O DIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO
Nos quartéis, no alvorecer do dia festivo de 19 de abril, os clarins ressoarão em manifestação ruidosa anunciando o “Dia do Exército Brasileiro”.
Para os pouco afeitos à História da Pátria e do Exército Brasileiro, abaixo breves trechos de nosso livro inédito sobre “A Formação da Identidade do Exército Brasileiro através de sua Evolução Histórica”.
- As lutas contra as tropas holandesas, iniciadas em 13 de junho de 1645, com a Insurreição Pernambucana, e cujos maiores lustros ocorreram na 1ª e na 2ª Batalhas dos Montes Guararapes, localizados próximos de Recife, em 19 de abril de 1648 e 19 de fevereiro de 1649, respectivamente, de modo especial simbolizaram a determinação vigente em expulsar aqueles invasores, que haviam dominado a região por mais de duas décadas.
- Ardilosamente, desencadearam uma luta de desgaste, inovadora pelos novos métodos surgidos, com surtidas rápidas e fulminantes, para, afinal, mediante o agrupamento de tropas, enfrentá – los em batalhas campais vitoriosas, como foi o caso da 1ª Batalha dos Guararapes, que impediu o rompimento do cerco que as tropas luso – brasileiras impunham aos holandeses, então retraídos em Recife, à época capital da colônia holandesa.
- A Primeira Batalha de Guararapes, travada em 19 de abril de 1648, é o marco inicial do sentimento de nacionalidade, porque assinala a gênese do Exército Brasileiro. Mais grandiosa do que uma simples vitória, adquiriu, no perpassar dos tempos, um simbolismo que ultrapassou a mera limitação temporal, sobrelevando – se muito além do sacrifício material empreendido pelos seus personagens. A compreensão de seu significado místico ficou indelével e perpetuamente marcada na historiografia da Instituição, quando, por Decreto Presidencial, de 24 de março de 1994, ficou instituída aquela data, como o “Dia do Exército Brasileiro”.
- Os 18 chefes revoltosos cumpriram um compromisso de honra, assinado em 1645, por João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias, os quais assinaram a seguinte proclamação:
- “Nós, abaixo assinados, nos conjuramos e prometemos, em serviço da liberdade, não faltar a todo o tempo que for necessário, com toda a ajuda de fazendas e de pessoas, contra todo o risco que se oferecer, contra qualquer inimigo, em restauração de nossa Pátria (pela primeira vez na historiografia brasileira, é citado o vocábulo "Pátria"!), para o que nos obrigamos a manter todo o segredo que nisto convém; sob pena de quem o contrário fizer ser tido por rebelde e traidor e ficar sujeito ao que as leis, em tal caso, permitem. Debaixo deste comprometimento nos aliamos em 23 de maio de 1645”.
Sim, brasileiros, nacionalistas ou simplesmente paridos nestas plagas, “a componente militar está, portanto, intimamente ligada à constituição do tecido histórico daquelas sociedades primitivas, participando de maneira cabal de sua existência, até como seu ponto de referência”.
No Brasil, não foi diferente, como se comprova desde os primórdios da colonização, seja nas lutas contra o gentio, nos conflitos em busca da interiorizarão, nos combates aos invasores, nas guerras contra os espanhóis, nas revoltas contra os colonizadores, nas lutas internas de consolidação do território e, finalmente, contra os países do sul do continente.
No decorrer de toda a nossa história, o Exército tem acompanhado com patriotismo a marcha dos acontecimentos, sempre imbuído do mais genuíno espírito cívico.
Portanto, militares do Exército brasileiro, recebam o nosso efusivo abraço, o nosso respeito, a nossa admiração, pois a partir de 19 de abril de 1648, ou mesmo antes, iniciava - se a construção de uma identidade, de uma personalidade, de uma Instituição Permanente, altaneira, orgulhosa e pronta para servir a Nação brasileira.
Mas, convém lembrar que par e passo à evolução do Exército Brasileiro (hoje, uma das Instituições de maior credibilidade do País), construía - se uma Nação soberana e altiva, esta terra abençoada e seu diligente povo, que sobreviverão, apesar de seus inimigos externos (e internos... também).
"Guararapes: Berço da Nacionalidade e do Exército Brasileiro!"
Brasília, DF, 18 de abril de 2012
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
3 comentários:
Caros,
Concordo com o texto do Gen. Valmir, tendo em visto os gloriosos dias em que nosso exército fora a mão amiga e forte desta nação. Não obstante, me recuso a estar orgulhoso deste exército das últimas décadas, que não mais soberano, deixa de defender a constituição - carta magna a defender; logo, destituindo-se de valores e compromissos fundamentais de um estado sério e capaz.
E digo ainda, que sinto profundo pesar ao ver o estado em que as forças armadas em geral chegaram, preocupando-se sobremaneira, muitas vezes com o soldo da aposentadoria ou tendências políticas, e não mais, com o dever compatriota de fortalecer e fazer valer os direitos e deveres desta nação.
Abraços.
Sd. Brasil.
"contra factum non argumentum est"
Meus agradecimentos mais uma vez ao General Azevedo pela indicação oportuna deste blog, parabens pelas excelentes materia irei adiciona-los ja.
Um abraço
De pe e na luta sempre
Concordo com os comentários dos demais. Porém, Prezado General, como membro de familia de militares, falamos em familia constantemente sobre genealogia e sobre um fato que talvez lhe escapa. Mauricio de Nassau quando veio ao Brasil, trouxe os navios cheios de cientistas, pintores, técnicos da época que trouxeram telescópios, construiram pontes, estradas, edifícios avançados para a época, fizeram estudos da fauna e flora brasileira, além de mapear as estrelas no céu do nosso maravilhoso Brasil... Além disso, os Holandeses trouxeram (veja bem: trouxeram, não levaram como os morrugas) muito ouro da Companhia das Índias Ocidentais e cunharam as primeiras moedas no Brasil, pois queriam COLONIZAR O BRASIL, coisa que os morrugas não queriam, mas sim EXPLORAR... Aí, com as guerras dos aliados (portugueses e índios), numa tática de que se o português casasse com alguém importante da chefia da tribo, os seus inimigos também seriam inimigo da tribo (logo os Holandeses passavam a ser inimigos), os Holandeses cansados disso, sairam (veja bem: saíram) do Brasil e foram ajudar a fundar uma região mais ao norte... a que deram o nome de Nova Amesterdam, que depois foi batizada como Nova Iorque... E micamos com os morrugas, sem dar educação aos brasileiros que aqui nasciam, enquanto "lá em cima na terra ianque"... Já sabemos no que deu.
E os portugueses, que permanecem até hoje numa época medieval em Portugal? Ah... Esses trouxeram prostitutas, bandidos de suas masmorras, um sistem a judrídico estúpido, as safadezas da corte e por aí vai... Não dá para comparar, não é? Os índios brasileiros (e seus descendentes) devem estar esfuziantes de alegria, com tanta educação, tanto desenvolvimento, tanta fartura, né?
De que podemos nos orgulhar, a não ser e com razão, que se formou o exército brasileiro, que deveria hoje em dia estar mais preocupado em nos defender destes terroristas de esquerda que tomaram o poder, ao invés de estarem preocupados com suas gordas aposentadorias? Examine melhor a história... E aí, sim, PARABÉNS AO NOSSO EXÉRCITO!
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