Lula delira de novo, diz que mensalão foi “tentativa de golpe” — desqualificando o procurador-geral e o Supremo –, mas ainda não explicou porque pediu desculpas aos brasileiros em 2005. Espante-se com as declarações e reveja o vídeo das desculpas
Coluna doRicardo Setti
22/05/2012
às 20:06 \ Política & Cia
O ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, que
apresentou em 2006 denúncia contra os envolvidos no escândalo do
mensalão ao Supremo Tribunal Federal, é um golpista.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que recebeu (aceitou) a denúncia sobre o mensalão em 2007, é um golpista.
O atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é um golpista.
Os delegados e agentes da Polícia Federal que chegaram à conclusão, em inquérito, de que houve dinheiro público no escândalo do mensalão, são golpistas.
Essa é a conclusão a que se chega diante das delirantes, absurdas, espantosas declarações de Lula no final da noite de ontem, após receber o título de Cidadão Paulistano e a Medalha Anchieta na Câmara Municipal da capital.
O ex-presidente, felizmente, curou-se do câncer graças ao tratamento e à medicação que recebeu.
Agora, precisa de algo para a cabeça, sobretudo para a memória.
As declarações patéticas do ex-presidente foram divulgadas já perto da meia-noite, pela Folha On-line.
Reproduzo aqui:
Às vésperas de o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar a ação penal do mensalão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer, nesta segunda-feira (21), que o escândalo foi uma “tentativa de golpe” contra seu governo (2003-2010).
“O PT era mais atacado do que hoje por grande parte dos políticos da oposição e por uma parte da imprensa brasileira. Na verdade, era um momento em que tentaram dar um golpe neste país”.
Lula afirmou que a oposição foi forçada a recuar diante do apoio que recebeu dos movimentos sociais. Ele também citou artistas populares como o apresentador de TV Raul Gil e o cantor e vereador Agnaldo Timóteo (PR).
“Eu disse: ‘Não vou me matar como Getúlio [Vargas] e não vou fugir obrigado como o João Goulart. Só tem um jeito de eles me pegarem aqui. É eles enfrentarem o povo nas ruas deste país.’”
O ex-presidente disse que a oposição se intimidou depois de ele receber apoio de movimentos populares em visita ao Palácio do Planalto.
“Aquilo foi a coisa que mais deixou eles com medo de continuar na luta pelo impeachment”, afirmou.
Lula discursou após receber homenagem da Câmara Municipal de São Paulo. Ele ganhou o título de cidadão paulistano e a medalha Anchieta.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Agora, sou eu de novo escrevendo.
Lula, incorrigível, procura uma vez mais borrar a história, como fazem tantos petistas. Sua memória frágil, necessitada de estímulos, apagou o famoso discurso transmitido pela TV a 12 de agosto de 2005, em que, constrangido, apalermado, abatido, sem saber para onde dirigir o olhar, levemente trêmulo, o então presidente da República declarou perante a o país que fora “traído” e mencionou “desculpas”.
Nesse discurso, gravado na Granja do Torto, em Brasília, antes de uma reunião ministerial, Lula não explicou quem o traiu — nunca explicou, aliás, e com o tempo foi ficando cada vez mais desmemoriado, esquecido completamente do assunto, a ponto de, ontem à noite, novamente haver delirado e falado em “golpe”.
A alegação da traição ficou, insiste em ficar, e continua latejando. O líder supremo do lulalato também não esclareceu até hoje, e parece que nunca o fará, porque, exatamente, pediu desculpas aos brasileiros.
Se Lula fez o discurso da traição durante o escândalo, é claro que se destinava a, de alguma forma, apresentar uma explicação ao país sobre a espantosa sucessão de bandalheiras que a cada dia vinham à tona — uma explicação frouxa, gaguejante, canhestra, reticente e vazia, mas uma explicação.
Se Lula proferiu o discurso e denunciou a traição, ocorreu naquele momento um explícito reconhecimento de que o mensalão não apenas existiu, mas teria propiciado esse seríssimo agravo ao presidente da República.
Como, depois disso, sem mais nem porquê, de repente não existiram a montanha de dinheiro, a CPI no Congresso, os depoimentos no Supremo e, sobretudo, o discurso? Tudo teria sido uma “farsa” e uma tentativa de “truncar o mandato de um presidente democraticamente eleito”, como o desmemoriado sumo sacerdote do lulalato definiria, mais de uma vez, a bandalheira?
E como fica a tão elogiada Polícia Federal e sua atuação durante o lulalato?
Bem, melhor do que tudo o que escrevi é relembrar o discurso.
É curtinho — mas altamente revelador. Revejam:
http://www.youtube.com/watch?v=lp1-jwgphGk&feature=player_embedded
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lula-delira-uma-vez-mais-fala-que-mensalao-foi-tentativa-de-golpe-desqualificando-o-procurador-geral-e-o-supremo-mas-ainda-nao-explicou-porque-pediu-desculpas-aos-brasileiros-em-2005-espa/#.T7w4QHoQr8c.facebook
O ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que recebeu (aceitou) a denúncia sobre o mensalão em 2007, é um golpista.
O atual procurador-geral da República, Roberto Gurgel, é um golpista.
Os delegados e agentes da Polícia Federal que chegaram à conclusão, em inquérito, de que houve dinheiro público no escândalo do mensalão, são golpistas.
Essa é a conclusão a que se chega diante das delirantes, absurdas, espantosas declarações de Lula no final da noite de ontem, após receber o título de Cidadão Paulistano e a Medalha Anchieta na Câmara Municipal da capital.
O ex-presidente, felizmente, curou-se do câncer graças ao tratamento e à medicação que recebeu.
Agora, precisa de algo para a cabeça, sobretudo para a memória.
As declarações patéticas do ex-presidente foram divulgadas já perto da meia-noite, pela Folha On-line.
Reproduzo aqui:
Às vésperas de o STF (Supremo Tribunal Federal) julgar a ação penal do mensalão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer, nesta segunda-feira (21), que o escândalo foi uma “tentativa de golpe” contra seu governo (2003-2010).
“O PT era mais atacado do que hoje por grande parte dos políticos da oposição e por uma parte da imprensa brasileira. Na verdade, era um momento em que tentaram dar um golpe neste país”.
Lula afirmou que a oposição foi forçada a recuar diante do apoio que recebeu dos movimentos sociais. Ele também citou artistas populares como o apresentador de TV Raul Gil e o cantor e vereador Agnaldo Timóteo (PR).
“Eu disse: ‘Não vou me matar como Getúlio [Vargas] e não vou fugir obrigado como o João Goulart. Só tem um jeito de eles me pegarem aqui. É eles enfrentarem o povo nas ruas deste país.’”
O ex-presidente disse que a oposição se intimidou depois de ele receber apoio de movimentos populares em visita ao Palácio do Planalto.
“Aquilo foi a coisa que mais deixou eles com medo de continuar na luta pelo impeachment”, afirmou.
Lula discursou após receber homenagem da Câmara Municipal de São Paulo. Ele ganhou o título de cidadão paulistano e a medalha Anchieta.
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Agora, sou eu de novo escrevendo.
Lula, incorrigível, procura uma vez mais borrar a história, como fazem tantos petistas. Sua memória frágil, necessitada de estímulos, apagou o famoso discurso transmitido pela TV a 12 de agosto de 2005, em que, constrangido, apalermado, abatido, sem saber para onde dirigir o olhar, levemente trêmulo, o então presidente da República declarou perante a o país que fora “traído” e mencionou “desculpas”.
Nesse discurso, gravado na Granja do Torto, em Brasília, antes de uma reunião ministerial, Lula não explicou quem o traiu — nunca explicou, aliás, e com o tempo foi ficando cada vez mais desmemoriado, esquecido completamente do assunto, a ponto de, ontem à noite, novamente haver delirado e falado em “golpe”.
A alegação da traição ficou, insiste em ficar, e continua latejando. O líder supremo do lulalato também não esclareceu até hoje, e parece que nunca o fará, porque, exatamente, pediu desculpas aos brasileiros.
Se Lula fez o discurso da traição durante o escândalo, é claro que se destinava a, de alguma forma, apresentar uma explicação ao país sobre a espantosa sucessão de bandalheiras que a cada dia vinham à tona — uma explicação frouxa, gaguejante, canhestra, reticente e vazia, mas uma explicação.
Se Lula proferiu o discurso e denunciou a traição, ocorreu naquele momento um explícito reconhecimento de que o mensalão não apenas existiu, mas teria propiciado esse seríssimo agravo ao presidente da República.
Como, depois disso, sem mais nem porquê, de repente não existiram a montanha de dinheiro, a CPI no Congresso, os depoimentos no Supremo e, sobretudo, o discurso? Tudo teria sido uma “farsa” e uma tentativa de “truncar o mandato de um presidente democraticamente eleito”, como o desmemoriado sumo sacerdote do lulalato definiria, mais de uma vez, a bandalheira?
E como fica a tão elogiada Polícia Federal e sua atuação durante o lulalato?
Bem, melhor do que tudo o que escrevi é relembrar o discurso.
É curtinho — mas altamente revelador. Revejam:
http://www.youtube.com/watch?v=lp1-jwgphGk&feature=player_embedded
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/lula-delira-uma-vez-mais-fala-que-mensalao-foi-tentativa-de-golpe-desqualificando-o-procurador-geral-e-o-supremo-mas-ainda-nao-explicou-porque-pediu-desculpas-aos-brasileiros-em-2005-espa/#.T7w4QHoQr8c.facebook
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