O que o PT quer varrer para debaixo do tapete?
quarta-feira, 23 de maio de 2012
A CPI do Cachoeira, fomentada pelo
ex-presidente Lula e pela ala mensaleira do PT para desestabilizar a oposição,
intimidar a imprensa e macular o trabalho da Procuradoria Geral da República,
começa a ganhar novos contornos com o surgimento de personagens que ameaçam
“explodir” estruturas do governo federal.
As
denúncias, que respingam também na administração de políticos da base
governista, como os governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral
(PMDB-RJ), foram drenadas para o seio do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), com o envolvimento da construtora Delta.
A
Delta, flagrada em conluio com Cachoeira, tornou-se a campeã das obras do PAC –
desde 2001, a empresa embolsou cerca de 4 bilhões de reais. A maior parte dos
contratos é na área de transportes, com forte presença no Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transporte (Dnit) - um poço de irregularidades e
corrupção.
É
bom lembrar que depois que o petista José Dirceu — apontado como o “chefe da
quadrilha do mensalão” — prestou consultoria à Delta, a empresa teve um
crescimento exponencial entre as fornecedoras da União.
A
revista VEJA deste final de semana mostra que Fernando
Cavendish, o proprietário da construtora Delta, tem agido na surdina, ameaçando
divulgar, através de mensageiros, material com potencial explosivo que
alcançaria muitos políticos.
“Se
os segredos de Cachoeira são dinamite pura, os de Cavendish equivalem a uma
bomba atômica. Fala, Cavendish!”, diz trecho da matéria de VEJA.
Os
tentáculos da Delta são extensos e envolve uma diversidade de políticos. No Rio
de Janeiro, por exemplo, o empresário Fernando Cavendish e o governador Sérgio
Cabral foram flagrados em festanças pagas com dinheiro público em Paris.
Entre
2002 e 2011, o governo fluminense repassou à Delta nada menos que cerca de 450
milhões de reais. Já os contratos sem licitação somam 53 milhões de reais.
No
Distrito Federal, sob o comando do petista Agnelo Queiroz, a máfia também atuou
sem grandes obstáculos. A Delta ganharia contratos com a cúpula do governo do
DF, e em troca irrigaria as campanhas eleitorais de petistas e aliados. Ao
menos cinco figuras muito próximas de Agnelo mantiveram relações com a máfia.
Levantamento
da ONG Contas Abertas mostra que a Delta abasteceu
robustamente os cofres do PT e do PMDB nas últimas eleições. Nada menos que 2,3
milhões de reais foram repassados aos partidos.
Mas,
afinal, o que fez Dilma Rousseff até agora? Ora, além do silêncio sepulcral de
sempre, limitou-se a ordenar um pente-fino nos contratos da Delta com o governo
federal, como se as denúncias de irregularidades envolvendo a empreiteira fosse
algo “inédito”.
Desde
a eclosão das denúncias, a Delta já foi desligada de importantes obras, como a
reforma do Maracanã, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a
Ferrovia Oeste-Leste na Bahia, entre outras.
Confira
um infográfico com as principais obras da empresa: http://migre.me/9a699
Em
2010, a Controladoria-Geral da União (CGU) chamou atenção do governo federal
para as contínuas irregularidades cometidas pela Delta. No entanto, o Executivo
não levou a sério a recomendação da CGU, e autorizou mais 31 novos contratos
com a empreiteira.
Portanto,
impressiona a desfaçatez da atual chefe do poder Executivo brasileiro! É no
mínimo estranho que, mesmo após o governo Lula/Dilma ser informado de que a
Delta estava envolvida com variadas modalidades de desvio de dinheiro público,
superfaturamento e pagamento de propinas, a tão prestigiada “mãe do PAC” tenha
fechado os olhos para esse descalabro.
O
PT, que sempre quis investigação, agora quer sigilo. O partido, temendo
possíveis danos políticos ao governo Dilma, trabalha para afogar de vez a CPI
do Cachoeira na promiscuidade, preservando aliados e impedindo corruptos de
serem ouvidos.
O
caso mais notório foi a mensagem enviada pelo deputado Cândido Vaccarezza
(PT-SP) para o celular do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB),
durante a sessão da CPI do Cachoeira, que mostra o alto grau de compadrio
provinciano que vigora na comissão. Lá dizia: "não se preocupe, você é
nosso, nós somos teu".
Levantamento
da “Folha de S.Paulo” revela que, desde 1992, entre as dez grandes comissões
destinadas a investigar a corrupção no Brasil, a CPI do Cachoeira é a mais
lenta.
Com
todas essas evidências e indícios, perguntas ficam no ar. Por exemplo, quais os
meios que a Delta utilizou para transformar-se na maior construtora do PAC? Por
que Dilma, como a “mãe do PAC”, não tomou nenhuma providência ao saber que a
Delta estava envolvida em falcatruas? Por que o PT está tão empenhado em
defender um empresário que está envolvido em diversas traquinagens? O que o PT
tem a esconder do país?
O
Democratas exige uma investigação ampla, sem amarras e ou blindagens
partidárias, doa a quem doer!
O
deputado Onyx Lorenzoni (RS), representante do Democratas na CPI, apresentou
requerimento “para que se compartilhe os autos e informações advindas das
quebras de sigilo, que são decorrentes da Operação SAINT-MICHEL. Assim, a CPMI
terá acesso as informações da Delta em todo território nacional”, diz o
blog do deputado.
Como
se vê, as coisas não estão muito boas para o PT na CPI do Cachoeira. O tiro de
radicais do partido contra as instituições que investigaram e denunciaram o
escândalo do Mensalão saiu pela culatra! A farsa começa a cair com o desenrolar
dos fatos.
Fonte: Imprensa Democratas
http://brunoalvesking.blogspot.com.br/2012/05/o-que-o-pt-quer-varrer-para-debaixo-do.html?spref=fb
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