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segunda-feira, 7 de maio de 2012

A farta e escabrosa distribuição de plumas e paetês


Uma das mais degradantes medidas que presenciamos nos últimos anos é a visão distorcida seja por defeito físico seja por escandaloso puxa - saquismo de determinadas autoridades.

Sem pejo, elas distribuem honrarias e distinções.

O ato sempre ocorre com pompa e muita circunstancia.

A apoteose é do interesse do agraciador e, logicamente, do agraciado.

Assim, sem pedir (?), mas extremamente gratificado com tanta honra, o honorável aceita a comenda, a medalha, o diploma, a distinção.

São as plumas e os paetês que enfeitam a sua vaidade. As plumas no vasta rabo, e os paetês em torno da face, resplandecendo a risonha cara - de – pau. Um espanto de bonito.

As autoridades concedentes, escandalosamente, jogam no lixo, normas, tradições, e o respeito à sua entidade ou instituição e, principalmente, com desrespeito aos antigos amedalhados e diplomados, que com tanto sacrifício, esforço, dedicação e às vezes árduo estudo alcançaram a distinção e, sem o menor pudor, concedem mimos de alto valor simbólico para qualquer um.

Infelizmente, esta farta distribuição deve ser conseqüência da orgia de barbaridades a que assistimos, em todos os níveis da desavergonhada sociedade brasileira, pois os agraciadores gozam de altas posições, devendo  (ou deveriam) ter um mínimo de recato.

A pilantragem ocorre como uma praga, disseminada por cotas inconcebíveis que se espraiam por cotas de homenagens indevidas a qualquer energúmeno.

Assim, como o fabuloso Ronaldinho gaúcho, que por realizações desconhecidas pelos reles mortais, foi agraciado pela vetusta Academia Brasileira de Letras, que prêmio ou exaltação deverá esperar no futuro, a madrinha da recente “melhoria ” do vernáculo português?

Ultimamente, não sabemos se para provocar o homenageado, uma vez que todos sabem que o dito nunca foi chegado às lides estudantis, diversas universidades e outros templos do ensino, entronizando a imbecilidade, em massa, distribuíram diplomas de Doutor Honoris Causa.

E com alarde, e com magnificência, e com trombetas em claro e descarado desrespeito a tudo o que de honrado a entidade preservava até àquela data. Impressionantemente degradante.

No Brasil, assistimos não apenas à assunção da impunidade, ao enterro da meritocracia, testemunhamos muito mais, a degradação dos indivíduos, a edificação de um templo à hipocrisia, portanto, quando falam em instituir um memorial, um monumento a um grande cretino, só nos resta rezar para que um dia, uma hecatombe caia sobre esta terra e apague da nossa história, homenangeantes e homenageados.

Bons tempos em que os nativos adoravam o sol, as estrelas, o mar, pois depois de anos de lavagem cerebral, esquecemos das maravilhas da natureza, e cá estamos prestes a adorar um mal cheiroso monte de esterco.

A maldade, a inépcia, a falta de caráter, a patifaria e uma gama de atributos que ornam os patifes sempre existiram, contudo, tristemente, testemunhamos a glorificação da calhordice, e, inclusive, a sua premiação.

É como se volta – e – meia tivéssemos a distribuição do Oscar da patifaria, o Oscar de melhor Diretor do escárnio nacional, e todos, aplaudindo de pé, delirantemente, e aos gritos de “ELE merece” , chorássemos de alegria.

Breve, ELE será entronizado Doutor Honoris Causa pela Universidade do Comando Vermelho por decisão unânime de seus Reitores.

 Brasília, DF, 07 de maio de 2012

Gen. Bda Valmir Fonseca Azevedo Pereira

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