A UPEC se propõe a ser uma voz firme e forte em defesa da ética na política e na vida nacional e em defesa da cidadania. Pretendemos levar a consciência de cidadania além dos limites do virtual, através de ações decisivas e responsáveis.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Carta Aberta aos senadores

Recife, 12 de fevereiro de 2008;

Senhores Senadores

Nunca antes na história deste país... Que nada! Nunca antes na história deste Universo se ouviu falar em tantos escândalos em um só governo. Nunca antes, um povo ordeiro e pacato ficou tão avacalhado e desonrado como está agora o povo brasileiro.

Não adianta lembrar aos senhores que trabalhamos quatro meses por ano, no mínimo, para sustentar suas mordomias. Que a classe média, que é quem sustenta este país, está achatada e empobrecida. Que o povo está envergonhado e desesperado. Que os senhores nos devem explicações de tudo o que está acontecendo. Que, no mínimo, os senhores têm OBRIGAÇÃO de investigar tudo isto profundamente e punir severamente os responsáveis, ladrões de nossas riquezas e de nossa confiança.

Mais uma CPI que já sabemos de antemão como vai terminar. Uma pizza envenenada, como as outras, que nos foram enfiadas goela abaixo.

Esta gente tem o descaramento de falar em segurança nacional para evitar que se investiguem as suas falcatruas, os seus desmandos, seus descalabros, sua falta de vergonha, de patriotismo de dignidade, de honradez.

Como pode ser perigoso para a segurança nacional questionar se sua "inzcelência" precisa mesmo comprar dez ternos caríssimos por mês, com nosso dinheiro? Que está acontecendo com sua roupa que nem o tintureiro dá um jeito? Por que precisa comprar um par de sapatos por mil e duzentos reais, com nosso dinheiro, só para pisar em nossa honra e chutar nossos traseiros? Por que a primeira dama que nada faz, que nada produz, precisa gastar tanto com inúteis cremes de beleza e tudo com nosso dinheiro? Lá se vão jóias e outras quinquilharias, com nosso dinheiro. O Palácio compra, com nosso dinheiro, comida e bebida suficientes para alimentar e embriagar toda a cidade de Brasília. A feira que os Palácios de sua "Inzcelência" faz, através de licitação, deixa a rede Pão de Açúcar com complexo de falta de estoque, mas não é suficiente e lá se vão mais cento e tantos mil pelos cartões rouborativos, tudo com nosso dinheiro.
A filha do rei tem sete carros sustentados com nosso dinheiro.

Os cartões deveriam ser usados em emergências. De repente tornaram-se emergências neste país: tapioca, passeios em carros alugados, mesa de sinuca, cremes que não embelezam ninguém, botox, jóias, hotéis de luxo, churrascarias, boates, compras de bebidas finas e importadas, iguarias de luxo, motéis( ?) e mais uma porção de supérfluos que nossa gente sofrida, que paga impostos, nem sonha que existe.

Pena que não estejam na relação de emergências levar remédios para os hospitais, melhorar a qualidade de ensino nas escolas, melhorar nossas estradas, construir ferrovias, equipar as FFAA, fazer saneamento básico, melhorar a vida do cidadão, evitar o empobrecimento da classe que sustenta este país.

Chega de sermos tratados com tanto deboche e escárnio. Eles ficam gozando de nossas caras como se, havendo ganhado uma guerra, não tivessem a dignidade de tratar com decência os derrotados.

Aí pergunto: Estávamos em uma guerra? Fomos derrotados, nós, o povo comum deste país? É assim que estamos nos sentindo. Perdemos uma guerra, e perdemos o nosso país. Estamos sendo governados por estrangeiros que nos odeiam e querem nos humilhar de todo jeito. Já nos levaram a Amazônia. Sua primeira dama, que nunca fez absolutamente nada, nem mesmo fincou um prego em uma barra de sabão, foi condecorada pelas FFAA por serviços prestados. Nem uma dicazinha de quais teriam sido esses tais serviços prestados tivemos o (des)prazer de ouvir.

O nosso próprio dinheiro dos impostos é usado contra nossos interesses todo o tempo: em grandes lotes, se compram consciências para que se façam as leis que lhes convêm, compram-se amigos e colaboradores e abafam-se as notícias não precisam aparecer. Em pequenas doses, se compram votos através da barriga dos miseráveis, formando um a legião de vagabundos que sobrevivem parcamente sem nada produzir, afundando o país, cada vez mais em um mar de lama. Nada produzem, mas reproduzem que faz gosto. Daqui a alguns anos teremos uma legião de crianças abandonadas a pedir esmolas nos semáforos ou batendo carteiras nas feiras. Esta é a lição que se dá a quem não precisa trabalhar para comer.

Nossos congressistas, com raríssimas e honrosas exceções, já arrumaram seu pezinho de meia. Que se dane o Zé povo. Quando a bomba estourar, eles vão correr para as casas e apartamentos já adquiridos em lugares decentes de se viver. Claro que nenhum vai para Cuba, ou China ou outro buraco fétido semelhante. Vão é se mandar para Europa, Estados Unidos, etc. Visto que o Brasil não agüenta esta sangria por mais tempo, mesmo com a carga tributária escandalosa que temos, não vai dar para sustentar este desgoverno por muito tempo. A falência ética e moral já nos aniquilou a honra. Vem aí a falência financeira com a derrota da classe média.

A única coisa que nos resta fazer é protestar, e vamos fazer isto enquanto vida tivermos.

Ester Azoubel

Um comentário:

Unknown disse...

Oi Ester

Também penso assim como voce, escrevo cartas aos senadores, e ultimamente ando meio chateada, pois quanto mais se descobre roubos e falcatruas mais aumenta a popularidade, é como se vivessemos a beira do abismo e as pessoas estão festejando. Muito triste.
Continue escrevendo e tudo de bom pra você.
Abraços
Theresa