Um certo Calígula e o seu cavalo preferido
Caio Júlio
César Augusto Germânico, também conhecido
como Caio César ou Calígula, foi imperador
romano de 37 até o seu assassinato, pela guarda
pretoriana, em 41, e ficou conhecido pela sua natureza extravagante e
cruel.
Em 40, Calígula desenvolveu uma série de políticas muito
controvertidas e começou a realizar as suas aparições públicas vestido de deus
e semideus, como Hércules, Mercúrio, Vênus e Apolo. Referia
a si mesmo como um deus quando comparecia ante os senadores, e ocasionalmente,
aparecia nos documentos públicos com o nome de Júpiter.
Erigiu
três templos dedicados a si mesmo; dois em Roma e um em Mileto, na província da Ásia. Foi nesta
época que começou a aparecer como um deus frente à plebe.
Segundo
Sêneca, o imperador transformou-se num homem arrogante, iracundo e grosseiro na
sua ascensão ao trono. Muitos acreditam que foi o poder que tornou
Calígula um arrogante, fazendo - lhe acreditar que era um deus.
Filón de
Alexandria e Sêneca, o moço, descrevem o imperador como um demente irascível,
caprichoso, capaz de provocar uma fome ao gastar demais dinheiro na
construção da sua ponte, e de querer erigir uma estátua de si mesmo no
Templo de Jerusalém com o objeto de ser adorado por todos.
Diversas fontes
narram um grande número de histórias que ilustram a sua crueldade e a sua
demência, provavelmente, a mais famosa é a que conta que o imperador quis
nomear o seu cavalo preferido, Incitatus, cônsul e sacerdote.
De acordo
com o escritor Suetônio, na sua biografia de Calígula, Incitatus tinha
cerca de dezoito criados pessoais, era enfeitado com um colar de pedras
preciosas e dormia no meio de mantas de cor púrpura. Foi-lhe também dedicada
uma estátua em tamanho real, de mármore, com um pedestal em marfim.
Felizmente,
os tempos (?) mudaram, e o nosso projeto de Calígula não pretende nomear o seu cavalo ou qualquer
bichinho de estimação para ocupar um cargo no governo, nem construirá, pelo
pouco que sabemos, uma estátua em homenagem ao seu mais querido objeto de
paixão.
Os boatos
que correm, é que na impossibilidade de nomeá - lo gestor do território de São Paulo envida esforços entre os seus apaniguados e bolsistas
do local, para que o elejam prefeito daquela comunidade, considerada sua
inimiga.
Nos seus
propósitos, que todos já conhecem, não mede esforços, e desfila aqui e acolá
com o seu eleito, e não tem papas na língua ao elogiá – lo, como se o seu
escolhido fosse uma benção dos céus. O duro é que muita gente acredita.
A
pretensão, antes de tudo, não significa que aquele populacho não tenha o menor discernimento (há controvérsias), mas, sim, que ele
pode, e é capaz de tudo para satisfazer ao seu imenso ego.
A
aspiração procede, pois emana de um deus ou semideus, como queiram, ou de uma
mente distorcida, na qual lhe é permitido qualquer veleidade, mesmo que para os
demais custe a falência da dignidade.
Você
poderá eleger Incitatus, ou qualquer outro, como
prefeito de qualquer cidade, inclusive a de São Paulo, afinal o seu voto não é
seu, é do seu deus, que assim o quer.
Ave Cesar
Metamorficus Ambulantis!
Brasília, DF, 06 de junho de 2012
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário