Carta aberta à Presidente Dilma Rousseff
Mudanças climáticas:
hora de recobrar o bom senso
Exma. Sra.
Dilma Vana Rousseff
Presidente da República Federativa do Brasil
Excelentíssima Senhora Presidente:
Em uma recente reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a
senhora afirmou que a fantasia não tem lugar nas discussões sobre um
novo paradigma de crescimento – do qual a humanidade necessita, com
urgência, para proporcionar a extensão dos benefícios do conhecimento a
todas as sociedades do planeta. Na mesma ocasião, a senhora assinalou
que o debate sobre o desenvolvimento sustentado precisa ser pautado pelo
direito dos povos ao progresso, com o devido fundamento científico.
Assim sendo, permita-nos complementar tais formulações, destacando o fato de que as
discussões sobre o tema central da agenda ambiental, as mudanças
climáticas, têm sido pautadas, predominantemente, por motivações
ideológicas, políticas, acadêmicas e econômicas restritas. Isto as têm
afastado, não apenas dos princípios basilares da prática científica,
como também dos interesses maiores das sociedades de todo o mundo,
inclusive a brasileira. Por isso, apresentamos-lhe as considerações a
seguir.
1) Não há evidências físicas da influência humana no clima global:
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Comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Cientistas alertam para manipulações ideológicas.
Foto: Wilson Dias/ABR |
A despeito de todo o sensacionalismo a respeito, não existe qualquer evidência física observada no mundo real que permita demonstrar que as mudanças climáticas globais, ocorridas desde a revolução industrial do século XVIII, sejam anômalas em relação às ocorridas anteriormente, no passado histórico e geológico – anomalias que, se ocorressem, caracterizariam a influência humana.
Todos os prognósticos que indicam elevações exageradas das temperaturas e dos níveis do mar,
nas décadas vindouras, além de outros efeitos negativos atribuídos ao
lançamento de compostos de carbono de origem humana (antropogênicos) na
atmosfera, baseiam-se em projeções de modelos matemáticos, que constituem apenas simplificações limitadas do sistema climático – e, portanto, não deveriam ser usados para fundamentar políticas públicas e estratégias de longo alcance e com grandes impactos socioeconômicos de âmbito global.
A influência humana no clima restringe-se às cidades e seus entornos, em
situações específicas de calmarias, sendo estes efeitos bastante
conhecidos, mas sem influência em escala planetária. Para que a ação
humana no clima global ficasse demonstrada, seria preciso que, nos
últimos dois séculos, estivessem ocorrendo níveis inusitadamente altos
de temperaturas e níveis do mar e, principalmente, que as suas taxas de
variação (gradientes) fossem superiores às verificadas anteriormente.
O relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
(IPCC) registra que, no período 1850-2000, as temperaturas aumentaram
0,74°C, e que, entre 1870 e 2000, os níveis do mar subiram 0,2 m.
Ora, ao longo do Holoceno, a época geológica correspondente aos últimos
12.000 anos em que a civilização tem existido, houve diversos períodos
com temperaturas mais altas que as atuais. No Holoceno Médio, há
5.000-6.000 anos, as temperaturas médias chegaram a ser 2-3°C superiores
às atuais, enquanto os níveis do mar atingiam até 3 metros acima do
atual. Igualmente, nos períodos quentes conhecidos como Minoano
(1500-1200 a.C.), Romano (séc. VI a.C.-V d.C.) e Medieval (séc. X-XIII
d.C.), as temperaturas atingiram mais de 1°C acima das atuais.
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Ideologia "vermelha" tentará se impor na Rio+20 contra a ciência |
Quanto às taxas de variação desses indicadores, não se observa qualquer
aceleração anormal delas nos últimos dois séculos. Ao contrário, nos
últimos 20.000 anos, desde o início do degelo da última glaciação, houve
períodos em que as variações de temperaturas e níveis do mar chegaram a
ser uma ordem de grandeza mais rápidas que as verificadas desde o
século XIX.
Entre 12.900 e 11.600 anos atrás, no período frio denominado Dryas
Recente, as temperaturas caíram cerca de 8°C em menos de 50 anos e, ao
término dele, voltaram a subir na mesma proporção, em pouco mais de meio
século.
Quanto ao nível do mar, ele subiu cerca de 120 metros, entre 18.000 e
6.000 anos atrás, o que equivale a uma taxa média de 1 metro por século,
suficiente para impactar visualmente as gerações sucessivas das
populações que habitavam as margens continentais. No período entre
14.650 e 14.300 anos atrás, a elevação foi ainda mais rápida, atingindo
cerca de 14 metros em apenas 350 anos – equivalente a 4 m por século.
Por conseguinte, as variações observadas no período da
industrialização se enquadram, com muita folga, dentro da faixa de
oscilações naturais do clima e, portanto, não podem ser atribuídas
ao uso dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade
vinculada ao desenvolvimento humano.
Tais dados representam apenas uma ínfima fração das evidências
proporcionadas por, literalmente, milhares de estudos realizados em
todos os continentes, por cientistas de dezenas de países, devidamente
publicados na literatura científica internacional. Desafortunadamente, é
raro que algum destes estudos ganhe repercussão na mídia, quase sempre
mais inclinada à promoção de um alarmismo sensacionalista e
desorientador.
2) A hipótese “antropogênica” é um desserviço à ciência:
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Atrelamento da ciência a ideologias,
como na falida URSS, teve efeitos nefastos,
escrevem cientistas brasileiros à Presidente Dilma |
A boa prática científica pressupõe a busca permanente de uma
convergência entre hipóteses e evidências. Como a hipótese do
aquecimento global antropogênico (AGA) não se fundamenta em evidências
físicas observadas, a insistência na sua preservação representa um
grande desserviço à ciência e à sua necessária colocação a serviço do
progresso da humanidade.
A história registra numerosos exemplos dos efeitos nefastos do
atrelamento da ciência a ideologias e outros interesses restritos. Nos
países da antiga URSS, as ciências biológicas e agrícolas ainda se
ressentem das consequências do atraso de décadas provocado pela sua
subordinação aos ditames e à truculência de Trofim D. Lysenko, apoiado
pelo ditador Josef Stálin e seus sucessores imediatos, que rejeitava a
genética, mesmo diante dos avanços obtidos por cientistas de todo o
mundo, inclusive na própria URSS, por considerá-la uma ciência “burguesa
e antirrevolucionária”. O empenho na imposição do AGA, sem as devidas
evidências, equivale a uma versão atual do “lysenkoísmo”, que tem
custado caro à humanidade, em recursos humanos, técnicos e econômicos
desperdiçados com um problema inexistente.
Ademais, ao conferir ao dióxido de carbono (CO2) e outros gases
produzidos pelas atividades humanas o papel de principais protagonistas
da dinâmica climática, a hipótese do AGA simplifica e distorce um processo extremamente complexo,
no qual interagem fatores astrofísicos, atmosféricos, geológicos,
geomorfológicos, oceânicos e biológicos, que a ciência apenas começa a
entender em sua abrangência.
Um
exemplo dos riscos dessa simplificação é a possibilidade real de que o
período até a década de 2030 experimente um considerável resfriamento,
em vez de aquecimento, devido ao efeito combinado de um período de baixa
atividade solar e de uma fase de resfriamento do oceano Pacífico
(Oscilação Decadal do Pacífico, ODP), em um cenário semelhante ao
verificado entre 1947-1976.
Vale observar que, naquele intervalo, o Brasil experimentou uma redução
de 10-30% nas chuvas, o que acarretou problemas de abastecimento de água
e geração elétrica, além de um aumento das geadas fortes, que muito
contribuíram para erradicar o café no Paraná. Se tais condições se
repetirem, o País poderá ter sérios problemas, inclusive, nas áreas de
expansão da fronteira agrícola das regiões Centro-Oeste e Norte e na
geração hidrelétrica (particularmente, considerando a proliferação de
reservatórios “a fio d’água”, impostos pelas restrições ambientais).
A propósito, o decantado limite de 2°C para a elevação das temperaturas,
que, supostamente, não poderia ser superado e tem justificado todas as
restrições propostas para os combustíveis fósseis, também não tem
qualquer base científica: trata-se de uma criação “política” do físico
Hans-Joachim Schellnhuber, assessor científico do governo alemão, como
admitido por ele próprio, em uma entrevista à revista Der Spiegel
(17/10/2010).
3) O alarmismo climático é contraproducente:
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Alarmismo é extremamente prejudicial, escrevem os cientistas.
Mas esquerdas vêm se preparando para agir na Rio+20
e tirar seus "benefícios" ideológicos |
O alarmismo que tem caracterizado as discussões sobre as mudanças
climáticas é extremamente prejudicial à atitude correta necessária
frente a elas, que deve ser orientada pelo bom senso e pelo conceito de
resiliência, em lugar de submeter as sociedades a restrições
tecnológicas e econômicas absolutamente desnecessárias.
No caso, resiliência significa a flexibilidade das condições físicas de
sobrevivência e funcionamento das sociedades, além da capacidade de
resposta às emergências, permitindo-lhes reduzir a sua vulnerabilidade
às oscilações climáticas e outros fenômenos naturais potencialmente
perigosos. Tais requisitos incluem, por exemplo, a redundância de fontes
alimentícias (inclusive a disponibilidade de sementes geneticamente
modificadas para todas as condições climáticas), capacidade de
armazenamento de alimentos, infraestrutura de transportes, energia e
comunicações e outros fatores.
Portanto, o caminho mais racional e eficiente para aumentar a
resiliência da humanidade, diante das mudanças climáticas inevitáveis, é
a elevação geral dos seus níveis de desenvolvimento e progresso aos
patamares permitidos pela ciência e pela tecnologia modernas.
Além disso, o alarmismo desvia as atenções das emergências e prioridades reais.
Um exemplo é a indisponibilidade de sistemas de saneamento básico para
mais da metade da população mundial, cujas consequências constituem, de
longe, o principal problema ambiental do planeta. Outro é a falta de
acesso à eletricidade, que atinge mais de 1,5 bilhão de pessoas,
principalmente, na Ásia, África e América Latina.
No Brasil, sem mencionar o déficit de saneamento, grande parte dos
recursos que têm sido alocados a programas vinculados às mudanças
climáticas, segundo o enfoque da redução das emissões de carbono, teria
uma destinação mais útil à sociedade se fossem empregados na correção de
deficiências reais, como: a falta de um satélite meteorológico próprio
(de que dispõem países como a China e a Índia); a ampliação e melhor
distribuição territorial da rede de estações meteorológicas, inferior
aos padrões recomendados pela Organização Meteorológica Mundial, para um
território com as dimensões do brasileiro; o aumento do número de
radares meteorológicos e a sua interligação aos sistemas de defesa
civil; a consolidação de uma base nacional de dados climatológicos,
agrupando os dados de todas as estações meteorológicas do País, muitos
dos quais sequer foram digitalizados.
4) A “descarbonização” da economia é desnecessária e economicamente deletéria:
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A “descarbonização” é desnecessária e contraproducente,
é uma pseudo-solução para um problema inexistente. |
Uma vez que as emissões antropogênicas de carbono não provocam impactos verificáveis no clima global, toda
a agenda da “descarbonização” da economia, ou “economia de baixo
carbono”, se torna desnecessária e contraproducente – sendo, na verdade,
uma pseudo-solução para um problema inexistente. A insistência na
sua preservação, por força da inércia do status quo, não implicará em
qualquer efeito sobre o clima, mas tenderá a aprofundar os seus
numerosos impactos negativos.
O principal deles é o encarecimento desnecessário das tarifas de energia
e de uma série de atividades econômicas, em razão de: a) os pesados
subsídios concedidos à exploração de fontes energéticas de baixa
eficiência, como a eólica e solar – ademais, inaptas para a geração
elétrica de base (e já em retração na União Europeia, que investiu
fortemente nelas); b) a imposição de cotas e taxas vinculadas às
emissões de carbono, como fizeram a Austrália, sob grande rejeição
popular, e a União Europeia, para viabilizar o seu mercado de créditos
de carbono; c) a imposição de medidas de captura e sequestro de carbono
(CCS) a várias atividades.
Os principais beneficiários de tais medidas têm sido os fornecedores de
equipamentos e serviços de CCS e os participantes dos intrinsecamente
inúteis mercados de carbono, que não têm qualquer fundamento econômico
real e se sustentam tão somente em uma demanda artificial criada sobre
uma necessidade inexistente. Vale acrescentar que tais mercados têm se
prestado a toda sorte de atividades fraudulentas, inclusive, no Brasil,
onde autoridades federais investigam contratos de carbono ilegais
envolvendo tribos indígenas, na Amazônia, e a criação irregular de áreas
de proteção ambiental para tais finalidades escusas, no estado de São
Paulo.
5) É preciso uma guinada para o futuro:
Pela primeira vez na história, a humanidade detém um acervo de
conhecimentos e recursos físicos, técnicos e humanos, para prover a
virtual totalidade das necessidades materiais de uma população ainda
maior que a atual. Esta perspectiva viabiliza a possibilidade de se
universalizar – de uma forma inteiramente sustentável – os níveis gerais
de bem-estar usufruídos pelos países mais avançados, em termos de
infraestrutura de água, saneamento, energia, transportes, comunicações,
serviços de saúde e educação e outras conquistas da vida civilizada
moderna. A despeito dos falaciosos argumentos contrários a tal
perspectiva, os principais obstáculos à sua concretização, em menos de
duas gerações, são mentais e políticos, e não físicos e ambientais.
Para tanto, o alarmismo ambientalista, em geral, e climático, em
particular, terá que ser apeado do seu atual pedestal de privilégios
imerecidos e substituído por uma estratégia que privilegie os princípios científicos, o bem comum e o bom senso.
A conferência Rio+20 poderá ser uma oportuna plataforma para essa necessária reorientação.
Kenitiro Suguio
Geólogo, Doutor em Geologia
Professor Emérito do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP)
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências
Luiz Carlos Baldicero Molion
Físico, Doutor em Meteorologia e Pós-doutor em Hidrologia de Florestas
Pesquisador Sênior (aposentado) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Fernando de Mello Gomide
Físico, Professor Titular (aposentado) do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
Co-autor do livro Philosophy of Science: Brief History (Amazon Books, 2010, com Marcelo Samuel Berman)
José Bueno Conti
Geógrafo, Doutor em Geografia Física e Livre-docente em Climatologia
Professor Titular do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP)
Autor do livro Clima e Meio Ambiente (Atual, 2011)
José Carlos Parente de Oliveira
Físico, Doutor em Física e Pós-doutor em Física da Atmosfera
Professor Associado (aposentado) da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
Francisco Arthur Silva Vecchia
Engenheiro de Produção, Mestre em Arquitetura e Doutor em Geografia
Professor Associado do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos (USP)
Diretor do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada (CRHEA)
Ricardo Augusto Felicio
Meteorologista, Mestre e Doutor em Climatologia
Professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP)
Antonio Jaschke Machado
Meteorologista, Mestre e Doutor em Climatologia
Professor do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)
João Wagner Alencar Castro
Geólogo, Mestre em Sedimentologia e Doutor em Geomorfologia
Professor Adjunto do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ
Helena Polivanov
Geóloga, Mestra em Geologia de Engenharia e Doutora em Geologia de Engenharia e Ambiental
Professora Associada do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Gustavo Macedo de Mello Baptista
Geógrafo, Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos e Doutor em Geologia
Professor Adjunto do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB)
Autor do livro Aquecimento Global: ciência ou religião? (Hinterlândia, 2009)
Paulo Cesar Soares
Geólogo, Doutor em Ciências e Livre-docente em Estratigrafia
Professor Titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Gildo Magalhães dos Santos Filho
Engenheiro Eletrônico, Doutor em História Social e Livre-docente em História da Ciência e Tecnologia
Professor Associado do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP)
Paulo Cesar Martins Pereira de Azevedo Branco
Geólogo, Pesquisador em Geociências (B-Sênior) do Serviço Geológico do Brasil – CPRM
Especialista em Geoprocessamento e Modelagem Espacial de Dados em Geociências
Daniela de Souza Onça
Geógrafa, Mestra e Doutora em Climatologia
Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Marcos José de Oliveira
Engenheiro Ambiental, Mestre em Engenharia Ambiental e Climatologia Aplicada
Doutorando em Geociências Aplicadas na Universidade de Brasília (UnB)
Geraldo Luís Saraiva Lino
Geólogo, coeditor do sítio Alerta em Rede
Autor do livro A fraude do aquecimento
global: como um fenômeno natural foi convertido numa falsa emergência
mundial (Capax Dei, 2009)
Maria Angélica Barreto Ramos
Geóloga, Pesquisadora em Geociências (Senior) do Serviço Geológico d Brasil – CPRM
Mestre em Geociências – Opção Geoquímica
Ambiental e Especialista em Geoprocessamento e Modelagem Espacial de
Dados em Geociências
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