O RESULTADO DA SUBSERVIÊNCIA
A
criação de uma instituição pode ocorrer por um decreto presidencial,
real ou imperial. Contudo, nem por isso será edificada a sua identidade
como uma entidade respeitada, pois a sua grandeza decorrerá de uma base
que se forma, às vezes, lentamente.
É como uma
das pirâmides do Egito, seus alicerces são montados pedra – por - pedra,
sólidas, fortes, resistentes, para durar milênios.
Talvez se
possa dimensionar a grandeza de uma entidade, quando ela for capaz de
estabelecer parâmetros de conduta, de respeito, que sejam atendidos
pelos seus integrantes.
Quando
escrevemos o livro “VALORES MILITARES - A SUA IMPORTÂNCIA E ATUALIDADE”,
ainda inédito, a nossa mais relevante descoberta foi que estávamos
diante de uma INSTITUIÇÃO com letras maiúsculas, pois ela estabelecera
normas, parâmetros e padrões de excelência seguidos pelos seus membros,
que assim procedendo aperfeiçoavam as suas próprias virtudes.
Mas, não nos
limitamos às meras conclusões advindas daquele trabalho, pois
desafiados pela curiosidade em desvendar qual seria a dimensão daquela
respeitável instituição, decidimos pesquisar a sua trajetória desde o
nosso descobrimento.
Empolgados iniciamos a obra “A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DO EXÉRCITO BRASILEIRO ATRAVÉS DE SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA”.
Não
nos importaram as modificações e melhorias na sua estrutura, nas suas
armas, nos seus efetivos, no seu poder bélico; vasculhamos, na sua
evolução como entidade, como os valores e atributos de seus integrantes
foram consolidando as suas bases, os seus princípios; como surgiram e se
fortaleceram as qualidades que solidificaram a sua IDENTIDADE,
creditando - lhe, finalmente, uma personalidade vista com respeito por
todos, tornando - se maior do que os seus mais respeitáveis próceres.
Na pesquisa,
concluímos que o Exército Brasileiro construiu, no seu contexto, uma
entidade SOBERANA e respeitada, inclusive no exterior, por incutir nos
seus soldados um padrão de honorabilidade, de justiça, de respeito e
profissionalismo baseados na hierarquia e na disciplina conscientes,
excelências dignas de uma verdadeira nação.
O EXÉRCITO BRASILEIRO É ASSIM, OU ERA.
Contudo, a magnitude que tanto admiramos edificada nas suas mais sólidas bases, tem sofrido visível desgaste.
Acompanhamos,
lamentando a derrocada ocasionada por um revanchismo sem igual, e que
não terminará quando a Comissão da Verdade encerrar os seus trabalhos.
É visível
que a conquistada SOBERANIA, não significou a sua incolumidade, pois
volta - e - meia, promovidas pelos últimos governos, chegamos a um ponto
de fragilidade que até organismos externos, inclusive a questionável
OEA, julgam - se no direito de menosprezar a vetusta Instituição.
Em recente
deliberação, uma seção daquela organização, não se sabe composta por
quem, mas, certamente, por elementos de esquerda, enfiou goela abaixo da
Instituição um rebaixamento imoral.
A morte
trágica do Cadete Lapoente transformou - se num fato, onde avultam a
pusilanimidade do Estado, talvez o promotor direto e consciente da
imposição, e a passividade e aceitação pela autoridade militar de uma
monumental e lamentável submissão.
A SOBERANIA,
na atualidade, perdeu parte de sua magnitude. São sinais dos tempos,
pois com a globalização, as nações, naturalmente, por assinaturas em
acordos dos mais diversos, regionais ou internacionais, assumem
compromissos, e devem cumprí – los - SE NÃO FERIREM O ÂMAGO DE SUA
GRANDEZA, SE NÃO DESPREZAREM A SUA SOBERANIA.
Foi o que
aconteceu com a decisão do OEA, de impor ao Exército Brasileiro e, por
conseguinte à Nação, uma série inaceitável de vergonhosas intromissões.
Exército que aceitou
ser vítima passiva de mais uma ação de guerrilha psicológica para
desmoralizá-lo como instituição de defesa da Democracia, ressaltando - se que pela esdrúxula decisão, considerou que a justiça militar é inidônea.
Assim, inaceitavelmente, a
Academia Militar das Agulhas Negras, em Rezende (RJ), será obrigada a
fazer uma cerimônia pública de colocação de uma placa para homenagear o
cadete Márcio Lepoente da Silveira, falecido em 09 de outubro de 1990.
A
imposição é parte do Acordo de Solução Amistosa número 12.674 celebrado
entre o Estado Brasileiro e a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da Organização dos Estados Americanos – a mesma instituição
multilateral que prega a não validade da Lei de Anistia de 1979,
atropelando uma decisão sacramentada pelo Supremo Tribunal Federal
brasileiro.
Portanto, o Acordo fere a Soberania Nacional, pois, contraria decisão da Justiça brasileira, ficando clara a ingerência da OEA nos assuntos internos do Brasil e de seu Exército.
Se, ainda não chegamos ao fundo do poço, pressentimos que ele está muito perto, só falta sermos admoestados por este desabafo.
Brasília, DF, 10 de junho de 2010
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