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sábado, 1 de dezembro de 2007

UM BRASILEIRO SEM DIGNIDADE

SOU UM BRASILEIRO SEM DIGNIDADE

Eu o sou.

Quando me vi desempregado aos 53 anos, com uma família de 5 pessoas entre adolescentes e adultos, sendo o único provedor, morando no Nordeste do Brasil e fazendo parte da Classe Média Pobre (Isto existe pela minha conta: Miseráveis, paupérrimos, pobres, médio-pobre, médio-médio, média-alta, alta, rica, altissimamente rica – e isto é particularmente brasileiro). Eu devia tomar medidas extremas como eliminar toda família e me eliminar, seria o justo para com todos. Não existe esperança para esta família quando o provedor é considerado “peça de museu” no mercado de trabalho, ainda mais com a formação escolar tão baixa: 2º grau incompleto.

Mas não parei para pensar nisso, fui me matricular para terminar os estudos à noite, e ainda por cima lutei e vendi o que tinha de pequeno conforto e coloquei um negócio pequeníssimo de lanchonete, no lugar em que moro logo depois de um relativo sucesso, todo mundo copiou, não tinha consumidores para tanto, troquei de negocio e pus um Vídeo Game, me assaltaram e levaram meus play station 2 todos. Mesmo assim enveredei pelo caminho da política comunitária, me envolvi com o voluntariado por perceber a carência na minha comunidade e pensar que podia fazer algo, obtive tanto sucesso que em breve era Prefeito Comunitário, Liderança da Região, Conselheiros de diversos órgãos da Saúde, Escolar, Transporte etc. mas minha situação financeira e a de minha família continuava a piorar, vendemos quase tudo para por uma Lan Hause e começamos com 2 computadores em breve eram 6, aí “pipocou” Lans por toda região e, novamente a falta de criatividade dos comerciantes os e nos fizeram fracassar.

Chegamos em um ponto em que vejo claramente a direção que o País vai tomar, tomei conhecimento pela internet da real situação de todo bloco da América Latina, estou vendo as orientações de um Foro (de São Paulo) ser seguida a risca por diversos participantes, cada qual agindo de conformidade com o quadro real de seu país, mas em uma direção que já vimos no passado recente, nos trará mais sofrimentos e desavenças, irmãos derramará sangue de irmãos e a discórdia prevalecerá, tudo em nome de uma retrógrada plataforma socialista que teoricamente era excelente, mas na prática o que se viu foi muros e cercas para prender os cidadãos em seu livre ir e vir, e muitas mortes caladas.

O Pior disto tudo é que me sinto insignificante diante da grandeza desta monstruosidade. Na Venezuela está por um fio de “SÍ ou NO”. No Brasil nas mãos de senadores corrupto que para ter concessões vão certamente aprovar o cimento que Lula precisa para continuar sua trajetória populista no mesmo rumo de Evo e Chaves, a CPMF aprovada. O Círculo está se fechando sobre e em volta de meu povo, e este não percebe, ri-se muito como se nós estivéssemos falando em ETs descendo o morro, desapercebidos tal como o parlamento inglês quando também ignorou as advertências de Churchil sobre o perigo Hitler. Povo que sempre à margem e sem saber de seus direitos, sempre explorados e espezinhados, eu faço parte disto, eu sou o povo também, quando se lhes acenaram com o Bolsapedinte e outras melhorias, se arvoraram tal pombos ao distribuidor gratuito de milhos. E ainda por cima o cara, formado nas estranhas e violentas escolas do sindicalismo brasileiro, reaprendeu a falar como quando era povo, muito inteligente, foi buscar na sua esquecida infância e juventude tudo que era verdadeiro arsenal de igualdade dos humildes e assim fala com eles, e sabe porque já soube também, em que eles acreditam, não só as palavras vazias, mas o tom, o trejeito; em suma um ator de si mesmo. E ASSIM CAMINHA MEU POVO, cego ao som da flauta mágica, rumo a absurda bíblia Gramiscista, ao inferno da divisão do brasileiro, no antigo lema tão em moda “Dividir para Governar” e governar permanentemente ditatoriamente, ao custo de uma ambição de poder de um grupo maquiavélico, que se cobre de vermelho, porque nem esta cor tem correndo em suas veias moral. Tingida com o sangue do confronto pela posse da terra nos campos, pela tomada de bens de terceiros sem trabalho, sem esforço, pelo assaltos a caminhões nas estradas e invasões lucrativas ou só para depredar, ameaçar, nos humilhar, como quando ameaçou apertar botões de hidroelétricas, deixando doentes em hospitais rumo ao ataque cardíaco.

Foi para ver este quadro horripilante, que nem Dante se apercebeu, que estou levando minha família adiante?

Foi para me queimar neste inferno, eu, pobre e desempregado, lutando para ser assaltado, e me reerguendo com esperanças, as mesmas que seu Lula despedaçou, tornando meu verde esperançoso e amarelo vistoso, em sangrentos farrapos avermelhados de sangue e fúria?

Foi por amor a minha gente, que me tornei um lutador do social, empregando toda minha força física (A mesma que não serve para o mercado de trabalho), tentando reerguer sua auto-estima, fazê-los perceber e reivindicar, para depois ver a minha gente dar uma guinada de 180º rumo ao socialismo populista ditatorial?

Vou baixar minha espada, reavaliar minha existência, já que não passo de um zero a esquerda (PÔ até nisso a esquerda é o que vale), Já que não posso sair daqui, vou me deixar, sentar e ver minha família pifar, eu sentado a beira do absoluto faz nada, e esperar o resultado, rezando pelo meu povo, pela minha família, esperar é só o que resta a esse BRASILEIRO SEM DIGNIDADE.


José Torquato de Barros Filho – Brasileiro – Casado – Desempregado – Esperando.

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