O
NIVELAMENTO SOCIALISTA PELA LINHA DA POBREZA
:: FRANCISCO
VIANNA
Terça feira, 05 de junho de 2012
O valor médio do salário em Cuba, em 2011, foi de 19 dólares, ou seja,
em dias de hoje, menos de 40 reais por mês.
No hay pan! É uma frase que se ouve com frequência nas
filas da padaria.
Cuba
é a vitrine do socialismo mais conhecida das Américas e, particularmente dos
brasileiros. Muitos, como eu, achavam que muita coisa era ‘intriga da oposição’
e foram lá para ver de perto. A primeira lição que o turista aprende é que
inúmeros itens de consumo normal aqui no Brasil não são encontrados na ilha e
quando o são, seus preços são em dólares, o que deixa de fora do consumo quase
a totalidade dos insulares. Apenas um número reduzido de itens é vendido em
pesos cubanos, mesmo assim, muitos seguem um regime de racionamento crônico e
típico dos regimes socialistas ditatoriais.
O
salário mensal médio que o cubano recebe – na quase totalidade dos casos do
governo de Havana – teve uma pequena alta de 17% entre os anos de 2006 e 2011,
chegando a 455 pesos, equivalentes hoje a 19 dólares ou menos de 40 reais,
segundo relatório do próprio Escritório Nacional de Estatística. Antes disso,
foi, por muito tempo, de 16 dólares.
Os
setores mais bem remunerados são o da construção civil – com remuneração média
de 23,5 dólares, da mineração, com 23 dólares, e a agricultura e pesca com n 510 pesos (21,3 dólares); y agricultura y pesca, com 20,9 dólares. Os
mais mal remunerados são o do comércio, hoteleiro e restaurantes,
estabelecimentos financeiros e de serviços comunitários, com remuneração em
torno de 17 dólares mensais.
Um médico, em Cuba, não gana mais do que 45 dólares por mês, e é por
isso que sonham em vir para o Brasil nem que seja para trabalharem em áreas
remotas como a Amazônia, onde Brasília paga por seus serviços pelo menos 1.700
reais por mês (cerca de 860 dólares), o que equivale para eles ganharem em um
mês o que levariam algo em torno de um ano e sete meses para ganhar na
ilha-cárcere comunista dos Castros.
Isso quer dizer que o governo brasileiro paga de “bolsa-família”, por
dependente, o dobro do que ganha um médico na ilha caribenha. Isso chega a ser
totalmente irracional, mas, como se sabe, é a lógica comunista. Evidente que,
dessas estatísticas cubanas, estão de fora os salários recebidos pelos membros
da reduzida burguesia do politiburo estatal do regime socialista dos irmãos
Castros.
Apesar dos subsídios de uma cesta básica reduzidíssima e do racionamento
crônico da maioria dos artigos de primeira necessidade, o governo cubano é
forçado a reconhecer – e assim o faz - que o salário de um modo geral é
profundamente insuficiente para cobrir as necessidades básicas do povo cubano, embora
tenham escola a atendimento médico-hospitalar de graça, ainda que de qualidades
duvidosas.
E Lula da Silva é o primeiro a dizer que o cubano é paupérrimo e
amplamente miserável, adicionando apenas a estupidez – que lhe é peculiar – de
dizer que é o mais digno povo das Américas, como se alguém pudesse ver qualquer
dignidade em se viver na pobreza extrema e na miséria.
Mas a situação na ilha parece que vai piorar ainda mais, agora que
Havana quer eliminar subsídios, demitir milhares de funcionários públicos, não
tem como aumentar o dinheiro circulante e o regime da ilha permanece fechado ao
empreendimento privado ou pelo menos não lhe dá qualquer segurança jurídica.
Os dirigentes cubanos, que formam uma espécie de ‘ilha da fantasia’
dentro da ilha cubana, querem que haja um aumento de produtividade por parte do
trabalhador cubano, mas isso a história está careca de mostrar que não
funciona, a menos que esse trabalhador trabalhe para si próprio, em seu próprio
empreendimento privado, coisa que parece ainda longe de se tornar exequível em
Cuba.
Enquanto isso, na Flórida, quase dois milhões de cubanos que foram lá
aceitos como refugiados políticos, enriqueceram e tem hoje capital suficiente
para retornarem à sua terra natal e fazerem da ilha-cárcere dos Castros, um
lugar pelo menos decente para se viver e restaurarem, aí sim, a dignidade
perdida pelo povo cubano.
O regime cubano está caindo de podre, como ocorreu com a União
Soviética, que sustentou a ilha por cerca de duas décadas, e precisa ser
substituído por outro mais racional, democrático e capitalista privado. Não há
outro meio de progredir.
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