domingo, 6 de maio de 2012
A bengala do Doutor Chefão
Artigo
no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão
Na propaganda oficial, o Brasil vai muito bem no pior dos mundos econômicos possíveis. Na mesma versão propagandística, o Doutor Luiz Inácio Lula da Silva também vai muito bem das pernas, igual ao País que ele desgovernou por oito anos. Mas como justificar a necesidade de usar bengala? Ah, basta contar qualquer mentirinha que a mídia amestrada e o povo abestado acreditam...
O dólar começa a subir. O Brasil se desindustrializa. A atividade industrial está em queda. O comércio já reclama de queda nas vendas. Empregos começam a ser perdidos. A inadimplência começa a incomodar os bancos que lucram com os empréstimos feitos a rodo. O brasileiro da classe C entra com mais frequência que o desejável no cheque especial. O emergente sobrevivente começa a sentir necessidade de uma bengala econômica para seguir andando. Mas tudo vai acabar bem...
Será? Algumas previsões afrontam a realidade. Reflitamos sobre a análise do ex-petista histórico e atual líder do PSOL na Câmara dos Deputados, o professor de História Chico Alencar, sobre o trabalho da CPI que investigaria os negócios do lobista e contraventor Carlos Augusto Ramos: “Tem Cachoeira, tem Delta do Rio... Vai dar uma pororoca danada, porque a Cachoeira é das grandes: uma catarata!”.
Poética, bucólica e irônica a opinião do parlamentar. Só que sua previsão quase tsunâmica não deve acontecer. Basta conferir o recado dado pela linda e loura mulher de Carlinhos Cachoeira, em entrevista ao jornal O Globo. Andressa Mendonça avisa que seu amor está “superorientado” e não vai prejudicar ninguém no depoimento marcado para 15 de maio na CPI do Congresso. Assim falou a jovem de 27 anos, que recusou um convite da Playboy para mostrar onde o amor de Cachoeira desagua:
“O Cachoeira está em paz, muito bem, muito equilibrado. Ele está muito bem orientado por três advogados: a doutora Dora Cavalcanti, o doutor Márcio Thomaz Bastos e o doutor Augusto Botelho. Eu tenho certeza de que ele não quer prejudicar ninguém. Ele não é uma pessoa fria. Mas também não está nervoso. É uma pessoa bem preparada e bem orientada para enfrentar esse momento. Eu conversei hoje (ontem) com alguns deputados sobre como seria, e eles me garantiram que ele não irá algemado ou com roupa imprópria, da prisão. Eles me disseram que tem um regimento que garante que ele compareça sem algemas, com traje costume, terno e camisa social”.
Andressa Mendonça avisa ainda que Cachoeira vai aproveitar a ida ao Congresso para levantar uma grande bandeira pela legalização dos jogos no País: “Ele está nessa batalha há muitos anos e agora é a hora de conscientização da importância da legalização dos jogos”. Interpretando as palavras da “Iara” (sereia da Cachoeira) que a mídia abestada já quer transformar em “musa da CPI”, duas constações. Primeiro: orientado por Bastos – defensor-mor dos petistas, Cachoeira vai comprometer ninguém. Segundo: vai cumprir o plano petralha de lançar o esquema para legalizar a jogatina no Brasil.
Cachoeira, de “bandido” no começo da novela, tem tudo para acabar como “mocinho”. A legalização do jogo – sempre combatido duramente pela Igreja Católica e por alguns segmentos evangélicos – tem tudo para se tornar realidade. A justificativa oficial: o jogo seria uma importante fonte de renda para o Brasil, já que os bi ou milionários brasileiros viajam ao exterior e torram uma grana danada nos Cassinos lá de fora. O “problema” da legalização é que afetaria o aparelho repressivo-corrupto que hoje fatura alto cobrando propinas dos contraventores...
A petralhada quer a jogatina legalizada. Muitos ilustres membros do Partido dos Traidores querem entrar na jogada – preferencialmente usando laranjas como sócios da operação ou, por fora, sem aparecer, recebendo seus mensalões que seriam regiamente depositados nos paraísos fiscais onde funcionam as sedes das empresas que atuam no jogo legalizado pelo mundo afora.
Aliás, o jogo só não foi legalizado na Era Lula porque o escândalo do Mensalão estourou e atrapalhou tudo. Antônio Palocci, José Dirceu, José Genoíno e suas equipes trabalharam, nos bastidores, em favor do jogo legal. Agora, quem sabe, Dilma não colabora para um outro PAC – o Programa de Aceleração dos Cassinos no Brasil? O jogo já está armado para que, na hora mais oportuna, logo depois da CPI do Cachoeira, onde se fará a publicidade oficial da proposta, a legalização do jogo entre logo na pauta de votações do Congresso.
Jogo que segue, vamos apostar no enigma da bengala. Na velha fábula grega de Sófocles, havia uma terrível Esfinge que comia quen não conseguisse decifrar seu enigma, mais ou menos assim, na versão tupiniquim, para agradar a gregos e baianos: “Qual o animal que acorda com quatro pernas, anda com duas no meio do dia e fica com três no final da jornada?”.
Resposta fácil dada pelos puxa-sacos daquele que tem o Rei na barriga (agora um pouco menor em função da brutal perda de peso), agora com doutorado honoris causa das universidades fluminensis, e que é messianicamente chamado de “grande guerreiro do povo brasileiro”, depois que a versão médica oficial jura estar completamente curado de um violento câncer de laringe que não sofreu metástase: “Lula”...
Errado! A Esfinge ficou PT da vida: vai engolir o puxa-saco. Na explicação dela, Lula não serve porque é um animal com várias pernas, no sentido detonativo. E, no sentido conotativo, o referido Doutor Chefão tem muitas caras. No passado sindical, a equipe do falecido delegado Romeu Tuma, da inteligência da repressão da ordem política e social, o tratava pelo secreto codinome de “Boi” (um animal de quatro patas).
Agora, bengala não serve para metaforizar a terceira perna à qual o homem, no final da vida, precisa recorrer, para conseguir andar – explicando o enigma da Esfinge. O tempo agora parece jogar contra aquele que se julgava um “Poderoso Chefão”. O diploma de doutorado falsificado veio tarde demais. Lula, agora coitado, paga caro pelos excessos do passado. Mas segue em frente, mesmo amparado... Até onde vai? Deus deve saber... Mas a bengalada final parece próxima...
O Brasil que ele deixou vai pelo mesno caminho. A diferença, metafórica, é que a Nação – há muito perdida em seus fundamentos de soberania e sem projeto nacional – não tem quem pague seu caríssimo tratamento em um Hospital Sírio-Libanês da vida...
Desindustrializando-se, com educação precária, sem projetos soberanos de desenvolvimento de tecnologia, com Forças Desarmadas e sob contante ataque doe inimigos visíveis e invisíveis, e sem um Projeto de Nação, o Brasil tende a se transformar na mera colônia de exploração de recursos minerais, agropecuários e humanos que sempre foi em mais de 500 anos de mal contada história...
Vamos permitir, caindo no golpe que tende a nos fragmentar como País? Ou vamos tomar a bengala dos idiotas e dar uma pancada fatal na Esfinge que sempre nos devorou? Alternativa A ou opção B? Façam as apostas, senhoras e senhores. O Cassino do Doutor Chefão espera por sua derradeira resposta...
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.
Por Jorge Serrão
Na propaganda oficial, o Brasil vai muito bem no pior dos mundos econômicos possíveis. Na mesma versão propagandística, o Doutor Luiz Inácio Lula da Silva também vai muito bem das pernas, igual ao País que ele desgovernou por oito anos. Mas como justificar a necesidade de usar bengala? Ah, basta contar qualquer mentirinha que a mídia amestrada e o povo abestado acreditam...
O dólar começa a subir. O Brasil se desindustrializa. A atividade industrial está em queda. O comércio já reclama de queda nas vendas. Empregos começam a ser perdidos. A inadimplência começa a incomodar os bancos que lucram com os empréstimos feitos a rodo. O brasileiro da classe C entra com mais frequência que o desejável no cheque especial. O emergente sobrevivente começa a sentir necessidade de uma bengala econômica para seguir andando. Mas tudo vai acabar bem...
Será? Algumas previsões afrontam a realidade. Reflitamos sobre a análise do ex-petista histórico e atual líder do PSOL na Câmara dos Deputados, o professor de História Chico Alencar, sobre o trabalho da CPI que investigaria os negócios do lobista e contraventor Carlos Augusto Ramos: “Tem Cachoeira, tem Delta do Rio... Vai dar uma pororoca danada, porque a Cachoeira é das grandes: uma catarata!”.
Poética, bucólica e irônica a opinião do parlamentar. Só que sua previsão quase tsunâmica não deve acontecer. Basta conferir o recado dado pela linda e loura mulher de Carlinhos Cachoeira, em entrevista ao jornal O Globo. Andressa Mendonça avisa que seu amor está “superorientado” e não vai prejudicar ninguém no depoimento marcado para 15 de maio na CPI do Congresso. Assim falou a jovem de 27 anos, que recusou um convite da Playboy para mostrar onde o amor de Cachoeira desagua:
“O Cachoeira está em paz, muito bem, muito equilibrado. Ele está muito bem orientado por três advogados: a doutora Dora Cavalcanti, o doutor Márcio Thomaz Bastos e o doutor Augusto Botelho. Eu tenho certeza de que ele não quer prejudicar ninguém. Ele não é uma pessoa fria. Mas também não está nervoso. É uma pessoa bem preparada e bem orientada para enfrentar esse momento. Eu conversei hoje (ontem) com alguns deputados sobre como seria, e eles me garantiram que ele não irá algemado ou com roupa imprópria, da prisão. Eles me disseram que tem um regimento que garante que ele compareça sem algemas, com traje costume, terno e camisa social”.
Andressa Mendonça avisa ainda que Cachoeira vai aproveitar a ida ao Congresso para levantar uma grande bandeira pela legalização dos jogos no País: “Ele está nessa batalha há muitos anos e agora é a hora de conscientização da importância da legalização dos jogos”. Interpretando as palavras da “Iara” (sereia da Cachoeira) que a mídia abestada já quer transformar em “musa da CPI”, duas constações. Primeiro: orientado por Bastos – defensor-mor dos petistas, Cachoeira vai comprometer ninguém. Segundo: vai cumprir o plano petralha de lançar o esquema para legalizar a jogatina no Brasil.
Cachoeira, de “bandido” no começo da novela, tem tudo para acabar como “mocinho”. A legalização do jogo – sempre combatido duramente pela Igreja Católica e por alguns segmentos evangélicos – tem tudo para se tornar realidade. A justificativa oficial: o jogo seria uma importante fonte de renda para o Brasil, já que os bi ou milionários brasileiros viajam ao exterior e torram uma grana danada nos Cassinos lá de fora. O “problema” da legalização é que afetaria o aparelho repressivo-corrupto que hoje fatura alto cobrando propinas dos contraventores...
A petralhada quer a jogatina legalizada. Muitos ilustres membros do Partido dos Traidores querem entrar na jogada – preferencialmente usando laranjas como sócios da operação ou, por fora, sem aparecer, recebendo seus mensalões que seriam regiamente depositados nos paraísos fiscais onde funcionam as sedes das empresas que atuam no jogo legalizado pelo mundo afora.
Aliás, o jogo só não foi legalizado na Era Lula porque o escândalo do Mensalão estourou e atrapalhou tudo. Antônio Palocci, José Dirceu, José Genoíno e suas equipes trabalharam, nos bastidores, em favor do jogo legal. Agora, quem sabe, Dilma não colabora para um outro PAC – o Programa de Aceleração dos Cassinos no Brasil? O jogo já está armado para que, na hora mais oportuna, logo depois da CPI do Cachoeira, onde se fará a publicidade oficial da proposta, a legalização do jogo entre logo na pauta de votações do Congresso.
Jogo que segue, vamos apostar no enigma da bengala. Na velha fábula grega de Sófocles, havia uma terrível Esfinge que comia quen não conseguisse decifrar seu enigma, mais ou menos assim, na versão tupiniquim, para agradar a gregos e baianos: “Qual o animal que acorda com quatro pernas, anda com duas no meio do dia e fica com três no final da jornada?”.
Resposta fácil dada pelos puxa-sacos daquele que tem o Rei na barriga (agora um pouco menor em função da brutal perda de peso), agora com doutorado honoris causa das universidades fluminensis, e que é messianicamente chamado de “grande guerreiro do povo brasileiro”, depois que a versão médica oficial jura estar completamente curado de um violento câncer de laringe que não sofreu metástase: “Lula”...
Errado! A Esfinge ficou PT da vida: vai engolir o puxa-saco. Na explicação dela, Lula não serve porque é um animal com várias pernas, no sentido detonativo. E, no sentido conotativo, o referido Doutor Chefão tem muitas caras. No passado sindical, a equipe do falecido delegado Romeu Tuma, da inteligência da repressão da ordem política e social, o tratava pelo secreto codinome de “Boi” (um animal de quatro patas).
Agora, bengala não serve para metaforizar a terceira perna à qual o homem, no final da vida, precisa recorrer, para conseguir andar – explicando o enigma da Esfinge. O tempo agora parece jogar contra aquele que se julgava um “Poderoso Chefão”. O diploma de doutorado falsificado veio tarde demais. Lula, agora coitado, paga caro pelos excessos do passado. Mas segue em frente, mesmo amparado... Até onde vai? Deus deve saber... Mas a bengalada final parece próxima...
O Brasil que ele deixou vai pelo mesno caminho. A diferença, metafórica, é que a Nação – há muito perdida em seus fundamentos de soberania e sem projeto nacional – não tem quem pague seu caríssimo tratamento em um Hospital Sírio-Libanês da vida...
Desindustrializando-se, com educação precária, sem projetos soberanos de desenvolvimento de tecnologia, com Forças Desarmadas e sob contante ataque doe inimigos visíveis e invisíveis, e sem um Projeto de Nação, o Brasil tende a se transformar na mera colônia de exploração de recursos minerais, agropecuários e humanos que sempre foi em mais de 500 anos de mal contada história...
Vamos permitir, caindo no golpe que tende a nos fragmentar como País? Ou vamos tomar a bengala dos idiotas e dar uma pancada fatal na Esfinge que sempre nos devorou? Alternativa A ou opção B? Façam as apostas, senhoras e senhores. O Cassino do Doutor Chefão espera por sua derradeira resposta...
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.
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