VALE A PENA LER DE NOVO
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25/03 -
Publicado na Folha de S. Paulo, domingo, 2 de abril de 1978
Presidente Castello Branco e seus sucessores Costa e Silva e Ernesto GeiselHistoriador revela o desenvolvimento da crise que levou ao movimento de 64
Hélio Silva
Foi ontem, foi há 14 anos. Muito tempo para se suportar uma situação de emergência que se prolongou além das Expectativas, até mesmo da expectativa de seus participantes. Pouco tempo para julgar, quando falta à perspectiva histórica e cada um de nós se situa dentro de uma condição limitante, vendo o que vê, como vê de onde se vê.
O historiador, porém, não tem como missão somente o julgamento definitivo de uma época. Porque deve registrá-la quando ocorre, documentá-la enquanto vivem os seus personagens e subsistem as fontes de informação, os jornais, as gravações, os documentos, as fotografias, os livros escritos na hora quente. Então, a história é um fluxo contínuo que se avoluma e corporifica até a versão definitiva.
Texto completo
Quando se contavam 10 anos do movimento de 31 de março de 1964 publiquei um livro que pretendeu dar os motivos e a execução daquele fato revolucionário. Não tenho nenhuma palavra a modificar naquele texto que foi lido pelos vencedores e vencidos sem poder ser contestado.
Quatro anos depois, quando surgiram e, também, desapareceram testemunhas importantes, volto ao tema para completar o juizo que formulei, agora corroborado por outros livros, entrevistas, revelações.
A interrogação com que abria o meu trabalho - "Golpe ou Contragolpe?" - foi respondida. Se os vencedores usam a denominação de revolução e em seu nome prosseguem, nenhum estudioso de história ou sociologia aceita como tal o movimento que mudou uma situação política, sem atingir a estrutura política nacional. Antes os vencedores tiveram a preocupação, que permanece, de manterem os 3 Poderes da República - Executivo, Legislativo e Judiciário - em ostensivo funcionamento, embora a hipertrofia monstruosa do primeiro houvesse afetado fundamentalmente a constituição e o funcionamento dos outros dois.
Assim permaneço, coerentemente, considerando o movimento de 31 de março de 1964 um contragolpe revolucionário contra um processo revolucionário que se tornava ameaçador.
sábado, 27 de março de 2010
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