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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Alterando o Passado

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Clovis Purper Bandeira

Leio que dois vereadores do PSOL, em Porto Alegre, propuseram que o nome da Av. Castelo Branco, importante artéria de acesso à capital gaúcha, seja trocado para Av. da Legalidade.

A proposta será votada amanhã, dia 14 de dezembro. Independente do resultado, gostaria de apresentar três comentários.

Primeiro: o argumento que procura justificar a proposta, alegando que se trata de um ditador, é parcial e injusto. Para ser válida, a proposta deveria atingir todos os antigos ditadores do período republicano, como bem escreveu na Zero Hora do dia 12 o lúcido jornalista Percival Puggina, no artigo “As Prateleiras da História” (disponível em http://www.clubemilitar.com.br/). Em especial, deveria propor a troca do nome de todas as ruas, avenidas, praças, parques, bairros e cidades que homenageiam Getúlio Vargas, o maior ditador da história do Brasil, que governou com mão de ferro o país por quinze anos, e, depois de tudo, acabou sendo eleito Presidente da República, em 1950, em eleições livres e democráticas. Aliás, não entendo por que os comunistas do PSOL poupam Vargas, pois sua ditadura foi particularmente dura e feroz no combate ao comunismo. Talvez os vereadores, que não eram nascidos à época, acreditem que o Brasil começou a existir no governo Lula...

Segundo: a substituição do nome dos presidentes do período dos governos militares em logradouros públicos e outros locais pelos “socialistas” é a repetição do que fazia seu guru, o terrível assassino de massas Stalin. Quando alguém caía em desgraça ou contrariava o ditador, era eliminado fisicamente e seu nome apagado dos documentos oficiais; até sua figura sumia das fotografias onde porventura aparecesse próxima a Stalin. Assim, em pouco tempo era como se nunca tivesse existido, e a história estava reescrita, em nova versão onde, ao final, só restavam o cruel líder comunista e seus acólitos mais chegados, até que mesmo esses fossem assassinados, como Trotsky.

Terceiro: não tendo nada de útil a fazer, os vereadores do PSOL dedicam seu tempo ocioso ao patrulhamento ideológico e ao apagamento da memória dos que ousam pensar de maneira diferente daquilo em que acreditam.

Assim, na ação dos edis “socialistas”, identificamos dois aspectos típicos da conduta comunista no poder: interpretar seletivamente a história, destacando o papel de seus líderes e minimizando ou negando o dos demais atores, para depois reescrevê-la, como se apenas os comunistas tivessem direito ao reconhecimento e às homenagens da nação. Para os outros, a calúnia, a perseguição, os “gulags”, o exílio, o esquecimento forjado e a morte.

O Brasil aceitará isso?

Clovis Purper Bandeira, General de Divisão da Reserva, é 1º Vice-Presidente do Clube Militar.

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