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quarta-feira, 23 de maio de 2012


Fw: Comentários ao "A crise internacional e o Brasil" - A realidade é tal que o modelo atual não se sustenta, e necessitamos avisar o Mantega disso.
Caro Sr. Nelson Marcondes,
Caro Sr. Luís Nassif,
Caros do Grupo FENECO,

Se fossemos escolher algumas pessoas para destruir o Brasil não encontraríamos outras melhores, ou melhor, piores. A questão é que para analisar a questão econômica brasileira nos obriga a olhar primeiramente para quatro questões fundamentais:

Reformas procrastinadas - As reformas que o Brasil necessita foram procrastinadas, em especial depois do governo FHC, o que não retira dele também parte da responsabilidade, mesmo com a consolidação do fim da era do mais injusto dos impostos, imposto que penalizava os mais pobres: a inflação.

Custo Brasil - O custo Brasil, em parte resultante da falta destas reformas, bem como falta de investimentos em infraestrutura, que somado a outros problemas, com destaque a condução desastrosa de nossa economia, que soube privilegiar e tirar vantagem da concentração nas commodities e penalizar a geração bens e serviços com valor agregado, esta menos influente à demagogia e clientelismo político, mas mais vulnerável ao excesso de tributação acarretando a desindustrialização. O que é preocupante em uma economia que nem mesmo amadureceu e que não respeita o direito de propriedade, principalmente a intelectual e de uso de marcas e patentes.

Excesso de Estado e enfraquecimento da livre iniciativa  - A presença de um Estado inchado e paternalista e submetido à nefasta prática do clientelismo político, com seu capitalismo de comparsas, sem mercado, e seu socialismo de privilegiados, sem compromisso com o que é e deve ser público. Sem contar o fortalecimento e a criação de novas empresas estatais, promovendo assim o loteamento político e as práticas da emPTização e do nePTismo.

Falta de liberdade - A falta de liberdade, principalmente econômica, assim como individual, e com ela a falta de entendimento da importância da observação constante do princípio da subsidiariedade, em especial para uma nação que se denomina “República Federativa, mas que a todo momento invade o federalismo que perdemos. Infelizmente no Brasil não se ensina e não se faz uso dos mais importantes indicadores de liberdade como os d’The Heritage Foundation, d’The Cato Institute e  do Fraser Institute e assim não nos damos conta nem mesmo do que ocorre à nossa volta, como no Chile, por exemplo, que poderia nos servir de referencial.

Tivemos um presidente, ou melhor, o ocupante do Palácio do Planalto que não apenas se caracterizou pela procrastinação, como não entendeu que a crise – a marolinha -  logo nos afetaria, pois somente ingênuos ou ignorantes não consideraram os problemas advindos da crise econômica devido ao excesso de intervenção estatal norte-americana no mercado, como foi o caso no mercado imobiliário, com suas gigantes hipotecárias paraestatais Fannie Mae e Freddie Mac e a falta de controle sobre a questão dos derivativos. Bem como seu impacto sobre a Europa, com seus excessos de Welfare State, de forte inspiração socialista, pautada em outra ilusão, a de que seria possível transformar países como a Grécia, Portugal e Espanha em economias competitivas como a alemã em poucos anos. O que não se está conseguindo nem mesmo com  a França, cada vez mais mergulhada na sua demagogia. Considerando o que foi feito, priorizando o lazer ao trabalho, pode-se afirmar que nem mesmo em décadas isso é provável. E se olháramos para o Euro, logo vemos que a Alemanha, que possui uma economia fortemente exportadora abriu mão e se submeteu a um perverso mecanismo permanente de transferência de recursos da Alemanha para o restante da Europa, em especial para a França, que afundada em seu socialismo, também não irá se sustentar.

Espero que Guy Sorman e Nivaldo Cordeiro tenham razão nos seus comentários, quando afirmam que praticamente, quase nada muda na França.  Pelo menos, esta é a opinião de Guy Sorman:

Segundo o Nivaldo Cordeiro o socialismo não é solução para a Europa, quando comentou brilhantemente o artigo de João Pereira Coutinho, na Folha de São Paulo ("O naufrágio da Europa"). A eleição de Françoise Hollande, se tem algo de bom, é a capacidade de demonstrar que as teses socialistas estão mortas e enterradas. João Pereira Coutinho previu que até as próximas eleições legislativas na França, em meados do ano, isso ficará claro. As promessas populistas serão esquecidas por força da realidade imediata e dos contratos internacionais. O que esperar do futuro? O fortalecimento do extremismo políticos, de triste memória. O mundo cada vez mais com cara dos Anos 30.  Os comentários dele estão em vídeo; http://www.youtube.com/watch?v=22h-62GxUCA&feature=youtu.be

E o que vemos hoje, a economia europeia dividida, de um lado os países do Mar do Norte e do Báltico sustentando a irresponsabilidade “socialista” da franja do Mediterrâneo.  Além disso, cada nova rodada de estresse na periferia, por conta das duras reformas de austeridade impostas pelo pacto fiscal, representa a chance de vitória de um partido populista que ameaça jogar tudo para o alto, como parece ser agora o caso da França.

Esta realidade tem levado a estagnação da Europa, e tem, juntamente com um câmbio irracional impedido as exportações brasileiras para lá. E como Luís Nassif menciona muito bem, ao mesmo tempo em que gera excedentes de  produção que acabam impactando na economia globalizada.

A irresponsabilidade de nossos ex-presidentes, agora somada a incompetência da terceirizada, temos a desaceleração de nossa economia também provocada pelo lado das commodities que foram até aqui a locomotiva do trem da alegria do Planalto.

E é bom que se alerte, não estamos sendo alvo de um aumento da guerra comercial, com europeus e asiáticos tentando desovar seus excedentes nas economias emergentes, mas estamos sendo penalizados pela nossa incompetência, pois foram recorrentes os alertas dados, em especial pelos liberais, quanto era fantasiosa esta realidade chinesa, sendo o principal responsável aquele que veio a reconhecer a China como economia de mercado, o que nos leva agora a pagar caro por tamanha falta de responsabilidade e aqui é importante se lembrar o que de fato ocorreu para sabermos a que devemos responsabilizar no futuro que já está chegando, mas que o Ministro Guido Mantega não enxerga:


Infelizmente temos no Brasil idiotas aplaudindo o sucesso chinês. E o fazem por conta de uma ideologia que nem mesmo lá se faz mais presente. Assim como temos os oportunistas de plantão, hoje a estimular o consumismo com a finalidade de procrastinar os problemas, mas tal qual o Ministro Mantega, estão tentando apenas se suspender segurando nos próprios suspensórios. Nunca se viu tanta incompetência no governo. Mantega em especial, assim querendo nos convencer com seu perpetuum mobile.

No mais recomendo que leiam o texto anexo e “Década da perplexidade - A crise do “Pão e o Circo” e da economia brasileira” Descrição: cid:image002.gif@01CD3812.FF94C8C0.

Pensar em reduzir o tamanho do Estado, a um tamanho que o brasileiro possa carregar no bolso e nas costas não passa pela cabeça dos incompetentes que nos governam, o que lhes importa é alimentar o clientelismo políticos, com seu capitalismo de comparsas, sem mercado, e seu socialismo de privilegiados, sem compromisso com o que de fato é e deve ser público:


“Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência.” (Gerhard Erich Boehme)


Pior é que estes incompetentes não sabem responder a questões fundamentais como as que ainda aguardo respostas e que tenho reiteradamente encaminhado a todos os esquerdistas com os quais tenho debatido:

Neste sentido gostaria de receber as respostas a três perguntas básicas:
a)  Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa ser eficaz nos seus resultados?
b)  Em que nível, federal, estadual ou municipal, devem ser realizado? E qual é o papel de cada poder?
c)  Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se expandam continuamente e não sejam retirados ou desviados por políticos e sindicalistas os recursos que deveriam ser destinados aos bens e serviços públicos?

Não se dão conta que procrastinando as soluções que venham atacar as causas estão tão somente destruindo o Brasil, seja baseando a economia somente na venda de commodities, que ao contrário de produtos e serviços com valor agregado, pouco geram em termos de riqueza, emprego e renda.

Nesta idiotia, o que vemos são produtos chineses nas prateleiras e empresas deixando de investir. Felizmente enquanto Brasília dorme o Brasil segue ainda trabalhando.

Quanto ao texto, o título fala por si, é uma outra forma de se dizer que estamos procrastinando e assim sustentando a emPTização do Estado e o nePTismo nas estatais, sem contar que mantemos uma velha tradição republicana, a de fortalecer politicamente o dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de Araújo Costa.

Não atacamos o nosso principal problema, o tamanho do Estado, que continuou a consumir recursos, de um lado penalizando o 2º Setor, e se colocou na posição de privilegiar em demasia o 3º Setor, não se dando conta que se atolava em dívidas e que criou uma sociedade onde o distribuir passou a ser conjugado antes de produzir, estudar, inovar, empreender, trabalhar, suar, respeitar, etc. Sem contar que mérito passou a ser desconsiderado como principal requisito. Com o mercado favorável à venda de commodities, na realidade a venda do Brasil em vez de produtos e serviços brasileiros, tivemos uma receita fabulosa, o que inundou o Brasil com dólares e outras moedas fortes, que somado a um governo que gasta mais do que arrecada, levou a taxa de juros elevadas, que também atraia mais e mais moedas fortes, assim, com o Real desvalorizado tivemos criamos um novo perfil de brasileiro, que passou a comprar mais e mais produtos importados, mas que não se dava conta que perdíamos não apenas mercado lá fora, como também aqui dentro para nossos bens e serviços. E é sempre importante lembrar que são os nossos bens e serviços que são os geradores de emprego, riqueza e renda. É o velho e conhecido dilema entre  produzir bananas ou saber agregar valor aos produtos, como bem nos lembra a bananada da vovó, ou entender a razão do Vale do Ribeira ser uma das regiões mais miseráveis do Brasil, mesmo estando entre duas importantes capitais, no centro de duas das mais importantes regiões, entre o Sul e o Sudeste brasileiro, o Vale do Ribeira. Vale lembrar que o Vale do Ribeira é formado por 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas), embora existem ainda outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no estado de São Paulo, que podem também ser apontados como pertencentes ao tal Vale do Ribeira.

A realidade do Vale do Ribeira é uma região que caracteriza bem o que nossos presidentes estão a produzir, pois é marcada por:

1.           nenhuma tradição de cooperativismo;
2.           um mercado reconhecido como formado pelo oligopólio de produtores de banana;
3.           baixíssima agregação de valor ao produto, inclusive as balas e confeitos de banana comercializados ao longo da BR-116 - Autopista Régis Bittencourt, rodovia que liga São Paulo a Curitiba, eram produzidos em Santa Catarina ou na região de Paraibuna e outras do interior de São Paulo, mesmo sendo o Vale do Ribeira um dos maiores produtores de banana – não conheciam a “Bananada da Vovó”;
4.           alto desperdício e perda de produção, superior a 20%, nada se fazia com partes de cachos de banana que eram desprezados no carregamento para o CEAGESP, que era o destino certo dos produtos;
5.           altamente concentrador de renda e riqueza e com baixa geração de empregos e investimento em C&T;
6.           a contratação de empregos se dá de forma informal e exigia pessoas de baixa escolaridade.

É dito que tivemos vantagens no período, como a constituição de reservas cambiais. Mas não soubemos aproveitar, agora lentamente iremos assistir o desinvestimento sendo feito também pelos grandes grupos econômicos que atuam no Brasil, como a indústria automobilística, o que tem levado, o ainda Ministro, Guido Mantega ao desespero de desonerar a industria automobilística nacional que aqui continua a produzir seus veículo em um descompasso de uma ou mais décadas em termos tecnológicos, penalizando assim os brasileiros com veículos menos eficientes em termos de energia e mais inseguros. Vale lembrar que o Fiesta e o Freemont são mexicanos, assim como a Captiva/Antara e muitos outros, o Agile, Focus e o C4 Pallas são argentinos, e assim vai.

Quanto a solidez do sistema bancário, ela é fantasiosa, primeiro por termos a maioria de nossos bancos na mão do Estado, como os gigantes Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e uma infinidade de outros tantos, sem contar que o sistema bancário é praticamente paraestatal, pois é fortemente regulamentado, protegido de concorrência e que é igualmente obrigado a contribuir com o endividamento público, com a oferta obrigatória de títulos do governo em praticamente todos os investimentos, e agora temos a aberração da Selic imposta à caderneta de poupança, assim desconsiderando o que vem a ser a tal Selic. Estão atrelando um dos principais investimentos dos brasileiros, que é de longo prazo e focado em investimentos como a aquisição da casa própria, a títulos públicos de curto prazo, a rolagem da dívida, repito, de curto prazo.

Ele cita que a solidez do sistema bancário torna o país menos exposto ao trancamento de crédito. E aqui cabe a pergunta: Que solidez? De um grupo de bancos que não admite a concorrência?

E francamente não consigo entender o que quer dizer o Luís Nassif quando diz que o Banco central se tornou pró-ativo. Acaso não deveria ser ele o guardião da moeda, ou o que ele considera? -Ser fabricante de moeda, o que invariavelmente é o mesmo que fabricar a inflação quando a economia está estagnada, como ocorre nesta última década. O que já é feito de forma imoral, basta ver de onde estão saindo os recursos bilionários que estão financiando grandes grupos nacionais, assim promovendo a concentração econômica, que também nos será prejudicial. Este foi também um processo empregado pelo nacional-socialismo, o que deve nos assustar, pois um mercado sem concorrência fortalece, como sabemos muito bem, a corrupção.

Este é o caso da PDG Realty, a qual seguramente será uma nova Encol  no mercado da construção civil. Ela que é hoje a maior empresa do setor imobiliário da América Latina. É o tipo de empresa que atrai investidores do tipo do André Esteves, leia-se Banco Pactual. Assim como o grupo PDG estaria atraindo o aporte de um outro poderoso sócio, o executivo Roger Agnelli, que deixou a presidência da Vale. Estes tipo de empresário não desejam concorrência, na realidade buscam destruí-la. No caso da PDG vale o lema “Poder De Ganhar”.
E por falar em PDG e Encol, acaso o proprietário da Encol teve seu patrimônio penalizado pela justiça? Ou foram somente os consumidores que foram lesados?  Acaso o engenheiro Pedro Paulo de Souza foi preso? 


A análise quanto a primeira onda de crédito está correta, realmente havia uma enorme demanda reprimida. E ela foi produzida por um enorme contingente de pessoas que deixaram de ser afetadas pelo mais cruel dos impostos, a inflação. Mas isso não foi adequadamente observado, Sem o imposto inflacionário, somado a conjuntura internacional que nos foi favorável, tivemos a inserção de um número elevado de brasileiros na economia. E muito pouco se deve às ações paternalistas e demagógicas, estas somente colocaram uma infinidade de brasileiros na zona do conforto das benesses do Estado. Criou-se a falsa ilusão de que este modelo é sustentável.

"O Estado é a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver à custa de todo mundo." (Frédéric Bastiat)


Fico feliz que Luís Nassif reconheça que não é tarefa trivial a recomposição da cadeia produtiva da indústria, já que reconhece uma das mazelas produzidas por esta ilusão e mentira chamada Lula, quando cita: “Nos últimos 20 anos, o câmbio apreciado mudou estruturalmente a cadeia de fornecedores da indústria - mais agudamente no período 2003-2010. Hoje em dia, a invasão dos importados - especialmente os chineses - já se dá em nível dos terceiro e quarto círculos de fornecedores. Ou seja, o fornecedor do fornecedor do fornecedor já enfrenta concorrência chinesa. Encarecendo os importados, há um longo e penoso processo de reconstrução da cadeia produtiva, sem a menor possibilidade de se obter resultados imediatos. Com a possível estagnação da América Latina, reduz ainda mais o potencial de exportação de manufaturados brasileiros.”

Este é um dos efeitos da irresponsabilidade, não restará alternativa senão rever este modelo, que se mostra insustentável, pois a partir de agora o brasileiro não tem mais condições de carregar este paquiderme PTa nas costas e no bolso. A galinha dos ovos de ouro virou sopa na China. E aqui temos os que ainda sustentam e se apegam a esta ilusão que não acredita na liberdade, que não se dá conta de que ela é que produz o desenvolvimento e a melhor qualidade de vida.

"Educação serve pouco se as pessoas não forem livres. É só lembrar o que aconteceu nos países socialistas, onde a educação era considerada de qualidade." (Gerhard Erich Boehme)

"A educação só produz resultados em sociedades em que as pessoas podem fazer escolhas pessoais e econômicas, dando-lhes a oportunidade de serem criadoras e descobridoras." (Odemiro Fonseca em "Benefícios da liberdade")

A economia não mente, mas também não deve ser pautada na ilusão. A Economia não mente, ela, se bem estudada, apresenta uma visão sobre as causas da riqueza das nações. Mas para isso é fundamental que seja analisada a evolução da economia de inúmeros países, comparando as políticas adotadas em cada um, os fatores determinantes do crescimento de uns, ou do desempenho insatisfatórios de outros.

Não devemos nos preocupar apenas com comparações estatísticas ou com os aspectos quantitativos do desenvolvimento, mas, sobretudo, com as condições políticas e culturais que propiciaram a expansão das economias ou que impediram seu crescimento.

Muitos procuram atrair os incautos e ignorantes para um mundo imaginário, mas o ideal não existe, vivemos em um mundo real. Esta é a razão pela qual os liberais são detestados, defendem a razão e não a ilusão seja ela de direita ou de esquerda e muito menos das dos totalitários.

O capitalismo de mercado não é o ideal, mas é o melhor que temos.

Não é o ideal porque é levado em curso por seres humanos, com suas qualidades e defeitos, razão pela qual a liberdade deve ser limitada. Não pelo coletivismo, mas  deve ser limitada pela responsabilidade individual, pelo Estado de Direito, ela democracia, mas fundamentalmente pelo princípio da subsidiariedade.

Atualmente muitos socialistas, ao menos os que efetivamente reconhecem que o socialismo foi um fracasso, seja em função dos resultados que produziu, em especial o número de mortes. Se efetivamente o mundo vivesse a uma dicotomia, como é o desejo dos socialistas, fosse composto somente por democracias que correspondessem às exigências dos liberais ou por ditaduras que lutam contra exigências liberais, seria fácil identificar os inimigos políticos do liberalismo e os verdadeiros causadores das crises internacionais.

Infelizmente está cada vez mais difícil no Brasil, e pelo visto tem sido assim na Espanha, Grécia e Portugal, encontrar alguém que saiba ligar causa e efeito. Prevalece a cultura da lombada. Vejo que muitas vítimas estão hoje a aplaudir o seu carrasco. E pelo jeito as nossas futuras gerações seguirão também na mesma direção, continuaremos a ser personagens dos livros de de Luciano Pires, do trio Plinio Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa e dos escritores Mario Sergio e Renato Janine Ribeiro, sem contar que, aqui no Brasil, endossamos políticos que mais se assemelham ao principal personagem de um dos clássicos de Luis Pazos, de Luis Alberto Pazos de la Torre, economista e político mexicano.

E veja como a história imita a arte: Rodrigo Constantino nos apresentou certa feita uma brilhante análise da idiotia em que nos metemos: Em seu livro O Reizinho Populista, dedicado aos filhos de todos, Luis Pazos conta, de forma divertida, a fábula de um rei que deseja ser popular e entrar para a História acima de qualquer coisa. Com tamanha vaidade, logo o reizinho foi manipulado por todo tipo de aproveitador e oportunista que tinha ideias "brilhantes" para fazer com que a popularidade do rei fosse às alturas. Claro, para cada sugestão, um ministério era criado, e o autor da ideia virava ministro. Assim, surgiu o Ministério da Habitação, o Ministério do Trabalho, o Ministério da Indústria, o Ministério Agrário, o Ministério da Fazenda, etc. Pazos só não teve a criatividade de inventar um Ministério da Pesca, mas o reizinho contava com um enorme aparato burocrático para oferecer casas, empregos, terras, comida, tudo "grátis" ao seu povo, angariando assim a tão sonhada popularidade.

Ministérios e entidades com status ministerial no Brasil

1. Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA
2. Cidades MCidades
3. Ciência e Tecnologia MCT
4. Comunicações MC
5. Cultura MinC
6. Defesa MD
7. Desenvolvimento Agrário MDA
8. Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC
9. Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS
10. Educação MEC
11. Esporte ME
12. Fazenda MF
13. Integração Nacional MI
14. Justiça MJ
15. Meio Ambiente MMA
16. Minas e Energia MME
17. Pesca e Aquicultura MPA
18. Planejamento, Orçamento e Gestão MPOG
19. Previdência Social MPS
20. Relações Exteriores MRE
21. Saúde MS
22. Trabalho e Emprego MTE
23. Transportes MT
24. Turismo MTur
25. Secretaria de Assuntos Estratégicos SAE
26. Secretaria de Comunicação Social SeCom
27. Secretaria Especial dos Direitos Humanos SEDH
28. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial SEPPIR
29. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres SEPM
30. Secretaria Especial de Portos SEP
31. Secretaria-Geral da Presidência SG
32. Secretaria de Relações Institucionais SRI
33. Advocacia-Geral da União AGU
34. Banco Central BC
35. Casa Civil da Presidência da República CC
36. Controladoria-Geral da União CGU
37. Gabinete de Segurança Institucional GSI



Mas na estória foi descrito o que de fato está para nos acontecer, pois não nos damos conta do endividamento público, do inchaço do Estado e das estatais, da emPTização e do nePTismo alarmantes, do endividamento crescente de todos os brasileiros, da excessiva carga tributária que tira a competitividade e que está destruindo as empresas brasileiras.

No livro, escreveu Pazos, naturalmente, os recursos iam se esgotando, e o povo tinha que trabalhar cada vez mais para pagar a conta de tantas promessas. A insatisfação era crescente, o que incomodava profundamente o rei. Foi quando o Ministério da Lógica fez uma sugestão genial: o reino era rico em recursos naturais, e o rei não deveria permitir que seus súditos explorassem tais recursos; ele deveria concentrar tudo em suas mãos. Criaram-se então empresas para manejar essas riquezas: as "empresas reais". Porém, o Ministro da Lógica não gostou desse nome, e a designação foi trocada para "empresas do povo". Pazos explica: "Essas novas leis fizeram com que os pobres pensassem, conforme a lógica, que, se as empresas pertenciam ao povo e eles eram parte do povo, também seriam proprietários das empresas".

Como a vida imita a arte – ou o contrário, tem gente que jura que as estatais são do povo, e não dos "amigos do rei", que se apropriam de seus recursos. Essa gente, imersa em profunda ignorância, acha que é antipatriótico pesquisar as falcatruas milionárias existentes nessas empresas, verdadeiros cabides de emprego e antros de corrupção.

O que é perturbador, entretanto, é que existe uma solução extremamente fácil e inegavelmente justa para o dilema: se a empresa é do povo, basta que cada cidadão receba uma fatia proporcional do seu controle acionário. Com isso, o povo realmente será o dono da empresa, e cada um terá a liberdade de escolher o destino de sua participação.

Foi o que Margaret Thatcher fez na Inglaterra, pulverizando o capital de algumas estatais, devolvendo ao povo na prática o que era dele somente na teoria.

Negando uma proposta tão vantajosa, os aliados do governo estarão confessando a real propriedade dessas empresas, ou serão obrigados a acusar o povo de "bando de mentecaptos", incapazes de saber o que fazer com sua propriedade.

Se a empresa é do povo, e se sou parte do povo, onde está minha parte na empresa? Quero ter a opção de vendê-la, se julgar sua gestão ineficiente. Posso?

Seguramente que não, mas há a sociedade de privilegiados. “Sociedade de Privilégio¹s” de Gustavo Franco


E o texto Gustavo Franco dá, como dizem os cariocas, o bizú, ou os paulistas, a dica, a deixa da solução para esta sociedade de privilégio¹s, a questão é que hoje o brasileiro está sendo motivado a não estudar, a não empreender, a não desenvolver seus dons e talentos, a não valorizar o mérito, mas sim a transferir responsabilidades ao Estado, ou melhor, por conta de ideologias superadas pelo tempo e pelos resultados que produziram onde quer que tenham sido tentadas, a transferir responsabilidades a uma nomeklatura que diz apresentar a solução dos problemas dos brasileiros, formada por oportunistas e por sonhadores. Muito embora muitos sonhadores tenham caído na real e em épocas distintas abandonando o barco, ou melhor, o partido.


“No Brasil de hoje não é mais o mérito que determina o valor das pessoas, mas sua ideologia. Sua cor. Sua raça. Falar bem o idioma é motivo de piada. Ser elite é quase uma maldição. Música de sucesso é aquela que for mais escatológica. O homem honesto aparece na televisão como se fosse algo inédito. Roubar é normal. Bala perdida é normal. Corrupção é normal. Vivemos uma inversão de valores sem precedentes e é contra esse estado das coisas que devemos gritar” (Luciano Dias Pires Filho)



Para quem deseja dominar mais este importante tema recomenda que estude as propostas contidas em: "A reforma política sob a ótica do cidadão"


Aproveito para lhe enviar em anexo alguns textos, que merecem subsídios ao debate:

"A verdadeira riqueza das Nações" que se soma ao livro do Embaixador José Osvaldo Meira Penna seu livro "Opção preferencial pela riqueza": www.ordemlivre.org/download.php?file=meira_penna-opr.pdf  para uma reflexão sobre o que de fato leva uma nação ao desenvolvimento, como pode ser evidenciado nos resultados obtidos pelas diferentes nações, e que evidenciam igualmente que a rota trilhada pelo Brasil, Venezuela, Cuba e todos os demais países pertencentes ao Foro San Pablo é no sentido contrário.


Bem, os indicadores estão disponíveis, estes nos permitem relacionar a liberdade com os demais indicadores sociais:

1.           "Index of Economic Freedom World Rankings" The Heritage Foundation: http://www.heritage.org/index/ranking.aspx
2.           "Economic Freedom of the World: Annual Report" do The Cato Institute: http://www.cato.org/pubs/efw/
3.           "Economic Freedom of the World: Annual Report" do Fraser Institute http://www.freetheworld.com/release.html

A correlação é simples, os países mais livres são também os mais desenvolvidos e com melhor qualidade de vida.

E com se chega a isso?

Simples, privilegiar o mercado. Saber como a riqueza é gerada, pois o estado natural de um país, mesmo sendo "rico", tento reservas de recursos naturais como o Brasil e a Venezuela é a pobreza, sendo a riqueza algo a ser gerado. Mas como?


Mas se o problema fosse apenas na esfera econômica, tudo bem, mas temos ainda a questão da violência, e não é sem razão que temos hoje uma das sociedades mais violentas do mundo:

·       14 das 50 cidades mais violentas do mundo estão no Brasil l Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: cid:image002.gif@01CD2AA5.0413F680;
·       Tivemos nos últimos 30 anos mais de 1 milhão de homicídios Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: cid:image002.gif@01CD2AA5.0413F680e o crescimento é exponencial;
·       Em 2011 tivemos mais de 195 mil vitimas fatias devido a violência    Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: cid:image002.gif@01CD2AA5.0413F680;
·       O custo da violência supera 5% de nosso PIB, isso segundo estudos desatualizados realizados pelo IPEA, eu estimo em mais de 10% e apresento as razões Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: Descrição: cid:image002.gif@01CD2AA5.0413F680.

O problema será o encontro dessa violência crescente com o resultado que se pode esperar de tanta incompetência na condução do Brasil na esfera econômica.

Abraços,

Gerhard Erich Boehme

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