A imagem da decadência: Jô Soares resolve emprestar fama
para defender Dilma.
Jô Soares já foi um querido humorista, um entrevistador respeitado, ainda que sempre tenha demonstrado seu viés de esquerda. Era um ícone da esquerda caviar, sem dúvida, mas tinha algum pudor. Vaidoso, não demonstrava conforto quando o entrevistado se sobressaía mais do que o entrevistador, mas fez boas entrevistas mesmo assim.
De uns tempos para cá, Jô foi perdendo aparentemente o saco, suas entrevistas começaram a ficar enfadonhas, e a perda de audiência foi inevitável. Jô não era, afinal, o David Letterman brasileiro, apesar do cenário e até do estilo do programa serem parecidos (copiados?).
Enquanto isso, Danilo Gentili, com um programa bem mais dinâmico e engraçado, e com a coragem de remar contra o politicamente correto e a hegemonia esquerdista, foi comendo pelas beiradas, ganhando mais audiência e respeito.
Gentili teve coragem até para entrevistar esse que vos escreve, quando seu programa ainda era na Band, para falar sobre a esquerda caviar, tema explosivo na mídia, pois dominada pela espécie.
Pois bem: o programa do Jô virou uma relíquia, algo que só os “colecionadores” continuaram assistindo, talvez por inércia. Comentei aqui sobre seu papelão ao defender a presidente Dilma, tendo que mentir escancaradamente para tanto. E eis, agora, que temos a imagem perfeita de sua decadência, não só profissional, mas principalmente moral:
No momento em que Dilma precisa se manter afastada da televisão para não gerar um enorme panelaço como reação, em que sua credibilidade após o estelionato eleitoral é nula, em que sua aprovação sumiu, em que a inflação ultrapassa 8% e a atividade econômica cai, em que o escândalo do petrolão continua espantando o país, eis o momento em que Jô empresta sua fama para defender Dilma. Um momento em que até Chico Buarque anda completamente sumido, vale notar!
Poderíamos dizer que isso é uma forma de coragem, ou quiçá de loucura, o que às vezes se confunde com coragem. Infelizmente, não acredito que seja nem uma coisa, nem outra. Também não acho que Jô está “gagá”. Restam, então, poucas alternativas para explicar o vergonhoso papel. Prefiro deixar a imaginação do leitor responder por mim quais seriam essas alternativas…
PS: Jô Soares teve seu nome exposto no caso do HSBC. O apresentador é relacionado a quatro contas numeradas, abertas entre abril de 1988 e janeiro de 2003. Em 2006/2007, todas elas estavam zeradas. Nos documentos do banco, Jô aparece associado a duas pessoas jurídicas: a Lequatre Foundation, de Liechtenstein, e a Orindale Trading, nas Ilhas Virgens Britânicas. Petista sim, mas com dinheiro no exterior pois ninguém é de ferro. Especialmente a esquerda caviar…
Rodrigo Constantino
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