QUE FIQUE CLARO! AVANÇO DE LULA SOBRE O STF É AINDA MAIS GRAVE DO QUE ESCÂNDALO DO MENSALÃO. É A MAIS GRAVE AGRESSÃO AO ESTADO DE DIREITO DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO. O DICIONÁRIO REGISTRA O QUE LULA TENTOU PRATICAR: “CHANTAGEM”!!!
27/05/2012
às 7:03
Caros, é
preciso dar à iniciativa de Lula, de tentar encabrestar o Supremo (ver post na
home), a sua devida dimensão. Espalhem a verdade na rede. Um ex-presidente da
República, chefe máximo do maior partido do país — que está no poder —, atuou e
atua como chantagista da nossa corte suprema. Lula se coloca no papel de quem
pode chantagear ministros do STF.
A reportagem que
VEJA traz na edição desta semana expõe aquela que é a mais grave agressão
sofrida pelo estado de direito desde a redemocratização do país — muito mais
grave do que o mensalão!!! Alguns setores da própria imprensa resistem em dar ao
caso a sua devida dimensão, preferindo emprestar relevo a desmentidos tão
inverossímeis quanto ridículos, porque se acostumaram a ter no país um indivíduo
inimputável, que se considera acima das leis, das instituições, do decoro, dos
costumes, do razoável e do bom senso. Quanto ao dito “desmentido” de Nelson
Jobim, acho que o post publicado pelo jornalista Jorge Moreno (ver
abaixo) fala por si mesmo.
Não há por que
dourar a pílula. O que Lula tentou fazer com Gilmar Mendes tem nome nos
dicionários: “chantagem”. O Houaiss assim define a palavra, na sua primeira
acepção:
“pressão exercida sobre alguém para obter dinheiro ou favores mediante ameaças de revelação de fatos criminosos ou escandalosos (verídicos ou não)”.
Atenção, minhas caras, meus caros, para a precisão do conceito: “verídicos ou não”!!! No “Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa”, aquele que já registra o verbete “petralha”, lemos:
“Pressão que se exerce sobre alguém mediante ameaça de provocar escândalo público, para obter dinheiro ou outro proveito; extorsão de dinheiro ou favores sob ameaça de revelações escandalosas”.
Atenção para a precisão do conceito: “mediante ameaça de provocar escândalo público”. A questão, pois, está em “provocar o escândalo”, pouco importando se com fatos “verídicos ou não”.
Aplausos para o
ministro Gilmar Mendes, que não se acovardou! É bom lembrar que, pouco depois
dessa conversa, seu nome circulou nos blogs sujos, financiados com dinheiro
público, associado à suposição de que teria viajado à Alemanha com o patrocínio
de Carlinhos Cachoeira. Não aconteceu, claro! Mendes tomou as devidas
precauções: comunicou o fato a dois senadores, ao procurador-geral da República
e ao Advogado Geral da União. Poderia mesmo, dada a natureza da conversa e seu
roteiro, ter, no limite, dado voz de prisão a Lula. Imaginem o
bafafá!
Não é
segredo para ninguém
As ações de Lula nos bastidores não são segredo pra ninguém. TODOS — REITERO: TODOS!!! — OS JORNALISTAS DE POLÍTICA COM UM GRAU MÍNIMO DE INFORMAÇÃO PARA SE MANTER NA PROFISSÃO SABEM DISSO! E sabem porque Lula, além de notavelmente truculento na ação política — característica que passa mais ou menos despercebido por causa de estilo aparentemente companheiro e boa-praça —, é também um falastrão. Conta vantagens pelos cotovelos. Dias Toffoli, por exemplo, é um que deveria lhe dar um pito. O ex-presidente e seus estafetas têm a pretensão não só de assegurar que ele participará do julgamento como a de que conhecem o conteúdo do seu voto.
Lula perdeu a mão e
a noção de limite. Não aceita que seu partido seja julgado pelas leis do país,
assim como jamais aceitou os limites institucionais nos quais tinha de se mover.
Considera que a legalidade existe para tolher seus movimentos e para impedir que
faça o que tem de ser feito “nestepaiz”.
Sua ação para
encabrestar ministros do Supremo é, se quiserem saber, mais nefasta do que o
avanço do Regime Militar contra o Supremo. Aquele cassou ministros — ação que me
parece, em muitos aspectos, menos deletéria do que chantageá-los. O mensalão foi
uma tentativa de comprar o Poder Legislativo, de transformá-lo em mero
caudatário do Executivo. A ação de agora busca anular o Judiciário — na prática,
o Poder dos Poderes.
Obrigação do
Supremo
O Supremo está obrigado, entendo, a se reunir para fazer uma declaração, ainda que simbólica, à nação: trata-se de uma corte independente, de homens livres, que não se submete nem à voz rouca das ruas nem à pressão de alguém que se coloca como o dono da democracia — e, pois, como o líder de uma tirania.
Chegou a hora de
rechaçar os avanços deste senhor contra as instituições e lhe colocar um limite.
A Venezuela não é aqui, senhor Luiz Inácio. E nunca será! De resto, é
inescapável constatar: ainda que haja ministros que acreditem, sinceramente e
por razões que considera técnicas, que os mensaleiros devem ser inocentados, não
haverá brasileiro nestepaiz que não suspeitará de razões subalternas.
Pior para o ministro? Pode até ser, mas, acima de tudo, pior para o
país.
Lula se tornou um
vampiro de instituições. É um passado que não quer passar. É o Nosferatu do
estado de direito!
Texto publicado originalmente às 5h36
Na “Rádio do Moreno” – O desmentido de Jobim que vale por uma confirmação
Ao jornalismo,
digamos, preguiçoso, basta reproduzir por aí: “Jobim nega que Lula tenha
discutido mensalão com Gilmar”. E é claro que é chegada a hora de haver uma
reunião entre os editores e os diretores de redação para bater o martelo:
“Vamos parar de enganar os leitores?” Jorge Moreno, de “O Globo”, que tem a
página eletrônica Rádio do Moreno, é um repórter que sabe das coisas. Escreve um texto
delicioso sobre as negativas de Nelson Jobim, segundo quem Lula jamais
pressionou Gilmar Mendes. Ah, sim: Moreno lembra que o prazer do “repórter
furado” é escrever o seguinte lead: “Fulano desmente…” Pois é! Reproduzo seu
texto na íntegra.
Um fato e
duas versões: Gilmar e Jobim
Um fato e duas
versões. Em “furo” de reportagem, a Revista Veja revela um encontro de Lula com
Gilmar Mendes no escritório de Nelson Jobim em Brasília. A conversa foi
tenebrosa, pelo que se lê na revista. Indignado com o assédio, Gilmar Mendes,
num gesto de coragem, confirmou tudo à revista.
Pois bem, acabo de
falar com o anfitrião do encontro, Nelson Jobim, que está neste momento
passeando por uma feira em Itaipava, em companhia da mulher Adrienne e de amigos
do casal. Jobim confirma o encontro, mas nega seu conteúdo. Eis o resumo do seu
relato à Radio do Moreno;
Conteúdo da
conversa: “Não houve nada disso do que a VEJA, segundo me informaram, está
publicando. Estou aqui em Itaipava e soube desse conteúdo através de um repórter
do Estadão, que me procurou há pouco. Portanto, estou falando sem ter lido a
revista. Mas, posso assegurar que, se o conteúdo for mesmo esse, o de que Lula
teria pedido a Gilmar para votar no mensalão, não é verdade. Quem tocou no
assunto mensalão fui eu, no meio da conversa, fazendo a seguinte pergunta: ‘Vem
cá, essa coisa do mensalão vai ser votada quando?’. No mais, a conversa girou
sobre assuntos diversos da atualidade.”
Razão do
encontro
“Desde que deixei o ministério, o presidente Lula tem me prometido uma visita. Três dias antes, a assessora Clara Ant me ligou dizendo que o presidente Lula iria a Brasília conversar com a presidente Dilma numa quarta-feira e que retornaria no dia seguinte, mas antes queria falar comigo. De pronto, respondi que o encontro poderia ser na minha casa, no meu escritório ou em qualquer outro lugar que o presidente quisesse. Lula optou pelo meu escritório, não só porque tinha prometido conhecê-lo, mas, também, porque fica perto do aeroporto. E assim ocorreu.”
Presença do
Gilmar
“O Gilmar e eu estamos envolvidos num projeto sobre a Constituição de 88 e temos nos reunidos sistematicamente para tratar do assunto. Por coincidência, o Gilmar estava no meu escritório, quando o presidente Lula apareceu para a visita. Conversaram cerca de uma hora, mas só amenidades. Em nenhum momento, Lula e Gilmar conversaram na cozinha. Aliás, Lula não esteve na cozinha do escritório.”
Repercussões
do fato
“Agora, não posso controlar as versões, especulações, que a mídia e as pessoas fazem desse encontro. Faz parte do jogo. O que eu posso dizer é que não houve nada disso.”
Diante do relato de
Jobim, eu, como repórter crédulo, diante de fonte tão idônea, poderia me dar por
satisfeito e fazer um texto jornalisticamente convencional, tipo ” Jobim nega
pressão de Lula” ou, como nós furados gostamos de fazer, com muita satisfação:
“Jobim DESMENTE a VEJA”.
Mas, durante a
conversa, eu notei a voz estranha do Jobim. Ele estava cumprindo um rito, um
protocolo, um dever de anfitrião de evitar mais constrangimento a si e a outros
atores do espetáculo. Os bons repórteres, como os meninos da Veja,
[Otávio|Cabral à frente, são uma espécie de Eike Batista às avessas: “Vazou,
furou”. Com a notícia na rua, o encontro secreto de Jobim, que tinha um
propósito, pode ter outro, o de tentativa de coação de juiz ou coisa que valha.
Seria coerção? sei lá.
Nelson Jobim, meu
velho amigo de guerra, não ia me deixar na mão. Repito: como anfitrião, não
poderia confirmar o escândalo. Mas me deu uma pista através de um controvertido
depoimento.
Inicialmente, me disse que a presença de Gilmar foi mera
coincidência, do tipo “Ah, eu estava passando por aqui…”. Só que o próprio Jobim
deixou escapar que o encontro fora marcado com três dias de antecedência. Logo,
Gilmar sabia que, naquele horário daquela quinta-feira, Jobim estaria recebendo
Lula. Então, não foi surpresa nem coincidência coisa nenhuma!
E deixo pra botar no
pé, o fim do mistério. Amiga minha, de Diamantino (MT), terra de Gilmar Mendes,
a meu pedido, localiza Gilmar. E se atreve a perguntar se era tudo
verdade:
“Claro que é! Eu
mesmo confirmei tudo à revista.”
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