Graça Salgueiro 27 Março 2010
Graça Salgueiro mais uma vez fura toda a grande imprensa e apresenta fatos e declarações que comprovam as ligações entre o Chávez, as Farc, o grupo terrorista basco ETA e os radicais islâmicos da Al-Qaeda.
Nos primeiros dias do mês de março a Espanha, através do juiz Eloy Velasco, da Audiência Nacional, encaminhou ao governo da Venezuela pedido de explicações acerca do membro do bando terrorista ETA, Arturo Cubillas Fontán, que tinha residência nesse país. A notícia explodiu como uma bomba na Venezuela, sobretudo porque nos autos o juiz acusa Cubillas de ser o elo entre o ETA e as FARC, informações obtidas através de correspondências trocadas entre os dois bandos e que constavam dos computadores apreendidos de Raúl Reyes.
Como era de se esperar, a primeira reação de Chávez foi de insolência, prepotência e arrogância ao dizer em reposta a Zapatero que "não tenho nada a explicar a você e exijo que respeite a soberania do povo e do Governo venezuelano". Ora, não é "falta de respeito" pedir que alguém esclareça acusações tão graves e essa resposta defensiva só o incrimina mais, como de fato demonstrou-se posteriormente. Não tivesse Chávez nada a temer e prontamente procuraria investigar o caso e colaborar, livrando seu país de um elemento indesejado e procurado por crimes de terrorismo.
Ocorre que muitos anos antes desses fatos virem à tona, o Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido já denunciava em seu livro (inédito no Brasil) "Narcoterrorismo la guerra del nuevo siglo", Ediciones Nowtilus España, 2005, que havia nexos entre não somente FARC e ETA como também com a Al-Qaeda. No referido livro, o Cel. Villamarín cita o que disse o Gen. James Hill, do Exército dos Estados Unidos, comandante do Comando Sul em 3 de março de 2004:
"O narco-terrorismo é uma força de destruição penetrante que afeta todos os países da região. Existem nexos entre as guerrilhas latino-americanas e as organizações terroristas transnacionais, incluídas o IRA da Irlanda, o Hezbollah, o Hamas, o Islamiya Al Gama'at da Palestina e o ETA da Espanha, cujos contatos operam em lugares tais como a área da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, e na ilha venezuelana de Margarita. Estes grupos geram centenas de milhões de dólares mediante o tráfico de drogas e armas para financiar ações terroristas em todo o planeta".
Mais adiante, relata o Cel Villamarín:
"As suspeitas dos nexos dos terroristas muçulmanos com seus similares colombianos se incrementaram depois do 11/09, quando o 'Mono Jojoy', segundo cabeça das FARC, fez um chamamento público aos guerrilheiros para atacar a Colômbia sem misericórdia, objetivos econômicos dos Estados Unidos, convertidos para as FARC em 'objetivos militares'". Thomas Gordon, expert britânico em temas de inteligência e contra-terrorismo de credibilidade internacional, afirmou que "os serviços secretos britânicos têm provas sobre os nexos da Al-Qaeda com as FARC, encontrados em documentos na Arábia Saudita em posse de um militante da Al-Qaeda, mostrando que tiveram contato em maio de 2003. Isto corrobora os nexos da Al-Qaeda com o ETA e o IRA, como pontes das reuniões das FARC com os terroristas muçulmanos".
"De acordo com os testemunhos dos desertores das FARC, os terroristas foram treinados em técnicas para irromper em residências urbanas, destruição de edificações, preparar e ativar carros-bomba, disparar todo tipo de armas ligeiras e assassinar adversários com faca".
Estas informações foram tomadas do livro acima citado, entre as páginas 100 e 110.
O juiz Eloy Velasco está acusando a Venezuela de ter nexos, ou servir de "ponte" entre as FARC e o ETA, então, o que tem a Al-Qaeda a ver com isso e por que Velasco não citou este bando terrorista no rol dos envolvidos? Acredito que ele ainda vá chegar lá, pois as ligações são muito maiores do que se presume e, inclusive, envolvem o Brasil. No início deste mês, um pouco antes de vir a público as denúncias do juiz espanhol, recebi de um amigo o link para um vídeo em francês que mostrava a expansão do islamismo no Brasil. Nele aparecia uma mesquita com seus membros e entrevistas com os líderes e alguns "convertidos".
O que se passa, na realidade, é que aquilo é fachada para uma célula terrorista, que pode perfeitamente ter relações com as FARC, com o PCC e o MST. Os "tipos" hoje convertidos em muçulmanos são nitidamente delinqüentes da periferia de São Paulo, que encontraram uma forma de oficializar suas ações sob o manto de uma religião. Curiosamente, depois que estes fatos envolvendo FARC-ETA-Al-Qaeda e Venezuela vieram à tona, o vídeo foi tirado do ar mas vocês podem conferir aqui (para quem entende francês) a advertência feita. Do mesmo modo, neste vídeo inédito, exclusividade do Notalatina, com exposições do Cel Villamarín, expert em terrorismo e contra-terrorismo do Exército da Colômbia (meu mestre e amigo), da líder do Centro Cultural Islâmico da Colômbia, Fanny Ochoa e do Imã da Comunidade Muçulmana na Colômbia, Julián Arturo Zapata, estas alianças são denunciadas claramente, inclusive o imã cita textualmente o Brasil.
Há poucos dias o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Tarek El Aissami, tentou desmerecer as denúncias da Espanha contra a Venezuela, afirmando que existe "uma campanha permanente de agressão e desprestígio midiático" e que "nos atacam sobre a base de puras mentiras e manipulações midiáticas com as quais querem vincular nosso governo com a ETA e as FARC". Irado, disse que "essa mentira não pode se sustentar". Entretanto, "quem" é El Aissami? Que moral tem este sujeito para rotular provas de "campanha midiática mentirosa"? Vejamos um pouco de sua biografia.
O senhor El Aissami é um venezuelano descendente de sírios que antes de ser nomeado ministro do Interior e Justiça ocupava o cargo de Vice-Ministro de Segurança Pública. Seu pai, Carlos Aissami, é o chefe da sessão venezuelana do partido político Baath (N. do E: partido de Saddam Hussein) do Iraque. Antes da invasão do Iraque disse em uma entrevista na imprensa que era um talibã e referiu-se a Bin Laden como "o grande Mujahidin, o Sheik". Em 2003 El Aissami foi encarregado, junto com outro líder estudantil radical - Hugo Cabezas, hoje governador do estado Trujillo - na Universidade de Los Andes (ULA), em Mérida, da direção da ONIDEX (Escritório Nacional de Identificação e Estrangeira - nas siglas em espanhol).
Na ocasião houve estranhamento pela nomeação, pois eram conhecidas suas conexões com guerrilheiros na ULA. Nessa ocasião surgiram evidências de que durante este tempo Aissami e Cabezas emitiram passaportes e documentos de identidade venezuelanos a membros do Hezbollah e do Hamas. Como líder estudantil da ULA, Aissami tinha o controle também dos dormitórios, que utilizava para esconder carros roubados, tráfico de drogas e os próprios guerrilheiros. Segundo esses informes, das 1.122 pessoas que habitavam os alojamentos universitários apenas 387 eram estudantes, e mais de 500 não tinham nada a ver com a universidade.
Segundo a jornalista Patricia Poleo, Aissami, junto com outros filiados ao Hezbollah, tais como Gahzl Nasserddi, atualmente Encarregado de Negócios na Embaixada da Venezuela em Damasco, e seu irmão, Ghasan Nasserddi, estão encarregados de recrutar árabes-venezuelanos filiados ao PSUV (Partido de Chávez) para ser enviados ao sul do Líbano para receber treinamento de combate nos campos do Hezbollah. De volta à Venezuela, são recebidos pelos membros radicais do PSUV filiados à UNEFA (universidade das Forças Armadas) e à Universidade Bolivariana da Venezuela, para continuar o treinamento em armamento, explosivos e munições. Os campos de treinamento estão localizados nos estados Monagas, Miranda, Falcón, Yaracuy e Trujillo. Estas pessoas são supervisionadas pela Organização do Hezbollah na Venezuela, junto com os iraquianos da Al-Qaeda que vivem atualmente no país, e pela Frente Democrática da Palestina, encabeçado por Salid Ahmed Rahman que tem escritório no Parque Central de Caracas.
Há ainda um extenso material comprobatório das relações do governo venezuelano com as FARC e o ETA que não pude documentar, porque precisei me afastar de minhas atividades em decorrência de um grave problema na coluna, mas para não ficar muito cansativo, deixo para uma próxima edição que pretendo fazer amanhã.
E há ainda a novela sobre a entrega dos seqüestrados das FARC, anunciados desde abril do ano passado, e que se arrasta miseravelmente como se a vida das pessoas - familiares e cativos - valesse tanto ou quanto um papel higiênico usado. Por hoje, assistam ao vídeo e tentem digerir estas informações que nos afetam diretamente, embora a mídia nacional só esteja preocupada em falar do caso "Arruda" porque é absolutamente inofensivo e não envolve seu patrão.
Fiquem com Deus e até a próxima!
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