Fw: Comentários ao "A crise internacional e o Brasil" - A
realidade é tal que o modelo atual não se sustenta, e necessitamos avisar o
Mantega disso.
Caro Sr.
Nelson Marcondes,
Caro Sr.
Luís Nassif,
Caros do
Grupo FENECO,
Se
fossemos escolher algumas pessoas para destruir o Brasil não encontraríamos
outras melhores, ou melhor, piores. A questão é que para analisar a questão
econômica brasileira nos obriga a olhar primeiramente para quatro questões
fundamentais:
Reformas
procrastinadas - As
reformas que o Brasil necessita foram procrastinadas, em especial depois do
governo FHC, o que não retira dele também parte da responsabilidade, mesmo com
a consolidação do fim da era do mais injusto dos impostos, imposto que
penalizava os mais pobres: a inflação.
Custo
Brasil - O
custo Brasil, em parte resultante da falta destas reformas, bem como falta de
investimentos em infraestrutura, que somado a outros problemas, com destaque a
condução desastrosa de nossa economia, que soube privilegiar e tirar vantagem
da concentração nas commodities e penalizar a geração bens e serviços com
valor agregado, esta menos influente à demagogia e clientelismo político, mas
mais vulnerável ao excesso de tributação acarretando a desindustrialização. O
que é preocupante em uma economia que nem mesmo amadureceu e que não respeita
o direito de propriedade, principalmente a intelectual e de uso de marcas e
patentes.
Excesso
de Estado e enfraquecimento da livre iniciativa
-
A presença de um Estado inchado e paternalista e submetido à nefasta prática
do clientelismo político, com seu capitalismo de comparsas, sem mercado, e seu
socialismo de privilegiados, sem compromisso com o que é e deve ser público.
Sem contar o fortalecimento e a criação de novas empresas estatais, promovendo
assim o loteamento político e as práticas da emPTização e do
nePTismo.
Falta
de liberdade - A
falta de liberdade, principalmente econômica, assim como individual, e com ela
a falta de entendimento da importância da
observação constante do princípio da subsidiariedade, em especial para
uma nação que se denomina “República Federativa, mas que a todo momento invade
o federalismo que perdemos. Infelizmente no Brasil não se ensina e não se faz
uso dos mais importantes indicadores de liberdade como os
d’The
Heritage Foundation, d’The Cato Institute e do Fraser
Institute e assim não nos damos conta nem mesmo do que ocorre à nossa volta,
como no Chile, por exemplo, que poderia nos servir de
referencial.
Tivemos
um presidente, ou melhor, o ocupante do
Palácio do Planalto que não apenas se caracterizou pela procrastinação,
como não entendeu que a crise – a
marolinha - logo nos afetaria, pois somente
ingênuos ou ignorantes não consideraram os problemas advindos da crise
econômica devido ao excesso de intervenção estatal norte-americana no mercado,
como foi o caso no mercado imobiliário, com suas gigantes hipotecárias
paraestatais Fannie
Mae e Freddie Mac e a falta de controle sobre a questão dos derivativos. Bem
como seu impacto sobre a Europa, com seus excessos de Welfare State, de forte
inspiração socialista, pautada em outra ilusão, a de que
seria
possível transformar países como a Grécia, Portugal e Espanha em economias
competitivas como a alemã em poucos anos. O que não se está conseguindo nem
mesmo com a França, cada vez mais mergulhada na sua
demagogia. Considerando o que foi feito, priorizando o lazer ao trabalho,
pode-se afirmar que nem mesmo em décadas isso é provável. E se olháramos para
o Euro, logo vemos que a Alemanha, que possui uma economia fortemente
exportadora abriu mão e se submeteu a um perverso mecanismo permanente de
transferência de recursos da Alemanha para o restante da Europa, em especial
para a França, que afundada em seu socialismo, também não irá se
sustentar.
Espero
que Guy Sorman e Nivaldo Cordeiro tenham razão nos
seus comentários, quando afirmam que praticamente,
quase nada muda na França. Pelo menos, esta é a opinião de
Guy Sorman:
Segundo
o Nivaldo Cordeiro o socialismo
não é solução para a Europa, quando comentou brilhantemente o artigo de João
Pereira Coutinho, na Folha de São Paulo ("O naufrágio da Europa"). A eleição
de Françoise Hollande, se tem algo de bom, é a
capacidade de demonstrar que as teses socialistas estão mortas e enterradas.
João Pereira Coutinho previu que até as próximas eleições legislativas na
França, em meados do ano, isso ficará claro. As promessas populistas serão
esquecidas por força da realidade imediata e dos contratos internacionais. O
que esperar do futuro? O fortalecimento do extremismo políticos, de triste
memória. O mundo cada vez mais com cara dos Anos 30. Os
comentários dele estão em vídeo; http://www.youtube.com/watch?v=22h-62GxUCA&feature=youtu.be
E
o que vemos hoje, a economia europeia dividida, de um lado os países do Mar do
Norte e do Báltico sustentando a irresponsabilidade “socialista” da franja do
Mediterrâneo. Além disso, cada nova rodada de estresse na
periferia, por conta das duras reformas de austeridade impostas pelo pacto
fiscal, representa a chance de vitória de um partido populista que ameaça
jogar tudo para o alto, como parece ser agora o caso da
França.
Esta
realidade tem levado a estagnação
da Europa, e tem, juntamente com um câmbio irracional impedido as exportações
brasileiras para lá. E como Luís Nassif menciona muito bem, ao mesmo tempo em
que gera excedentes de produção que acabam impactando na
economia globalizada.
A
irresponsabilidade de nossos ex-presidentes, agora somada a incompetência da
terceirizada, temos a desaceleração de nossa economia também provocada pelo
lado das commodities que foram até aqui a locomotiva do trem da alegria do
Planalto.
E
é bom que se alerte, não estamos sendo alvo
de um aumento da guerra comercial, com europeus e asiáticos tentando
desovar seus excedentes nas economias emergentes, mas estamos sendo
penalizados pela nossa incompetência, pois foram recorrentes os alertas dados,
em especial pelos liberais, quanto era fantasiosa esta realidade chinesa,
sendo o principal responsável aquele que veio
a reconhecer a China como economia de mercado, o que nos leva agora a
pagar caro por tamanha falta de responsabilidade e aqui é importante se lembrar o que de fato
ocorreu para sabermos a que devemos responsabilizar no futuro que já
está chegando, mas que o Ministro Guido Mantega não
enxerga:
Infelizmente
temos no Brasil idiotas aplaudindo o sucesso chinês.
E o fazem por conta de uma ideologia que nem mesmo lá se faz mais presente.
Assim como temos os oportunistas de plantão, hoje a estimular o consumismo com
a finalidade de procrastinar os problemas, mas tal qual o Ministro Mantega,
estão tentando apenas se suspender segurando nos próprios suspensórios. Nunca
se viu tanta incompetência no governo. Mantega em especial, assim querendo nos
convencer com seu perpetuum mobile.
No
mais recomendo que leiam o texto anexo e “Década da perplexidade - A crise do
“Pão e o Circo” e da economia brasileira” .
Pensar
em reduzir o tamanho do Estado, a um tamanho que o brasileiro possa carregar
no bolso e nas costas não passa pela cabeça dos incompetentes que nos
governam,
o que lhes importa é alimentar o clientelismo políticos, com seu capitalismo
de comparsas, sem mercado, e seu socialismo de privilegiados, sem compromisso
com o que de fato é e deve ser público:
“Bens
e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de
limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o
acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção
eticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado aos portadores de
deficiência física ou mental, incluindo as advindas com a idade ou aquelas
resultantes de sequelas de acidentes ou fruto da violência.” (Gerhard Erich
Boehme)
Pior
é que estes incompetentes não sabem responder a questões fundamentais como as
que ainda aguardo respostas e que tenho reiteradamente encaminhado a todos os
esquerdistas com os quais tenho debatido:
Neste
sentido gostaria de receber as respostas a três perguntas básicas:
a)
Quais
são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa ser eficaz nos seus
resultados?
b)
Em
que nível, federal, estadual ou municipal, devem ser realizado? E qual é o
papel de cada poder?
c)
Como
controlar os gastos estatais e impedir que eles se expandam continuamente e
não sejam retirados ou desviados por políticos e sindicalistas os recursos que
deveriam ser destinados aos bens e serviços
públicos?
Não
se dão conta que procrastinando as soluções que venham atacar as causas estão
tão somente destruindo o Brasil, seja baseando a economia somente na venda de
commodities, que ao contrário de produtos e serviços com valor agregado, pouco
geram em termos de riqueza, emprego e renda.
Nesta
idiotia, o que vemos são produtos chineses nas prateleiras e empresas deixando
de investir. Felizmente enquanto Brasília dorme o Brasil segue ainda
trabalhando.
Quanto
ao texto, o título fala por si, é uma outra forma de se dizer que estamos
procrastinando e assim sustentando a emPTização do Estado e o nePTismo nas
estatais, sem contar que mantemos uma velha tradição republicana, a de
fortalecer politicamente o dono do Brasil, o Sr. José Ribamar Ferreira de
Araújo Costa.
Não
atacamos o nosso principal problema, o tamanho do Estado, que continuou a
consumir recursos, de um lado penalizando o 2º Setor, e se colocou na posição
de privilegiar em demasia o 3º Setor, não se dando conta que se atolava em
dívidas e que criou uma sociedade onde o distribuir passou a ser conjugado
antes de produzir, estudar, inovar, empreender, trabalhar, suar, respeitar,
etc. Sem contar que mérito passou a ser desconsiderado como principal
requisito. Com o mercado favorável à venda de commodities, na realidade a
venda do Brasil em vez de produtos e serviços brasileiros, tivemos uma receita
fabulosa, o que inundou o Brasil com dólares e outras moedas fortes, que
somado a um governo que gasta mais do que arrecada, levou a taxa de juros
elevadas, que também atraia mais e mais moedas fortes, assim, com o Real
desvalorizado tivemos criamos um novo perfil de brasileiro, que passou a
comprar mais e mais produtos importados, mas que não se dava conta que
perdíamos não apenas mercado lá fora, como também aqui dentro para nossos bens
e serviços. E é sempre importante lembrar que são os nossos bens e serviços
que são os geradores de emprego, riqueza e renda. É o velho e conhecido dilema
entre produzir bananas ou saber agregar valor aos produtos,
como bem nos lembra a bananada da vovó, ou entender a razão do Vale do Ribeira
ser uma das regiões mais miseráveis do Brasil, mesmo estando entre duas
importantes capitais, no centro de duas das mais importantes regiões, entre o
Sul e o Sudeste brasileiro, o Vale do Ribeira. Vale lembrar que o Vale do
Ribeira é formado por 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas), embora
existem ainda outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no
estado de São Paulo, que podem também ser apontados como pertencentes ao tal
Vale do Ribeira.
A
realidade do Vale do Ribeira é uma região que caracteriza bem o que nossos
presidentes estão a produzir, pois é marcada
por:
1.
nenhuma
tradição de cooperativismo;
2.
um
mercado reconhecido como formado pelo oligopólio de produtores de
banana;
3.
baixíssima
agregação de valor ao produto, inclusive as balas e confeitos de banana
comercializados ao longo da BR-116 - Autopista Régis Bittencourt, rodovia que
liga São Paulo a Curitiba, eram produzidos em Santa Catarina ou na região de
Paraibuna e outras do interior de São Paulo, mesmo sendo o Vale do Ribeira um
dos maiores produtores de banana – não conheciam a “Bananada da
Vovó”;
4.
alto
desperdício e perda de produção, superior a 20%, nada se fazia com partes de
cachos de banana que eram desprezados no carregamento para o CEAGESP, que era
o destino certo dos produtos;
5.
altamente
concentrador de renda e riqueza e com baixa geração de empregos e investimento
em C&T;
6.
a
contratação de empregos se dá de forma informal e exigia pessoas de baixa
escolaridade.
É
dito que tivemos vantagens no período, como a constituição de reservas
cambiais. Mas não soubemos aproveitar, agora lentamente iremos assistir o
desinvestimento sendo feito também pelos grandes grupos econômicos que atuam
no Brasil, como a indústria automobilística, o que tem levado, o ainda
Ministro, Guido Mantega ao desespero de desonerar a industria automobilística
nacional que aqui continua a produzir seus veículo em um descompasso de uma ou
mais décadas em termos tecnológicos, penalizando assim os brasileiros com
veículos menos eficientes em termos de energia e mais inseguros. Vale lembrar
que o Fiesta e o Freemont são mexicanos, assim como
a Captiva/Antara e muitos outros, o
Agile, Focus e o C4 Pallas
são argentinos, e assim vai.
Quanto
a solidez do sistema bancário, ela é fantasiosa, primeiro por termos a maioria
de nossos bancos na mão do Estado, como os gigantes Banco do Brasil e Caixa
Econômica Federal e uma infinidade de outros tantos, sem contar que o sistema
bancário é praticamente paraestatal, pois é fortemente regulamentado,
protegido de concorrência e que é igualmente obrigado a contribuir com o
endividamento público, com a oferta obrigatória de títulos do governo em
praticamente todos os investimentos, e agora temos a aberração da Selic
imposta à caderneta de poupança, assim desconsiderando o que vem a ser a tal
Selic. Estão atrelando um dos principais investimentos dos brasileiros, que é
de longo prazo e focado em investimentos como a aquisição da casa própria, a
títulos públicos de curto prazo, a rolagem da dívida, repito, de curto prazo.
Ele
cita que a solidez do sistema bancário torna o país menos exposto ao
trancamento de crédito. E aqui cabe a pergunta: Que solidez? De um grupo de
bancos que não admite a concorrência?
E
francamente não consigo entender o que quer dizer o Luís Nassif quando diz que
o Banco central se tornou pró-ativo. Acaso não deveria ser ele o guardião da
moeda, ou o que ele considera? -Ser fabricante de moeda, o que invariavelmente
é o mesmo que fabricar a inflação quando a economia está estagnada, como
ocorre nesta última década. O que já é feito de forma imoral, basta ver de
onde estão saindo os recursos bilionários que estão financiando grandes grupos
nacionais, assim promovendo a concentração econômica, que também nos será
prejudicial. Este foi também um processo empregado pelo nacional-socialismo, o
que deve nos assustar, pois um mercado sem concorrência fortalece, como
sabemos muito bem, a corrupção.
Este
é o caso da PDG Realty, a qual seguramente será uma nova Encol no
mercado da construção civil. Ela que é hoje a maior empresa do setor
imobiliário da América Latina. É o tipo de empresa que atrai investidores do
tipo do André Esteves, leia-se Banco Pactual. Assim como o grupo PDG estaria
atraindo o aporte de um outro poderoso sócio, o executivo Roger Agnelli, que
deixou a presidência da Vale. Estes tipo de empresário não desejam
concorrência, na realidade buscam destruí-la. No caso da PDG vale o lema
“Poder De Ganhar”.
E
por falar em PDG e Encol, acaso o proprietário da Encol teve seu patrimônio
penalizado pela justiça? Ou foram somente os consumidores que foram
lesados? Acaso o engenheiro Pedro Paulo de
Souza foi preso?
A
análise quanto a primeira onda de crédito está correta, realmente havia uma
enorme demanda reprimida. E ela foi produzida por um enorme contingente de
pessoas que deixaram de ser afetadas pelo mais cruel dos impostos, a inflação.
Mas isso não foi adequadamente observado, Sem o imposto inflacionário, somado
a conjuntura internacional que nos foi favorável, tivemos a inserção de um
número elevado de brasileiros na economia. E muito pouco se deve às ações
paternalistas e demagógicas, estas somente colocaram uma infinidade de
brasileiros na zona do conforto das benesses do Estado. Criou-se a falsa
ilusão de que este modelo é sustentável.
"O
Estado é a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver à
custa de todo mundo." (Frédéric Bastiat)
Fico
feliz que Luís Nassif reconheça que não é tarefa trivial a recomposição da
cadeia produtiva da indústria, já que reconhece uma das mazelas produzidas por
esta ilusão e mentira chamada Lula, quando cita: “Nos últimos 20 anos, o
câmbio apreciado mudou estruturalmente a cadeia de fornecedores da indústria -
mais agudamente no período 2003-2010. Hoje em dia, a invasão dos importados -
especialmente os chineses - já se dá em nível dos terceiro e quarto círculos
de fornecedores. Ou seja, o fornecedor do fornecedor do fornecedor já enfrenta
concorrência chinesa. Encarecendo os importados, há um longo e penoso processo
de reconstrução da cadeia produtiva, sem a menor possibilidade de se obter
resultados imediatos. Com a possível estagnação da América Latina, reduz ainda
mais o potencial de exportação de manufaturados
brasileiros.”
Este
é um dos efeitos da irresponsabilidade, não restará alternativa senão rever
este modelo, que se mostra insustentável, pois a partir de agora o brasileiro
não tem mais condições de carregar este paquiderme PTa nas costas e no bolso.
A galinha dos ovos de ouro virou sopa na China. E aqui temos os que ainda
sustentam e se apegam a esta ilusão que não acredita na liberdade, que não se
dá conta de que ela é que produz o desenvolvimento e a melhor qualidade de
vida.
"Educação
serve pouco se as pessoas não forem livres. É só lembrar o que aconteceu nos
países socialistas, onde a educação era considerada de qualidade." (Gerhard
Erich Boehme)
"A
educação só produz resultados em sociedades em que as pessoas podem fazer
escolhas pessoais e econômicas, dando-lhes a oportunidade de serem criadoras e
descobridoras." (Odemiro Fonseca em "Benefícios da
liberdade")
A
economia não mente, mas também não deve ser pautada na ilusão. A Economia não
mente, ela, se bem estudada, apresenta uma visão sobre as causas da riqueza
das nações. Mas para isso é fundamental que seja analisada a evolução da
economia de inúmeros países, comparando as políticas adotadas em cada um, os
fatores determinantes do crescimento de uns, ou do desempenho insatisfatórios
de outros.
Não
devemos nos preocupar apenas com comparações estatísticas ou com os aspectos
quantitativos do desenvolvimento, mas, sobretudo, com as condições políticas e
culturais que propiciaram a expansão das economias ou que impediram seu
crescimento.
Muitos
procuram atrair os incautos e ignorantes para um mundo imaginário, mas o ideal
não existe, vivemos em um mundo real. Esta é a razão pela qual os liberais são
detestados, defendem a razão e não a ilusão seja ela de direita ou de esquerda
e muito menos das dos totalitários.
O
capitalismo de mercado não é o ideal, mas é o melhor que
temos.
Não
é o ideal porque é levado em curso por seres humanos, com suas qualidades e
defeitos, razão pela qual a liberdade deve ser limitada. Não pelo coletivismo,
mas deve ser limitada pela responsabilidade individual,
pelo Estado de Direito, ela democracia, mas fundamentalmente pelo princípio da
subsidiariedade.
Atualmente
muitos socialistas, ao menos os que efetivamente reconhecem que o socialismo
foi um fracasso, seja em função dos resultados que produziu, em especial o
número de mortes. Se efetivamente o mundo vivesse a uma dicotomia, como é o
desejo dos socialistas, fosse composto somente por democracias que
correspondessem às exigências dos liberais ou por ditaduras que lutam contra
exigências liberais, seria fácil identificar os inimigos políticos do
liberalismo e os verdadeiros causadores das crises
internacionais.
Infelizmente
está cada vez mais difícil no Brasil, e pelo visto tem sido assim na Espanha,
Grécia e Portugal, encontrar alguém que saiba ligar causa e efeito. Prevalece
a cultura da lombada. Vejo que muitas vítimas estão hoje a aplaudir o seu
carrasco. E pelo jeito as nossas futuras gerações seguirão também na mesma
direção, continuaremos a ser personagens dos livros de de Luciano Pires, do
trio Plinio Mendoza, Carlos Alberto Montaner e Álvaro Vargas Llosa e dos
escritores Mario Sergio e Renato Janine Ribeiro, sem contar que, aqui no
Brasil, endossamos políticos que mais se assemelham ao principal personagem de
um dos clássicos de Luis Pazos, de Luis Alberto Pazos de la Torre, economista
e político mexicano.
E
veja como a história imita a arte: Rodrigo Constantino nos apresentou certa
feita uma brilhante análise da idiotia em que nos metemos: Em seu livro O
Reizinho Populista, dedicado aos filhos de todos, Luis Pazos conta, de forma
divertida, a fábula de um rei que deseja ser popular e entrar para a História
acima de qualquer coisa. Com tamanha vaidade, logo o reizinho foi manipulado
por todo tipo de aproveitador e oportunista que tinha ideias "brilhantes" para
fazer com que a popularidade do rei fosse às alturas. Claro, para cada
sugestão, um ministério era criado, e o autor da ideia virava ministro. Assim,
surgiu o Ministério da Habitação, o Ministério do Trabalho, o Ministério da
Indústria, o Ministério Agrário, o Ministério da Fazenda, etc. Pazos só não
teve a criatividade de inventar um Ministério da Pesca, mas o reizinho contava
com um enorme aparato burocrático para oferecer casas, empregos, terras,
comida, tudo "grátis" ao seu povo, angariando assim a tão sonhada
popularidade.
Ministérios
e entidades com status ministerial no Brasil
1.
Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA
2.
Cidades MCidades
3.
Ciência e Tecnologia MCT
4.
Comunicações MC
5.
Cultura MinC
6.
Defesa MD
7.
Desenvolvimento Agrário MDA
8.
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MDIC
9.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome MDS
10.
Educação MEC
11.
Esporte ME
12.
Fazenda MF
13.
Integração Nacional MI
14.
Justiça MJ
15.
Meio Ambiente MMA
16.
Minas e Energia MME
17.
Pesca e Aquicultura MPA
18.
Planejamento, Orçamento e Gestão MPOG
19.
Previdência Social MPS
20.
Relações Exteriores MRE
21.
Saúde MS
22.
Trabalho e Emprego MTE
23.
Transportes MT
24.
Turismo MTur
25.
Secretaria de Assuntos Estratégicos SAE
26.
Secretaria de Comunicação Social SeCom
27.
Secretaria Especial dos Direitos Humanos SEDH
28.
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
SEPPIR
29.
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
SEPM
30.
Secretaria Especial de Portos SEP
31.
Secretaria-Geral da Presidência SG
32.
Secretaria de Relações Institucionais SRI
33.
Advocacia-Geral da União AGU
34.
Banco Central BC
35.
Casa Civil da Presidência da República CC
36.
Controladoria-Geral da União CGU
37.
Gabinete de Segurança Institucional GSI
Mas
na estória foi descrito o que de fato está para nos acontecer, pois não nos
damos conta do endividamento público, do inchaço do Estado e das estatais, da
emPTização e do nePTismo alarmantes, do endividamento crescente de todos os
brasileiros, da excessiva carga tributária que tira a competitividade e que
está destruindo as empresas brasileiras.
No
livro, escreveu Pazos, naturalmente, os recursos iam se esgotando, e o povo
tinha que trabalhar cada vez mais para pagar a conta de tantas promessas. A
insatisfação era crescente, o que incomodava profundamente o rei. Foi quando o
Ministério da Lógica fez uma sugestão genial: o reino era rico em recursos
naturais, e o rei não deveria permitir que seus súditos explorassem tais
recursos; ele deveria concentrar tudo em suas mãos. Criaram-se então empresas
para manejar essas riquezas: as "empresas reais". Porém, o Ministro da Lógica
não gostou desse nome, e a designação foi trocada para "empresas do povo".
Pazos explica: "Essas novas leis fizeram com que os pobres pensassem, conforme
a lógica, que, se as empresas pertenciam ao povo e eles eram parte do povo,
também seriam proprietários das empresas".
Como
a vida imita a arte – ou o contrário, tem gente que jura que as estatais são
do povo, e não dos "amigos do rei", que se apropriam de seus recursos. Essa
gente, imersa em profunda ignorância, acha que é antipatriótico pesquisar as
falcatruas milionárias existentes nessas empresas, verdadeiros cabides de
emprego e antros de corrupção.
O
que é perturbador, entretanto, é que existe uma solução extremamente fácil e
inegavelmente justa para o dilema: se a empresa é do povo, basta que cada
cidadão receba uma fatia proporcional do seu controle acionário. Com isso, o
povo realmente será o dono da empresa, e cada um terá a liberdade de escolher
o destino de sua participação.
Foi
o que Margaret Thatcher fez na Inglaterra, pulverizando o capital de algumas
estatais, devolvendo ao povo na prática o que era dele somente na teoria.
Negando
uma proposta tão vantajosa, os aliados do governo estarão confessando a real
propriedade dessas empresas, ou serão obrigados a acusar o povo de "bando de
mentecaptos", incapazes de saber o que fazer com sua propriedade.
Se
a empresa é do povo, e se sou parte do povo, onde está minha parte na empresa?
Quero ter a opção de vendê-la, se julgar sua gestão ineficiente. Posso?
Seguramente
que não, mas há a sociedade de privilegiados. “Sociedade de
Privilégio¹s” de Gustavo Franco
E
o texto Gustavo Franco dá, como dizem os cariocas, o bizú, ou os paulistas, a
dica, a deixa da solução para esta sociedade de privilégio¹s, a questão é que
hoje o brasileiro está sendo motivado a não estudar, a não empreender, a não
desenvolver seus dons e talentos, a não valorizar o mérito, mas sim a
transferir responsabilidades ao Estado, ou melhor, por conta de ideologias
superadas pelo tempo e pelos resultados que produziram onde quer que tenham
sido tentadas, a transferir responsabilidades a uma nomeklatura que diz
apresentar a solução dos problemas dos brasileiros, formada por oportunistas e
por sonhadores. Muito embora muitos sonhadores tenham caído na real e em
épocas distintas abandonando o barco, ou melhor, o
partido.
“No
Brasil de hoje não é mais o mérito que determina o valor das pessoas, mas sua
ideologia. Sua cor. Sua raça. Falar bem o idioma é motivo de piada. Ser elite
é quase uma maldição. Música de sucesso é aquela que for mais escatológica. O
homem honesto aparece na televisão como se fosse algo inédito. Roubar é
normal. Bala perdida é normal. Corrupção é normal. Vivemos uma inversão de
valores sem precedentes e é contra esse estado das coisas que devemos gritar”
(Luciano Dias Pires Filho)
Para
quem deseja dominar mais este importante tema recomenda que estude as
propostas contidas em: "A reforma política sob a ótica do
cidadão"
Aproveito
para lhe enviar em anexo alguns textos, que merecem subsídios ao
debate:
"A
verdadeira riqueza das Nações" que se soma ao livro do Embaixador José Osvaldo
Meira Penna seu livro "Opção preferencial pela riqueza": www.ordemlivre.org/download.php?file=meira_penna-opr.pdf
para uma reflexão sobre o que de fato leva uma nação ao
desenvolvimento, como pode ser evidenciado nos resultados obtidos pelas
diferentes nações, e que evidenciam igualmente que a rota trilhada pelo
Brasil, Venezuela, Cuba e todos os demais países pertencentes ao Foro San
Pablo é no sentido contrário.
Bem,
os indicadores estão disponíveis, estes nos permitem relacionar a liberdade
com os demais indicadores sociais:
2. "Economic Freedom of the World: Annual Report" do The Cato Institute: http://www.cato.org/pubs/efw/
3. "Economic Freedom of the World: Annual Report" do Fraser Institute http://www.freetheworld.com/release.html
A
correlação é simples, os países mais livres são também os mais desenvolvidos e
com melhor qualidade de vida.
E
com se chega a isso?
Simples,
privilegiar o mercado. Saber como a riqueza é gerada, pois o estado natural de
um país, mesmo sendo "rico", tento reservas de recursos naturais como o Brasil
e a Venezuela é a pobreza, sendo a riqueza algo a ser gerado. Mas
como?
E
veja novamente: http://www.youtube.com/watch?v=Qe9Lw_nlFQU
Mas
se o problema fosse apenas na esfera econômica, tudo bem, mas temos ainda a
questão da violência, e não é sem razão que temos hoje uma das sociedades mais
violentas do mundo:
·
O
custo da violência supera 5% de nosso PIB, isso segundo estudos desatualizados
realizados pelo IPEA, eu estimo em mais de 10% e apresento as
razões .
O
problema será o encontro dessa violência crescente com o resultado que se pode
esperar de tanta incompetência na condução do Brasil na esfera econômica.
Abraços,
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