Recife, 27 de novembro de 2007.
Senhor Senador:
Li, com bastante admiração, para dizer o mínimo, que o senhor decidiu se “sacrificar” pelo seu estado e votar a favor da prorrogação da famigerada CPMF em troca da liberação de dinheiro, por parte do Governo Federal, para o governo do RS.
Fiquei sem entender, ou talvez entendendo até demais. Há, pelo menos, duas coisas muito sérias e graves a serem consideradas nessa sua afirmação:
1ª – Se esse dinheiro é, de direito, destinado ao Rio Grande, se o governo federal o estava prendendo ou sonegando, isto configura uma chantagem sórdida que teria de ser denunciada a altos brados; uma chantagem a que nenhum governo decente pode se sujeitar. Com razão o povo o esquecerá nas urnas após ser submetido a esta humilhação desnecessária e acachapante.
Se não era direito do estado e foi usado como resgate de um voto, foi a barganha mais vergonhosa já praticada, principalmente por um senador que sempre foi considerado íntegro.
Põe o Rio Grande e seu bravo povo de joelhos escandalosa e humilhantemente. Nesta hipótese, o senhor não vendeu apenas a sua alma, negociou a alma de todo o povo gaúcho.
2ª – O senhor afirma que está se “sacrificando”, portanto reconhece que este povo a quem devia estar representando não lhe perdoará a traição e não o reconduzirá ao Senado nas próximas eleições. O senhor sabe que o povo gaúcho, assim como todo o povo consciente brasileiro não gosta, não quer e não precisa deste maldito imposto apelidado de contribuição. É um imposto tão covarde que não se assume e que tem se sustentado de mentiras e, com mentiras, tem sustentado os desmandos e irresponsabilidades de um desgoverno absurdamente danoso ao país.
Então, senador, se o povo não vai gostar, é porque não é bom para o povo. Aí cabe a pergunta:
- Esse seu “sacrifício” beneficia a quem, realmente?
- Quem jogaria fora toda a mordomia do cargo de senador por algo que o povo odeia e que não traz, à nação, o benefício para o qual foi criado?
- Qual é a verdade por trás desse seu “sacrifício”?
- Quem seria o verdadeiro beneficiário desse seu imenso “sacrifício”?
Estou enviando para todos os senadores e para a internet.
Nós, os brasileiros sérios, estamos de olho.
Ester Azoubel
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