A negação no mundo cão
Pouca coisa foi tão documentada, filmada,
testemunhada por milhares de pessoas como o holocausto, onde milhões de pessoas,
judeus, ciganos, homossexuais, comunistas e opositores, foram exterminados pelo
regime totalitário fascista. O mesmo aconteceu nos países comunistas, onde os
crimes foram até confessados em um Congresso, pelo Ministro Kruchov. Pois bem,
leitor, ainda que tais barbaridades possam ser vistas no Youtube, há hoje quem,
de pés juntos, as neguem. O fenômeno tem até nome, é o “negacionismo”, um fato
tanto individual quanto grupal. Individualmente é tratado como “negação”, um
“mecanismo de defesa do Ego” que, justamente, impede que a pessoa entre em
contato com a realidade quando seu Ego frágil não suportaria a dor da perda de
uma ilusão. Como fenômeno grupal, é mais conhecido como “fanatismo” e, com
freqüência, constatado na área político-religiosa. Aqui, justamente, o
“pensamento mágico” encontra mais espaços e fascina facilmente aquelas pessoas
que, por falhas em seu desenvolvimento psicológico, são mais infantilizadas e,
portanto, mais facilmente cooptadas por propostas mágicas, poderosas e líderes
carismáticos portadores dessas mensagens.
Comumente as
ideologias e posturas pessoais onipotentes surgem diante da ruptura na
segurança grupal, como na Alemanha e Rússia pós I Grande Guerra, quando as
pessoas se infantilizam e buscam entidades mágico-poderosas para protegê-las.
Entretanto, fenômenos isolados podem ocorrer em sociedades estáveis, como
acabamos de ver na Dinamarca onde um indivíduo evidentemente paranóico cometeu
um crime que chocou o mundo.
Isso posto, leitor, salvo melhor juízo, julgamos
poder trazer tais considerações e conceitos, para focá-los sobre a realidade
brasileira.
Há um tempo histórico curto, vivemos intensa instabilidade com
inflação desenfreada e estagnação econômica. Foi quando elegemos um “caçador de
marajás” que conseguira nos passar a imagem de “Mandrake” que, magicamente,
salvaria a Nação. Meteu os pés pelas mãos e deu no que deu. Veio o período FKC,
como Ministro e Presidente, onde a inflação foi controlada e o desenvolvimento
retomado, ao mesmo tempo em que uma aguerrida oposição ideológica conseguiu
criar o mito de uma “herança maldita”, graças ao que ela chegou ao poder. Disse
ideológica porque se define como “socialista” e suas lideranças, com raras
exceções, exibem formação marxista leninista.
No “Governo Popular” o que era
“herança maldita” tornou-se um “estradão asfaltado” pelo qual a economia
prosseguiu, podendo beneficiar-se de fatores internacionais mais que favoráveis.
O Agronegócio, o “latifúndio” do discurso ideológico, revelou-se a grande força
da economia, enquanto a reforma agrária esquerdista caminhou para uma
favelização evidente. Com fins eleitoreiros, o governo exibe um discurso
triunfante, provando por “a mais b” que estamos para chegar ao paraíso. Ou seja,
um discurso que não cria o clima para adesão das massas ao regime totalitário
que fascina as lideranças no poder. O MST virou uma piada de mau gosto, diante
do progresso no campo.
O único espaço em que a propriedade privada é impunemente
atacada por invasões abusivas, com apoio internacional e estatal, é na política
indigenista, onde o Estado brasileiro trai solenemente aqueles que o Império e a
República atraíram para guarnecer, povoar fronteiras e torná-las produtivas- e
que assim o fizeram.
No momento em que o “Aquecimento global” se revela um
grande embuste, não se sabe até onde vai o indigenismo que alimenta a expansão
das aldeias às custas de proprietários legítimos que compraram, pagaram,
recolheram impostos e trabalharam, como quaisquer outros brasileiros decentes.
Tais fatos e realidade infeliz é negada fanaticamente, talvez até para, através
das expansões de aldeias, encobrir o total fracasso da política indigenista
oficial em promover o progresso dos povos indígenas.
Qualquer pessoa minimamente
informada vê o lastro de isolamento, ódios, estagnação econômica que a política
indigenista vem demarcando. Quem pergunta, ainda, quem ganha dinheiro com isso?
Quem acha que faz vantagem promovendo o ódio entre as comunidades? Diante dos
fatos, onde está a Acrissul, a Famassul, a Assembléia Estadual e nossa bancada
federal, com Deputados e Senadores? Em fim, de negação em negação, até onde vai
o mundo cão da política indigenista, Dona Dilma? Que ideologia a norteia? Que o
conflito é o motor da História? Que a “luta de classes” deve ser adubada com o
“conflito étnico”?
Esse é o mundo cão que financiamos?
Valfrido M.Chaves
Psicanalista, Pós Graduado em Política e Estratégia Adesg/UCDB
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