou 1h30 da madrugada e se estendeu até as 3h. Não me lembro de ter conseguido fazer mais do que duas ou três perguntas. Venho acompanhando há oito anos sua trajetória pública, os bastidores das suas aventuras. Tenho o orgulho de ter sido o primeiro jornalista a registrar a decisão de Lula de fazê-la candidata à sua sucessão. O acordo era Dilma governar apenas um mandato, quatro anos, mantendo a cadeira para Lula se candidatar em 2014. Somente uns três meses depois começaram as especulações sobre Dilma candidata. Enfim, conheço Dilma o suficiente para registrar aqui algumas previsões sobre seu futuro governo, caso se confirme nas urnas o que avisam as pesquisas.

ROMPIMENTO COM LULA
Como suas alianças com os aiatolas e com Hugo Chávez foram passos absolutamente idiotas e irreversíveis, Lula perdeu a chance de realizar o sonho de presidir a ONU ou ganhar o Nobel da Paz. Mas não vai se conformar em vestir o pijama, não quer virar um Fernando Henrique. Lula vai querer ficar dando pitaco em tudo. Quanto a Dilma, totalitária em seu DNA, stalinista e prepotente, vai começar a achar que ganhou a eleição pelos seus belos olhos, por sua suposta competência como “mãe do PAC”. Vai querer fazer seu próprio governo. Os dois vão acabar rompendo. No máximo em dois anos, anotem aí.

FORMAÇÃO DA PRIMEIRA EQUIPE
Ela deve aceitar que seu governo, numa primeira fase, seja nomeado por Lula e pelos dois “rasputins”, José Dirceu e Antônio Palocci. O PT vai ficar com o núcleo duro, ou seja, as áreas de coordenação política e económica. Dilma tem poucos quadros pessoais, como Erenice Guerra (finada, foi-se) e Valter Cardeal (agora queimado). Sobrou Maria Luiza Foster, hoje diretora da Petrobrás e alguns raros novos amigos, como o petista José Eduardo Cardoso e José Eduardo Dutra. Quanto aos demais ministérios, a serem loteados com os aliados, o PT vem tentando avançar sobre as áreas onde dá para fazer mais caixa dois. Contudo, a tendência é manter os atuais feudos. Até ai, nenhuma grande novidade. Vamos então às previsões.

SEGUNDA EQUIPE DE GOVERNO
Em menos de um ano, anotem aí a previsão, os ministros com alguma personalidade, algum caráter ou vergonha na cara, começarão a pipocar do governo em razão de grosserias, humilhações, futricas e maus tratos da mandatária. Nelson Jobim, que tende a ficar na Defesa (assim Dilma não precisa entregar ao PMDB mais um ministério onde dá para fazer caixa), deverá ser dos primeiros. Mas sai ainda em 2011, anotem aí. Esses ministros serão em quase totalidade substituídos por gente de terceira categoria, capachos dispostos a aguentar as explosões emocionais da mandatária em troca de algum interesse inconfessável.
NOVOS AMIGOS
Vai ter um momento que a Dilma vai estar cercada essencialmente de invertebrados e de batedores de carteira. Gente da pior qualidade, capachos despreparados mas com interesses privados claros, como a finada Erenice Guerra. É muito curioso que seu principal consigliere, atual melhor-amigo-de-infancia, seja o suplente de senador Gim Argello, do PTB do DF. Vale à pena acompanhar o governo Dilma pelos passos (e enriquecimento) de Gim.

DIRCEU OU PALOCCI?
De gente que pensa, a tendência é ficar apenas com Franklin Martins, antigo companheiro de armas, e José Eduardo Cardozo. Entre Dirceu e Palocci, aposto no segundo a longo prazo. Dirceu controla o PT; a tendência é Dilma querer se livrar dos grilhões, querer ficar livre, leve e solta para buscar um vôo-solo. Palocci controla o “mercado”, ou seja, as contribuições do caixa dois. Pode ser bem mais útil para Dilma.

PARALISIA ADMINISTRATIVA
O governo não vai andar, vai ficar todo travado por conta do excesso de centralismo democrático da presidenta. Ela acredita que informação seja poder. Não vai dividir informação com ninguém. Alias, enquanto foi ministra da Casa Civil, o governo só andou porque Lula colocou duas assessoras pessoais e suas equipes para controlar os ministérios pelos bastidores, Miriam Belchior e Clara Ant. Com sua mania de centralizar, controlar e querer saber de tudo, Dilma sempre atrapalhou mais do que ajudou.

RELAÇÃO COM O CONGRESSO
Tende a ser desastrosa. Dilma jamais gostou de negociar. O negócio dela é impor. Os parlamentares eleitos, por sua vez, têm em quase totalidade o DNA clientelista, franciscano, “é dando que se recebe”. Dilma tende a perder a paciência e a tentar passar o trator no Congresso, como registra todos os episódios de sua biografia. Paralisia política, impasses institucionais, talvez até crise de poderes. Ela não deve conseguir aprovar no Congresso nenhuma reforma relevante. O que não aprovar em seis meses, no máximo no primeiro ano de governo, não deve aprovar mais. A não ser que caia na tentação de tentar o “chavismo”.

IDEOLOGIA? ORA, O NEGÓCIO É…
Engana-se quem acredita que a ex-guerrilheira Dilma seja movida pela ideologia. Nos tempos de militância esquerdista e clandestinidade, ela notabilizava-se entre os guerrilheiros por duas características singulares. Primeiro, o amor pela frutrica e por provocar divisões. O ex-companheiro Carlos Lamarca morreu chamando-a de “cobra”, “maquiavélica”. Outra característica era sua atração pelo dinheiro. Ela convenceu Lamarca que tinha uma grande organização, a Colina, com milhares de militantes prontos a pegar em armas pela revolução. Tinha só ela, o marido de então, um companheiro bonito chamado Breno e mais dois ou três gatos-pingados. Convenceu Lamarca a fundir o grande Colina e com a VPR em igualdade de condições, criando a VAR-Palmares. Convenceu Lamarca a assaltar o cofre do Adhemar de Barros, no mais ousado episódio da guerrilha. Por fim, convenceu a todos a rejeitar o “militarismo” de Lamarca e seus sargentos. Ela e o marido ficaram com o controle de quase todo o dinheiro do assalto, deixando Lamarca em dificuldades.

CAIXA DE CAMPANHA
Faço aqui uma previsão tão ousada quanto polémica. Nossa presidenta tende a tentar fazer seu próprio caixa de campanha, fora do caixa dois do PT, a fim de ganhar a independência em relação Lula. Ela sonha ter o próprio grupo. Precisa de dinheiro para financiar a política.

BRASIL GRANDE
Do lado bom, Dilma vai tentar acelerar um pouco o crescimento económico. Isso é tão certo quanto o futuro rompimento com Lula. Como Adhemar, Médici e Maluf, ela gosta de obra grande, de usinas hidroelétricas gigantescas, de portos e auto-estradas rasgando a imensidão desse Brasil. Deveria ter sido ministra do governo Medici. Quer ressuscitar o Brasil Grande, mas com um viés de esquerda – ou daquilo que ela chama de esquerda. Confesso que não consigo ver muita diferença no PAC de Dilma com os projetos de Médici e Geisel.

SUB-IMPERIALISMO BRASILEIRO
No plano internacional, não vai trombar em hipótese alguma com os EUA. Acho até que vai dar uma guinada à direita. O jogo internacional dela é o sub-imperialismo. Vai usar dinheiro público para financiar grandes corporações brasileiras, criar oligopólios nacionais e sul-americanos. Os maiores beneficiários de seu governo serão Gerdau, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Votorantim, Bradesco, etc. E a Vale? Ora, a Vale é do Bradesco.

OLIGOPÓLIOS
Noam Chomsky, o mais instigante pensador da atualidade, tenta explicar a economia globalizada de uma forma singular. Segundo ele, não vivemos o capitalismo, nem nos Estados Unidos, nem na Europa. O sistema que haveria seria o do estatismo oligopolizante. A economia é toda organizada por oligopólios, com cinco ou seis mega-corporações dominando cada um dos principais setores da economia – bancos, siderúrgica, petro-química, midia, fármacos, tecnologia, etc. Ao sistema não interessa monopólios, como o que a Microsoft tentou firmar, mas sim oligopólios. E essas mega-corporações oligopolistas, por sua vez, precisam da ajuda dos Estados e dos políticos para firmarem-se como corporações globais. Financiam os políticos que, no poder, lhes dão concessões de todo o tipo. Chomsky referia-se aos EUA, Europa e Japão.

Poderia estar falando do Brasil que Lula entrega à Dilma. Pensem num setor. Bancos, por exemplo: Há dois grandes estatais, BB e Caixa, dois privados nacionais, Bradesco e Itaú, e dois estrangeiros, Santander e HSBC – o resto não conta. Construção: Odebrecht, Andrade e Camargo. Se listarmos os cinco principais setores económicos – Bancos, Construção, Siderurgico-Metalúrgico, Petroquímico e Farmacêutico, vamos descobrir que, no Brasil, menos de 30 empresas controlam dois terços dos empréstimos subsidiados do BNDES e 90% dos investimentos dos fundos de pensão das Estatais. Outra curiosidade: essas 30 empresas desses cinco setores financiaram a maior parte da campanha de Dilma e do PT, deixando Serra e os tucanos na mão. Mas essa é outra história a ser contada em detalhes em outra ocasião.

Por enquanto fica aqui o registro: essas 30 empresas desses cinco oligopólios, vão receber no governo Dilma todo subsídio que precisarem do BNDES para consolidarem ainda mais o oligopólio interno e o sub-imperialismo na América do Sul. Também vão receber dinheiro direto dos fundos de pensão das Estatais para fazer o mesmo. O governo Dilm, enfim será essencialmente oligopolista e sub-imperialista. Anotem as previsões.


Hugo Studart
Jornalista e historiador, professor e pesquisador

Quem avisa, amigo é!

Três notícias chamaram a atenção neste final de semana que passou.

" O Brasil se abster de condenar o Irã na questão de violação de direitos humanos" é a primeira delas. Depois do nosso PNDH3, que em breve será colocado em prática na íntegra, isso não surpreende. Por aqui, direitos humanos e liberdade de imprensa, logo logo também serão, digamos,mais "controlados".

Prova maior é a segunda notícia, ou seja o documento do PT já aprovado, em relação a "democratização da comunicação". Creio que, antes de tudo, o partido da nova Presidente deveria se ater em criar projetos de trabalho e progresso e não tentar controlar a mídia.

Mas é explicável, uma vez que ''quase'' todos deste partido vivem envolvidos em escândalos de corrupção, onde a impunidade virou marca maior e onde a cara de pau e as mentiras tomaram conta, nada mais apropriado do que tentar controlar a mídia, afinal, sómente ela nos dá ao menos o direito de ficarmos sabendo das imundices na qual todos estamos sendo arrastados e temos, graças a imprensa, testemunhado nos últimos oito anos. Com a absoluta certeza, mais imundíces virão.

A última notícia que circulou neste final de semana confirma
tudo. "Dilma chorou e agradeceu aos tres porquinhos".

Dilma chorar? Nada de novo, Lula não vivia e vive chorando por qualquer motivo? Chorou até quando prenderam o amigo dos panetones, Arruda, lembram?

Vão trabalhar, este é meu conselho.

Siegmar Metzner - Curitiba
JORNAL O ESTADO DO PARANÁ
EDIÇÃO 23/11/2010

sábado, 20 de novembro de 2010

Celso Arnaldo : ‘Dilma é uma fábula criada pela mente fantasiosa de LuLa Fontaine’

20/11/2010
às 11:34 \ Direto ao Ponto

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/direto-ao-ponto/

Por onde anda o único especialista em dilmês do mundo?, perguntaram nos últimos dias dezenas de leitores da coluna. Cadê o grande caçador de cretinices?, intrigaram-se outros tantos. Preparando-se para o retorno memorável, comprova o texto do jornalista Celso Arnaldo Araújo sobre o já histórico Discurso dos Três Porquinhos. Confira:

Dilma Rousseff é uma fábula. Criada pela mente fantasiosa de LuLa Fontaine ─ autor, entre outras fábulas, de “A Viagi de Marisa” ─ “A presidente que não sabia falar” inaugura uma nova corrente da ficção literária, que promove a aliança entre o imaginário e o horror trash — como se pode ver neste vídeo, apenas um trailer do longa-metragem com quatro anos de duração baseado nessa história, que estreia dia primeiro de janeiro.

A presidente inventada por LuLa Fontaine era um fenômeno — apesar de seus 62 anos, e embora, como consta, instruída pelos melhores tutores, parecia não ter completado a fase de aquisição plena de linguagem, em seus diversos níveis. Do mais coloquial ao mais imperial. Do pessoal ao protocolar. Não dominava nenhum, das primeiras às últimas palavras, do preâmbulo à moral da história.

Quando começava a se dirigir aos súditos, dos mais humildes aos mais ilustrados, tinha enorme dificuldade de dizer a que veio, como no vídeo em tela:

– Eu tenho assim muita, uma, uma grande alegria de tá aqui.

A presidente que não sabia falar provavelmente ouviu de um dos sábios da corte que, ao saudar uma certa categoria de pessoas, devia deixar bem claro que se referia indistintamente aos homens e às mulheres desse dado segmento, mesmo que este fosse designado por um termo comum de dois –- ou seria linchada pelas mulheres presentes. Num encontro de mancebos, endereçou-se “aos jovens homens e às jovens mulheres”. Aqui, “aos militantes e às militantes” e “aos dirigentes e às dirigentes”.

Salto no escuro
Expressões de uso popular, empregadas com naturalidade até por pessoas humildes, em sua boca sempre se adulteravam. Salto no escuro, no sentido de aposta arriscada, virava “salto mortal” – que ela repetiu umas 10 vezes numa semana, em diversas situações. “Quem quer que seja” aparecia em sua fala como “seja quem seja que faça”. “Sob pressão” ganhava duas letras intrusas, alterando-se para “sobre pressão”. Um grito de guerra do general Pompeu, bradado antes de Cristo, “Navegar é preciso, viver não é preciso”, foi por ela chamado de “um verso de Ulisses” – e não se referia ao da Odisseia grega, mas ao Guimarães, da odisseia das diretas.

Nada acertava: nomes de pessoas, de cidades, de livros, citações célebres, provérbios, passagens da história, até lugares-comuns. Números, conceitos, premissas, promessas, hipóteses, a presidente que não sabia falar deformava tudo o que dizia ou tentava dizer.

Mesmo em seu terreno de origem, a fábula infantil, era incapaz de perceber as implicações politicamente incorretas de determinadas historinhas, quando tiradas do contexto -– por muito menos, Monteiro Lobato acaba de ser conduzido postumamente à delegacia de costumes, por racismo.

Chamar três de seus principais auxiliares, em público, de “três porquinhos”, como suposto exercício de carinho e gratidão, foi a mais clamorosa falta de noção política, sociológica e psicológica da presidente que não sabia falar. É o que diferencia a ignorância, que é remediável, da sem-noção, que é irreversível. Tiririca, outro personagem das fábulas do mundo de LuLa Fontaine, é apenas ignorante.

No final de “A presidente que não sabia falar”, o autor a faz viajar para o estrangeiro – onde deixa em polvorosa seu tradutor juramentado, ao repetir, diante dos mesmos três vassalos, a história dos Três Porquinhos. O intérprete sentiu-se impedido de verter tal expressão para Three Little Pigs, francamente pejorativo quando atribuído a pessoas que comandam verbas públicas e a agenda de uma presidente. Tinha receio de ofender os três cavalheiros, mas a presidente nem percebeu e desandou a falar com o anfitrião sobre uma história lida na remota juventude, algo como “A Cabana do Pai Tomás”. Ou seria “A banana de São Tomé”?

A história não acabaria bem para a fabulosa presidente que não sabia falar.

O espetáculo da canalhice não pode parar

20/11/2010
às 17:24 \ Direto ao Ponto
Augusto Nunes

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/direto-ao-ponto/

Foi aprovada por 80 votos a resolução da ONU que expressa “profunda preocupação” com as violações dos direitos humanos promovidas pelo governo do Irã, critica a pena de morte e rejeita a violência contra a mulher. Trata-se de mais uma tentativa de salvar Sakineh Ashtiani, condenada a morrer apedrejada — e de colocar o regime dos aiatolás no caminho que leva para longe da Idade da Pedra. Sobre o caso Sakineh, não tenho muito a acrescentar ao texto republicado neste sábado na seção Vale Reprise.

Os 44 países que votaram contra a resolução se tornaram comparsas confessos de uma ignomínia assim justificada pelo embaixador iraniano, Mohammad-Javad Larijani:”O apedrejamento significa que você deve fazer alguns atos, jogando um certo número de pedras, de uma forma especial, nos olhos de uma pessoa. Apedrejamento é uma punição menor que a execução, porque existe a chance de sobreviver. Mais de 50% das pessoas podem não morrer”. Como optou pela abstenção, o governo brasileiro acha que a argumentação faz sentido. Por omissão, transformou-se em cúmplice do horror.

“A maneira pela qual algumas situações de direitos humanos são destacadas, enquanto outras não, serve apenas para reforçar que questões de direitos humanos são tratadas de forma seletiva e politizada”, miou em nome do Itamaraty o diplomata Alan Sellos. “Eu, pessoalmente, sou contra, mas não posso dizer a quem tem isso na sua cultura que seja contra”, emendou o ministro da Defesa e comerciante de aviões Nelson Jobim. No caso do Irã, o jurista de araque só autoriza discurseiras federais a favor da bomba atômica e de eleições fraudadas. Haja cinismo.

Jobim e o resto da turma sabem que a falsa neutralidade só reafirmou que o presidente Lula não hesita em envergonhar a nação para curvar-se à vontade do companheiro Mahmoud Ahmadinejad. A política externa da cafajestagem ao menos é coerente. Tão coerente, aliás, quanto o silêncio dos líderes oposicionistas, que entre uma e outra derrota eleitoral mergulham no recesso de quatro anos. Como está em férias, a oposição oficial não vocalizou — de novo — a indignação do país que presta com mais um ultrajante tapa na cara da nação.

“Acho o apedrejamento uma barbárie”, recitou Dilma Rousseff logo depois de eleita. Como não deu um pio sobre a abstenção pusilânime, ou não acha nada ou o que acha não tem importância. Dilma tem murmurado que gostaria de instalar uma mulher no Ministério das Relações Exteriores. Se a execução de Sakineh não ocorrer até o fim deste ano, a Era da Mediocridade vai produzir outro espanto: o apoio do Brasil às forças da escuridão será formalizado por uma mulher na Presidência da República e outra na chefia do Itamaraty.

O espetáculo da canalhice não pode parar.

A Pocilga de Dilma

BRASIL

Dilma Rousseff, durante reunião do PT, chamou os principais coordenadores da sua campanha de “três porquinhos”, arrancou risos da platéia e dos porquinhos presentes. Ninguém se ofende em ser chamado de qualquer coisa pela presidente eleita. Todos querem chafurdar na lama do chiqueiro presidenciAL

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Ultimo Segundo, O Globo, Wikipedia

Ao participar de uma reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília, para comemorar a vitória, a presidente eleita, fez questão de chamar de “três porquinhos”, Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo, os principais coordenadores e escudeiros da sua campanha.

Na verdade esse era um adjetivo pejorativo, cunhado pelo PMDB, sobre os três, quando da briga por espaços junto à candidata, nos embates eleitorais. Agora virou um título honorífico, quando mencionando pela presidente eleita.

Existe um quarto porquinho, não citado: trata-se do leitão secreto José Dirceu, escondido no fundo da pocilga, oculto convenientemente, até agora, para não emporcalhar ainda mais o ambiente.

Diante de uma platéia de cerca de 200 petistas, entre eles quatro governadores, Dilma, como dona dos porcos, elogiou, agradeceu e até chorou enquanto o resto da porcalhada chafurdava comemorando na lama partidária.

A presidente eleita, Dilma Rousseff, aproveitou a presença dos petistas, para tentar passar um recado, insinuando que o partido tem que ter "maturidade" para ceder espaço na composição de governo.

Falava da previsível suja guerra fratricida entre PT e PMDB, os dois principais partidos de sustentação do seu futuro governo, digladiados em busca de acesso aos cofres públicos.

Na última semana, o vice Michel Temer, do PMDB, abandonou a sua satânica pele de pai de chiqueiro e assumiu a sua porção suína: junto outros partidos menores, ameaçou criar um “blocão”, que ficaria maior que o PT, marcando território, mijando nos aceiros da esplanada dos ministérios

”Nos últimos dias, líderes do PT também se mostraram preocupados com o espaço que o partido terá a partir de janeiro. Chegaram a falar em "direito adquirido" sobre os cochos, digo, ministério que atualmente comandam.”

Até Dilma parece estar levemente temerosa das reações partidárias quando do anuncio do seu ministério, acuada pela súcia suína esfomeada. Acabou pedindo compreensão dizendo “esperar que suas escolhas sejam respeitadas.”

Apesar de atéia, Dilma perdia seu precioso tempo, lançando perolas bíblicas, aos porcos: nos bastidores do chiqueiro, a disputa de poucos modos, em torno do ministerial cocho de lavagem, não arrefeceu, nem um pouco.

O pior é que os suinos Petistas e Peememdebista, além do confronto direto, pela posse territorial do grupo, também competem entre si. Afinal, é da índole dos porcos, cheirar mal, gostam de viver na sujeira e ser muito pouco educados quando lhes são servidas as refeições.

A presidente eleita Dilma Rousseff, porém, parece à vontade nesse ambiente de pocilga: afinal, por conspiração do cosmo, ao nasceu em dezembro 1947, foi sacramentada, como uma porca, pelo milenar horóscopo chinês.

O blocão dos mascarados

RUTH DE AQUINO
REVISTA ÉPOCA

RUTH DE AQUINO
é diretora da sucursal de ÉPOCA no Rio de Janeiro


O carnaval será só em março, mas o blocão dos mascarados, com o vice-presidente eleito, Michel Temer, de mestre-sala, já ensaia seus passos em direção à apoteose do Planalto. Tem tanto deputado e senador brigando para subir nos carros alegóricos do Congresso e do ministério que a porta-bandeira Dilma Rousseff começa a temer por sua segurança. Para ajudá-la a enfrentar os mascarados, Dilma quer a seu lado umas 30 rainhas de bateria e baianas – o pré-requisito é ser mulher. Esse samba-enredo tem tudo para atravessar antes do desfile.

Existe um fosso entre nossos políticos e a população. Um estudo da Escola de Direito de São Paulo da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou que, num ranking de dez instituições, as duas menos confiáveis são os partidos políticos e o Congresso Nacional. As mais bem cotadas são as Forças Armadas, o governo federal, a imprensa escrita e a Igreja Católica. Só 8% confiam hoje nos partidos políticos. Isso em ano eleitoral. Pelo despudor com que os partidos estão rasgando a fantasia nesta transição presidencial, desconfio que a próxima pesquisa os derrube para o Grupo B das escolas de samba.

O blocão, para quem não sabe, é a união do PMDB, PP, PR, PTB e PSC, como uma cartada para intimidar a presidente eleita, do PT, a pensar duas vezes antes de escolher seus destaques e abre-alas. Ninguém se conforma em ficar só de passista vendo a banda petista passar. Mesmo que o palco principal seja a Câmara, onde essas cinco legendas de centro-direita teriam 202 parlamentares, está na cara que o blocão almeja mais e mais alto. Na cara de Temer, é impossível vislumbrar qualquer expressão facial. Um bom teste é olhar dez fotos suas em situações completamente diversas. As imagens são sempre iguais, sem trair alegria, emoção ou contrariedade – apenas o mesmo ar compungido. Se fosse mulher, os fofoqueiros atribuiriam a injeções de Botox, que congela as expressões. O povo brasileiro não confia em político fantasiado de esfinge.

Com 70 anos, mas sem rugas de septuagenário, pai de cinco filhos, Temer passou incólume por acusações de envolvimento em escândalos e conseguiu ser vice de Dilma apesar da resistência do presidente Lula, que preferia Henrique Meirelles. Hoje, Temer é o “muy amigo” que morde e assopra. Em 2006, apoiou Alckmin. Apontado como o líder do blocão, é o mesmo que promete acertar o passo e garantir a harmonia.

Pegue fotos de Temer em dez situações. Seu rosto não trai a menor emoção. Dá para confiar nessa esfinge?
Nada disso desafinaria nossa vida se o blocão quisesse defender a população de mais impostos e golpes semelhantes. Uma tensão saudável no poder pode conduzir a negociações para o bem comum. Mas o samba da política é pesado, sem sintonia ou rimas. O que se quer é brilho e paetê. No caso, cargos e grana. Antes do champanhe do Réveillon, deputados querem aprovar o aumento de seus salários de R$ 16.500 mensais para R$ 26.700. Um salto de 61,83%. É ou não um atentado ao pudor? São ruins da cabeça e doentes do pé.

Dilma passou a usar óculos escuros e lê Team of rivals (Time de rivais), biografia de Abraham Lincoln que conta como o presidente dos Estados Unidos formou um gabinete com adversários. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, do PT paulista, chamou o blocão de “tiro no pé”. Lula virou poeta: “Política é como o leito de um rio. Se deixar a água correr tranquilamente, tudo vai se colocando de acordo com o que é mais importante. Se as pessoas tentam, de forma conturbada, mexer na política, pode não ser muito bom”. O PMDB quer impor rodízio com o PT na presidência da Câmara até 2015. Mas, para Lula, rodízio é de churrasco.

O que o PMDB de José Sarney mais deseja agora é indicar o ministro que ocupará a vaga do STF, para desmontar a Lei da Ficha Limpa e salvar o mandato de Jader Barbalho – mantido inelegível pelo Supremo por ter renunciado em 2001 para escapar da cassação, acusado de desvios e corrupção. Eleito no Pará para o Senado, Jader chamou a decisão do Supremo de “patética”, uma “aberração”.

Durma-se com um baticumbum desses. O fogo é no seu barracão, Dilma. O preço da fantasia está ficando alto demais.

Uma década de fortes emoções

Rodrigo Constantino, para a revista VOTO

Chegamos ao fim da primeira década do novo milênio. Em busca de alguma expressão que traduzisse de forma sucinta este período, veio à mente o título acima. Foram fortes emoções, sem dúvida. Quando voltamos nossa memória para o começo da década, parece que já se passou uma eternidade. Ataques terroristas, guerras, o estouro de bolhas financeiras, o despertar definitivo do dragão chinês, o que não faltou nesta década foram fatos globais extraordinários.

Logo no começo dos anos 2000 veio o estouro da bolha de internet, afetando o mundo inteiro. O índice de ações Standard & Poor’s, das 500 maiores empresas americanas, perdeu metade de seu valor em poucos meses. Em seguida, os terroristas da Al Qaeda, liderados por Osama Bin Laden, iriam gravar na memória do mundo todo o dia 11 de setembro de 2001, com as imagens assustadoras das torres gêmeas do World Trade Center desabando.

Era o modelo ocidental que estava sendo atacado pelos muçulmanos fanáticos, e em pouco tempo inúmeros países, sob o comando dos Estados Unidos, fariam uma custosa e questionável guerra contra o regime de Saddam Hussein no Iraque, após o ataque ao regime Talibã no Afeganistão. O “choque de civilizações” entrava no topo da pauta de debates, esquentando as divergências geopolíticas mundo afora. O clima era de intenso medo e de profundas incertezas acerta do futuro.

Com um cenário tão delicado para a economia americana, seu banco central, o Federal Reserve, colocou a taxa básica de juros em 1% ao ano, e assim a segurou por longo período. Esta medida talvez seja a causa isolada mais relevante para a bolha imobiliária que tomou conta do país e se espalhou pelo mundo. A euforia venceu o medo, e os “espíritos animais” foram aguçados de forma impressionante. Todos sonhavam com a casa própria, e seu preço parecia ter uma única direção. Os refinanciamentos com taxas reduzidas e o valor do ativo cada vez maior fizeram com que a especulação imobiliária saísse do controle.

Entrementes, o dragão chinês tinha acordado e estava com fome de recursos. Com farta mão-de-obra barata, a China exportava produtos manufaturados para o mundo todo, especialmente para os ávidos consumidores americanos, regados de crédito barato. A simbiose parecia perfeita: as formigas chinesas trabalhando duro para acumular capital, enquanto as cigarras americanas cantavam as maravilhas da globalização. O mundo é plano! E os índices de inflação, a despeito desta pujança toda, não incomodavam muito, justamente porque a China estava “exportando deflação” com seu choque de produtividade. Os “clarividentes” do Fed estavam impressionados com o paradoxo. A festa pode continuar!


Mas as leis econômicas inevitavelmente cobram sua fatura. A farra tinha que acabar. O castelo era, afinal, de areia. A bolha acabou estourando em 2008, lançando o mundo todo num estado de pânico. O super ciclo de endividamento parecia ter chegado ao fim. Os especuladores, principalmente os mais pobres, descobriram que o preço das casas também pode cair, e que, quando isso ocorre em cima de uma pilha de hipotecas, o valor da dívida pode superar muito o valor do ativo. A realidade não é tão linda quanto o sonho. Milhões perderam suas casas e seus empregos. O Fed teria que agir novamente. A ressaca incomoda, logo, é preciso permanecer embriagado.

Mais liquidez foi injetada nos mercados, a taxa de juros foi para zero, bancos tiveram que ser salvos, pacotes de centenas de bilhões foram aprovados para estimular a economia. Não obstante, os Estados Unidos terminam a década com desemprego próximo aos 10%. O S&P 500 ainda está uns 15% abaixo do valor do começo da década, em termos nominais! A inflação acumulada no período, medida pelo CPI, chega a 30%. Em outras palavras, as ações das principais empresas americanas perderam quase a metade de seu valor real na década. Pode-se até falar numa espécie de “japanização” dos Estados Unidos. Uma década perdida.

A Europa tampouco se saiu melhor. Ao contrário: seu modelo de Estado de Bem-Estar Social contribuiu para jogar mais lenha na fogueira. Com carga tributária absurdamente elevada, endividamento público elevado, rigidez nas leis trabalhistas e inúmeros privilégios irrealistas garantidos pelo governo, os países europeus enfrentaram dificuldades mais graves ainda. A Comunidade Européia chega ao final da década sem saber se sua moeda comum, o euro, vai sequer sobreviver. Alguns países, como Grécia e Irlanda, estão totalmente quebrados.

E o Brasil nesta história? A década se confunde com a Era Lula, uma vez que foram oito anos de gestão do presidente petista. Em termos econômicos, o resultado não foi dos piores. Mas poderia ter sido infinitamente melhor! Na verdade, o cenário externo descrito acima não foi ruim para países emergentes exportadores de commodities como o Brasil. Sem oportunidades de crescimento e bons retornos nos países mais desenvolvidos, e com a China sedenta por recursos naturais, países como o Brasil se destacam como boas opções relativas. A economia brasileira surfou uma grande onda internacional, pegando carona no espetacular crescimento chinês.

O grande mérito do presidente Lula foi não ter estragado a “herança positiva” das reformas macroeconômicas de FHC. Contrariando os petistas aliados e seu discurso histórico, Lula colocou na presidência do Banco Central um banqueiro que foi presidente de um banco americano. Além disso, Lula soube preservar o superávit fiscal, ao menos até o último ano de mandato. Depois ele deixou as eleições falarem mais alto, e no ímpeto de eleger sua candidata, colocou em risco seu legado razoável na macroeconomia.

Já no âmbito da microeconomia pouca coisa foi feita. As leis trabalhistas continuam as mesmas da era fascista de Vargas, as máfias sindicalistas conseguiram concentrar mais poder ainda, e a burocracia continuou asfixiante. Nenhuma reforma importante foi realizada. A carga tributária cresceu e os impostos permaneceram complexos, a Previdência Social segue insustentável, uma verdadeira bomba-relógio, e a reforma política não saiu do papel. Enquanto isso, o governo aumentou o inchaço da máquina estatal e expandiu de forma preocupante o crédito público. Em termos gerais, podemos resumir da seguinte forma: a economia brasileira cresceu a despeito do governo Lula, e não por causa dele. Uma incrível oportunidade foi perdida, uma vez mais.

Na esfera das liberdades individuais, o governo Lula representou um claro retrocesso. Diversas tentativas de censurar a imprensa foram feitas, tais como CNJ, Ancinav, Cofecom, PNDH-3 etc. As instituições básicas da democracia foram aparelhadas pelo partido do presidente. A politização chegou até a Receita Federal, e um simples caseiro teve seu sigilo quebrado para atender aos interesses do então ministro Palocci. Em termos de corrupção, a década foi marcada pelo escândalo do “mensalão”, um dos capítulos mais nefastos da história de nossa república.

Tudo isso acabou ignorado nas últimas eleições. O fator econômico falou mais alto, o que é preocupante para o futuro de nossa democracia. Isso sem falar que o próprio crescimento econômico não é sustentável nestes patamares sem as devidas reformas e contenção dos gastos públicos. A década que acaba foi marcada por fortes emoções. Mas arrisco dizer que a década que se inicia dificilmente ficará atrás neste quesito. Preparem os corações!

posted by Rodrigo Constantino

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Elogio da Vagabundagem

*Profa. Martha de Freitas Pannunzio; Mãe de Fabio Pannunzio da BAND

Eu tenho bronca do presidente, sim. Antes não tinha. Achava-o apenas sujo, mal lavado, ignorante, boçal, troglodita, inconveniente, atrevido, insolente, mentiroso etc. etc. etc., porém eu punha estas arestas na conta de sua biografia e mudava de canal. Não conseguia compreender como nem por quê a CNBB, a OAB e uma parte da imprensa incensavam aquela pessoa e a transformavam num mito. Quando estourou o caso LURIAN eu acrescentei no meu caderninho: irresponsável. Um dia Leonel Brizola, derrotado no primeiro turno de uma eleição presidencial, em face da ameaça da eleição de Collor, preconizou o voto útil e mandou que a militância do PDT tapasse o nariz e votasse no sapo barbudo. Eu era presidente do PDT de Uberlândia e admirava Brizola, mas não consegui atender ao seu pedido. A caricatura do sapo barbudo ficou para sempre desenhada no seu portfolio político. Indelével. Num País de grande oradores políticos, aquele exaltado cidadão era apenas um ator da comédia bufa que sabia de cor duas ou três frases de efeito. A informação “aposentado por invalidez” por causa do dedo mindinho sempre me pareceu intriga da direita e eu nunca a apurei. Apenas anotei no meu caderninho, mais uma vez, o fato curioso de ele estar sempre desocupado. Eu havia repassado 300 alunos por dia, dobrando turno na escola estadual de MG, durante 32 anos, para chegar a uma aposentadoria menor do que um salário mínimo. De onde saíra aquele Messias fabricado?

O tempo não só confirmou o que eu pensava como, infelizmente, acrescentou outras considerações desabonadoras. Investido do cargo e dos poderes inerentes e decorrentes do cargo, ele botou as unhas de fora e se revelou por inteiro. Lerdo, esquecido, cego, mudo, mal acompanhado, arrogante, intrometido, globe-trotter contumaz e exigente, inconveniente, inoportuno, desrespeitoso, metido a engraçado, mal assessorado nos assuntos internos e externos, ele foi dizendo patacoadas que caíram na alma da gigantesca camada de brasileiros e brasileiras pobres de grana e pobres de espírito. Estes cidadãos, das camadas de E a Z, se contentaram com cestas, bolsas, vales, tíquetes, esmolas, enfeitadas com bandeiras, marchas messiânicas, quebra-quebra, invasões, saques, desordem generalizada. O cargo lhe deu imunidade e impunidade e ele, generoso, repassou estes benefícios aos desordeiros e aos amigos mais próximos.

Estamos vivendo tempos modernos, preocupantes. Nos últimos cinco anos eu, que não sou ninguém no contexto nacional, viúva, acumulo treze BOs (Boletins de Ocorrência Policial) com registro de assaltos a mão armada e grandes prejuízos materiais na minha pequena fazenda em Uberlândia, onde resido. Pago/jogo fora, mais de 50% do movimento da minha atividade, para cumprir as exigências da escorchante carga tributária do atual governo. Eu era classe média, agora não sei mais o que sou. E, o que é pior, não tenho sossego para viver nem trabalhar. Nem eu nem meus companheiros de atividade agropecuária. Em nome da reforma agrária uma grande baderna tomou conta da zona rural e ensejou a formação de gangues intocáveis, mantidas com rubricas polpudas de dinheiro público. O documento cartorial de propriedade privada perdeu a validade. O governo inventou índices inatingíveis de produtividade para configurar a improdutividade da terra e justificar o vandalismo dos seus apaniguados. E deixou a abóbora alastrar.

A corte da saparia coacha alto, voa pelo mundo numa suntuosa aeronave presidencial, mete a colher de pau onde não foi chamada, conta piada, faz sucesso no exterior, entretanto não sabe qual é o estoque regulador de alimentos de que dispomos. Não é capaz de mapear a produção. Não nos garante preço mínimo. Não cuida das estradas nem dos portos e aeroportos e vende mal nossas super safras de tudo, nossos minérios, nossos quilowatts de energia hidrelétrica limpa e não renovável.

Nos últimos anos o Brasil conheceu a desesperadora realidade do desemprego. Chegamos a crescer abaixo de ZERO. Quem estava empregado, caiu na informalidade. As estradas estão repletas de acampamentos de sem-terra.. Invadem à-toa, apenas para vender aquele chão que nada lhes custou e depois invadir outra propriedade, para vendê-la também. É a Imobiliária MST-MLST, especialista em assentamento improdutivo, parceira e tutelada pelo INCRA desde a primeira invasão. São párias sociais, abandonados. Sem agrônomos, sem sementes, sem mandalas, sem carteira assinada, sem financiamento, vivendo de bicos e de pequenos delitos na vizinhança. Nas horas vagas engrossando o contingente de invasores em novas propriedades. Eu nunca ouvi o presidente dizer uma palavra a respeito desta conflagração nacional.

Neste momento a carteira de trabalho se tornou dispensável no Brasil, sabe por quê? Porque o emprego estável prejudica o recebimento da bolsa-esmola.. O presidente milagroso catapultou 34 milhões (?) de miseráveis e, com dez quilos de arroz e um quilo de fubá, os instalou na classe média. Agora a candidata chapa-branca promete erradicar o restante da pobreza em quatro anos. É um delírio!

São oito anos de caos moral e ético no País. Nada completamente novo, que o Brasil nunca tivesse praticado. Aliás nossa história política tem raros momentos de decência e escassos cidadãos ilibados. O fato novo é a escancarada intervenção do presidente em defesa de sua gangue, vociferando contra a imprensa, a justiça, o congresso, a Constituição, a sociedade civil organizada. E agora, no apagar das luzes, ei-lo travestido de garoto-propaganda em tempo integral, usando com naturalidade todos os mecanismos do governo para empurrar goela abaixo uma candidata que não tem luz própria, nem é petista, que ouviu a galinha cantar, mas não sabe cadê o ovo. Uma gordinha inimiga das instituições desde quando era de-menor. Bonitinha, é verdade, mas beleza não põe mesa.

Uma campanha messiânica começa a rotular a pupila do Sr. Presidente com o codinome de MÃE. Aí já é demais! O desconfiômetro deles pulou a janela e virou a esquina. Nem daqui a 50 anos o Brasil conseguirá limpar da alma do nosso povo esta nódoa maligna de conformismo raivoso e vingativo que o sapo barbudo impingiu na alma das camadas E a Z. Alguém deles leu O PRÍNCIPE, de Maquiavel. Com certeza.

Antes havia pobres por aqui. Milhares. Miseráveis. Porém eles aspiravam a uma superação pessoal. Hoje eles se acomodaram, cruzaram os braços. Esperam que tudo lhes caia do céu. As cotas universitárias revitalizaram o apartheid. Ao invés de injetar recurso no ensino público, a máquina de sedução que vira voto criou o PROUNI e fez proliferar as faculdades medíocres. Num país sem planejamento familiar, a juventude superlota os presídios. A guerra fratricida faz trincheira em cada esquina. A classe A levanta as muralhas de seus condomínios fechados. A classe média paga imposto deduzido na fonte, tem plano de saúde e previdência privada. Viver ficou perigoso demais. Caro demais. O resto são 70% de brasileiros e brasileiras ingênuos que caíram no mais moderno conto do vigário: o do marketing político institucional. A estes lhes bastam, hoje, como na Roma Antiga, migalhas de pão e algum futebol, já que o circo também morreu.

Brizola jamais poderia suspeitar que ele faria do caçador de marajás seu líder no senado.. Que o tesouro nacional acumularia montanhas de dólares obtidos de alíquotas e das taxas de juros mais altas do mundo. Hoje eles se acomodaram. Que a rede bancária nacional e internacional iriam ao paraíso. Que a poupança renderia 0,65% e os cartões de crédito chegariam a cobrar 12% ao mês, capitalizados, claro, o que dá nada menos de 389,59% ao ano...Quanto menor a renda do financiado, maior o percentual de juros cobrado. O acesso da classe mais baixa ao crédito, portanto, só fez por aumentar os lucros fabulosos das financeiras, administradoras de crédito e demais sócios do clube da agiotagem consentida pelo poderoso goiano Meireles e seu Banco Central.

Cinqüenta anos para consertar esta mentira política talvez não sejam suficientes. Por tudo isto é que no dia 31 de outubro temos que comparecer em nossa sessão eleitoral e dizer um rotundo NÃO ao sapo barbudo. Se não for para ganhar a eleição, que seja para saber com certeza quantos somos, nós, que não perdemos a lucidez nem caímos no conto do vigário apregoado por um sapo que virou príncipe e que, de dentro do seu palácio e da sua nave espacial ultra sofisticada, fez, despudoradamente, dia após dia durante oito anos, o ELOGIO DA VAGABUNDAGEM.

*Martha de Freitas Azevedo Pannunzio – CPF 394172806-78 - Uberlândia, 30/set/2010

Brasil se abstém de condenar abusos de Mianmar na ONU

País não apoiou libertação de mais de 2 mil prisioneiros políticos da nação asiática
19 de novembro de 2010 | 11h 13

Jamil Chade, correspondente em Genebra

GENEBRA - No mesmo dia em que evitou apoiar uma resolução condenando o Irã pela prática do apedrejamento, o Brasil também se absteve em uma resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) que condenava os abusos em Mianmar, onde o País tem desde maio deste ano uma embaixada. O texto aprovado pedia a libertação de 2,1 mil prisioneiros políticos e garantias de que a ativista pró-democracia Aung San Suu Kyi, libertada recentemente, tenha seus direitos garantidos.

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Suu Kyi: símbolo de resistência pacífica

Outros 59 países seguiram a mesma linha do Brasil, entre eles Angola, Bolívia, Equador e Senegal. Mas a resolução passou com o apoio de outras 96 nações, entre eles todos os membros do Mercosul - Argentina, Paraguai e Uruguai - e do Chile. O bloco europeu também votou em peso a favor da resolução, assim com EUA, Canadá e África do Sul.

O documento condena o fato de que as eleições ocorridas no país há duas semanas não foram nem livres e nem justas. O documento elogia a libertação da ativista há uma semana, mas pede que outros 2,1 mil prisioneiros políticos sejam soltos e apela para que a ativista tenha total de direito de se exprimir. China, Cuba, Venezuela, Argélia e Irã estiveram entre os 28 países que votaram contra a resolução.

O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, ex-relator da ONU para a defesa dos direitos humanos em Mianmar, alertou há poucos dias ao Estado que a liberação Aung San Suu Kyi não deve ser vista como a libertação de Nelson Mandela na África do Sul. Para o brasileiro, que ocupou o cargo na ONU por oito anos até 2008 e que se reuniu mais de dez vezes com a premio Nobel da Paz em sua residência, Mianmar não dá sinais de que está se abrindo.

A única votação que teve o apoio do Brasil foi em uma resolução condenando a situação de direitos humanos na Coreia do Norte. Cem países votaram a favor do texto, entre eles o Brasil, todo o Mercosul, o grupo Ocidental e vários países africanos. Há um ano, o Brasil havia insistido em dar "uma chance" aos norte-coreanos na ONU e convidá-los a participar de um diálogo. Não funcionou.


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,brasil-se-abstem-de-condenar-abusos-de-mianmar-na-onu,642197,0.htm

Brasil se abstém em resolução contra apedrejamento e violações no Irã

País mantém postura de encontrar soluções pelo diálogo; documento foi aprovado na ONU
19 de novembro de 2010 | 11h 21

Leia a notícia

Jamil Chade, correspondente em Genebra

GENEBRA - A diplomacia brasileira se absteve de apoiar uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que pede o fim do apedrejamento no Irã e o condena como forma de punição. A resolução ainda condena Teerã por "graves violações de direitos humanos" e por silenciar jornalistas, blogueiros e opositores. A votação da resolução ocorreu na noite da quinta-feira, 17, em Nova York. O governo iraniano acusou a ONU de estar "politizando a questão do apedrejamento".

Veja também:
Brasil se abstém de condenar abusos em Mianmar
As punições da Sharia, a Lei Islâmica
As origens do sistema jurídico do Islã
Entenda o caso Sakineh Ashtiani


Nos últimos anos, a estratégia do Itamaraty tem sido a de não usar os órgãos da ONU para condenar outros países. A ideia é de que a cooperação e o diálogo são as melhores formas de garantir que um país caminhe em direção ao respeito dos direitos humanos. A posição brasileira é criticada por ONGs, que insistem que o País, na condição de democracia, deveria pressionar demais governos para que sigam no caminho da abertura política.

Na quinta-feira, porém, o Brasil voltou a demonstrar que não está disposto a criticar o Irã publicamente, nem mesmo no caso do apedrejamento. O Brasil ainda tem esperanças também de ser chamado para fazer parte do grupo que negociaria uma solução para o impasse nuclear no Irã.

O País foi um dos 57 países que optaram pela abstenção na votação da resolução na Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU. Entre os outros países que se abstiveram estão Angola, Benin, Butão, Equador, Guatemala, Marrocos, Nigéria, África do Sul e Zâmbia.

Um dos pontos principais da resolução aprovada é a condenação do apedrejamento como método de execução. O texto pede o fim da prática, assim como a discriminação contra mulheres. O documento foi apresentado pela delegação do Canadá como uma forma de mandar uma mensagem de que não se poderia tolerar atitudes como a de condenar a iraniana Sakineh Ashtiani à morte por apedrejamento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a oferecer asilo à iraniana, o que foi recusado por Teerã. Há uma semana, a presidente eleita Dilma Rousseff criticou o método iraniano. Mas na ONU o Brasil não deu seu voto a favor da resolução.

Votaram ainda contra a proposta países como Venezuela, Síria, Sudão, Cuba, Bolívia e Líbia. A resolução foi aprovada com o apoio de 80 países, entre eles um dos membros do Mercosul, a Argentina, além de todos os países europeus, EUA, Canadá, Chile e Japão.

'Politização'

Para o governo iraniano, o que está sendo feito é a "politização" do assunto como forma de pressionar Teerã. "Essa resolução não é justa e não contribui com os direitos humanos. Essa resolução é fruto da hostilidade americana em direção ao Irã. É a politização dos direitos humanos", acusou Mohammad-Javad Larijani, representante de Teerã para a reunião.

Para ele, o país tem o direito de usar a ameaça do apedrejamento e insistiu que há anos ela não é usada. Ativistas negam que haja uma moratória na prática. "O apedrejamento significa que você deve fazer alguns atos, jogando um certo número limitado de pedras, de uma forma especial, nos olhos de uma pessoa. Apedrejamento é uma punição menor que a execução porque você a chance de sobreviver. Mais de 50% das pessoas podem não morrer", defendeu Larijani.

O texto ainda condena as violações contra mulheres, assim como a perseguição contra Baha'i. A resolução ainda pede o fim da restrição de liberdade de expressão e de associação, o fim da intimidação contra ativistas, advogados, políticos da oposição, bloggers e jornalistas, além de condenar o desaparecimento de pessoas que tenham participado de demonstrações.

O documento ainda pede o fim de restrições para jornalistas, como as interferências nos sinais de satélite, uma prática comum adotada por Teerã, segundo ONGs. O texto ainda exorta o governo de Mahmoud Ahmadinejad a lançar investigações "independentes e imparciais" sobre as violações de direitos humanos e que acabe com a impunidade.

Larijani se defendeu, alegando que não há um silenciamento de advogados e nem jornalistas. "Todos podem falar com a imprensa estrangeira. Mas depende do que querem dizer", disse o iraniano. "Se estão difamando o sistema legal, devem ser responsáveis por isso", acusou.

A resolução condena a alta taxa de casos de pena de morte anunciadas pelo governo iraniano, a execução de pessoas com menos de 18 anos que tenham cometido crimes e a existência de leis que permitem a pena de morte contra pessoas que sejam "inimigas de Deus".

Em uma declaração enviada à imprensa após a votação, a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, comemorou a aprovação da resolução. "O governo do Irã continua a assediar, prender de forma arbitrária e reprimir de forma violenta sua própria população", afirmou.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,brasil-se-abstem-em-resolucao-contra-apedrejamento-e-violacoes-no-ira,642201,0.htm

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Planalto ordena que governo, mídia e militares se calem sobre criação de Estado indígena independente em RR

Edição do Alerta Total - www.alertatotal.net
08 de agosto de 2010
Por Jorge Serrão

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República não vai se pronunciar oficialmente sobre um relatório reservado que recebeu da Agência Brasileira de Inteligência, advertindo sobre a real possibilidade de quebra da integridade do patrimônio nacional, com o movimento para a criação de um Estado indígena independente em Roraima. A mídia amestrada pelas verbas públicas do governo e suas estatais recebeu orientações do Palácio do Planalto para omitir do noticiário ou não jogar uma carga editorial pesada sobre o assunto. Os militares da ativa também devem manter silêncio obsequioso sobre o caso.

No relatório, a Abin adverte ao GSI que governos estrangeiros e ONGs têm interesse e dão apoio ao Conselho Indígena de Roraima em sua ação para defender, abertamente, a ampliação e demarcação de outras áreas indígenas. A Abin destaca, no relatório, que a Intenção do CIR é transformar a reserva Raposa do Sol no primeiro território autônomo indígena do Brasil. A Abin teme que o próximo Congresso (ou o atual, a toque de caixa, no apagar das luzes) ratifique a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, assinada em 2007, pelo governo brasileiro, na ONU, que dá status de “independência” aos territórios indígenas.

Atualmente, as 32 “nações indígenas” de Roraima ocupam 46% da área daquele Estado sob ameaça de ser “brasileiro” apenas do ponto de vista formal. Com a homologação do tratado das Nações Unidas, ali será uma área sob proteção internacional, onde quem vai mandar são os interesses da Oligarquia Financeira Transnacional, cujos membros defendem, abertamente, a “internacionalização da Amazônia como patrimônio verde da humanidade”. O risco de perda de soberania brassileira é enorme. Bassta recordar que a Raposa do Sol foi homologada, em 2008, com a conivência dos ministros do Supremo Tribunal Federal, exceto Marco Aurélio de Mello.

Tititi nas Legiões

O caso de Roraima já gera profundo desconforto na área militar.

Ainda mais depois que vazou a denuncia que a Polícia Federal investiga possíveis abusos de violência, invasão à residências, prisões ilegais, tortura e até homicídios praticados pela milícia indígena autointitulada “Polícia Indígena do Alto Solimões (Piasol)”.

O próprio Exército, a Abin e a Polícia Federal também investigam uma suposta ligação dos indígenas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que já estão no fogo lento do debate na sucessão presidencial, pelas ligações do PT com o Foro de São Paulo, organismo que simpatiza com os narcoguerrilheiros colombianos.

No Palácio do Planalto, a ordem gerada pelo Ministério da Defesa para o Forte Apache é que o Comando Militar da Amazônia não intervenha.

Mesmo diante do caos institucional e da ameaça à Garantia da Lei e da Ordem, gerado pelos milicianos indígenas e pelo risco concreto de perda de soberania do Brasil nas terras indígenas criminosamente homologadas pelo espírito entreguista

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Calem a boca, Nordestinos

Calem a boca, Nordestinos - Por José Barbosa Junior‏

Por José Barbosa Junior

O que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…dentre tantos outros...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melodias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – "Calem a boca, nordestinos!"

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Fonte: http://www.crerepensar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=204&Itemid=26

Dívida Interna: perigo à vista

Autor: Waldir Serafim


A dívida interna do Brasil, que montava R$ 892,4 bilhões quando Lula assumiu o governo em 2003, atingiu em 2009 o montante de R$ 1,40 trilhão de reais e, segundo limites definidos pelo próprio governo, poderá fechar 2010 em R$ 1,73 trilhão de reais, quase o dobro. Crescimento de 94% em oito anos de governo.

Para 2010, segundo Plano Nacional de Financiamento do Tesouro Nacional, a necessidade bruta de financiamento para a dívida interna será de R$ 359,7 bilhões (12% do PIB), sendo R$ 280,0 bilhões para amortização do principal vencível em 2010 e R$ 79,7 bilhões somente para pagamento dos juros (economistas independentes estimam que a conta de juros passará de R$ 160,0 bilhões em 2010). Ou seja, mais uma vez, o governo, além de não amortizar um centavo da dívida principal, também não vai pagar os juros. Vai ter que rolar o principal e juros. E a dívida vai aumentar.

A dívida interna tem três origens: as despesas do governo no atendimento de suas funções típicas, quais sejam, os gastos com saúde, educação, segurança, investimentos diversos em infraestrutura, etc.. Quando esses gastos são maiores que a arrecadação tributária, o que é recorrente no Brasil, cria-se um déficit operacional que, como acontece em qualquer empresa ou família, terá que ser coberto por empréstimos, os quais o governo toma junto aos bancos, já que está proibido, constitucionalmente, de emitir dinheiro para cobrir déficits fiscais, como era feito no passado. A segunda origem são os gastos com os juros da dívida. Sendo esses muito elevados no Brasil, paga-se um montante muito alto com juros e os que não são pagos é capitalizado, aumentando ainda mais o montante da dívida. A terceira causa decorre da política monetária e cambial do governo: para atrair capitais externos ou mesmo para vender os títulos da dívida pública, o governo paga altas taxas de juros, bem maior do que a paga no exterior, e com isso o giro da dívida também fica muito alto.

A gestão das finanças de um governo assemelha-se, em grande parte, a de uma família. Quando faz um empréstimo para comprar uma casa para sua moradia, desde que as prestações mensais caibam no seu orçamento familiar, é visto como uma atitude sensata. Além de usufruir do conforto e segurança de uma casa própria, o que é um sonho de toda família, depois de quitado o empréstimo restará o imóvel. No entanto, se uma família perdulária usa dinheiro do cheque especial para fazer uma festa, por exemplo, está, como se diz na linguagem popular, almoçando o jantar. Passado o momento de euforia, além de boas lembranças, só vai ficar dívidas, e muito pesadelo, nada mais.

No caso, o Brasil está mais assemelhado ao da família perdulária: gastamos demais, irresponsavelmente, e entramos no cheque especial. Estamos pagando caro por isso. Como o governo não está conseguindo pagar a dívida no seu vencimento, e nem mesmo os juros, ao recorrer aos bancos para refinanciar seus papagaios, está tendo de pagar um “spread” (diferença entre a taxa básica de juros, Celic, e os juros efetivamente pagos) cada vez mais alto (em 2008 no auge da crise, o governo chegou a pagar um “spread” de 3,5% além da Celic). E isso, além de aumentar os encargos da dívida, é um entrave para a queda dos juros, por parte do Banco Central.

O governo tornou-se refém dos bancos: precisa de dinheiro para rolar sua dívida e está sendo coagido a pagar juros cada vez mais altos (veja os lucros dos bancos registrados em seus balanços). Em 2009, em razão das altas taxas de juros pagas, o montante da dívida cresceu 7,16% em relação ao ano anterior, mesmo o PIB não registrando qualquer crescimento.

O problema da dívida interna não é somente o seu montante, que já está escapando do controle, mas sim qual o destino que estamos dando a esses recursos. Como no caso da família que pegou empréstimo para comprar uma casa própria, se o governo pega dinheiro emprestado para aplicar em uma obra importante: estrada, usina hidroelétrica, etc. é defensável. É perfeitamente justificável que se transfira para as gerações futuras parte do compromisso assumido para a construção de obras que trarão benefício também no futuro.

Mas não é isso que está acontecendo no Brasil. O governo está gastando muito e mal. Tal qual a família perdulária, estamos fazendo festas não obras. Estamos deixando para nossos filhos e netos apenas dívidas, sem nenhum benefício a usufruir. Deixo para o prezado leitor, se quiser, elencar as obras que serão deixadas por esse governo.

Não tenho bola de cristal para adivinhar quem vai ser o próximo presidente da República: se vai ser ele ou ela, mas posso, com segurança, afirmar, que seja quem for o eleito vai ter que pisar no freio, logo no início do governo. Vai ter que arrumar a casa.


Waldir Serafim é economista em Mato Grosso