Segunda-feira, 11 de Junho de 2012 22:10
Até quando, Lula?
Cláudio Slaviero *
A única coisa da qual me arrependo
nos dois anos que presidi a Associação Comercial do Paraná, de 2004 a
2006, foi ter convidado o então presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, para uma palestra a empresários na sede da entidade. Foi
uma infeliz iniciativa. Primeiro, porque este senhor fez uma série de
promessas ao setor empresarial e quase nada cumpriu.
E segundo, e
o que me parece muito importante, porque ele, durante e depois de seu
governo, multiplicou exemplos de corrosão institucional e moral no
Brasil e preocupou-se única e exclusivamente na construção e modelagem
de seu próprio mito, alimentado pelo populismo, falta de maior
esclarecimento político de amplas faixas da população e por um
sindicalismo obediente, paulatinamente incrustado na estrutura estatal
em todo o País.
Este último episódio, denunciado no último
final de semana, envolvendo Nelson Jobim, seu ex-ministro e ocupante de
vários cargos em seu governo, que já havia sido ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) no tempo de Fernando Henrique Cardoso, e Gilmar
Mendes, ministro do STF e ex-presidente da Corte, extrapolou.
A
tentativa de lobby contra o julgamento do "mensalão" e seus autores é
crime e deveria ser investigado em toda a sua intensidade.
A
liberdade de imprensa trouxe ao Brasil, graças a Deus, a possibilidade
de o País se conhecer melhor e aos seus dirigentes, com toda a
responsabilidade que isto acarreta, tanto para os veículos de
comunicação como para aqueles que são seus personagens.
Se a imprensa não houvesse trazido à tona, este verdadeiro crime teria sido abafado para sempre.
Como
gosta de gabar-se Lula, "pela primeira vez na história desse país" um
ex-presidente da República procurou um membro do STF para comentar-lhe
que considera "inconveniente" o julgamento de uma ação que pode
atingi-lo politicamente.
Este julgamento estaria fora de hora, segundo o ex-presidente, pela proximidade da campanha das eleições municipais deste ano.
Até quando este senhor pretende nos fazer de bestas?
Sempre com a desculpa esfarrapada e pronta de não saber de nada, de não
se considerar culpado ou envolvido em crimes de qualquer natureza, ele
mente descaradamente a todo o país, sustentado por seu próprio mito,
alimentado por ele, pelo petismo e seus filhotes radicais.
O que houve foi um ultraje, que mostra o descaramento de quem não respeita as instituições.
A história pode julgar o ex-presidente Lula como um dos mais coniventes
com a corrupção neste país e um dos maiores desrespeitadores das
instituições republicanas.
Demagogo,
populista que desde seus primeiros discursos ao concorrer em 1989 à
Presidência da República dizia, nos palanques, que iria "varrer toda a
corrupção e os ladrões de Brasília", acabou por se abraçar com ela ao
chegar ao Palácio do Planalto.
Aproveitou e surfou na onda de crescimento econômico internacional
(hoje em declínio) durante seus oito anos de governo, ganhou espaço com
a estabilidade da moeda, promovida pelo Plano Real (de quem era feroz
crítico) implantado pelo seu antecessor, criou uma legião de dependentes
com as bolsas de socorro, casou-se (de papel passado) e submeteu-se ao
capital financeiro, infiltrou a "companheirada" por toda a máquina
pública, provocando seu inchaço e aparelhamento, destruiu a ética e seus
preceitos, desestabilizou as instituições (riu da Educação e do hábito
de ler), tentou controlar a imprensa, deixou que desapropriassem
empresas brasileiras na Bolívia e na Argentina (fato atual, motivado
pelo precedente), uniu-se a ditadores terceiro-mundistas, favoreceu seus
familiares (um de seus filhos passou de zelador de zoológico a
acionista/proprietário de uma grande empresa, exigiu passaporte
diplomático para seus familiares), foi conivente com os chamados
movimentos sociais (como o MST, que em várias oportunidades desrespeitou
absurdamente o direito à propriedade) e com as manobras petistas em
todos os níveis etc.
Os exemplos são infindáveis.
Se não bastasse essa quantidade de maus exemplos, o ex-presidente volta à
cena tentando pressionar o STF para adiar o julgamento do "mensalão".
Se ele ainda fosse presidente, não seria o caso de pedirmos o seu impeachment?Mas, agora, como simples cidadão, até quando ele continuará a nos fazer de bestas?
* Empresário, ex-presidente da Associação Comercial do Paraná
Postado por: Blog da Resistência Democrática
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