As mentiras de Sarkozy
Data: 15 novembro 2011 | Seção : Artigos
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por Deborah Srour –
No final da reunião dos G20, o presidente francês Nicolas Sarkozy e o presidente americano Barak Obama foram pegos desabafando um com outro. Suas opiniões sobre Israel e Netanyahu revelam a verdade repugnante atrás dos seus discursos políticos mentirosos destinados somente a acharcar os eleitores judeus.
Pensando que ninguém os estava ouvindo, Sarkozy atacou Netanyahu dizendo: “eu não o suporto mais, ele é um mentiroso”. Obama respondeu também reclamando: “você está cheio dele, mas eu, tenho que lidar com ele todos os dias”.
Estas duas declarações são importantes porque mostram o caráter destes dois presidentes e também como Israel é visto no ocidente.
Para entendermos estas declarações, precisamos perguntar quando Netanyahu mentiu para Sarkozy e Obama. Nesta semana, a Agência Internacional de Energia Atomica da ONU emitiu seu relatório sobre o programa de armas nucleares do Irã e deixou claro que Israel – incluindo Netanyahu – tem dito a verdade sobre as ambições nucleares dos mullas este tempo todo. Em contraste, os líderes do mundo continuam a mentir sobre o problema e enterram suas cabeças na terra.
Desde 2004 Israel tem avisado, reclamado e demonstrado para os Sarkozys, Obamas e a ONU as intenções do Irã. E o mundo inteiro com indignação contra Israel diz não haver provas definitivas. Obama perdeu os primeiros 2 anos de sua presidência mandando cartinhas ao Irã ignorando as evidências do programa nuclear e a repressão do movimento democrático do país.
Talvez Obama estivesse se baseando no relatório mentiroso da Agência Americana de Inteligência de 2007 que disse que o Irã havia abandonado seu programa de armas nucleares em 2003. A verdade é que Netanyahu nunca mentiu sobre o Irã. Então que mentira é essa que tanto desgostou Sarkozy? Será que tem algo a ver com a menina dos olhos dele, o chamado “processo de paz” com os palestinos?
O fato é que as únicas ocasiões nas quais Netanyahu falou menos do que a verdade sobre os palestinos, foi quando ele foi obrigado a apaziguar os tipos como Sarkozy e Obama. Foi só quando Netanyahu falou de uma possibilidade de alcançar a paz através do estabelecimento de um estado palestino independente do lado oeste do Jordão, é que ele mentiu.
Isto porque a verdade é que Israel nunca teve uma chance de alcançar a paz com os palestinos e por razões que não tinham nada a ver com Israel ou Netanyahu. Os palestinos não têm qualquer interesse numa paz com Israel. Há três semanas atrás, Mahmoud Abbas disse claramente que ele nunca reconhecerá o caráter judaico do estado de Israel. Em outras palavras: Abbas nunca fará a paz com Israel.
Em resposta, nesta terça-feira, Netanyahu teria dito ao seu gabinete, que com suas ações, os palestinos repudiaram os princípios do processo de paz. Ao boicotarem as negociações e submeterem seu pedido de estado direto à ONU, os palestinos rejeitaram o pilar central do processo de paz criado em Oslo que é a “terra por paz”. E ao faze-lo, os palestinos mostraram que estavam mentindo quando assinaram os acordos. Eles embolsaram as concessões e não cumpriram nem uma só obrigação que lhes cabia.
Mas vejamos o que o próprio Sarkozy diz. Em 23 de junho de 2008, na Knesset em Jerusalem, ele não poderia ter sido mais claro:
“Eu vim vos dizer que o povo françês estará sempre ao lado do Estado de Israel quando sua existência estiver ameaçada. Pois não podemos aceitar uma ameaça à existência do Estado de Israel. E aqueles que chamam de maneira escandalosa, pela destruição de Israel encontrarão sempre à sua frente a França, para lhes barrar o caminho. Para que as coisas fiquem claras e não haja ambiguidade, eu quero dizer que o programa nuclear militar do Irã pede uma reação de firmeza extrema de toda a comunidade internacional. Israel deve saber que Israel não está só. Mas eu quero dize-lo com força : um Irã dotado de arma nuclear é inaceitável para o meu país!”
Mas domingo passado, depois das recentes ameaças de um ataque de Israel ao Irã, o ministro das relações exteriores da França Alain Juppé, afirmou que “era preciso fazer de tudo para evitar o irreparável: uma intervenção militar contra o Irã”, O irreparável para ele não é que o Irã possa ter a bomba nuclear, mas que Israel ameace intervir militarmente.
E são os israelenses os mentirosos.
No mesmo discurso em 2008, Sarkozy disse que a “França quer dizer ao povo palestino a verdade. E a verdade é que ninguém pode esperar restabelecer os direitos do povo palestino negando os do povo israelense e pregando a destruição de Israel. A verdade, ele disse, é que a violência tem que acabar pois não pode haver paz com a ameaça do terrorismo. Não pode haver reconhecimento mútuo quando mísseis caem todos os dias sobre vítimas inocentes. Não pode haver paz se os palestinos não combaterem eles próprios, o terrorismo.”
Será que além de mentiroso, Bibi Netanyahu poderia ser também surdo e cego para não ver que os palestinos cumpriram com suas obrigações de paz? Israel mente sobre os mísseis diários enviados de Gaza e até sobre o massacre da família Fogel em Itamar. A mãe e as crianças degoladas que também tinham a nacionalidade francesa. É provavelmente devido à esta paz que Bibi mente não existir que a França votou a favor da inclusão da Palestina como membro da Unesco há 2 semanas.
Sarkozy em 2008 terminou dizendo que “nenhum povo pode viver baixo a ameaça do terrorismo. O terrorismo não se explica. O terrorismo não se justifica. O terrorismo se combate!” Realmente… e é por isso que a França condena Israel repetidamente quando promove retaliações em Gaza. Quem está mentindo então?
Do mesmo modo, Obama quando ainda estava em campanha e depois como presidente, perante audiências judaicas, repete que ele e sua administração fizeram da segurança de Israel sua prioridade.
Apesar das palavras cuidadosamente escolhidas, Israel sabe que as promessas de Sarkozy e Obama são mentiras. Israel confia somente em si para garantir a segurança, as liberdades, a democracia e o caráter judaico dos seus cidadãos. Ninguém irá ditar quais as concessões que Israel deverá fazer para satisfazer o Sr. Sarkozy ou o Sr. Obama. E talvez esta seja a razão de sua irritação. Porque ele não tem como esconder que os especialistas da mentira e decepção são os árabes e muçulmanos. E ela tem um nome: a Taqqiya. A Taqqiya diz que os muçulmanos só devem respeitar acordos que são vantajosos ao avanço do Islão. E os muçulmanos no ocidente sabem bem usa-la. Eles fazem apelos às instituições democráticas e aos direitos humanos sabendo bem que se eles subirem ao poder, aboliriam estas instituições imediatamente e recusariam estes direitos aos outros.
A mídia levou 3 dias para reportar esta conversa tornando-se cúmplice nesta demonstração de desdém para com Israel. Se Sarkozy e Obama tivessem emitido opiniões similares sobre Angela Merkel da Alemanha ou se tivessem pego Netanyahu falando algo parecido de Sarkozy ou Obama, protestos internacionais teriam sido ouvidos por todos os cantos. Mas não. Ninguém ficou escandalizado. E esta é a mensagem real da troca entre os dois chefes de estado: que culpar os judeus e o estado de Israel pelo comportamento de seus inimigos, hoje passa como conversa educada entre as elites ocidentais.
Sarkozy não pode mais ver Netanyahu, pois ele é um mentiroso. Mas não teve qualquer problema em acolher Kadhafi visitando-o na ridícula tenda que o ditador eregeu no páteo do Hotel de Marigny, em Paris. Ou a receber Ben Ali da Tunísia, Moubarak do Egito, Bouteflika da Algéria e tantos outros corruptos, tiranos, açougueiros como Bashar Assad. Não é grave se eles massacram suas populações. Eles não mentem.
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